Ilustração: Jesus impondo as mãos e orando por uma criança
EVANGELHO E ESPIRITISMO (7) Jesus e a oração
A prece deve ser a chave da manhã e a tranca da noite.
GHANDI
O Pai Nosso
Kardec coloca no Evangelho Segundo o Espiritismo, no capítulo denominado Preces Gerais, a seguinte observação relativamente à ORAÇÃO DOMINICAL (Pai Nosso):
Os Espíritos recomendaram que, encabeçando esta coletânea, puséssemos a Oração dominical, não somente como prece, mas também como símbolo. De todas as preces, é a que eles colocam em primeiro lugar, seja porque procede do próprio Jesus (S. Mateus, 6:9 a 13), seja porque pode suprir a todas, conforme os pensamentos que se lhe conjuguem; é o mais perfeito modelo de concisão, verdadeira obra-prima de sublimidade na simplicidade.
Prece antes da tomada de decisão
No dia em que deveria decidir quem seriam os doze apóstolos que o ajudariam na sua Divina Missão, Jesus orou. Esta passagem está registrada Lucas 6,12-16.
E igualmente nós devemos orar para pedir inspiração em momentos como esse.
Jesus também agradeceu a Deus quando finalizou sua missão (João 17,6-26).
Quantos de nós temos orado em circunstâncias tais a essa?
Prece pelos enfermos
Nós os cristãos sabemos da importância da prece no restabelecimento de pessoas enfermas. O apóstolo Tiago proclama em sua epístola: E a oração da fé salvará o doente (Tiago 5,15).
Em verdade, ele praticava o que Jesus ensinara em seu ministério; e não só Tiago, como também os demais apóstolos, como ficou registrado em diversos passos em os Atos dos Apóstolos (1,14; 4,24; 7,60; 12,5; 12,12; 21,5).
Prece como ato de adoração
Mas devemos figurar a prece não apenas como ato curativo, mas, sobretudo, como ato de adoração a Deus, isto é, de aproximação e comunicação com a Divindade. E, nesse aspecto, ela se torna um ato profilático, quer dizer, uma ação preservativa e nutritiva do equilíbrio psíquico e da saúde orgânica.
Assim, devemos conceber a prece como uma atitude de vida interior: diária, constante e profunda, como Jesus ensinou, pois nos Evangelhos vemos que Ele afirma a necessidade de orar sempre (Lc 18,1; Mt 26,41), e os relatos mostram-no orando constantemente (Lc 9,18), seja pela manhã (Mc 1,35), seja à tarde (Mc 6,46-47), seja à noite (Lc 6,12), seja só (Lc 5,16), seja na presença dos apóstolos (Lc 9,18).
E bem assim podemos vê-lo proclamando a força da oração (Mc 11,24; Lc 11,9) e ensinando a orar (Mt 6,9; Lc 11,2-4).
Orou por si mesmo (Jo 17,1-5), orou por seus seguidores (Jo 17, 6-26).
Diversas foram suas orações em público (Mt 11,25; Lc 3,21; Jo 11,41; 17,1); e em momentos de solidão e agonia, clamou pelo Pai Celestial, quer no Getsêmani (Lc 22,41-42), quer no Calvário (Lc 23,34 e Lc 23,46).
É de notar que foi o Espiritismo que provou a eficácia da prece, mostrando que ela é uma realidade tangível, e que a transmissão do pensamento funciona como se fora um telégrafo, enviando ondas de forças psíquicas que são captadas nos mundos invisíveis. (O Livro dos Espíritos, Questões 658 a 666; O Evangelho segundo o Espiritismo, Capítulo XXVIII).
Referências
- Novo Testamento - https://www.bibliaon.com/
- O Evangelho segundo o Espiritismo e O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
- Uma entrevista - Cap. 6 - in Os Curadores do Senhor - Antônio Carlos Guimarães - Uiclap, 2022 - https://loja.uiclap.com/titulo/ua14193