Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
27/04/2019 08h57
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - A PARADINHA MELLO e suas muitas histórias...

Ilustração: O trem chegando. Painel na Parada Mello, em Lambari, MG. Trabalho do artista José Mateus de Oliveira


SUMÁRIO


Apresentação

E o cenário das brincadeiras e das artes se expandiu. Pra resumir e pra contar só o diferente, se brincava de trolinho de cabo de vassoura que a gente fabricava pra descer, a jato, o morro da Paradinha Melo. Os trolinhos eram dois cabos de vassouras postos em paralelo, com a parte de baixo untada de sebo de vaca, travados pelo assento e pelo apoio de pé, feitos de madeira. 

(Do livro MENINO-SERELEPE)


Não há quem nascido e criado em Águas Virtuosas de Lambari nas cinco primeiras décadas dos anos 1900 que não tenha uma história para contar sobre a Paradinha Mello...

De fato, inaugurada em 1894 e ampliada em 1908, o Apeadeiro Mello (nome primitivo) passou à memória de nossa cidade como Parada Mello, ou carinhosamente como Paradinha Mello, deixando atrás de si um rastro de histórias...

Reprodução: O Paiz, 27, ago, 1908 (bn.digital.gov.br)

Neste post vamos recordar algumas delas e também o andamento das obras de restauração por que vem passando aquele memorável pedacinho de Águas Virtuosas de Lambari.

Vamos lá.


A Paradinha Mello aqui no site Guimaguinhas

 

Sobre a Paradinha Mello, veja estes posts:

Um texto romanceado sobre a chegada de um turista na Parada Mello, para se hospedar no Hotel Imperial

Assim se chamava inicialmente a nossa Paradinha Mello

Post sobre a reforma da Parada Mello 

Série de posts sobre o trem de Águas Virtuosas de Lambary

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Algumas histórias

Depois escalávamos o barranco que dava pros lados da casa do Copide, cruzávamos a cerca-viva de cana-da-índia, saltávamos no leito da linha do trem, percorríamos um trecho até a Parada Mello e por ela reentrávamos no Hotel Imperial, que ali havia um acesso para os passageiros que chegavam de trem. Mas por esse tempo, já trem não havia mais.

(Do livro MENINO-SERELEPE)


O texto acima refere-se a uma das "muitas aventuras do Menino-Serelepe" na Parada Mello, e como eu muitas crianças passaram por ali a busca de diversão...

E adultos também contam histórias, como esta:

"Nem precisei fechar os olhos para ver as janelas, levantadas por causa das fagulhas, com as letras RMV, naquele branco fosco, embutidas no vidro. Até senti o gosto — mais açucarado, impossível — do Guaraná Radar, fabricado em Passa-Quatro, logo ali depois de Cruzeiro. De 1939 até 1963, passamos as férias em Lambari. Os primeiros 14 anos descendo na Parada estação de Lambari mesmo. O vagão dormia lá, a gente chegava com tempo para se acomodar, a bagagem. Aí chegava a Maria Fumaça puxando os vagões de São Melo, junto do Hotel Imperial. Na volta o embarque era pela Gonçalo do Sapucaí e Cambuquira. Tinha aquele vai-vem, o engate do nosso vagão e a descida até Cruzeiro" (João Luiz de Albuquerque, 06/2006).

Fonte: Estações Ferroviárias do Brasil - Parada Melo - aqui

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A mais antiga foto da Paradinha Mello

 

É de 1914, a foto abaixo, que retrata turistas descendo na Paradinha Mello, para se hospedarem no Hotel Mello, que pode ser visto ao fundo, à esquerda.

Reprodução: Revista Fon Fon n. 17, de 1914 (bn.digital.gov.br)

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Fotos das obras de revitalização

Estão em fase de acabamento os belos e memoráveis painéis do artista José Mateus de Oliveira.

E suas pinturas também contam histórias: viajantes que chegam, o maleiro que recolhe as bagagens, o homem que lê jornal, o trem cheio de crianças...

O artista diante de sua obra: José Mateus de Oliveira posa para o autor deste post

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Dona Tal mata saudades do trem de Aguinhas

Muitas histórias pra contar sobre o trem de Águas Virtuosas e de suas estações (a principal e a Parada Mello), tem também Teresa Salles Krauss, conhecida por Dona Tal.

De fato, Dona Tal é a remanescente mais velha do casal Joaquim Salles e Emília Bispo Salles, ele o último agente da estação de trem de Lambari.

Joaquim Salles e netas (Celeste Emília e Maria Dorotéia), nos anos 1960. 


Desde o nascimento, Teresa sempre viveu numa estação ou num vagão de trem, tendo acompanhado os pais por Ribeirão Vermelho (perto de Lavras), São Gonçalo do Sapucaí e Freitas (município de Soledade de Minas). Nessa última, as condições eram precárias e a família residia num velho vagão estacionado no pátio da estação, próximo do Rio Verde.

 Em Lambari, morava na casa ao lado da estação e ali também passou seus primeiros anos de casada.

Aos fundos e à esquerda da foto, ficava a residência de Joaquim Salles, agente da estação

Sentada, Dona Emília e Celeste, a primeira neta e filha mais velha de Dona Tal


Uma das diversões dos filhos do agente da estação, Dona Tal, inclusive, era apanhar o trem na estação principal e descer, 300 m depois, na Paradinha Mello... ou vice-versa....

Abaixo, Dona Tal, hoje já passada dos 80 anos, matando saudades de românticos tempos antigos...

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Referências

  • O Paiz, 27, ago, 1908 (bn.digital.gov.br)
  • Revista Fon Fon n. 17, de 1914 (bn.digital.gov.br)
  • Museu Américo Werneck
  • Acervo pessoal do autor

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O livro Menino-Serelepe 

O livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem  é uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, nos anos 1960.
 

 O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE ÁGUINHAS. Veja acima o tópico Livros à Venda.


 

Publicado por Guimaguinhas
em 27/04/2019 às 08h57
 
29/03/2019 13h41
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - AS ÁGUAS VIRTUOSAS - Origem e circulação das águas minerais do Sul de Minas

Ilustração: Recorte capa Projeto SIGA-CIRCUITO DAS ÁGUAS. Codemge/MG


SUMÁRIO


Apresentação

As primeiras nascentes de águas minerais do Sul de Minas foram descobertas em 1780/90, aos pés da Serra da Campanha (atual Serra das Águas) — e ficaram conhecidas, inicialmente, por:

  • Águas Virtuosas de Campanha do Rio Verde,
  • Águas Santas da Campanha e 
  • Águas Virtuosas da Campanha

Essas fontes deram origem à cidade de Águas Virtuosas de Lambary, município criado em 1901, cujo nome foi alterado para Lambari, no ano de 1930.

A expressão águas virtuosas foi associada também às águas de Caxambu e Cambuquira, descobertas posteriormente às de Lambari. 

As Águas Virtuosas de Baependy (depois Caxambu) foram descobertas em 1814, e as Águas Virtuosas de Cambuquira, nos anos 1860.

Em dezembro de 2018, vieram à luz os resultados da pesquisa denominada Projeto Circuito das Águas de Minas Gerais, promovida pelo Governo Mineiro, por intermédio da CODEMG/Fundep/UFMG, que trouxe novos e interessantes dados sobre a origem das nossas águas e os fatores que as influenciam.

Confiram o resumo a seguir.


Posts sobre as ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY

 

AS ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI E A DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DA SAÚDE - E-book

 Este livreto, escrito por Antônio Carlos Guimarães, é um resumo da história da descoberta das Águas Santas, depois Águas Virtuosas, do outro lado da Serra da Campanha, donde surgiu o povoado de Águas Virtuosas da Campanha, depois paróquia de Águas Virtuosas de Lambari e atualmente a cidade de Lambari, na região Sul de Minas Gerais, e de sua padroeira Nossa Senhora da Saúde. Sua finalidade é divulgar a história de nossa cidade, criada em torno dos mananciais das Águas Virtuosas, cujas propriedades medicamentosas e curativas estão cultural e religiosamente associadas à devoção a Nossa Senhora da Saúde – a Senhora das Águas. 

Baixe gratuitamente o e-book AQUI

 

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Projeto Circuito das Águas (Sul de Minas Gerais)

O Projeto Circuito das Águas, realizado pela Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), atualizou e aprofundou os conhecimentos técnico-científicos sobre as áreas de fontes hidrominerais na Bacia do Rio Verde, que abrange a estâncias hidrominerais de Caxambu, Cambuquira (Marimbeiro), Conceição do Rio Verde (Contendas) e Lambari.

Os estudos, feitos por intermédio da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep/UFMG), trouxeram nova visão da origem e dos fatores que influenciam as águas minerais da região.

A pesquisa, coordenada por Antônio Carlos Pedrosa Soares, da UFMG, durou 11 meses e custou 2 milhões de reais ao Governo do Estado. 

Em dezembro de 2018, Pedrosa Soares, da UFMG, que apresentou os resultados da pesquisa, informou:

Foi, na verdade, uma verdadeira revolução no entendimento da origem e da circulação das águas minerais do Circuito das Águas.

Trata-se de um projeto que estuda as águas minerais dessa região com métodos robustos e detalhamento de campo. Ou seja, uma verdadeira quebra de paradigma, no entendimento da Codemge, pois, com os resultados e conclusões do projeto, a Empresa agora pode colocar a público um grande acervo de informações transformadoras do modelo hidrogeológico que vinha sendo adotado para a região.


Prof. Pedro Soares apresentando os resultados da pesquisa. Reprodução/Fonte: Fundep/UFMG


Fonte: http://www.fundep.ufmg.br/projeto-circuito-das-aguas/

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Os principais pontos das novas descobertas

A pesquisa traz importantes descobertas e conclusões sobre o maior patrimônio da região do Circuito das Águas — as nossas Águas Virtuosas.

Vejamos os pontos principais:

  • As águas minerais do Circuito das Águas Sul Mineiro são águas de chuvas antigas, que se infiltraram profundamente no subsolo rochoso da região, segundo fluxos de circulação com até mais de 5 mil metros de profundidade.
  • São também muito antigos os gases extraídos dessas águas minerais, chegando a idades superiores a 30 mil anos.
  • As áreas de captação das águas do Circuito ultrapassam os limites das sub-bacias dos parques da região e podem ir além dos limites da Bacia do Rio Verde.
  • Em condições naturais normais e sem interferências humanas (quando não se misturam com águas rasas e superficiais), as águas minerais do Circuito mantêm suas características preservadas e sem contaminação.
  • Os dados sugerem que as águas minerais do Circuito se originaram em bacias subterrâneas bem distantes da nossa região, provavelmente na Serra da Mantiqueira.
  • Comparativamente, pode-se dizer que as águas são mais antigas que Luzia, a mulher paleolítica que viveu em Minas Gerais, cerca de 11 mil anos atrás.
  • No caso de Caxambu, observou-se que as águas do Parque têm assinatura das rochas alcalinas, sendo mais salinizadas, padronizadas e diferenciadas. Após seu longo trânsito, essas águas circulam na parte profunda de um edifício vulcânico alcalino, do qual herdam características químicas. Esse edifício vulcânico está hoje parcialmente exposto no Morro do Caxambu.
  • Nos demais parques, as águas têm assinaturas das rochas regionais e, mesmo sendo diversificadas, são geralmente menos salinizadas.
  • Os dados indicam que as águas se originam em mananciais distantes dos parques onde brotam, e que os gases dessas águas não têm relação com as turfeiras (tipo de depósito raso feito de turfa, material com elevada acumulação de matéria orgânica resultante da deposição de restos vegetais) presentes nas sub-bacias dos parques, como se pensava anteriormente.

Fonte: http://www.fundep.ufmg.br/projeto-circuito-das-aguas/

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SIGA - Circuito das Águas

Os produtos do Projeto Circuito das Águas de Minas Gerais (CODEMGE – FUNDEP) são o Sistema de Informações Geoambientais do Circuito das Águas, sob a denominação geral de

  • SIGA – Sistema de Informações Geoambientais do Circuito das Águas (SIGA - CIRCUITO DAS ÁGUAS)

O livro acima faz parte do sistema supracitado

O livro SIGA - CIRCUITO DAS ÁGUAS está disponível AQUI


A plataforma informatizada SIGA – CIRCUITO DAS ÁGUAS tem como objetivo a ampla e ágil divulgação da informação, bem como o seu uso em computadores e outros dispositivos eletrônicos, facilitando a sua utilização para fins científicos, educacionais e de controle, assim como para elaborar materiais informativos de divulgação pública.

Fonte: http://www.fundep.ufmg.br/projeto-circuito-das-aguas/

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Vídeo - EPTV Sul de Minas

Estudo descobre que fontes do Circuito das Águas são resultado de acúmulo de mais de 30 mil anos

Pesquisadores concluíram que águas minerais são resultado de acúmulo das chuvas.

Reprodução. Fonte: G1 - EPTV - Sul de Minas

Confira este vídeo aqui


Outras informações

Referência à Água virtuosa da Campanha (a nossa água mineral de Lambari), no Formulário ou Guia Médico do Brasil,  de Pedro Luiz Napoleão Chernoviz, 6a. edição, 1864


Livros sobre as ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY

        

  • CHAVES, Benício. Água de Lambary. Lambary, MG : Pinto & Cia., 1932
  • LISBOA JÚNIOR, João. Aplicações terapêuticas das águas minerais de Águas Virtuosas do Lambary e épocas de estação. 1928
  • MILEO, José N. A água mineral de Lambari. Cruzeiro, SP : Ed. Liberdade, 3a. ed., 1968

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Referências

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Publicado por Guimaguinhas
em 29/03/2019 às 13h41
 
20/03/2019 09h08
ÁGUAS VIRTUOSAS FUTEBOL CLUBE (70) - Times dos anos 1940 e 1950

Ilustração: Lance de gol do time do Águas Virtuosas. Caxambu - 1948. Os atacantes que aparecem na foto são Hélio Fernandes e Val.


SUMÁRIO


Apresentação

Abaixo vão fotos do time do Águas Virtuosas dos anos 1940 e 1950.

Há também uma foto de lance de jogo do Águas Virtuosas em Caxambu, em 1948, em que aparecem os atacantes Hélio Fernandes e Val.

Em próximos números, vamos publicar fotos de times e lances de jogos do campeonato da Liga de Caxambu do ano de 1948. Aguardem.

Todas essas fotos foram cedidas pela família de José Sgarbi Astério, a quem agradecemos.


Fotos

Time do Águas dos anos 1940

Entre outros: em pé: Val, Rely e Nenen Nascimento. Agachados: Maurício Souza, Quinzinho, João Fernandes, Betinho Santoro

Entre outros: em pé: João Fernandes, Crisóstomo, Val, Maurício Souza, Nenen Nascimento e Betinho Santoro


Lance de ataque - Time do Águas - 1948

Jogo pela Liga de Caxambu - 1948 - no Campo do CRAC. De frente do lance: Hélio Nascimento e Val, atcantes do Águas Virtuosas


Time do Águas anos 1950

Entre outros, em pé: Crisóstomo, Hélio Fernandes, João Modesto, Gidão, Vavá Bacha e Cunha. Agachados: Maurício Souza, Beto do Amâncio, Quinzinho, Nenen Nascimento e Pinelinho.

No início dos anos 1950, começava a se desenhar o time do Águas Virtuosas, que viria a ser vice-campeão em 1953, conforme já contamos aqui.


Referências

Agradecemos aos familiares de José Sgarbi Astério e Betinho Santoro pela cessão das fotos

Publicado por Guimaguinhas
em 20/03/2019 às 09h08
 
23/02/2019 10h24
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - Postais de Águas Virtuosas - Décadas 1910/20

Ilustração: Cúpula do Pavilhão das Fontes - Parque das Águas de Lambari. Década de 1920


SUMÁRIO


Apresentação

Já disponibilizamos aqui no GUIMAGUINHAS diversas séries de fotos e postais antigos de Águas Virtuosas de Lambary, como estas:

Pois bem, hoje selecionamos alguns postais das décadas de 1910/20.

Confira.

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Postais de Águas Virtuosas de Lambary - Décadas de 1910/20

Confira a reprodução de diversos postais de Águas Virtuosas de Lambari, das décadas de 1910/20:

Barragem do Lago - Recorte do postal acima

Cúpula do Pavilhão das Fontes - Recorte do postal acima

Aspecto das fontes ao tempo Américo Werneck. Ao fundo, vê-se o Cassino das Fontes, que funcionava no recinto do Parque das Águas

As fontes 1 e 2 jorrando. Vê-se que o design pouco mudou em mais 100 anos. Recorte do postal acima. 

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Referências

  • Reprodução - Site Mercado Livre
  • Museu Américo Werneck - Lambari, MG
  • Acervo do autor

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Publicado por Guimaguinhas
em 23/02/2019 às 10h24
 
14/02/2019 05h12
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - Balneários de Águas Virtuosas de Lambary

Ilustração: Recorte projeto de balneário para Águas Virtuosas de Lambary, que não se realizou.


SUMÁRIO


Apresentação

Como já contamos no número 1 da Série Parque das Águas (aqui), o espaço físico em torno das fontes de Águas Virtuosas evoluiu deste modo:

Em 1834, os poços das duas nascentes de águas minerais não possuíam nenhuma proteção e se localizavam em um largo denominado Largo da Fonte. Com as chuvas, os poços costumavam ser invadidos pelas águas do Ribeirão Lambarizinho (atualmente, Mumbuca). Em 1850, os poços foram protegidos por esteiras, para evitar a queda de pequenos animais. (1) Em 1860, deu-se o desvio do Rio Mumbuca, então vizinho às fontes.  (2)

Na segunda metade da década de 1860, o Largo da Fonte foi reformado e melhorado, e as duas nascentes foram reunidas em um único poço, abrigado em prédio ladrilhado, coberto de telhas e protegido por grades de ferro. Então, ajardinou-se o Largo, construiu-se um pequeno chafariz e deu-se início à construção do balneário. Com essas melhorias, o Largo da Fontepassou a ser chamado de Praça dos Poços.  (1)

Em 1888, quando Garção Stockler era o concessionário das águas, a Praça dos Poços foi cercada com grades de ferros e o balneário foi reformado e posto em funcionamento. A partir daí passou o complexo passou a ser denominado de Parque das Águas. (1)

E no mesmo texto sobre o Parque das Águas, anotamos também:

Em 25 de janeiro de 1895, a Empresa de Águas Minerais Lambari-Cambuquira assinou contrato para exploração das águas; tal empreendimento durou até princípio de 1904, quando a empresa entrou em liquidação forçada. E, por essa razão, em 18 de maio de 1906, mediante o Decreto n. 1903, o Governo do Estado encampou os bens e direitos da empresa, entre eles - o parque, o balneário (com duchas, banheiras, mobiliário), o cassino (existente dentro do recinto do parque), as fontes recentemente captadas, o galpão de engarrafamento e os terrenos, casas e benfeitorias anexos à fonte do parque. (3) e (4)

Por essas notas, vê-se nos locais grifados que desde a segunda metade dos anos 1860 havia um balneário no entorno das fontes.

Recorde-se que nos projetos de Américo Werneck para Águas Virtuosas de Lambari (1909-1911), conforme anotamos aqui, havia previsão de um balneário a ser construído dentro do Parque das Águas (abaixo, foto 1).

Ao tempo do Hotel Mello havia o Estabelecimento Hydrotherapico, que, incorporado pelo Hotel Imperial, funcionou durante anos (abaixo, foto 2).

E houve também um projeto (abaixo, foto 3), provavelmente dos anos 1930/40, de um grande e moderno balneário, mas  o plano não se realizou.

Confira a seguir.


Segundo o dicionário Michaelus, a palavra balneário tem estas significações:

1 Local público onde se pode tomar banho.

2 Estância de águas termais onde se toma banho medicinal.

3 Cidade praiana, muito procurada por turistas

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Antigo balneário no Parque das Águas

Ao que se sabe, esta foto data do início dos anos 1900, e mostra o antigo balneário do Parque das Águas. Em 1909/1911, Werneck teria reformado esse prédio, durante as obras de embelezamento de Águas Virtuosas.

Esse balneário foi demolido nas décadas seguintes e nenhum outro foi construído no Parque das Águas.


Postal do balneário do Parque das Águas no início dos anos 1900. Por essa época, o Parque estava em obras, como se pode ver. (7)

Outro postal do balneário do Parque das Águas, de 1920 (7)

Um recorte ampliado do postal acima

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Estabelecimento Hydrotherapico do Hotel Mello

Balneário do antigo Hotel Mello, incorporado pelo Hotel Imperial no final dos anos 1930, que se encontra atualmente desativado. (7)


Um projeto que não saiu do papel

Projeto de um grande e moderno balneário que seria construído no Hotel Imperial, nos anos 1930/40, mas que não se realizou. (5) (6)


Referências

  1. MILÉO, José Nicolau. Ruas de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1a. edição, 1970b, págs. 25-26
  2. CARROZZO, João. História cronológica de Lambari. Piracicaba, SP : Shekinah Editora e Gráfica, 1988, pág. 72
  3. MARTINS, Armindo. Lambari - A cidade das Águas Virtuosas. 1a. edição, 1949; pág. 47
  4. MILÉO, José Nicolau. Ruas de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1a. edição, 1970b, pág. 124
  5. Francislei Lima da Silva. OS MONUMENTOS DA ÁGUA NO BRASIL Pavilhões, fontes e chafarizes nas estâncias sul mineiras (1880-1925)   AQUI, pág. 121
  6. Arquivo pessoal de André Gesualdi
  7. Museu Américo Werneck (Lambari, MG)

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Publicado por Guimaguinhas
em 14/02/2019 às 05h12
Página 32 de 108

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