Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Textos
Ilustração: Jesus curando
A trama de ações e reações na vida humana

A palestra proferida por Antônio Carlos Guimarães na Seara Espírita Bezerra de Menezes (Lambari, MG), neste 11 de agosto, procurou mostrar como a Lei de Causa e Efeito manifesta-se nas encarnações sucessivas dos seres espirituais na sua jornada multimilenar rumo à perfeição.

Segundo o Espiritismo, somos criaturas espirituais, dotadas pela Consciência Divina dos gérmens da perfeição, que são postas a desenvolver seus dons numa fieira de vidas sucessivas, em mundos corporais. Inicialmente em mundos primitivos e depois em mundos mais evoluídos. 
No atual estádio de nossa evolução, estamos encarnados num mundo ainda imperfeito — mundo de provas e expiações — mas nossa destinação é a Angelitude.

Nessa perspectiva, a Providência inscreveu em nossa consciência as Leis Divinas — leis de natureza moral que guiam nossa Evolução. Entre essas leis, estão a Lei de Progresso, a Lei de Trabalho, a Lei de Liberdade e a Lei de Amor, Justiça e Caridade. A primeira se refere ao progresso moral e intelectual da humanidade; a segunda, à necessidade natural de trabalharmos para evoluir; a terceira, à liberdade de escolha possível ao homem em sua jornada evolutiva e à responsabilidade que lhe cabe pelas escolhas que faz; e a última, às regras de convívio fraternal entre as criaturas. Tais as principais leis morais examinadas dentro do tema Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito.

Afirmou o expositor que o objetivo primordial da encarnação dos Espíritos, ao suportar as vicissitudes da existência corporal, é evoluir e concorrer para a obra geral da criação. Nesse processo lento e multimilenar, os Espíritos sujeitam-se a provas e expiações. As expiações apontam ao passado; as provas, ao futuro. (
O Livro dos Espíritos - Questão 132)

Para ilustrar que somos autores do nosso destino, e que esse é resultado das tramas de ações e reações que vimos tecendo ao longo de séculos incontáveis, o palestrante citou Huberto Rohden:

 
Convida os elementos celestes, e eles tecerão a tua vida rumo às alturas – convida os elementos terrestres, e eles tecerão tua vida rumo ao abismo. É este o glorioso e funesto privilégio do livre-arbítrio – que te faz criador do teu destino. Mas os fios com que o teces não são apenas de hoje, nem de ontem – remontam a milhares de anos e de séculos, a incontáveis eons e eternidades.
 
A seguir, mencionou diversas passagens evangélicas que falam da responsabilidade pessoal do Espírito por seus pensamentos, escolhas e ações, como estas:
 
Porque aquilo que o homem semear, isso também colherá. (PAULO, Gálatas, 6:8)

Então Jesus lhe disse: Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada à espada perecerão. (Jesus, MATEUS, 26:53)

Retorquiu Jesus: Em verdade, em verdade vos digo, que todo aquele que comete pecado é escravo do pecado. (Jesus, JOÃO, 8:34)

Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados. (MARCOS, 2:5) 

 
Explicou ainda o conceito da dor, em face dos postulados espíritas:
 
A dor é inerente à imperfeição, e como somos espíritos em evolução, vivendo num mundo inferior, nos sujeitamos inelutavelmente a ela. Mas nem tudo é dor e sofrimento e nem toda dor é expiação. A dor não é punitiva, mas educativa e disciplinadora, e deve ser vista como instrumento de evolução e equilíbrio. Assim, é possível, didaticamente, expressar: 
 
- Dor-débito  tem como causa fatos negativos do passado.
- Dor-evolução
 é o impulso divino que nos constrage a evoluir, que nos faz suportar as vicissitudes da vida corporal com paciência e aplicação, compreendendo, ao mesmo tempo, o papel que nos cabe na obra da Criação. (Questões 132 e 258a de O Livro dos Espíritos)
- Dor-crédito
 decorre da resignação em face  provações decorrentes de contingências materiais inerentes à vida neste planeta. (Questões 738b e 739 de O Livro dos Espíritos)
- Dor-missão
 são situações em que Espíritos abnegados se reencarnam para ajudar antigos afetos e/ou outros Espíritos necessitados. É o caso de Jesus, na sua missão de esclarecimento espiritual à humanidade.

Nota: Para um estudo mais completo deste tópico, veja estas Questões de O Livro dos Espíritos  aqui
 
Passo seguinte, trouxe os conceitos espíritas de Acaso, Determinismo, Livre-Arbítrio, Fatalismo, Destino, Carma, Escolha de Provas, Prova, Expiação e Missão.

Para ilustrar a trama da Lei de Ação e Reação na vida humana, e evidenciar que nem todo quadro de dor e sofrimento se reduz a resgates cármicos, e que o carma também se apresenta com resultados benéficos, contou três histórias:
 
Marcel, a criança de nº 4 (do livro O Céu e o Inferno,  de Allan Kardec - 3ª. Parte)

Trata-se do caso de um menino inteiramente disforme, cujas pernas tortas alcançavam-lhe o pescoço, e de magreza tamanha que a pele se dilacerava sob a saliência dos ossos; seu corpo era uma ferida só e seus sofrimentos atrozes. Sofreu num leito de hospital, sem lamúrias suas dores e padecimentos, quase sempre longe da família, que pouco o visitava. No caso, não se tratava de carma, e sim de uma escolha do espírito, que quis ser exemplo de resignação e aceitação para os demais internos do hospital, que lastimavam suas dores e blasfemavam contra a Divindade.

Condessa Paula (do livro O Céu e o Inferno, de Allan Kardec - 2ª. Parte)

Era uma mulher jovem, bela, rica, de nascimento ilustre de acordo com o mundo, e ademais, um modelo consumado de todas as qualidades do coração e do espírito. Sua posição social e altas funções do marido a ocupavam, mas economizava para ajudar os necessitados, e fazia isso, piedosamente, sem constrangê-los. Encontrou meios de conciliar os seus deveres sociais com os seus deveres na assistência aos infelizes. Morreu serenamente com trinta e seis anos, em 1851. Caso de um espirito evoluído, que por merecimento se reencarnou em condições relativas de felicidade terrena.

O Cego de Nascença (Evangelho de João, 9, 1 a 34)


— Mestre, foi pecado desse homem, ou dos que o puseram no mundo, que deu causa a que ele nascesse cego? Jesus lhes respondeu: — Não é por pecado dele, nem dos que o puseram no mundo; mas, para que nele se patenteiem as obras do poder de Deus.

O ensino é límpido: nasceu assim cego “para que nele se manifestasse a ação de Deus”, ou seja, para que se faça sentir o impulso divino que o constrange a evoluir. (CARLOS TORRES PASTORINO, Sabedoria do Evangelho, v. 5, p. 99).
 
Esta apresentação REENCARNAÇÃO E LEI DE CAUSA E EFEITO, em PowerPoint está disponível aqui
 
​Veja também: 

- O Processo de Encarnação dos Espíritos (aqui)
- Lei de Causa e Efeito na Codificação Kardequiana (aqui)
- Os laços e os nós (aqui)

 
Guimaguinhas
Enviado por Guimaguinhas em 12/08/2015
Alterado em 13/08/2015
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