Ilustração: Reprodução. Hotel Bibiano, ao tempo do prefeito Américo Werneck (1909). Nesse local, atualmente, funciona a Pousada do Duque.
No número 1 desta série sobre a Planta cadastral mandada organizar por Américo Werneck em 1909, falamos sobre a área central e o Parque das Águas de Lambari (veja aqui).
No número 2, falamos sobre o ribeirão Mumbuca (veja aqui).
Neste terceiro post vamos tratar de antigos hotéis de Águas Virtuosas, mostrados na referida planta.
Vamos lá.
ANTIGOS HOTÉIS DE ÁGUAS VIRTUOSAS
Na série HOTÉIS DE AGUINHAS (aqui), falamos a respeito de nossos hotéis.
No post Retrospectiva histórica dos hotéis de Aguinhas, mencionamos os seguintes hotéis:
Esses e alguns outros mais aparecem registrados na planta de 1909, que estamos comentando.
Sobre os hotéis de nossa cidade, existentes no início dos anos 1900, MILEO (1970) informa que:
PROPAGANDA DE HOTÉIS - INÍCIO ANOS 1900
HOTÉIS NA PLANTA CADASTRAL DA VILA, EM 1909
Hotel Bibiano. Início dos anos 1900
Hotel Brasil. Início dos anos 1900
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O Hotel Central localizava-se na antiga Rua Comendador José Breves (atual José Ieno), do lado esquerdo da Praça N. S. da Saúde.
O prédio, que serviu de hotel, colégio e dependências da Prefeitura Municipal, foi incendiado em 1987
Ilustração: Reprodução. Recorte da planta cadastral da Villa de Águas Virtuosas, ao tempo do prefeito Américo Werneck (1909), mostrando o rio Mumbuca em seu trajeto pelo centro da cidade com seu leito retificado, bem como, na linha tracejada, em seu trajeto original. Acervo de Bibianinho Carvalho Rocha.
No número 1 desta série sobre a Planta cadastral mandada organizar por Américo Werneck em 1909, falamos sobre a área central e o Parque das Águas de Lambari (veja aqui).
Neste número 2, vamos enfocar o ribeirão Mumbuca.
Vamos lá.
Mumbuca, nos dicionários, significa uma
Para os lambarienses, é o riozinho que corta a cidade, e que já foi chamado de Ribeirão Lambarizinho e Lambari Pequeno.
Em 1860, seu curso foi modificado, pois, em épocas de cheias, com frequência as águas invadiam as fontes das águas minerais. [*]
[*] Ainda nos dias de hoje, por vezes, ocorre essa invasão.]
A cidade de Lambari localiza-se no Vale do Mumbuca, numa depressão em que foram descobertas, em 1780, as fontes de águas minerais.
A cidade — com 901 metros de altitude, circundada por serras, morros e colinas — se desenvolveu ao redor das fontes, no côncavo da baixada formado pelo vale do Ribeirão Mumbuca, que cruza toda a zona urbana de oeste para leste.
Mapa de acidentes geográficos. Reprodução (Internet, com adaptações)
O Ribeirão Mumbuca em seu longo percurso atravessa o vale que ora se estreita, ora se alarga, tomando feição assimétrica. Em sua parte mais larga se situa a região central da cidade, encravada entre serras e montanhas que a protegem dos fortes ventos.
O Mumbuca nasce no bairro Mantiva, passa pelos bairros Mumbuca e Jacu, recebe águas dos córregos: Barreiro, Lobos e do Lago Guanabara, passa pelo bairro Serrote e deságua no Rio Lambari, município de Jesuânia, MG.
À esquerda do Ribeirão Mumbuca empina-se a Serra das Águas, cuja altitude varia de 1200 a 1350 metros. À direita do Mumbuca, em faixa de terreno menos acidentada, no entorno das fontes de água mineral, desenvolveu-se o centro da cidade, com ruas planas, cruzadas por ruas mais íngremes.
Reprodução. SIGA - Circuito das Águas/CODEMGE
AS CHUVAS E O DESVIO DO RIO MUMBUCA
Em 1834, os poços das duas nascentes de águas minerais de Lambari não possuíam nenhuma proteção e se localizavam em um largo denominado Largo da Fonte.
Com as chuvas, os poços costumavam ser invadidos pelas águas do Ribeirão Lambarizinho (atualmente, Mumbuca).
Em 1850, os poços foram protegidos por esteiras, para evitar a queda de pequenos animais. [MILÉO, 1970, págs. 25-26]
Em 1860, deu-se o desvio do Rio Mumbuca, então vizinho às fontes. [CARROZO, 1998, p. 72]
Obras de mudança do curso do Rio Mumbuca. Trecho em frente da atual Praça da Fonte Luminosa. Anos 1860. Reprodução colorizada. Fonte: Museu Américo Werneck
Na mapa abaixo, figura o Rio Mumbuca no seu novo leito (desviado nos anos 1860).
Veja também, na linha tracejada, o curso do antigo leito, que ficava no trecho de terreno em que foi construído o Parque Wenceslau Braz (Parque Novo).
Note-se que inauguração do Parque Wenceslau Braz, em 1911, Werneck aproveitou parte da água do Mumbuca fazendo-a serpentear por sobre a área do novo parque, formando pequenas ilhotas.
Confira nesta foto da época águas desviadas do Mumbuca serpeando nos terrenos do Parque Novo:
Parte da água do rio Mumbuca serpenteava pela área do Parque Wenceslau Braz, formando pequenas ilhas
O Rio Mumbuca, da Ponte do Parque Hotel até defronte os jardins do Condomínio Imperial
o Rio Mumbuca segue em linha reta do Posto Gregatti até as Duchas
Ilustração: Reprodução. Planta cadastral da Villa de Águas Virtuosas, ao tempo do prefeito Américo Werneck (1909). Acervo de Bibianinho Carvalho Rocha.
Em 1909, tão logo assumiu a prefeitura de Águas Virtuosas, Américo Werneck providenciou a planta cadastral da vila, a qual tomou como base dos projetos das obras a executar para melhoramento da localidade.
Tais obras abrangiam duas partes:
Pois são aspectos desse documento raro que vamos comentar neste post.
Vamos lá!
NOME DAS RUAS E PRAÇAS DA VILA EM 1902
Em 1902, mediante a Lei n. 7, de 26 de abril de 1902, na gestão de Eustáquio Garção Stockler, então agente executivo de Águas Virtuosas, foram dados nomes a ruas, praças e travessas da vila, como se vê logo a seguir.
As denominações dadas por essa lei — que em parte prevalece até nossos dias — é a que aparece registrada na planta cadastral que estamos examinando.
Curioso notar que já em 1902 dava-se o nome de Américo Werneck a uma das ruas da vila.
O CENTRO DA VILA E O PARQUE DAS ÁGUAS
Nesta Parte 1 veremos o centro da vila e o Parque das Águas.
Centro da cidade e Parque das Águas
O centro da Vila de Águas Virtuosas e o Parque das Águas, início dos anos 1900
Ilustração: Instrumentos de pedra encontrados na região de Lambari (Alto Boa Vista)
As informações deste post foram extraídas do Fascículo 7 - População, emigração e Colônia de Nova Baden, da Coletânea PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI. [1]
São pequenas notas acerca da população indígena que habitou primitivamente a Região Sul do Estado de Minas, especialmente o chamado Sertão do Rio Verde, no qual estavam localizadas a cidade de Campanha e de Águas Virtuosas de Lambari.
Vamos lá.
POPULAÇÃO PRIMITIVA DO SUL DE MINAS
No final do século XVII, à procura de riquezas minerais, os bandeirantes paulistas com seus aliados indígenas atravessaram a garganta do Embaú na Mantiqueira e adentraram as matas Sul do Sertão do Cataguases – como era então chamada a região do centro, oeste e sul de Minas, ocupada por indígenas Cataguases ou Cataguás, conhecidos ainda por Catauás. [2]
O Sul de Minas, além dos Cataguás, era habitado também por Puris, Abatinguaras, Mandiboias, Moropaks, entre outros. À medida que vilas e cidades foram sendo criadas, as aldeias indígenas foram perdendo espaço e desaparecendo ao longo dos anos.
Esses povos indígenas e diversas outras etnias viviam há milhares de anos na região correspondente ao Sul de Minas e deixaram marcas em diversos lugares:
em Andrelândia é possível encontrar utensílios para uso doméstico e pessoal, utensílios para sepultamento dos mortos e cerâmicas pintadas em vermelho e branco. Tais objetos também podem ser encontrados em outros lugares do sul de Minas Gerais, como, por exemplo, os instrumentos de pedra e cachimbos presentes no Museu Regional do Sul de Minas, em Campanha, e os objetos (cachimbos, instrumentos de pedra e vasos funerários) expostos no Museu Municipal de Varginha. [3]
Instrumentos de pedra encontrados na região de Lambari (Alto Boa Vista)
Ferramenta primitiva de pedra, encontrada no bairro rural do Cafundó (Lambari, MG)
Ilustração: Capas dos 10 primeiros fascículos (formato e-book) da Coletânea PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI, contando a HISTÓRIA PRIMITIVA (de 1500 a 1780) e a HISTÓRIA ANTIGA (de 1780 a 1920) de nossa cidade.
⇔ Para baixar os e-books gratuitamente: https://guimaguinhas.prosaeverso.net/ebooks.php
⇔ Para comprar os livretos na editora UICLAP: https://loja.uiclap.com/autor/antonio-carlos-guimaraes/
⇔ Assista o vídeo de lançamento: https://www.youtube.com/watch?v=BLbSsNZz1T4 |
Lançamos hoje os 10 primeiros fascículos da Coletânea PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI, abrangendo as seguintes partes do Plano de Trabalho (aqui) proposto em setembro de 2021:
Confira a seguir.
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo.../Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer,/Porque eu sou do tamanho do que vejo/ E não do tamanho da minha altura...
ALBERTO CAIEIRO. O guardador de rebanhos. Poema VII
A COLETÂNEA PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI trata-se de uma série de fascículos, em formato eletrônico (e-book) e em formato impresso (livreto), na qual se narra de forma resumida a história de nossa cidade.
Com essa coletânea, esperamos estar contribuindo para compartilhar histórias e preservar a memória de Águas Virtuosas de Lambari, no desejo de que isso reforce nossa identidade e nos faça, cada vez mais, estimar essa terra e sua gente, porque nossa aldeia é tão grande como outra terra qualquer!
Esperamos também que seja um modesto estímulo a que professores e estudantes da área sintam-se atraídos por trabalhos sobre a história do Sertão do Rio Verde, da Região do Lambari, de Campanha da Princesa e de Águas Virtuosas de Lambari.
Por fim, advirta-se que a PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI que pretendemos escrever não se trata de trabalho acadêmico nem de historiador, e sim de um memorialista que quer divulgar a história de sua terra.
Antônio Carlos Guimarães – Site Guimagüinhas
Capas dos 10 primeiros fascículos (formato livreto) da Coletânea PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI
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Os fascículos são apresentados em dois formatos:
Os e-books podem ser baixados gratuitamente, no tópico BAIXE GRATUITAMENTE OS E-BOOKS a seguir.
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A Coletânea é especialmente interessante para as bibliotecas públicas ou de escolas e instituições de ensino – porque alcança, em maior número, as crianças e os jovens de nossa comunidade.
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Se quiser ler on-line ou baixar gratuitamente os e-books da Coletânea, clique os links que vêm a seguir:
I - A COLETÂNEA PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS
Fascículo 0. FONTES DE PESQUISAS DA NOSSA HISTÓRIA - Quem contou nossa história
II - HISTÓRIA PRIMITIVA
Fascículo 1. HISTÓRIA PRIMITIVA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI - Sertão do Rio Verde, Região do Lambari e Águas Virtuosas de Lambari
III - HISTÓRIA ANTIGA
Fascículo 2. FORMAÇÃO DA VILA - O primeiro século de existência
Fascículo 3. A ERA STOCKLER - A criação da estância de Águas Virtuosas
Fascículo 4. A ERA WERNECK - As obras fundadoras de Águas Virtuosas de Lambari
Fascículo 5. DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DA SAÚDE - A história da padroeira de Lambari
Fascículo 6. A LENDA DE ÁGUAS VIRTUOSAS - A estória de Cecília e Tancredo
Fascículo 7. POPULAÇÃO, EMIGRAÇÃO E A COLÔNIA DE NOVA BADEN - A formação populacional de Lambari
Fascículo 8. AS ÁGUAS MINERAIS DE LAMBARI - A história de nossa cidade é a história de nossas águas
Fascículo 9. O PARQUE DAS ÁGUAS DE LAMBARI - Em torno das fontes surgiu uma cidade
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Confira o conteúdo dos fascículos:
Nº O - FONTES DE PESQUISAS DA NOSSA HISTÓRIA - Quem contou nossa história
Nº 1. HISTÓRIA PRIMITIVA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI - Sertão do Rio Verde, Região do Lambari e Águas Virtuosas de Lambari
Nº 2. FORMAÇÃO DA VILA - O primeiro século de existência
Nº 3. A ERA STOCKLER - A criação da estância de Águas Virtuosas
Nº 4. A ERA WERNECK - As obras fundadoras de Águas Virtuosas de Lambari
Nº 5. DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DA SAÚDE - A história da padroeira de Lambari
Nº 6. A LENDA DE ÁGUAS VIRTUOSAS - A estória de Cecília e Tancredo
Nº 7. POPULAÇÃO, EMIGRAÇÃO E A COLÔNIA DE NOVA BADEN - A formação populacional de Lambari
Nº 8. AS ÁGUAS MINERAIS DE LAMBARI - A história de nossa cidade é a história de nossas águas
Nº 9. O PARQUE DAS ÁGUAS DE LAMBARI - Em torno das fontes surgiu uma cidade