Ilustração: Recorte - Ilustração do Coral Irmã Benigna - Reprodução - Fonte: www.irmabenigna.org.br
Neste post, vamos recordar a bondosa figura de Irmã Benigna, serva de Jesus, que está em vias de ser beatificada pela Igreja Católica.
Como se sabe, irmã Benigna por 5 anos (1950-1955) serviu no Asilo e Hospital São Vicente de Paulo, aqui em nossa cidade, "transpirando bondade, fé, tranquilidade e vontade de ajudar a todos que a procuravam", como registrou o Dr. José Benedito Rodrigues, que com ela trabalhou naqueles idos de 1950.
Confiram.
Em 16 de agosto de 1907, nasceu na cidade mineira de Diamantina, Maria da Conceição Santos. De família simples, ela recebeu de seus pais os verdadeiros valores cristãos da religião Católica. Mesmo pequenina, revelava dons divinos e manifestava vocação para a vida religiosa. Participava de celebrações da Santa Missa, coroações, procissões e reza do terço. Em sua terra natal, Irmã Benigna fez o curso primário e aprendeu a tocar vários instrumentos musicais. Era uma jovem muito virtuosa. Como catequista e professora de violão, evangelizava crianças e adultos. Despertava em seus companheiros de infância e mocidade grande amor pelas coisas divinas.
No dia 11 de fevereiro de 1935, dedicado a Nossa Senhora de Lourdes, Maria da Conceição Santos ingressou na Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade. Em 19 de março de 1936, dia dedicado a São José, ela fez seus primeiros votos religiosos nesta congregação mineira, passando a se chamar, a partir desta data, Irmã Benigna Victima de Jesus. Por amor e inspiração divina, ela escolheu este nome, entregando-se à plena vontade de Deus.
Na biografia de irmã Benigna, disponível no site oficial que lhe foi dedicado (aqui), encontramos registro de sua passagem por Lambari (MG), nos anos 1950.
Confira:
Em 1950, Irmã Benigna foi designada a prestar serviços em um Asilo Hospital, na cidade de Lambari/MG. Incansável, ela deixou ali suas marcas, desenvolvendo um grande trabalho como parteira e enfermeira, dedicando carinho e amor a todos, sem distinção, e ensinando que a oração é a força para vencer todas as dificuldades e o caminho para se obter as graças de Deus, junto a Nossa Senhora. O número de pessoas daquela cidade que reconheciam dons especiais e divinos em Irmã Benigna era cada vez maior. (Fonte: Wikipedia)
Asilo e Hospital São Vicente de Paulo (Lambari, MG)
Asilo e hospital em Lambari, MG, em que irmã Benigna serviu no início dos anos 1950
Fachada recente do Asilo e Hospital S. V. Paulo
Relato do Dr. José Benedito Rodrigues
O médico Dr. José Benedito Rodrigues, que conheceu e trabalhou com Irmã Benigna no Asilo e Hospital São Vicente de Paulo de nossa cidade, deixou os seguintes testemunhos sobre ela:
Fonte: Retrato do velho médico - J. B. Rodrigues
Fonte: Casa Progresso - J. B. Rodrigues
Irmã Benigna se tornou exemplo de esperança e caridade
O Brasil pode ganhar uma nova beata. É a irmã Benigna de Jesus que nasceu em Minas Gerais e se tornou exemplo de esperança e caridade.
Irmã Benigna tocava violão e piano, e sua música preferida era a Salve Rainha cantada.
Em homenagem a sua musicalidade, foi criado o Coral Irmã Benigna.
Os restos mortais no Santuário da Piedade
Reprodução. Fonte: Leandro Couri/EM/D.A Press
Santuário da Piedade recebe restos mortais de Irmã Benigna, rumo à beatificação. O santuário situa-se na Serra da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Com muita emoção e acolhidos pelos fiéis, os restos voltam ao local onde, em vida, a religiosa sofreu alguns de seus piores dias.
Confira a reportagem do jornal Estado de Minas
Carta aberta ao Papa Francisco
Carta aberta ao Papa Francisco pela beatificação de Irmã Benigna
(Fonte: http://www.irmabenigna.org.br/)
Veja esta notícia de fevereiro de 2022:
Ilustração: Ancinho, em Portugal também chamado engaço. Imagem de engaços em minaturas. Fonte: torre-moncovo.blogspot - aqui
Também nos divertíamos muito, lembrando ditos, expressões e
trovas populares, além de colecionar palavras em desuso na
língua, catadas tanto aos clássicos como aos matutos do
Sul de Minas Gerais.
(Do livro inédito : Pai Véio, um contador de histórias, de Antônio Lobo Guimarães)
Pelo que respeita à linguagem, tanto culta, como familiar ou popular,
é lá [em Minas Gerais] que me parece estar a feição primitiva.
(Gladstone C. de Melo, linguista e professor, de Campanha, MG,no livro A língua do Brasil)
A Série Vocabulário de Aguinhas trata-se de uma coleção de palavras e expressões, típicas de Lambari (MG) e região Sul do Estado de Minas Gerais, utilizadas no livro Menino-Serelepe.
Entre essas palavras e expressões, há algumas que são caracteristicamente lambarienses, como já mostramos aqui.
Pois bem, hoje colhemos algumas outras palavras e expressões típicas de Águas Virtuosas de Lambary, utilizadas por Sadonana (Senhora dona Ana, nascida em 1882), na linguagem familiar, conforme nos contou sua neta Sônia Martins Braga.
Vejam que expressões deliciosas:
Aquático, como se recorda, era o nome dado aos turistas que frequentavam as estações de água na região Sul Mineira (aqui).
Além dessas expressões, havia também alguns ditados proferidos por Sadonana:
Abaixo vai o número 11 da série VOCABULÁRIO DE AGUINHAS.
Confira.
No dicionário Aurélio
Do livro Lambari, a cidade das Águas Virtuosas, de Armindo Martins
Sobre Basílio de Magalhães, veja este post aqui
Quanto ao dicionário de Gustavo Barroso, veja aqui
Fonte: Aquáticos no Hotel Bibiano - Revista da Semana, 21/mai/1927 (Reprodução: bn.digital.gov.br)
Vocabulário de Aguinhas - Letra "I"
Impingem: Erupção, coceira na pele.
Inana: Situação ou acontecimento desagradável; discussão, briga, conflito, pancadaria, confusão. Aborrecimento, amolação, caceteação.
Inconha: Diz-se do fruto que nasce pegado a outro. Diz-se de coisas muito ligadas entre si.
Indez: Diz-se de, ou ovo que se deixa no ninho para servir de chamariz às galinhas.
Infernar: Atormentar, afligir, infernizar.
Ingaço: Corruptela de engaço = bagaço, coisa usada demais, velha, surrada.
Engaço da uva
Ancinho, em Portugal chamado de engaço.
Engaço - Sentido nos dicionários
O dicionário Michaelus define assim: ramificações do cacho de uvas.
O dicionário Priberam (de Portugal) dá definições mais amplas:
(origem duvidosa) - substantivo masculino
1. [Viticultura] Cacho de uvas despojado de bagos.
2. [Viticultura] Resíduo das uvas, depois de pisadas e de extraído o vinho. = CADRAÇO, CANGAÇO, CANGANHO, CANGO, CARDAÇO
3. [Agricultura] Instrumento agrícola em forma de pente, usado para limpar ou aplanar terras agrícolas ou ajardinadas. = ANCINHO, GADANHO
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa https://www.priberam.pt/dlpo/enga%C3%A7o
Insofrida: Impaciente; pouco paciente para sofrer.
Intojada: Corruptela de entojada: enjoada, metida.
Invernar: Demorar-se em alguma coisa ou lugar além do tempo devido.
Inzemprar: Corruptela de exemplar: Castigar exemplarmente, sobretudo espancando. [Brasileirismo.]
Irmandade da opa: Turma de beberrões; companheirada de copo. Por referência a “opa”, espécie de capa sem mangas, usada pelas confrarias e irmandades religiosas. [Irmão-da-opa = beberrão.]
(**) Este Vocabulário de Aguinhas faz parte do livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem, de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a coletânea HISTÓRIAS DE ÁGUINHAS. V. o tópico Livros à Venda.
Veja os demais números desta Série:
Ilustração: Flâmulas do acervo da família do jogador Chá, postado por sua filha no grupo Facebook/Historias de Lambari (Reprodução).
Em dezembro de 2017, o GUIMAGUINHAS resgatou o histórico hino do Águas Virtuosas Futebol Clube, mediante uma palinha de Bruno Camarcio e sua guitarra (aqui)
Hino do Águas Virtuosas, ao piano
Hoje vamos apresentar o hino do Águas Virtuosas ao piano, na interpretação de Dayse Alencar Rodrigues, e na voz de seus pais Maria Décia e Wilton.
A letra da Canção do Águas Virtuosas Futebol Clube
CANÇÃO DO ÁGUAS VIRTUOSAS FUTEBOL CLUBE J. R. de Almeida Neto Maria Letícia Carvalho |
1
VAMOS TODOS CORRENDO AO GRAMADO
VER O ÁGUAS PINGAR DE SUOR
LEMBRANDO SEU NOBRE PASSADO
NA CERTEZA DE SER O MELHOR
ESSE TIME QUE LANÇA CENTELHAS
INCENDEIA QUALQUER CORAÇÃO
QUANDO VESTE A CAMISA VERMELHA
FAZ VIBRAR IMORTAL TRADIÇÃO
Coro
NOSSO CANTO PRESENTE AO SAUDAR-TE
VALENTE E FELIZ CINQUENTÃO
SEJA SEMPRE UM SONORO ESTANDARTE
CLAMANDO O GENIAL CAMPEÃO
2
MARQUES SEMPRE A PRESENÇA DO FORTE
SOB O TETO DE ANIL DESTES CÉUS
NAS RENHIDAS BATALHAS DO ESPORTE
NAS CONQUISTAS DOS NOSSOS TROFÉUS
NESTE DIA, MAIS UMA VITÓRIA
ORNAMENTE TEU GRANDE VALOR
MAIS UM ANO COMPLETAS DE GLÓRIA
VIVA O ÁGUAS! LEAL LUTADOR!
Abaixo, letra e cifra da Canção do Águas Virtuosas Futebol Clube:
Wilton é empresário e magistrado aposentado; Maria Décia é também escritora, e tem publicado o livro de contos Vitrais em movimento (P. D. Araújo - Livraria e Editorra Cultura Goiana - Goiânia, GO, 1a. edição, 1976)
Capa: Eddie Esteves Pereira - Ilustações: Fotos de Hardy Silva
Ilustração: Postal n. 3 - Fachada lateral Cassino de Lambary - João Gomes de Almeida Filho - recorte
João Gomes D'Almeida
Sobre João Gomes D'Almeida [1847-1907] e seu filho João Gomes de Almeida Filho [1893-1961], os primeiros fotógrafos de Águas Virtuosas de Lambary, já fizemos alguns posts:
Pois bem, hoje voltamos a esses lendários personagens da história de nossa cidade e aos cartões postais clássicos que compuseram com paisagens de Águas Virtuosas de Lambary, fato que já referimos ao mencionar o trabalho de Francislei Lima da Silva (aqui)*
(*) O olhar de um fotógrafo e suas paisagens aquáticas - Francislei Lima da Silva - In Leituras Paisagísticas 5 - teoria e práxis - Rio de Janeiro EBA/UFRJ, 2015.
Fonte: O olhar de um fotógrafo e suas paisagens aquáticas - Francislei Lima da Silva [1]
Postais raros de Águas Virtuosas
Como se vê acima, os postais legendados por João Gomes de Almeida foram os seguintes:
Em seu trabalho, Francislei Lima reproduz alguns desses postais.
Pois bem, seguem abaixo alguns outros postais raros dessa coletânea. Confira.
Postal n. 3 - Fachada lateral do Cassino - Lambary
No alto pode-se ver o telhado original do Cassino, modificado posteriormente
Postal n. 6 - O grande Lago - Lambary
Foto provalmente tirada no dia da inauguração das obras de Werneck, quando se lançou ao lago a gôndola importada de Veneza (Itália) (veja aqui)
Postal n. 20 - Um horisonte (sic) do parque - Lambary
O primitivo laguinho do Parque Novo
Postal n. 10 - O rio Mombuca - Lambary
Essa foto raríssima mostra ponte sobre o Rio Mumbuca, que dava acesso aos Laticínios Silvestrini, onde se criou o famoso Catupiry (veja aqui)
Postal n. 2 - Paisagem de Lambary
Vista da chegada ao centro da Vila de Águas Virtuosas, vindo da Volta do Ó
Nota: Agradecemos a colaboração da sra. Luíza Silvestrini da Cruz, neta de João Gomes d'Almeida e sobrinha de João Gomes de Almeida Filho, pelas informações prestadas e cessão das fotos utilizadas neste post.
Ilustração: Roberto e Xepinha seguram a camisa do Águas Virtuosas, rubricada por ambos
Como sabem, o site GUIMAGUINHAS vem resgatando a história do futebol de nossa cidade, especialmente a do ÁGUAS VIRTUOSAS FUTEBOL CLUBE, que carrega o nome e as raízes históricas de Águas Virtuosas de Lambari.
Assim, na Série Águas Virtuosas Futebol Clube
podem ser encontradas histórias, fotos, reportagens e entrevistas de antigos craques de nossa cidade, como estes: Chá, Alemão, Criosóstomo, Tatá, Zezé Gregatti, Joãozinho Fernandes, Betinho Nascimento, os Barlettas, Quinzinho, Zanata, entre outros.
Pois bem, na semana passada, em companhia do Xepinha, velho amigo e companheiro de bola, fomos visitar o Roberto, que foi colega nosso no mirim/juvenil do Águas, no Vasquinho (de 1971), no GR.ABI e no Águas Virtuosas (início dos anos 70).
Abaixo, o relato desse saudoso encontro.
Roberto Silva vem de uma família de jogadores de futebol, entre eles Guelinha (o mais velho) e Pedro Guela (que jogou no Vasquinho, no GR. ABI e no Águas), conforme já contamos na Série Futebol em Família:
Roberto começou no mirim e depois juvenil do Águas Virtuosas, isso nos anos 1967-70.
Mirim do Águas, 1967: Alexandre, Geraldinho, Ieié, Celinho, Décio e Biguá. Agachados: Andrezinho, Zé Maria, Xepinha, Rubens Nélson e Roberto.
Ataque do Juvenil do Águas Virtuosas (1969): Xepinha, Roberto, Pedro Guela, Rubens Nélson e Dílson
Em 1970, o juvenil do Águas Virtuosas foi vice-campeão da cidade, perdendo a final para o experiente time do Vasquinho, por 1 x 0.
Juvenil do Águas, vice-campeão municipal, 1970: Ieié, Vaca, Adão, Guima, Firmino e Celinho. Agachados: Roberto, Xepinha, Zé Paulo, Pedro e Dílson.
Em seguida, passou pelo Vasquinho (1971), GR. ABI (1972-74) e Águas Virtuosas (1975-76).
Vasquinho de 1971, que disputou o campeonato amador Sul Mineiro da Liga de Varginha. Em pé: João Fubá, Zezé Gregatti, Édson, Vaca, Celinho, Bita, Cafezinho, Guima, Sérgio, Adão e Augusto (Presidente). Agachados: Roberto, Valmando, Véio, Picolé, Betinho, Pedro, Xepinha e Tuccinho.
GRABI X Ubiratan (Carmo de Minas), 1974. Edson, Vaca, Tinz, Tucci, Guima e Delém. Agachados: Roberto, Xepinha, Tatá, Chiquinho Barletta e Sérgio.
Gol de Roberto, jogo GR.ABI x Ubiratan, de Carmo de Minas, em 1974. Chiquinho Barletta, Xepinha, Roberto, Sérgio e Tucci comemoram.
O estilo de Roberto era o do ponta-direita clássico: técnico, driblador, rápido, bom chute na perna direita e fazedor de gols. Essas características o levaram a tentar a sorte em times profissionais de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
Roberto conta que, em 1973, esteve no juvenil do América Mineiro. Nesse início dos anos 1970, o Coelho tinha um esquadro poderoso, comandado pelo célebre Orlando Fantoni, no qual jogaram craques como Pedro Omar, Neneca, Juca Show, Hélio Alves, Hilton Oliveira.
No Juvenil do Coelho, cujo treinador era o preparador físico Célio Lara, Roberto conheceu Éder Aleixo e Dirceu Bisliquete, entre outros.
América de 1971: Nego, Oswaldo Cunha, Pedro Omar, Alemão, Vander e Cláudio Mineiro, em pé Hélio, Dirceu Alves, Jair Bala, Amaurí e Hilton Oliveira, agachados.(Reprodução/Fonte: http://sosumulas.blogspot.com.br)
Eder Aleixo, no América Mineiro (Reprodução/Fonte: Super Esportes)
Saindo do América, passou pelo time profissional do Muriaé, que então disputava o campeonato mineiro.
Em 1976, de volta ao Sul de Minas, jogou pelo Juventus, de Elói Mendes, que participava do campeonato da Liga de Varginha.
Depois foi para o São José Esporte Clube (Vale do Paraíba, SP), onde jogou com Serafim e Roberto Botu, entre outros.
Em 1979/80, tentou a sorte no Rio de Janeiro, tendo passado pelos times juuvenis do Flamengo, Vasco e Bangu.
No Flamengo, levado por Ivan Drummond, conheceu alguns dos craques que formariam o grande Flamengo dos anos 1980: Zico, Júnior, Júlio César.
No Vasco, no início dos anos 1980, treinou com Marcelo e Mamão, entre outros. No Bangu, trabalhou com Moisés, o Xerife, grande zagueiro do clube, que depois jogou no Vasco e Botafogo.
Há anos residindo novamente em Lambari, Roberto hoje dedica-se a escrever letras de músicas, atividade que começou quando, em sua passagem pelo Rio de Janeiro, conheceu o compositor e sambista João Nogueira.
Em seu acervo particular, Roberto tem várias letras de músicas, homenageando Pelé, Ronaldinho Gaúcho, o Galo Mineiro, e também artistas famosos, como Roberto Carlos e Hebe Camargo.
Roberto também assinou a histórica camisa do Águas Virtuosas, na qual o GUIMAGUINHAS vem coletando assinaturas de jogadores que atuaram pelo clube, e que pretende expor num futuro local que venha a guardar a memória do do A.V.F.C.