Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
07/06/2021 11h48
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - Antigos estabelecimentos de Águas Virtuosas - FAMÍLIA MILEO

 Ilustração: Casa do Rosario, de Rosario Mileo. Lambari, MG, 1934. Reprodução colorizada. Museu Américo Werneck

1253689.pngSUMÁRIO

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APRESENTAÇÃO

Nesta Série Antigos estabelecimentos de Aguinhas, estamos apresentando pequeno histórico, ilustrado com fotos oriundas do Museu Américo Werneck e colorizadas por computador, de antigos estabelecimentos comerciais de nossa cidade.

No primeiro número (veja aqui), introduzimos o tema, apresentamos uma lista de primitivos comerciantes e belíssimas fotos colorizadas de A Primavera, estabelecimento de Francisco de Castro Filho.

Neste número 2 da série, falaremos da Casa do Rosario, de Rosario Mileo.

Vamos lá.

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ROSARIO MILEO

A RUA DOS ITALIANOS, em LAMBARI

E a história de Mileos, Violas, Grandinettis, já de origens muito próximas, misturou-se ainda mais ao vozerio, às comidas, às profissões, às artes  de Lorenzos, Biasos, Raimundis. E novos laços familiares se formaram: MILEO e VIOLA. VIOLA e LORENZO. MILEO e RAIMUNDI. GRANDINETTI e VIOLA. BIASO e MILEO.

Mas não foram só italianos que fizeram essa rua famosa: espanhóis, alemães, portugueses (Castilho, Pinto, Silva, Cruz, Sá e Silva, Krauss) também ali residiram, aproximando culturas e originando diferentes núcleos familiares: SANTORO e KRAUSS, SANTORO e PINTO, BIASO e PINTO, GRANDINETTI e CRUZ.

GUIMAGUINHAS. Post: Origem da Rua dos Italianos (aqui)


Miguel de Lorenzo, casado com Vicenza Mileo, e os irmãos desta: Rosário Mileo e Egídio Mileo, estão entre os primeiros imigrantes italianos chegados de Latronico para Águas Virtuosas de Lambari, isso em outubro de 1882.

Logo após, vieram Francisco Grandinetti, Egídio Giacóia e Vicente de Lorenzo.

Com Rosário Mileo vieram seus irmãos: Egídio, Tereza, Madalena, e Vicência, esta casada com Miguel de Lorenzo.

Madalena Mileo se consorciaria com Emmanuel Viola (conhecido por Manoel Viola), conforme conta Paulo Roberto Viola (VIOLA, 2002, p. 75),

(...) [Emmanuel Viola] deixou a Itália e foi para Águas Virtuosas, a convite do tio Rosário Mileo (casado com a tia Philomena)... [Rosário] trabalhava na Estrada de Ferro* e se empenhou para que tio Manoel viesse embora para o Brasil, e, depois que ele veio, os outros irmãos acabaram vindo, um a um.

(*) A construção dos ramais da estrada de ferro no Sul de Minas, no final do Séc. XIX/início Séc. XX, atraiu muitos imigrantes.


 Manoel Viola casou-se com Madalena Mileo, com quem teve os seguintes filhos: Amedeo, Paulo, Egidio, Pepo, Rêmulo (Remo), Margarida, Anita, Romeu, Hermínio, Arquimedes, Emanuela e Helena.


  

Rosario e Philomena


Rosário Miléo foi casado com Philomena Peluse Mileo, de cuja união nasceram: Lúcia, Helena, Genaro, Egídia (Nena), Egídio, Vicente e José Nicolau.

Esse último — José Nicolau Mileo — se tornou o mais importante memorialista de Águas Virtuosas de Lambari.

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JOSÉ NICOLAU MILEO

 José Nicolau Mileo — médico, pesquisador e estudioso das águas minerais, escreveu obras sobre a história de nossa cidade e as propriedades da água mineral de Lambari. (aqui).


Na verdade, José Nicolau Mileo juntou mais de 200 documentos sobre as Águas Virtuosas. Ouviu testemunhos de conhecidos, amigos e parentes, mergulhou em pesquisas, reuniu depoimentos, enfim, dedicou-se, com empenho invulgar, à verdade histórica da cidade.

VIOLA, Paulo Roberto. Lambari, como eu gosto de você!, 2002


Suas obras principais sobre Lambari:

       


  • MILEO, José N. Ruas de Lambari. Guaratinguetá, SP : Gráfica Vila, 1ª. edição, 1970. - MILEO, José N. A água mineral de Lambari. Cruzeiro, SP : Ed. Liberdade, 3a. ed., 1968 - MILEO, José N. Subsídios para a história de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1a. edição, 1970.


    AVENIDA DR. JOSÉ NICOLAU MILEO

  • A lei municipal n. 695, de 12 de julho de 1983, diz em seu art. 1º:

    • O trecho do antigo leito da estrada de ferro, com início na Rua Francisco de Castro Filho e término na Avenida Getúlio Vargas, conhecida por "Avenida do Contorno", passa a denominar "AVENIDA DR. JOSÉ NICOLAU MILEO".

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FOTOS

Fotos da família Mileo:

Rosário Mileo (em pé, à direita),  a esposa Filomena (sentada) e familiares. Da esquerda para direita, os filhos do casal: Egídio, José Nicolau, Vicente e Egídia (Nena) — esta tendo ao seu lado o esposo Amedeo Viola. Reprodução colorizada. Museu Américo Werneck


Filhos de Rosario Mileo: José Nicolau (de colete) e sua mulher Nair, ao lado de Egídio Mileo. Reprodução. Museu Américo Werneck

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CASA DO ROSÁRIO

A CASA DO ROSARIO, de Rosario Mileo, vendia tecidos, armarinhos, chapéus, louças, ferragens, tintas, óleos, molhados e mantimentos. E era também um depósito de cal e cimento.

Veja a seguir:


Reprodução. Almanak Laemmert, 1915 (bn.digital.gov.br)

Reprodução. Almanak Laemmert, 1917 (bn.digital.gov.br)


Propaganda. Reprodução. Capri, 1918


A Casa do Rosário, no centro de Águas Virtuosas. Em 1934. Ao lado, vê-se uma bomba de gasolina e antigos carros sendo abastecidos. Reprodução. Original colorizada. Fonte: Museu Américo Werneck


Vista do interior da Casa do Rosario, com caixeiros postados e mercadorias expostas à venda. Anos 1930. Reprodução colorizada. Museu Américo Werneck


Uma amazona estilosa, tendo ao fundo a Casa do Rosario. Anos 1930. Reprodução. Acervo família Mileo

Clientes olhando a vitrine da Casa do Rosario. Reprodução. Acervo família Mileo

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A FAMÍLIA DE EGÍDIO MILEO

 EGÍDIO MILEO, filho de Rosario Mileo, casou-se com ANNA DE ALMEIDA PINTO, conhecida por Anita, e tiveram os seguintes filhos: Maria da Conceição, Martha, Egídio, Maria do Rosário, Heloísa, Gilberto, Tereza Maria, Beatriz, Ana Maria e Maria Bernardete.

Egídio trabalhou na Casa do Rosario, foi auxiliar de contabilidade e manteve um bar/confeitaria no centro da cidade, na atual Rua Tiradentes. 

Em casa, Dona Anita diariamente preparava pensão completa para 21 famílias, e confeccionava diversos produtos vendidos no estabelecimento do marido: biscoitos, bolos e doces: broa de fubá, rosca seca, rosca recheada com chocolocate, fatia de amendoim, suspiro, rocambole... Até hoje são conhecidos os famosos doces de D. Anita, cujo segredo algumas de suas filhas preservaram: a fita de coco e o bom-bocado.


A profusão do nome Egídio

A profusão do nome Egídio entre os italianos imigrantes de Latronico deve-se ao fato de o protetor daquela cidade ser Santo Egídio. 

De fato, só entre os Mileo, temos Egídio (irmão de de Rosario), Egídio (filho de Rosario), Egídio (neto de Rosario e filho de seu filho Egídio Mileo)

Santo Egídio Abade. Protetor de Latronico. Fonte: André Gesualdi

Confira: aqui

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Fotos da família

Algumas fotos da família:

Anna Pinto Mileo, tratada por Anita, e seu marido Egídio Mileo. Reprodução. Acervo família Mileo


Egídio Mileo no Parque Novo, tendo ao fundo o Cassino de Lambari. Reprodução. Acervo família Mile


Egídio Mileo, tendo ao fundo o Lago Guanabara


Egídio e Anna e seus filhos: Gilberto, Bernardete e Ana Maria. Reprodução. Acervo família Mileo


D. Anita, ao lado de Gidinho e Nancy. Embaixo: Bernardete e Ana Maria


Colégio São Miguel, em Passo Quatro, onde estudou Gilberto Mileo... A linha do trem para Lambari passava defronte ao colégio

Gilberto no time do colégio São Miguel


Aniversário de Anna Mileo, ao lado dos filhos. Da esquerda para a direita, em pé: Maria do Rosário, Maria Bernardete, Tereza Maria, Martha, Heloísa, Beatriz. Sentados: Egídio, Anna e Maria da Conceição. Reprodução. Acervo família Mileo

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Motorista habilitado

No início dos anos 1900, o automóvel era novidade em todo o mundo. No Brasil, por aquela época, eles começaram a chegar timidamente. A partir de 1910, com o Ford T — o carro barato e popular lançado pela Ford norte-americana — a classe média passou a ter acesso a novo meio de transporte. Nos anos 1920, o modelo "T" foi substituído pelo "A". Depois vieram carros europeus, como o Citroën Traction Avant (anos 30). 

Em Águas Virtuosas de Lambari, em 1930, os irmãos Biaso montaram um posto de gasolina e uma concessionário de veículos Chevrolet.

Confira:


Em Águas Virtuosas, em 1930, a família Biaso possuía uma agência de carros da Chevrolet (ver aqui) Reprodução colorizada. Acervo Museu Américo Werneck


Por essa época, Egídio Mileo já circulava com o seu automóvel — provavelmente um modelo Chevrolet da agência de Annunciato Biaso & Irmãos, de Lambari, MG.


Egídio Mileo no seu automóvel, ao lado de um jovem da família. Reprodução. Acervo Museu Américo Werneck

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Prático de contabilidade

Nas primeiras décadas dos anos 1900, a escrituração de livros, registros de contabilidade empresas, comércio, etc., era geralmente feita por práticos de contabilidade.

Em 1931, com o Decreto n. 20.158, de 30 de junho, que organizou o ensino comercial e regulamentou a profissão de contador, surgiram os cursos guarda-livros, atuário e de perito-contador, entre outros. O art. 55 desse decreto autorizou aos guarda-livros práticos a prestarem um exame de habilitação para exercerem a profissão.

Em 1935, havia em Água Vituosas de Lambari os seguintes guarda-livros habilitados:

Reprodução. Almanak Laemmert, 1935 (bn.digital.gov.br)


Nos anos 1930, a escrituração comercial da Casa do Rosario era feita por Egídio Mileo, filho do proprietário.

Egídio fazia também a escrituração de A Primavera (de Amedeu Viola).

O sr. Carlos Landoes — contabilista formado responsável pela contabilidade dessas empresas — sempre elogiava o trabalho de Egídio, dizendo ser ela perfeita, do ponto de vista técnico. 

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LEONARDO MILEO E RAFAEL MILEO

Meus netos LEONARDO e RAFAEL são filhos de ANTÔNIO CARLOS GUIMARÃES JÚNIOR e FLAVIA MILEO MOREIRA GUIMARÃES, sendo descendentes, por parte da mãe, de ROSARIO MILEO.

São netos de Beatriz Mileo, bisnetos de Egídio Mileo e tetranetos de Rosario Mileo.

E desse modo, mantiveram o sobrenome italiano da família, assinando: Leonardo  Mileo Moreira Krauss Guimarães e  Rafael Mileo Moreira Krauss Guimarães.


LEONARDO E RAFAEL e seus pais: Flávia Mileo e Antônio Jr., em Brasília (2021)

Os gêmeos RAFAEL e LEONARDO, descendentes de ROSARIO MILEO


Nome e sobrenome: O Código Civil Brasileiro, art. 16, diz: Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendido o prenome e o sobrenome.

Desse modo, o nome compõe-se de duas partes: prenome (um ou mais nomes próprios) e sobrenome ou patronímico.

Nome: Antropônimo que se dá a uma pessoa recém-nascida e que constitui um dos elementos fundamentais de sua individualização (também pode ter componentes); nome de batismo; antenome, prenome: O nome dele é Murilo. Meu nome é João Pedro.

Sobrenome: Nome que vem após o nome de batismo e é partilhado por todos os membros de uma mesma família.

Patronímico: Relativo a pai, especialmente em se tratando de nomes de família.

Fonte: Dicionário Michaelis Eletrônico

 

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REFERÊNCIAS

  • VIOLA, Paulo Roberto. Lambari, como eu gosto de você! Rio de Janeiro, Editora Navona, 2a. edição, 2002
  • CAPRI, Roberto. Águas Virtuosas de Lambary. São Paulo : Pokay & Comp., 1918.
  • Almanak Laemmert, 1915, n. 71 (bn.digital.gov.br)
  • Almanak Laemmert, 1917, n. 73 (bn.digital.gov.br)
  • Almanak Laemmert, 1918, n. 74 (bn.digital.gov.br)
  • Almanak Laemmert, 1935, n. 91 (bn.digital.gov.br)
  • Jornal do Carro - Veja quem foi o primeiro habilitado do País - Disponível aqui: https://jornaldocarro.estadao.com.br/carros/veja-quem-foi-o-primeiro-habilitado-do-pais/ - Acessado em 7, junho, 2021
  • Agradecemos aos descendentes de Egídio Mileo a cessão de fotos utilizadas neste post
  • Entrevista com Beatriz e Terezinha Mileo e Madalena Viola
  • Museu Américo Werneck
  • Acervo do autor

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Publicado por Guimaguinhas
em 07/06/2021 às 11h48
 
01/06/2021 07h57
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - Antigos estabelecimentos de Águas Virtuosas - FAMÍLIA CASTRO

Ilustração: A Primavera, armazém de secos & molhados de Francisco de Castro Filho. Águas Virtuosas de Lambari, início anos 1900. Reprodução. Fonte: Museu Américo Werneck.

1253689.pngSUMÁRIO

1253689.pngAPRESENTAÇÃO

Nesta Série Antigos estabelecimentos de Aguinhas, vamos apresentar pequeno histórico, ilustrado com fotos oriundas do Museu Américo Werneck e colorizadas por computador, de antigos estabelecimentos comerciais de nossa cidade.

Neste primeiro número, vamos introduzir o tema mediante uma vista do antigo centro comercial da cidade, uma lista de primitivos comerciantes e belíssimas fotos colorizadas de A Primavera, estabelecimento de Francisco de Castro Filho.

Vamos lá.


Francisco de Castro Filho, jogando truco com amigos. Início anos 1900. Recorte. Reprodução. Original colorizada. Fonte: Museu Américo Werneck


Reprodução. Mileo, 1970

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CENTRO DA CIDADE

Nos anos 1940, o centro de Lambari ainda apresentava traços do início dos anos 1900.

Confira:


(1) Hotel Central [não existe mais] - (2) Fábrica de gelo [não existe mais] - (3) Farmácia Santo Antônio [não existe mais] - (4) Edifício de Pedro José de Souza [ainda existente] - (5) Casa Viola [ainda existente] - (6) Prédios comerciais na esquina do Parque das Águas [Antiga esquina Rua Tiradentes com Rua São Paulo [atual Dr. Wadih Bacha]. Não existem mais] - (7) Rua Tiradentes, esquina com Rua Silviano Brandão [atual Dr. José dos Santos] - (8) Esquina Rua São Paulo [Atual Dr. Wadih Bacha] com Rua Dr. Garção Stockler


Os estabelecimentos comerciais referidos nesta série, em sua maioria, situavam-se na Rua Tiradentes ou São Paulo e/ou na esquina dessas duas ruas.

Vamos lá.


A mercearia de Francisco de Castro Filho e a carroça para transporte de mercadorias. Início anos 1900. Reprodução. Original colorizada. Fonte: Museu Américo Werneck


Comerciantes de Águas Virtuosas em 1915. Fonte: Almanaque Laemmert, 1915 (bn.digital.gov.br)

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A PRIMAVERA

A Primavera, de propriedade de Francisco de Castro Filho, vendia miudezas, ferragens, louças, armarinhos,  e possuía também uma seção de secos e molhados.

Veja a seguir:


Propaganda. Reprodução. Capri, 1918


Francisco de Castro Filho ao lado de caixeiros de seu armazém. Início anos 1900. Reprodução. Original colorizada. Fonte: Museu Américo Werneck

Amostra das mercadorias expostas à venda. Início anos 1900. Reprodução. Original colorizada. Fonte: Museu Américo Werneck

Os caixeiros do armazém. Início anos 1900. Reprodução. Original colorizada. Fonte: Museu Américo Werneck

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A FAMÍLIA CASTRO

Fotos da família Castro:


Família Castro: Ao centro, Dona Olímpia, a matriarca, ladeada pelo casal Francisco de Castro Filho e Júlia de Castro. Em pé, da direita para a esquerda, os filhos do casal: Francisco de Castro (Netto), Ignês, Creusa, Therezinha (entre sua mãe e sua avó) e José de Castro


Júlia de Castro e seu marido Francisco de Castro Filho

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PEQUENO GLOSSÁRIO

Um dos objetivos do site GUIMAGÜINHAS é trazer — especialmente para as gerações mais novas — memórias de Águas Virtuosas de Lambari, e assim também palavras e expressões praticadas no passado de nossa cidade.

Daí a Série Vocabulário de Aguinhas deste site (aqui) e o pequeno glossário posto a seguir.


Armarinho: Loja em que se vendem tecidos, material de costura, atavios etc.; loja de miudezas.

Armazém: Estabelecimento comercial onde se vendem bebidas e gêneros alimentícios a varejo; mercearia; venda.

Caixeiro: Empregado que tem a seu cargo as vendas em uma casa comercial; balconista.

Estabelecimento: Casa comercial ou lugar onde se faz comércio.

Fazenda: Qualquer tipo de pano ou tecido.

Secos e molhados : a) gêneros alimentícios sólidos e líquidos; b) local que vende esses produtos.

Fontes: Michaelis on-line

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REFERÊNCIAS

  • CAPRI, Roberto. Águas Virtuosas de Lambary. São Paulo : Pokay & Comp., 1918.
  • MILEO, José Nicolau. Ruas de Lambari. Graficávilla, Guaratinguetá, SP, 1970
  • Almanaque Laemert, 1915 (bn.digital.gov.br)
  • Museu Américo Werneck
  • Agradecemos a Ruth de Castro Campos, filha de Therezinha de Castro, a cessão de fotos da família Castro

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Publicado por Guimaguinhas
em 01/06/2021 às 07h57
 
29/05/2021 07h52
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - Odette - A gôndola veneziana do Lago de Lambari

Ilustração: O Marechal Hermes da Fonseca (Presidente da República), Bueno Brandão (Presidente do Estado de Minas) e Wenceslau Braz (ex-presidente do Estado [1909-10], vice-presidente da República [1910-14] e futuro Presidente da República [1914-18]), na gôndola veneziana Odette, no Lago de Lambari, em 1911, quando da inauguração das obras embelezadoras de Águas Virtuosas de Lambary, na gestão do prefeito Américo Werneck. Reprodução (Museu Américo Werneck/Fon Fon/O Careta. bn.digital.gov.br)

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1253689.pngAPRESENTAÇÃO

Dentre as obras de embelezamento da estância de Águas Virtuosas de Lambari, realizadas por Américo Werneck, estão o Lago Guanabara, o Farol do Lago e as embarcações e gôndolas, para uso no referido lago.

  • Sobre o Lago Guanabara já falamos aqui.

  • Sobre o Farol do Lago, aqui

Hoje falaremos das gôndolas venezianas.

Vamos lá.


AQUISIÇÃO DAS GÔNDOLAS

Dos dois mil e duzentos contos recebidos do Governo de Minas Gerais, Werneck gastou 120 contos na construção do lago, 15 contos no Farol do Lago e 30 contos nas embarcações, gôndolas, embarcadouro e casa de guarda dos barcos.


Discurso de Américo Werneck. Inauguração das obras de Águas Virtuosas de Lambari, 1911. Reprodução. Anuário de Minas Gerais de 1913


Lambari: Cassino, lago e Cais: embarcadouro e casa de guarda das gôndolas, em 1911

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ESTREIA DAS GÔNDOLAS

A estreia das gôndolas no Lago Guanabara se deu no dia 24 de abril de 1911, quando, na presença das principais autoridades da República, o prefeito Américo Werneck inaugurou as obras de embelezamento da estância de Águas Virtuosas.

Dentre elas, estava a gôndola ODETTE, assim chamada em homenagem à filha de Wenceslau Braz, Presidente do Estado e depois Presidente da República.

Wenceslau foi amigo de Werneck e, como Presidente do Estado (1909-10), o financiador das obras de embelezamento de Águas Virtuosas.

O Marechal Hermes da Fonseca (Presidente da República), Bueno Brandão (Presidente do Estado de Minas) e Wenceslau Braz (ex-presidente do Estado [1909-10], vice-presidente da República [1910-14] e futuro Presidente da República [1914-18]), na estreia da gôndola Odette, no Lago de Lambari, em 1911

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FOTOS DA GÔNDOLA

Veja algumas outras fotos da gôndola Odette:

A gôndola Odette importada de Veneza, por Américo Werneck, por meio da firma J. Casal & Filho (1911). A embarcação tinha 8 m de comprimento e apetrechos de luxo


Em primeiro plano, a lancha Hylda, e, ao fundo a gôndola Odette.


A gôndola e outras embarcações em passeio pelo Lago Guanabara. 1911. Reprodução


Turistas passeando de gôndola. Reprodução

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VEJA TAMBÉM

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REFERÊNCIAS

  • Anuário de Minas Gerais de 1913 (aqui)
  • Revistas Fon Fon e O Careta (bn.digital.gov.br)
  • Museu Américo Werneck - Lambari, MG
  • Agradecemos a Luíza Silvestrini da Cruz a cessão de fotos do acervo de João D'Almeida Lisboa (Filho)

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Publicado por Guimaguinhas
em 29/05/2021 às 07h52
 
03/05/2021 10h28
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - Carlsbad e o Circuito das Águas de Minas

Ilustração: Cartão-postal de 1898 mostrando uma das fontes termais e medicinais de Karlovy Vary [Antiga Carlsbad(foto: Brück & Sohn/Wikipedia) http://insiderpraga.com.br/


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

Karlovy Vary (tcheco: Karlovarský kraj) é uma região da República Tcheca. Sua capital é a cidade de Karlovy Vary. Era conhecida como Carlsbad durante o Império Austro-Húngaro, e famosa pelas suas águas termais.

Em 1907, o Correio Paulistano trouxe um artigo intitulado De Carlsbad, assinado por C.A., no qual ele narra impressões de sua viagem a Carlsbad, famosa estação de águas da Bohemia. [1]

O autor descreve a vocação turística da cidade de 15.000 habitantes, que chega a receber 50.000 turistas por ano, informa. Diz também que noventa por cento dos prédios de Carlsbad são hotéis, cafés, casas de aluguel e de cômodos.

A seguir fala do clima, da tranquilidade e das qualidades terapêuticas da água, dos banhos de lama, dos equipamentos de hidroterapia, eletroterapia e mecanoterapia, inclusive ginástica sueca (em voga à época). 

Diz também que:

Aqui não há cassinos, não há roletas, não há bailes, não há pagodes... nem outras coisas que possam prejudicar a cura.

Por fim, recomenda que o Governo de Minas faça o mesmo em Caxambu e Lambari...

Infelizmente, passados 113 anos, o que se constata é que Carlsbad (Karlovy Vary) só progrediu como cidade turística termal, já o Circuito das Águas de Minas...


Reprodução. Correio Paulistano, 9 out 1907 (bn.digital.gov.br)

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CARLSBAD HOJE (ATUAL KARLOVY VARY)

O site oficial de turismo sobre Carlsbad — a Karlovy Vary de hoje  — informa que:

Karlovy Vary é absolutamente única no número de fontes termais curativas no mundo. 

(https://www.karlovyvary.cz/en)


Veja no site insiderpraga outras informações sobre a Carlsbad de hoje (atual Karlovy Vary). Aqui:


Vista de cima. Reprodução. Fonte: http://insiderpraga.com.br/


Reprodução. Fonte: http://insiderpraga.com.br/

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IMPRESSÕES DE CARLSBAD EM 1907

Eis o artigo do Correio Paulistano:

Reprodução. Correio Paulistano - 9, out, 1907 (bn.digital.gov.br)

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REFERÊNCIAS

[1] Boémia (português europeu) ou Boêmia (português brasileiro) (Čechy em língua checaBöhmen em alemão) é uma região histórica da Europa Central. Foi parte do Sacro Império Romano-Germânico, do Império Austríaco e do Império Austro-húngaro. Após a Segunda Guerra Mundial, passou a ser os terços ocidental e médio da atual Chéquia (Tchéquia).

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Bo%C3%A9mia


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Publicado por Guimaguinhas
em 03/05/2021 às 10h28
 
29/04/2021 07h10
ÁGUAS VIRTUOSAS FUTEBOL CLUBE (85) Um juvenil entre os profissionais do Águas Virtuosas (2)

 Ilustração: Guima, com 16 anos, no time Juvenil do Águas Virtuosas

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SUMÁRIO

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APRESENTAÇÃO

Conforme já contei em posts anteriores, em 1968-69, alguns atletas do Juvenil do Águas Virtuosas passaram a treinar entre os profissionais.

Entre eles, estavam eu (Guima), Dimas Nascimento e Zé Helvécio conforme está no número 1 desta série:

Neste post referido acima, contei duas histórias:

Pois bem, hoje vou contar mais uma.

Vamos lá!

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EM 1969, EU QUASE ESTREEI NO TIME PROFISSIONAL DO ÁGUAS

A história a seguir vai estar no meu livro de memórias da juventude (sequência de o MENINO-SERELEPE), conforme já anotei em (Algumas histórias).

Na Farmácia Santo Antônio

Desde os meus 12 anos, ajudei meu pai na Farmácia Santo Antônio, como já contei (Aprendiz de "farmaceiro").

 Guima, aos 12 anos, na Farmácia Santo Antônio


Quando se formou o time profissional do Águas, sob o comando do Sr. Jaime, técnico de Belo Horizonte, ele passou também a treinar o time Juvenil do Águas, no qual eu jogava.

A diretoria do clube abrira uma conta na Farmácia, e, desse modo, o técnico do Águas ficou amigo do meu pai (Dé da Farmácia) e sempre passava por lá para comprar alguma coisa.

Numa dessas idas, ele me viu lá trabalhando e comentou com meu pai que estava gostando de mim como jogador. Ele disse: — Dé, meu amigo, pode incentivar seu menino no futebol. Ele é forte, rápido e aplicado. Chuta das duas pernas e tem um grande senso de marcação. Tem futuro se continuar assim!

Meu pai, que era "desligado" de futebol, ficou todo "inchado" ao saber que o seu único filho podia vir a ser uma "promessa" no futebol. E começou a frequentar o campo, às escondidas, para ver o desempenho do filho...


Sr. Jaime me prepara durante a semana

 

Sr. Jaime, técnico do Águas profissional (1968-69)


Na época em que Sr. Jaime levou a mim, Dimas Nascimento e, mais tarde o Zé Helvécio, para integrar o segundo time do Águas Profissional, nós treinávamos ora na zaga, ora nas laterais, conforme a necessidade do treinamento do time principal.

  Tucinho, Dimas, Xepinha e Guima, no time do Águas de 1975


Me lembro bem que num dos últimos jogos do Águas em 1969, o lateral-esquerdo Paraguaio estava suspenso e o seu reserva imediato era o Rubinho Dantas, irmão do Tinz e Delém. Rubinho trabalhava fora e só aparecia na sexta-feira para treinar.


 Paraguaio, lateral-esquerdo do Águas (1968-69)


Por essa razão, durante a semana Sr. Jaime conversou reservadamente comigo e disse que me esforçasse nos treinos, pois poderia vir a precisar de mim, na lateral esquerda, no jogo decisivo do final de semana. A situação do Paraguaio dependia de um recurso do Águas a ser julgado na FMF, e o Rubinho, seu reserva, talvez não pudesse vir naquele final de semana, em razão do trabalho (ele trabalhava com eletrificação rural e ficava a semana toda fora de casa).

Eu levei um susto, deu um frio na espinha, e guaguejei: — Sim, Sr. Jaime... como o senhor quiser...

Guardei segredo e mesmo nervoso com a possibilidade de vir a jogar, me apliquei nos exercícios e treinamentos, mas a cabeça estava a mil: — Primeira vez, time profissional, à noite, adversário forte, jogo decisivo... Mas não comentei nada com ninguém e fui mentalmente combatendo o medo e a insegurança.


No sábado, o Rubinho chega e vai em meu lugar

Na sexta-feira, Paraguaio treinou no time principal, pois não se sabia o resultado do recurso do Águas. Mas o Rubinho não chegou para treinar. 

Sr. Jaime me chamou e disse: — Fica preparado. Se o Rubinho não aparecer, você é que vai, pois o Paraguaio talvez não possa jogar.

Então, treinei na lateral-esquerda do time reserva, e o Sr. Jaime interrompeu o treino diversas vezes para me orientar. — Chega junto, não dá espaço! Dá o fundo pro ponta, não deixa ele cortar pro meio! Abre pra receber! Levanta a cabeça! Olha o meia, toca e corre pra receber na frente! Vai no fundo e cruza com a esquerda! Corta com a esquerda e cruza com a direita! 

De sexta para sábado, ansioso ao extremo, não dormi direito, pensando no susto dos meus pais, nos amigos que não iam me perdoar por não lhes ter contado nada antes, na viagem, nos prováveis lances do jogo...


Rubinho Dantas, no Águas de 1966


Mas, no sábado, o Rubinho apareceu.

De algum modo, senti um alívio. Sorte ou azar? Não sei dizer... Mas essa foi minha primeira e última chance no time profissional do Águas Virtuosas

De fato, como já contei aqui no Guimaguinhas:

Em Três Corações, jogando pelo empate, o Águas perdeu a vaga numa final histórica contra o Atlético Clube daquela cidade. 

Placar de 1 X 0, gol contra do extraordinário zagueiro Pulga, em um lance de infelicidade: uma bola cruzada, um cabeceio dentro da área e a bola bateu-lhe na nuca e entrou.

Em 1970, endividado e desmotivado, o Águas Virtuosas terminou com o futebol profissional e também com o amador. 

Em 1970 e 1971, o juvenil do Águas passou a ser treinado pelo Zezé Gregatti.

Em 1971, parte do juvenil foi jogar no Vasquinho, que disputaria o Sul Mineiro Amador. A partir de 1972 e até 1974, fomos para o GR.ABI.

O time do Águas Virtuosas ressurgiria em 1975, para disputar o Campeonato Amador da Liga de Caxambu.

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REFERÊNCIAS

  • Ilustrações. Reprodução. Fonte. Mercado Livre e Internet
  • Entrevista do site GUIMAGÜINHAS com Betinho Nascimento
  • Fotos: Acervo deste autor

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MENINO SERELEPE

O livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem  é uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, nos anos 1960.
 O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE ÁGUINHAS. Veja acima o tópico Livros à Venda.

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Publicado por Guimaguinhas
em 29/04/2021 às 07h10
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