Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
25/05/2013 05h06
Peladeiros (1) - Gírias da pelada
Ilustração: Xepinha, Guima e Celinho - amigos de infância e de jogo de bola

Sumário


O palerma que não fez nada disso não sabe o que é ter
jogado bola na quadra da SOL ou no campo da piscina ou
no campinho do Cassino.
(— Par ou ímpar?)

 
(Extraído do poema Da famosa aventura de ter sido criança em Aguinhas,
do livro Menino-Serelepe)**

APRESENTAÇÃO

 

Par! Ímpar!... Ganhei! Eu escolho!

Para qualquer menino que jogou uma pelada, num campinho qualquer do Brasil, essas eram as palavras mágicas: as que davam início ao espetáculo. Em Aguinhas não era diferente.

Deixei anotado em o Menino-Serelepe diversas passagens sobre “jogos de bola” e “peladas” de que participei: jogo de bola de meia nas ruas da Vila Nova, jogo de bola no campinho do Chafariz, na roça do primo Braizinho, no Pasto do Fubá, no recreio do Coleginho, no campinho da Capoeirinha, na graminha do Hotel América, na quadra de terra da Igreja Protestante... (1)

A verdade é que na nossa meninice - eu e Xepinha, e depois o Celinho Brigagão – rodávamos a cidade inteirinha a busca de uma pelada... Éramos fominhas de bola - como então se dizia.

Pois bem, num sábado desses, saí de carro por Aguinhas para rever esses antigos campinhos de pelada: Capoeirinha, Cerâmica, Vila dos Pobres, Igreja Protestante, Chafariz da Vila Nova, Piscina do Parque Novo, Barrancão do Cassino... E não há mais campos de peladas, nem jogo de bola, nem garotos batendo bola na rua...

Saudosismo? Certamente. Não tínhamos outra coisa pra fazer? Fazíamos muitas outras coisas, mas nada superava o jogo de bola!

No começo, a ansiedade de ser - ou não ser - aceito no grupo, ou não ser escolhido no par-ou-ímpar. Depois, a vaidade de estar entre os primeiros escolhidos... No início, a longa espera para jogar alguns minutos, quando os moleques eram muitos ou quando os maiores não deixavam espaço para os menores... Mais à frente, a certeza de que a qualquer hora que chegássemos a nossa vaga estava garantida...

 

E as regras sagradas eram recitadas com antecedência:

Estrondada-é-da-defesa-banheira-num-tem-dois-num-é-falta-três-escanteio-vira-pênalti-saída-bangu-penalti-em-gol-é-gol-quem-isola-busca...  (2)

 

E assim foi que jogamos em todos os campos e times que pudemos. Assim foi que, juntos, fomos para o mirim, depois para o juvenil e depois para os times principais do Águas, do Vasquinho, do GRABI.

E se deu que acabamos no time de Veteranos do Águas, e de algum modo estamos hoje aqui jogando bola, nas saudosas lembranças deste diário eletrônico...


 

FOTOS

 

Mirim do Águas (1967)

Juvenil do Águas (1970)

Vasquinho (1971)

GRABI (1973)

Águas (1975)

Veteranos do Águas (1994)


 

CAMPINHOS DE FUTEBOL DA MINHA INFÂNCIA

Campinho da Capoeirinha - atual depósito da Prefeitura

Campinho do Cassino - lado direito do Cassino, próximo do Hotel Itaici

Campinho da Cerâmica - onde hoje se fez um loteamento

Campinho do Chafariz, na Vila Nova. Antigamente havia aqui um chafariz e no seu entorno um gramado

Campinho do Coleginho - Em frente da antiga Santa Casa, onde há hoje um estacionamento da Prefeitura

Campinho da Piscina

Campinho (quadra) da Igreja Protestante

Campinho do Hotel América - Antigamente, havia aqui um gramado

Campinho da Fábrica de Garrafas - Havia aqui, antigamente, um gramado cheio de cacos de vidro da antiga fábrica...

Campinho da Fábrica de Garrafas - Havia aqui, antigamente, um gramado cheio de cacos de vidro da antiga fábrica...

Nesta esquina, nos anos 1960, havia um campinho, cuja trave era formada por 2 cupinzeiros...

.


REFERÊNCIAS

(2) Saída bangu é fazer sair a bola, após um gol, diretamente das mãos do goleiro, sem passar pelo meio de campo, para ganhar tempo, pois, na pelada, o tempo é de ouro!

Mais algumas expressões relativas ao jogo de bola, extraídas do Vocabulário de Aguinhas:

Afinar: Desistir da briga, pedir penico. Não disputar bola dividida por medo de contusão.

Conga: Antigo sapato feito de lona e borracha; espécie de tênis. 

Pegar tatu: Cair e sujar-se. 

São-joão: Bola que é chutada para o alto em jogo de pelada.


SITE: A PELADA COMO ELA É

(*) Para quem não conhece, vale a pena conhecer este blog:

A pelada como ela é: aqui


LIVRO MENINO-SERELEPE

 (**) O livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem é uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, nos anos 1960.

O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE ÁGUINHAS. Veja acima o tópico Livros à Venda.

 

Publicado por Guimaguinhas
em 25/05/2013 às 05h06

Espaço Francisco de Paula Vítor (Padre Vítor)

 

Aprendizado Espírita Net

 

 

PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBAR... R$ 86,87
A FACE DESCONHECIDA DA MEDIUNIDADE - A sensib... R$ 29,78
A Guerra das Espingardinhas R$ 35,19
LIVROS/E-BOOKS DO AUTOR NA UICLAP E AMAZON/KI... R$ 1,00
As Águas Virtuosas de Lambari e a devoção a N... R$ 22,87
Os Curadores do Senhor R$ 36,40
Abigail [Mediunidade e redenção] R$ 33,55
Menino-Serelepe R$ 41,35
Site do Escritor criado por Recanto das Letras

Formas de interação com o site GUIMAGUINHAS

- Contato com o site - clique o link e envie sua mensagemhttp://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/contato.php

- Contato com o autor - envie mensagem para este e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com

- Postar comentários sobre textos do site - utilize esta ferramenta que está ao pé do textoComentar/Ver comentários 

- Enviar textos: utilize acima: