Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
22/04/2024 11h17
ROTEIRO DE FÉ NOSSA SENHORA DA SAÚDE - PADROEIRA DE LAMBARI, A CIDADE DAS ÁGUAS VIRTUOSAS

Ilustração: Imagem de Nossa Senhora da Saúde existente no altar-mor da Igreja Matriz de Lambari: Escultura em madeira policromada, acredita-se que seja de procedência portuguesa, provavelmente confeccionada na segunda metade do século XVIII.


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

 No livreto AS ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI E A DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DA SAÚDE - (Vol. 5 da Coletânea Pequena História de Águas Virtuosas de Lambari -  https://rl.art.br/arquivos/7457114.pdf), contamos como surgiu a devoção a Nossa Senhora da Saúde, a padroeira de Águas Virtuosas de Lambari.

Sua finalidade foi divulgar a história de nossa cidade, criada em torno dos mananciais das Águas Virtuosas, cujas propriedades medicamentosas e curativas estão cultural e religiosamente associadas à devoção a Nossa Senhora da Saúde – a Senhora das
Águas.

Pois bem, neste post, vamos mostrar

  • como a fé e a crença populares nos efeitos miraculosos das águas virtuosas fez surgir a devoção a Nossa Senhora da Saúde;
  • as igrejas, a imagem, hinos e orações em louvor a Nossa Senhora da Saúde, a Senhora das Águas;
  • aproximações históricas entre Aparecida do Norte e a Senhora das Águas
  • a criação da Lenda de Águas Virtuosas e a devoção a Nossa Senhora da Saúde;
  • um breve roteiro de visita aos locais de devoção a Nossa Senhora da Saúde  padroeira de Águas Virtuosas de Lambari;
  • notícias da beatificação de Francisco de Paula Vítor, Nhá Chica e Irmã Benigna, ligados à devoção católica da Região das Águas;
  • informações sobre comunidades ligadas à Paróquia Senhora da Saúde.

Voltar


A DEVOÇÃO A MARIA DE NAZARÉ

Como examinamos no livreto acima, a devoção mariana dos Reis de Espanha e Portugal manifestou-se desde logo nas conquistas das Américas.

No Brasil, o fato mais marcante ocorreu quando da

(...) passagem de D. Pedro de Almeida Portugal, então Governador das Províncias de São Paulo e Minas do Ouro e futuro Conde de Assumar, pela Vila de Guaratinguetá rumo a Vila Rica, em 1717 6, que, segundo a tradição, se deu o achado por pescadores da imagem de Nossa Senhora da Conceição, posteriormente nomeada Nossa Senhora Aparecida. 

Inicialmente famílias se reuniam aos sábados em torno da imagem para rezarem o terço e cantarem em louvor da santa; depois, eram os que passavam pelo caminho e visitavam a capelinha à beira da estrada para pedir ou agradecer sua intercessão; mais à frente, o culto passou a ser feito em ritos domésticos, em pequenos altares e oratórios, prática essa que, já na metade do Século XVIII, se estendeu por diversos lugares, com fama da Senhora Aparecida levada por tropeiros, sertanistas e mineradores. [1]

E com Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a devoção mariana introduzida pelos portugueses adquiriu nacionalidade brasileira, e a veneração à santa assume um caráter de identidade nacional. [2]

Voltar


A DESCOBERTA DAS ÁGUAS VIRTUOSAS

Assim, a disseminação das capelas dedicadas a Nossa Senhora Aparecida vai coincidir, décadas depois, com a notícia do achado das águas minerais na região de Lambari, [2] visto que de 1780 a 1790 situa-se a década provável da descoberta das águas. [3]

Conforme narramos, 

A descoberta das águas foi um “acontecimento de vulto”, “uma célebre descoberta”, que chamou a “atenção popular”, trazendo benefício para a região. [3] E deve ter “repercutido em toda a Comarca do Rio das Mortes [que tinha sede em São João Del Rey e jurisdicionava então o termo de Campanha] e em toda a Capitania de Minas Gerais, como um acontecimento de grande significação.” [4]

Desse modo, logo após a descoberta das fontes, as virtudes miraculosas da água medicinal [3] passaram a ser apregoadas por todos, e elas começaram a ser designadas, já a partir de 1801, por águas santas. [4] A expressão águas virtuosas começa a ser utilizada a partir de 1805, e acabou por nomear toda a região detrás da serra da Campanha por aquele nome: Águas Virtuosas. [4] E bem assim a serra divisória entre Campanha e Lambari passou a ser conhecida, desde 1805, como Serra da Água Virtuosa ou Água Santa da Campanha. [3]

Voltar


A FÉ NA INTERCESSÃO DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE

Mais tarde, passava pelo lugar uma estrada, e o boiadeiro ou tropeiro, parava, chegava reverente até a nascente da ÁGUA SANTA, bebia, punha um pouco sobre a cabeça nua, banhando os cabelos e a testa, e enchia uma botija, que levava com escrupuloso cuidado para operar a uma, a 50, 80 e cem léguas de distância.

 

Extraído de A LENDA DE ÁGUAS VIRTUOSAS, texto atribuído a Américo Werneck

(*) Algum tempo após a descoberta das águas, a estradinha que ligava Campanha à Estrada Geral (caminho para o Rio de Janeiro) foi desviada para passar defronte às nascentes, com o objetivo de facilitar o conhecimento e o uso das águas pelos que circulavam por aquele caminho.


Nesse contexto, as expressões águas santas ou águas virtuosas nasceram provavelmente da crença e da fé populares, por associação dos efeitos medicinais e curadores da água à “tradição católica dos milagres da Virgem Santíssima” [2], como ficou assentado nos costumes devocionais da Região das Águas Virtuosas.


Desse modo foi que

Circulando pela Estrada Velha, ou Caminho Velho, tropeiros, sertanistas, mineradores, boiadeiros e outros viajantes trouxeram à Região do Lambari o achado da Senhora Aparecida, e possivelmente foram esses mesmos que levaram às localidades por onde passavam as notícias, fixadas pela devoção religiosa, das “curas milagrosas” produzidas pela “água santa”, por intercessão de Nossa Senhora da Saúde. [2]


Fontes: [1] SOUZA, Juliana Beatriz Almeida de. Virgem mestiça: devoção à Nossa Senhora na colonização do Novo
Mundo. Tempo, v. 6, n. 11, 2001. p. 77-92

[2] CARVALHO, Roberto Junho. A lenda de Lambari por uma perspectiva semiótica: construção de sentido,
origens e ideologia. Dissertação (Mestrado) – Universidade Vale do Rio Verde (UninCor), Três Corações,
2015

[3] LEFORT, Mons. José do Patrocínio. A Diocese da Campanha, 1993, págs. 206 e 207

[4] MILEO, José N. Subsídios para a história de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970, págs.12, 14, 16
e 56.

Voltar


A HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE, PADROEIRA DE LAMBARI


Referências:

(J) LIMA, Pe. Antônio Lúcio da Silva. Um mês em companhia de Nossa Senhora. São Paulo, Editora Paulus –
Disponível em: goo.gl/RgMTjP
(K) ADUCCI, Edésia. Maria e seus títulos gloriosos. São Paulo, Editora Loyola – 3ª. edição, 2003. Disponível em:
goo.gl/rz5iJ6

[12] http://www.cruzterrasanta.com.br/historia-de-nossa-senhora-da-saude/29/102/  e ADUCCI, Edésia, 2003, p. 235.

[13] Imagem estilizada de N. S. da Saúde – Disponível em: www.elo7.com.br

[14] Sagração da Igreja Matriz - Paroquia Nossa Senhora da Saúde (paroquiasenhoradasaude.com.br)

Voltar


IMAGEM, ORAÇÃO E HINO DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE

 

Voltar


APARECIDA DO NORTE E SENHORA DAS ÁGUAS: APROXIMAÇÕES HISTÓRICAS

Como já contamos aqui, há duas curiosidades históricas que aproximam a devoção a Nossa Senhora da Aparecida, iniciada no ano de 1717, na antiga Vila de Guaratinguetá, na Província de São Paulo, e a Nossa Senhora da Saúde, iniciada a partir dos anos 1780, na Província das Minas, quando se deu a descoberta das Águas Virtuosas de Campanha do Rio Verde, futura cidade de Lambari, MG.


Viajantes e tropeiros aproximaram as duas histórias

Como se viu acima, viajantes e tropeiros aproximaram as duas histórias:

Circulando pela Estrada Velha, ou Caminho Velho, tropeiros, sertanistas, mineradores, boiadeiros e outros viajantes trouxeram à Região do Lambari o achado da Senhora Aparecida, e possivelmente foram esses mesmos que levaram às localidades por onde passavam as notícias, semeadas pela devoção religiosa, das “curas milagrosas” produzidas pela “água santa”, por intercessão de Nossa Senhora da Saúde.


Fontes: Aparecida do Norte e a Senhora das Águas - Coincidências históricas

https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=51405

CARVALHO, Roberto Junho. A lenda de Lambari por uma perspectiva semiótica:

construção de sentido, origens e ideologia. Dissertação (Mestrado) – Universidade Vale do Rio Verde (UninCor), Três Corações, 2015. 


Quase dois séculos depois, um mesmo arquiteto para as duas igrejas

Além da aproximação histórica supracitada, entre Aparecida do Norte e Águas Virtuosas de Lambari, há uma outra curiosidade, ocorrida em meados do Século XX: tanto o santuário de Aparecida como a Igreja Matriz de Lambari foram projetados pelo mesmo arquiteto: Calixto de Jesus Neto. 

De fato, dos projetos da nova Matriz de Nossa Senhora da Saúde em Lambari, adotou-se o elaborado pelo Dr. Benedito Calixto de Jesus Neto, formado no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, que fora também responsável pelo projeto do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.


Fonte: MEMÓRIAS DE AGUINHAS (25) - O Santuário de Aparecida e a Igreja de Lambari

https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=39880


 

 

Ilustração: Imagem original de Nossa Senhora Aparecida [Século XVI] e a imagem de Nossa Senhora da Saúde [provavelmente da segunda metade do século XVIII] existentes, respectivamente, no Santuário de Aparecida do Norte e na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde, em Lambari, MG

Voltar


A LENDA DE ÁGUAS VIRTUOSAS E A DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DA SAÚDE

Como se sabe, em A lenda de Águas Virtuosas narra-se que

(...) uma linda moça de nome Cecília estava noiva de um jovem chamado Tancredo
Ela adoecera muito e seu pai, Antônio Alves Trancoso, que morava na cidade de Passos, a trouxe para Campanha, a fim de tratar-se. 
Passaram-se meses e Cecília não se curava.

Até que um belo dia, Tancredo conheceu um escravizado de nome Antônio de Araújo Dantas, e esse lhe falou de umas águas ditas santas, existentes numa grota, perto de um ribeirão, do outro lado da Serra da Campanha.

Tancredo contou ao futuro sogro o que ouvira do africano e insistiu para que a trouxessem até as fontes das águas, que jorravam
borbulhantes em meio a pedras.

E Cecília, tendo feito uso da água virtuosa por vinte dias, curou-se de seus males. Em agradecimento, pediu, então, ao pai que erguesse uma capelinha em homenagem à Nossa Senhora da Saúde, e nessa igrejinha se casou com Tancredo.

E, como se dá sem toda lenda, foram felizes para sempre!


Estória e fato histórico

Mas isso é uma estória e não um fato histórico.

A estória é inventada, muitas vezes se apropriando de fatos conhecidos.

Por exemplo: a cidade de Campanha, a serra, as fontes de água e seus efeitos curativos, o culto à Nossa Senhora da Saúde, o nome Antônio de Araújo Dantas (era o proprietário das terras onde foram descobertas as fontes) são fatos sociais e históricos que foram incorporados à lenda.

Já nos estudos da História, os historiadores contam o que aconteceu, com base em documentos, estudos e sua visão de mundo.

Segundo o monsenhor e historiador José Lefort, o criador da lenda teria sido Américo Werneck, que o fez para efeito de propaganda das águas minerais.

Mas há também as versões de Armindo MartinsJoão Carrozzo, memorialistas de Águas Virtuosas do Lambari, derivadas da lenda de Werneck.


Como se vê, A lenda de Águas Virtuosas bem apanha a associação dos efeitos medicinais e curadores da água à “tradição católica dos milagres da Virgem Santíssima”.

Com efeito, a cura de Cecília associa-se à devoção da Virgem Maria e à fundação de uma igrejinha em louvor da Santíssima.

Essa lenda foi inspirada provavelmente em tradição oral tecida nas décadas iniciais do Século XIX, quando muitas histórias se contavam acerca dos poderes milagrosos da água santa.


Fontes: (1) Memórias de Aguinhas - As versões de A LENDA DE ÁGUAS 
VIRTUOSAS: https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=50766 

(2) E-book A lenda de Águas Virtuosas: https://rl.art.br/arquivos/7457117.pdf?1645450903 

Voltar


AS IGREJAS DEDICADAS À SENHORA DA SAÚDE

Referências históricas

A primeira referência histórica acerca de igrejas dedicadas a Nossa Senhora da Saúde em Águas Virtuosas de Campanha (depois chamada Águas Virtuosas de Lambari) deu-se quando a Câmara de Campanha em 24 de janeiro de 1827 oficiou ao Visconde de Caeté, então presidente da Província de Minas Gerais, sobre a necessidade da "criação de uma pequena ermida para se dizer Missa ao Povo".

E, em 1832, a mesma Câmara propôs que se marcasse "o lugar próprio para a fundação do Templo que deverá fazer para a Povoação".

De fato, em 1830, separa-se uma área patrimonial, dentro da qual, em 1832, foi escolhido um trecho para a construção de um templo dedicado a Nossa Senhora da Saúde.

Voltar


Local de construção das igrejas

O trecho de terreno mencionado acima corresponde a um leve outeiro, próximo das fontes, onde se ergueram as três igrejas dedicadas a Nossa Senhora da Saúde, conforme comentamos a seguir.


Outeiro: palavra ao sabor dos Séculos XVII e XVIII para significar pequena elevação em um terreno; morro; colina.

Voltar


Confira abaixo foto da Antiga Matriz de Nossa Senhora da Saúde, construída em terreno levemente elevado:


A atual Igreja Matriz viria a ser construída neste mesmo outeiro, um pouco à frente da Antiga Matriz:


 A ermida

Antes de construção das igrejas, houve uma pequena ermida dedicada a Nossa Senhora da Saúde?

Não há referências históricas quanto a isso, mas é possível imaginar pequena ermida onde os usuários e moradores da vila primitiva oravam em louvor da Virgem Santíssima, pois ali já concorria "muitos eclesiásticos, tendo-se chegado a ajuntar
quatro Vigários de diferentes Freguesias sem terem onde possam celebrar"
.

                Recriação artística

Ermida dedicada a Nossa Senhora da Saúde,

na então vila de Águas Virtuosas da Campanha.


Fontes: MARTINS, Armindo. Lambari, a cidade das águas virtuosas. 1949, p. 25

8o. ANUÁRIO ECLESIÁSTICO - Diocese da Campanha - 1946 - págs. 15 e 16

CARROZO, João. Lambari (Outrora Cidade de Águas Virtuosas de Campanha) - 1985, p. 21

Voltar


Igreja primitiva de Nossa Senhora da Saúde

Nas décadas de 1820/30, foi construída — e depois ampliada — esta igrejinha primitiva:

Igreja primitiva de N. S. Saúde


Na foto abaixo, de meados do Século XIX, vê-se, no alto, à esquerda, essa igrejinha primitiva de N. S. da Saúde:

Reprodução. Colorizada. Fonte: ALMEIDA, Dr. Pires de. Lambary e Cambuquira - Hydro-estações ao Sul do

Estado de Minas Gerais - Brazil. Typ. Leuzinger, Rio de Janeiro, 1896

Voltar


Antiga Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde

As obras da Antiga Matriz de Nossa Senhora da Saúde foram iniciadas em 1853 e concluídas em 1870.

Antiga Igreja Matriz de N. S. da Saúde

A Igreja Matriz, em cartão postal dos anos 1920

Saída da missa na Antiga Igreja Matriz de N. S. da Saúde - anos 1930

Voltar


Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde

A atual Igreja Matriz foi inaugurada em 1955

Voltar


Evolução histórica das igrejas dedicadas a N. S. da Saúde

Resumo da evolução histórica das igrejas dedicadas a N. S. da Saúde, em Águas Virtuosas de Lambari:

Evolução das igrejas dedicadas a N. S. da Saúde, em Lambari, MG

Voltar


GRUTA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE NO PARQUE DAS ÁGUAS

No Parque das Águas em Lambari, há uma gruta dedicada a Nossa Senhora da Saúde, fruto da devoção, da crença e do fervor popular, que a história, a cultura e a religião estabeleceram, ao longo do tempo, entre as propriedades terapêuticas das águas virtuosas e a ação protetora dos que se socorrem à Senhora da Saúde.


 


Fonte: AS ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY (4) A gruta de Nossa Senhora da Saúde

https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=51009

Voltar


O OLHO D’ÁGUA SOB A IGREJA MATRIZ

Na encosta esquerda do outeiro onde se ergueram as três igrejas dedicadas a Nossa Senhora da Saúde, em Lambari, há um olho d’água – uma nascente – que dá origem a um pequeno fio d’água.


  


Uma capelinha para Nossa Senhora da Saúde

Há muito se pensa na captação dessa água – que ali brota aos pés da sua Igreja – e a construção de uma pequena gruta ou ermida dedicada à Senhora das Águas.


Poderia ser algo simples, como esta gruta dedicada a Nossa Senhora de Lourdes, que havia na entrada do Hospital S. Vicente de Paulo, em Lambari, MG:

Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, que havia na entrada do Hospital S. Vicente de Paulo, em Lambari, MG

Voltar


OS BEATOS DA REGIÃO DAS ÁGUAS

No Sul de Minas, na Região das Águas, viveram e trabalharam três servos de Deus, assim reconhecidos porque tiveram uma vida cristã de virtude e santidade: foram piedosos, caridosos e exemplos de virtude para as pessoas.

Foram eles:

  • Francisco de Paula Vítor, o Padre Vítor, nascido em Campanha, MG (1827) e falecido em Três Pontas, MG (1905), cidade em que exerceu seu iluminado sacerdócio.

Foi considerado beato pela Igreja Católica em 14 novembro de 2015.

  • Francisca de Paula de Jesus, a Nhá Chica, nascida São João Del Rey, MG (1808) e falecida em Baependi, MG (1895).

Foi considerada beata pela Igreja Católica em 4 de maio de 2013.

  • Maria da Conceição Santos, a Irmã Benigna Victima de Jesus, nascida em Diamantina, MG (1907) e falecida em Belo Horizonte, MG (1981).

Trabalhou em Lambari, no Asilo e Hospital São Vicente de Paulo, nos anos de 1950/55, como parteira e enfermeira, além de assistir doentes internados no hospital e os idosos do asilo lá existente.

Foi considerada venerável pela Igreja Católica em 18 de fevereiro de 2022, com o que tornou-se oficialmente modelo de virtudes a ser seguido, passando a ser chamada VENERÁVEL BENIGNA VICTIMA DE JESUS.


Notas:

Como se recorda, segundo o Código Canônico, é declarado beato aquele que está passando pelo processo de canonização. São assim declarados porque tiveram uma vida cristã de virtude e santidade e também porque foi comprovado que, por sua intercessão, ocorreu um milagreNão são ainda considerados santos, mas podem ser cultuados em sua região de origem e no local em que viveram.

Já o título canônico de venerável é concedido àqueles a quem postumamente seja reconhecida a prática de virtudes heroicas em processo formal de canonização.


Fontes: MEMÓRIAS DE AGUINHAS - Irmã Benigna em Lambari (MG)

https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=53614 

https://www.irmabenigna.org.br/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Benigna_Victima_de_Jesus

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nh%C3%A1_Chica

https://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_Victor

Voltar


Padre Vítor

Na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde, há esta imagem de Padre Vítor, cultuada pelos católicos locais e visitantes, à vista de graças alcançadas através de sua intercessão.


 

Memorial Padre Víctor, em Tres Pontas.

Reprodução. Prefeitura Municipal de Três Pontas


Memorial de Nossa Senhora da Ajuda, em Três Pontas.

Reprodução. Diocese da Campanha


Na vizinha cidade de Três Pontas (110 km de Lambari), onde trabalhou e faleceu Padre Vítor, pode-se visitar o Santuário Nossa Senhora D'Ajuda, cuja edificação foi realizada por ele.

Defronte ao Santuário, pode-se visitar o Memorial Padre Vítor, que guarda fotos, roupas e outras relíquias de Padre Vítor.

Voltar


Nhá Chica

Na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde, há esta imagem de Nhá Chica, cultuada pelos católicos locais e visitantes, à vista de graças alcançadas através de sua intercessão.


  

Memorial e Casa de Nhá Chica. Bapendi. Reprodução. nhachica.org.br - santuarionhachica.com.br


Santuário Nossa Senhora da Conceião de Nhá Chica. Baependi.

Reprodução.  Facebook.com/santuarionhachica. 


Na vizinha cidade de Baependi (60 km de Lambari), onde morou e faleceu Nhá Chica, pode-se visitar o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, que nasceu de reformas procedidas na Igrejinha Nhá Chica, edificada por ela.

Ao lado do Santuário, pode-se visitar Memorial Nhá Chica, onde se encontra um acervo que remonta a história de vida e santidade de Nhá Chica, e assim também a Casa de Nhá Chica, antiga e humilde casa em que a Serva de Deus morou, hoje restaurada e decorada com objetos que pertenceram a ela.

Voltar


Irmã Benigna

No Asilo e Hospital São Vicente de Paulo, em Lambari, onde serviu de 1950/55, não se encontra nenhuma memória de sua passagem.

Irmã Benigna. Reprodução. irmabenigna.org.br


Imã Benigna, em oração, nas dependências do Hospital São Vicente de Paulo

Voltar


COMUNIDADES LIGADAS À PARÓQUIA SENHORA DA SAÚDE

Há no âmbito da Paróquia Senhora da Saúde 11 Comunidades Rurais e 10 Comunidades Urbanas, segundo o site da Diocese da Campanha (aqui).

No site da Paróquia Senhora da Saúde, há referências às seguintes comunidades:

Detalhes sobre cada uma delas podem ser vistos aqui: www.paroquiasenhoradasaude.com.br/comunidades

Voltar


ROTEIRO DE FÉ NOSSA SENHORA DA SAÚDE, PADROEIRA DE LAMBARI

À vista do exposto, pode-se propor um Roteiro de Fé Nossa Senhora da Saúde, padroeira de Lambari, a ser eventualmente cumprido pelos  que querem conhecer a história primitiva de Águas Virtuosas de Lambari e as ligações históricas e lendárias entre a descoberta das águas virtuosas e o culto a Nossa Senhora da Saúde, a Senhora das Águas.

Em paralelo a este Roteiro, pode-se

  • orar perante as imagens dos beatos Padre Vítor e Nhá Chica, na Igreja Matriz;
  • visitar o Hospital São Vicente de Paulo, onde viveu e trabalhou por 5 anos a venerável Irmã Benigna; e
  • visitar algumas das comunidades ligadas à Paróquia Senhora da Saúde.

Desse modo, sugere-se os seguintes passos:

  • Conhecer/visitar o Parque das Águas de Lambari
    • a exposição Imagens de Lambari
    • Gruta de Nossa Senhora da Saúde

 

Exposição Imagens de Lambari - Gruta de Nossa Senhora da Saúde


  • Ler o texto de A lenda das Águas Virtuosas
    • A lenda de Cecília e Tancredo pode ser lida no link a seguir. Como visto nos tópicos acima, esta lenda bem apanha esse aspecto: a cura de Cecília associa-se à devoção da Virgem Maria.
    • Se houver interesse, visitar o painel exposto no Supermercado BH que contém o texto da lenda. 

 

A lenda de Águas Virtuosas, versão Armindo Martins - Painel A lenda da cidade das águas virtuosas de Lambary


  • Conhecer/visitar a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde
    • a imagem de Nossa Senhora da Saúde
    • o olho d'água
    • os beatos Padre Vítor e Nhá Chica

    

Imagem de N. S. de Saúde - Olho d'água - Imagens dos beatos Padre Vítor e Nhá Chica


  • Conhecer/visitar o Hospital São Vicente Paulo
    • conhecer o local onde viveu e trabalhou por 5 anos a Irmã Benigna.
    • visitar o saguão de entrada do hospital, onde se pode orar diante da imagem de São Vicente de Paulo.

    

Hospital São Vicente de Paulo - Imagem Irmã Benigna - Imagem São Vicente de Paulo

(Reprodução. Facebook/Hospital São Vicente de Paulo)


  • Conhecer comunidades ligadas à Paróquia Senhora da Saúde
    • conhecer comunidades próximas ao centro da cidade: Sagrada Família (Vista Verde); Nossa Senhora Aparecida (Volta do Ó); Santa Terezinha (Pinhão Roxo), entre outras.

   

Igreja de N. S. Aparecida - Igreja Sagrada Família - Igreja Santa Terezinha



ROTEIRO EM PDF

Voltar


REFERÊNCIAS

Voltar


 

 

 

 

 

 

 

 

Publicado por Guimaguinhas
em 22/04/2024 às 11h17
 
26/02/2024 18h56
RECANTO DOS NETOS (15) - A casa de bonecas

Ilustração: Casinha de bonecas na Casa Gorda, feita para as netas, por Celeste & Guima


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

Quem tem netas sabe que um dia vai elas vão querer uma casa de bonecas.

Pois é, isso se deu comigo e Celeste também.

Vamos contar a história. Ou histórias.

Vamos lá!

Voltar


UMA RENCA DE NETOS

Voltar


A CASA DE BONECAS DO CHALEZINHO DO MORRO DO SELADO

Nos fundos do chalezinho que construímos ao pé do Morro do Selado, mandamos fazer uma casa de bonecas para as netas.

Era uma casinha de madeira, suspensa do solo, tendo ao fundo uma matinha.

Pintamos com  cores vivas e decoramos com objetos coloridos.


A casinha charmosa banhada pelo sol da manhã

Maria comemorou um aniversário neste chalezinho — e posou na porta da casa de bonecas

Bebela e as primas Bruna e Samira, em dia de faxina na casa de bonecas

Voltar


A CASA DE BONECAS DA CASA GORDA

Houve um Natal em que eu e Celeste queríamos montar uma casa de bonecas na Casa Gorda e dar de presente para nossa netas — que naquela altura já eram três: Maria, Isabela e Rafaela.


                            A Casa Gorda - O que é? Veja (aqui)


Olhamos o preço de casinhas pré-montadas na região e na Internet — e desistimos. Muito além do nosso orçamento!

Como estávamos os dois aposentados, e com tempo, resolvemos comprar o material e fazer a casinha.

Dito e feito: Em 15 dias, a casinha estava pronta!


Construindo a casa de bonecas

Olha aí Celeste e Guima dando o duro na feitura da casa de bonecas:


Fiz a planta da casa, mandei cortar a madeira sob medida, e montamos a casinha

Guima conferindo o alinhamento da casa

Corte da janela lateral


A casa pronta

A casa pronta: janelas, porta, telhado, varanda, enfeites, móveis, eletrodomésticos, luz elétrica — uma casinha completa para deleite das netas.


Casinha nova: pronta para brincar

A casinha vista de frente

Enfeites na janela: representando louras & morenas

A cozinha: pia, microondas, pratos, copos, talheres


As donas da casa

Maria Elisa, Isabela e Rafaela  as netas que mais curtiram a casinha de bonecas.

Quando Cecília veio ao mundo, a casinha havia sido desmontada e transferida para a residência da Rafaela, em São Lourenço — mas, por um tempo, Cecília ainda chegou a brincar nela.

Bebela, Maria e as bonecas

Rafaela na janela da casinha

Voltar


A CASINHA DE BONECAS DE PAPELÃO

Como foi dito, em certa época, em razão de obras que fizemos na Casa Gorda, tivemos de desmontar e transferir a casinha de bonecas para a casa da Rafaela e Isabela, em São Lourenço.

Por esse tempo, Cecília ainda pequena, queria brincar numa "casa de bonecas".

Pois bem, o jeito foi improvisar e montar uma casa de papelão para a neta caçula — que curtiu muito a brincadeira.


 

Cecília e Rafaela brincam na casinha de papelão

 

Cecília brincando e cochilando na casinha de papelão

Cecília, as primas e, ao fundo, a casinha de papelão

Voltar


REFERÊNCIAS

  • Fotos: Acervo da família Guimarães

Voltar


Publicado por Guimaguinhas
em 26/02/2024 às 18h56
 
23/02/2024 11h51
RECANTO DOS NETOS (14) - Vai morar com os "arrenígenas"...

Ilustração: Guga e Cecília em casa, numa boa, no Natal de 2023


Sumário


APRESENTAÇÃO

Nesta série RECANTO DOS NETOS contamos histórias das únicas criaturas que são mais encantadoras do que nossos filhos: os filhos dos nossos filhos — os nossos netos.

E hoje temos mais histórias para a coleção.

Vamos lá!


UMA RENCA DE NETOS

Eu e Celeste tivemos quatro filhos — todos homens — e uma filha de criação. Eles nos deram oito netos.

Quatro homens: Léo, Rafa, Paulo Emílio e Guga.

E quatro mulheres: Maria Elisa, Isabela, Rafaela e Cecília.

Os dois primeiros netos têm hoje 18 anos (são de julho) e as duas primeiras meninas, 13 anos (são de julho e agosto).

Para completar o time, em 2015, chegou o Paulo Emílio; em 2016, a Rafaela; em 2019, a Cecília; em 2022, o Guga.

Voltar


SÉRIE RECANTO DOS NETOS

Confira os posts já publicados:

  1. Netos e livros
  2. Netos musicais
  3. Coitado do Lobo Mau
  4. A Casa Gorda
  5. O monstro da antena
  6. As profissões de Maria
  7. Cecília chegou!
  8. Os gols do Paulinho
  9. O vocabulário da Rafa
  10. Desenhos, leituras e contação de histórias
  11. Histórias assustadoras da Vó Celeste
  12. Ano Novo na Casa Gorda/Shangrilá
  13. Chuva feia na Casa Gorda
  14. Um "estranho animal" visita a Casa Gorda
  15. Vai morar com os "arrenígenas"...

Confira os áudios vinculados aos posts:

  1. (12) Chuva feia na Casa Gorda (1)
  2. (12) Chuva feia na Casa Gorda (2)
  3. (12) Chuva feia na Casa Gorda (3)
  4. (13) Um "estranho animal" (1)
  5. (13) Um "estranho animal" (2)

Voltar


CECÍLIA E GUGA

O casal Alan (nosso filho caçula) e Carol têm 2 filhos: Cecília de 4 anos e Guga (Gustavo) de ano e meio.

   

Cecília é uma menina alegre, inteligente e extrovertida, que aprendeu muito cedo a contar de 1 a 30, identificar as letras do alfabeto, "ler" as gravuras dos livros — e ir "contando" as histórias lá escritas.

Com a TV/IPad, vieram os desenhos preferidos: Mundo Bita, Peppa, Pocoyo, Turma da Mônica, O Show da Luna, Masha e o urso, Patrulha canina...


                           Cecília aprendendo os números com vó Celeste


Ela frequenta o maternal desde os 2 anos, tem uma rede de amiguinhas e amiguinhos no condomínio onde mora e uma renca de primos os quais encontra regularmente em "Bimbari" (=Lambari, cidade onde moram seus avós paternos).


                                                   Cecília na escola


Em 2022, com a chegada de Guga, como é natural, houve mudanças na vida da Cecília: muita coisa passou a ser dividida — atenção, colo, cama dos pais, etc. E, consequentemente, birras, choros, brigas...

No entanto, com o passar dos meses — e após um ciclo de aconselhamento/adaptação/superação — as "coisas melhoraram" entre os dois irmãos e seus pais. 

Mas há, por vezes, controvérsias, rusgas, medição de forças, etc.


  

 

Voltar


VAI MORAR COM OS "ARRENÍGENAS"...

E assim corria a vida, até que, dia desses, Cecília trouxe da escola um "sapo de cartolina", que fizera com muito capricho. Ela estava muito orgulhosa do seu feito e cuidava dele com todo carinho.

Ocorre que uma das especialidades do Guga — como de todo irmão mais novo — é "mexer" nas coisas da irmã e se intrometer em suas brincadeiras.

E nesse jogo de gato-e-rato, o Guga estragou o sapo que cecília fizera na escola!

E Cecília brigou, reclamou, chorou e desabafou ao seu modo:

— Eu tô muito brava com o Guga! ele estragou meu sapo!

—Eu não quero nunca mais ter irmão!

— Eu vou colocar fogo na bunda dele e mandar ele pro espaço igual um foguete morar com os "arrenígenas"!!! (=alienígenas)

E o Guga saiu de fininho, pois é bom não duvidar das promessas da Cecília! 

Voltar


A SEGUNDA CHANCE

No Natal de 2023, a família toda se reuniu em "Bimbari" na "Casa Gorda", como os netos chamam a casa da vó Celeste.


(A Casa Gorda)


E Cecília brincava ao lado da vó Celeste quando seu pai, de longe, e ao seu modo, dava um monte ordens: 

— Faz isso, faz aquilo! Não faça isso! Não faça aquilo!

E vovó comentou com Cecília: — O seu pai é chato, hein?!

— Meu pai não é chato, vovó! — ela disse prontamente, defendendo-o. — Ele é muito bom pra mim!

— Por que ele é bom pra você? — perguntou Celeste

— Porque ele sempre me dá uma segunda chance!

— Segunda chance? — disse Celeste — O que é segunda chance?

Cecília parou de brincar e explicou:

— Segunda chance é quando eu derrubo meu suco de uva e ele me dá outro copo de suco! Isso é uma segunda chance, vovó!

Coisas da Cecília!

Voltar


REFERÊNCIA

  • Fotos: acervo da família Carol/Alan/Cecília/Guga

Voltar


 

Publicado por Guimaguinhas
em 23/02/2024 às 11h51
 
22/02/2024 07h46
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - Um Parque das Águas que se foi...

Ilustração: Parque das Águas. Anos 1960, onde havia espaço para bola, piorra, bolinha de gude e finca. (Acervo família Oswaldo Modesto)


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

Quem nunca buscou água nas Fontes? Quem não saltou o 
muro do Parque das Águas para jogar bolinhas de gude, fazer 
tilocas e ficar atento ao rapa dos meninos maiores? 
(— Olha a colheiiita!!!)

Quem nunca — perna-mole! — ficou vigiando o jardineiro
do parque?
(— Corre que vem o seu Samuel!)

MENINO-SERELEPE. A. C. Guimarães


Com as reformas por que passou, especialmente a dos anos 1960, realizada pela Hidrominas, o Parque das Águas de Lambari perdeu/modificou preciosos espaços e edificações, tais como: 

  • o antigo casario no recinto do Parque das Águas
  • o antigo pavilhão das fontes (estilo mourisco)
  • o fontanário
  • a casa de copos
  • a quadra de basquete de terra batida (ao lado da primitivo Mercado das Flores)
  • a quadra de vôlei de areia (em frente ao antigo Bar Pinguim)
  • o Foto Teixeira (no recinto do primitivo Mercado das Flores)
  • os espaços para para bola, piorra, bolinha de gude, finca (onde fica hoje a administração do Parque, o Museu Américo Werneck, etc. )

Neste post, vamos "matar saudade" de um tempo singelo, sem aparatos — mas ainda presente no coração de muito lambariense.

Vamos lá!

Voltar


Antigo casario no recinto do Parque das Águas

Como indicado na foto (número 1), até os anos 1940, havia um casario no Parque das Águas, em boa parte do trecho da esquina das Ruas Tiradentes/Wadih Bacha (antiga São Paulo). Tratava-se de um conjunto de casas alugadas a particulares e a comerciantes. Funcionaram ali, por exemplo, a padaria do Juca Nascimento, bares, salões de barbearia e a doceria fundada por Dona Thereza Grandinetti Viola, viúva de Salvatore Ottávio Viola

Voltar


Pavilhão (estilo mourisco)

Lindissimo pavilhão de ferro, estilo mourisco, que enfeitou o Parque das Águas por seis décadas, até a reforma procedida pela Hidrominas, nos anos 1960.

Voltar


Fontanário

 

Fontanário que durou até a reforma da Hidrominas, nos anos 1960. (Veja aqui)

 Voltar


Casa de copos

Tradicionalmente, nas estâncias hidrominerais, funcionava junto aos fontanários uma Casa de copos, como esta do Parque de Lambari [Reprodução. Facebook/Murilo Pereira Coelho/Acervo de Ludgero Augusto Pereira (Zico)]

Voltar


Quadra de basquete

Neste gramado ao lado do primitivo Mercado das Flores, foi construída uma quadra de basquete de terra batida, que existiu até os anos 1960

Voltar


Quadra de vôlei

Rapaziada lambariense na quadra de vôlei perto dos bambuais do Parque das Águas (defronte antigo Bar Pinguim)

Voltar


Foto Teixeira

A Veranista Photographia( ou Foto Teixeira), funcionava no recinto do antigo Mercado das Flores. Muitos dos postais antigos de Lambari foram aí produzidos pelo sr. Vicente Teixeira

Voltar


Espaços para para bola, piorra, bolinha de gude, finca

Antigo espaço para bola, piorra, bolinha de gude e finca, onde hoje se localizam a administração do Parque, o Museu Américo Werneck, etc.


No livro A GUERRA DAS ESPINGARDINHAS (aqui), criei uma cena que se passa neste lugar.

Confira:

Voltar


A Guerra das Espingardinhas. Antônio Carlos Guimarães

UICLAP, São Paulo, 2021 https://loja.uiclap.com/titulo/ua13587/

Voltar


SAIBA MAIS (E-book gratuito)

Voltar


VEJA TAMBÉM

Voltar


REFERÊNCIAS

  • Fotos: Acervo da família de Oswaldo Modesto - Acervo família de Nenê Nascimento - Acervo de Ludgero Augusto Pereira (Zico) - Revista Petrobras, 1971 - Museu Américo Werneck - Acervo do autor
  • A Guerra das Espingardinhas. Antônio Carlos Guimarães - UICLAP, São Paulo, 2021 https://loja.uiclap.com/titulo/ua13587/
  • Menino-Serelepe. Antônio Carlos (Lobo) Guimarães - Edição do Autor, 2009 - https://loja.uiclap.com/titulo/ua14191/
  • COLETÂNEA PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI. Antônio Carlos Guimarães. O Parque das Águas de Lambari - vol. 9 - https://rl.art.br/arquivos/7457133.pdf

​​​​​​​Voltar


MENINO-SERELEPE

Voltar

Publicado por Guimaguinhas
em 22/02/2024 às 07h46
 
07/02/2024 06h36
LITERATURA DE AGUINHAS - José Carlos Lisboa, um lambariense que se tornou o maior hispanista do Brasil

Ilustração: José Carlos Lisboa. Reprodução. Arquivo UFMG


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

"Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião!
Nós o conseguimos...
E sorrimos
de uma vitória comprada por que preço?
Quem jamais o saberá?
À sombra dos setenta anos, dois mineiros
em silêncio se abraçam, conferindo
A estranha felicidade da velhice"

 

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE homenageou seu amigo José Carlos com o poema acima (Fazer 70 Anos).


Mineiro da cidade de Lambari, MG (4-11-1902 - Belo Horizonte, 1994), de modesta família típica do interior brasileiro,  JOSÉ CARLOS LISBOA foi um dos filhos de João de Almeida Lisboa e de Maria Rita de Vilhena Lisboa, irmão da poetisa Henriqueta Lisboa e da pedagoga Alaíde Lisboa de Oliveira, iniciadora da Didática Nova.

Formado em Farmácia, bacharel e doutor em Direito pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, participou no final da década de 30, da fundação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da então Universidade de Minas Gerais (UMG), que daria origem à UFMG.

Ocupou a cátedra de Língua e Literatura Espanhola da Faculdade a partir da década de 40. Dez anos depois, tornou-se catedrático e doutor em Língua e Literatura Espanhola também pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil.

Foi diretor adjunto do curso de Jornalismo desta faculdade e, em 1967, participou da criação da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, da qual foi o primeiro diretor.

Na UFRJ, lecionou também nos cursos de Pós-Graduação da Faculdade de Letras. Crítico literário era considerado o maior hispanista do Brasil. 

(Fonte: www.facebook.com/antigosalunosecoufrj - http://professorfeijo.blogspot.com)

Voltar


FARMACÊUTICO EM ÁGUAS VIRTUOSAS

Na antiga Pharmácia da Empreza, pertencente à família LISBOA, certa época, trabalhou José Carlos Lisboa, cuja primeira formação fora farmacêutico, mas que depois seguiu carreira de professor universitário, escritor e crítico literário em Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

Recorte. Receituário do médico João Lisboa Junior e propaganda da Farmácia da Empresa. 1932


Em 1935, forma-se em Direito pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil.

Posteriormente, aí se doutorou.


Veja também:

Voltar


A INFLUÊNCIA DA ESTÂNCIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS NA FORMAÇÃO DOS LISBOA

Diz Guy de Almeida:

Na origem de José Carlos Lisboa, na cidade em que nasceu, em suas circunstâncias familiares, estão a meu juízo fatores que estimularam o seu talento inato, a sua vocação para a vida intelectual. Lambari não era uma cidade comum, com rotina diária mais ou menos estática. Suas águas virtuosas atraíam, para temporadas anuais, personalidades destacadas das principais cidades do país, como até mesmo a família do presidente Getúlio Vargas. Elas traziam temas, reflexões e informações que lhe davam um certo ar metropolitano. A farmácia de João Lisboa, patriarca que exercia significativa liderança na região, era um espaço natural para o estabelecimento de relações que frequentemente se transferiram para o ambiente doméstico. [........]

[Todos os filhos do casal Lisboa, Maria Rita e João Lisboa]... realizaram em época de limitadas condições econômicas, cursos superiores que deram contorno a uma família de pedagogos, advogados, médico, alguns deles indo além para ganhar renome como escritores e políticos.

(No homem, o mestre. In José Carlos Lisboa, o mestre, o homem. Ed. UFMG, 2004)


Veja também:

Voltar


PROFESSOR HISPANISTA, FILÓLOGO, ESCRITOR

José Carlos Lisboa merece ser lembrado por sua extensa obra como professor, escritor, radialista, tradutor e literato.

Ele foi professor catedrático de Língua e Literatura Espanhola da então Universidade do Brasil e foi agraciado com o título de Professor Emérito da UFRJ, onde criou e dirigiu o Curso de Jornalismo, tendo sido, também, o seu primeiro Diretor.

Hispanista, filólogo, escritor rigorosíssimo em suas pesquisas, pautou-se, em sua longeva existência, pelo exemplo de caráter e escorreita conduta profissional, fazendo de cada aluno um amigo e de cada amigo um admirador. Não tive a sorte de com ele conviver, mas tivemos amigos comuns, que sempre a José Carlos Lisboa se referiam com carinho, respeito e apreço. Um desses amigos comigo participou intensamente na tentativa de implantar tecnologias educacionais, revolucionárias para a época, no Ensino Médio de Segundo Grau, nas escolas públicas do Estado. Refiro-me ao pranteado professor, também hispanista, Nílson Storino Laplana.

José Carlos Lisboa foi diretor de publicações e divulgação da Biblioteca Nacional; membro do Conselho Nacional de Cultura, fundador, diretor e professor do Ateneu García Lorca.

Foi fundador e conselheiro do Instituto Brasileiro de Cultura Hispânica; foi ex-presidente do Centro de Estudos Hispânicos da Universidade do Brasil, que também idealizou e organizou.

Fundou, ainda, o Seminário Menéndez Pidal, da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Consagrou sua vida ao magistério universitário e à literatura espanhola. Foi, ainda, Professor fundador e catedrático de Língua e Literatura Espanhola da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais.

"Ele foi acima de tudo um professor e pesquisador", resume sua sobrinha, Abigail Lisboa, professora aposentada do departamento de Ciências Administrativas da UFMG. Segundo ela, o professor Lisboa era rigoroso, mas muito querido pelos alunos. "Eles sentiam o peso de sua influência, de sua dedicação ao ofício de ensinar e de sua preocupação efetiva de imprimir uma nova visão de mundo", afirma.

(Fontes: https://www.ufmg.br/boletim/bol1375/oitava.shtml- http://professorfeijo.blogspot.com)

Voltar


OBRA LITERÁRIA

Lisboa também mergulhou na literatura — escreveu romances, poesias, ensaios, peças de teatro — e teve destacada atuação cultural, especialmente no final da década de 30, quando foi chefe de gabinete do então prefeito de Belo Horizonte, José Oswaldo de Araújo.

Apresentou três programas na Rádio Inconfidência: A vida e a obra dos grandes mestres, Rádio-Teatro e Cortina da Semana.

Escreveu as peças A Província e O Rei do Câmbio. Graças ao bom trânsito com professores da Espanha, trouxe ao Brasil ilustres mestres universitários para encontros e conferências.

(Fonte: https://www.ufmg.br/boletim/bol1375/oitava.shtml)


SUAVE ADVERTÊNCIA

Por qualquer desses trilhos, por que fores
é sempre a mesma vida que perdura
são dissabores sobre dissabores
é uma tortura atrás de outra tortura.

Em vão teus olhos claros sonhadores
se erguem, chorando, ansiosos para a altura
ninguém sabe, nem pode, nem procura
minorar-te os suplícios e amargores.

Mas se tiveres a felicidade
de encontrar, no caminho, um vulto amigo
de mulher que te queira e que te agrade,

sob a luz de seus olhos, de repente
sentirás suportável o castigo
de lutar todo o tempo inutilmente.

(Fonte: http://www.antoniomiranda.com.br/)


Sua obra intelectual é extensa.

Publicou pelo MEC:

1- TIRSO DE MOLINA, CRIADOR DE DON JUAN;
2- TEATRO DE CERVANTES; ISABEL A DO “BOM GOSTO”;
3- A CASA DO BODE ( peça folclórica) em co-edição com Selo de Ouro;
4- UMA PEÇA DESCONHECIDA SOBRE OS HOLANDESES NA BAHIA (1ª edição do texto espanhol, estudo, tradução, modernização da peça, de Juan Antonio Correa) - co-edição com o INL.

Publicou pelo Instituto Nacional do Livro (INL):

1- O BRASIL RESTITUÍDO, de Lope de Vega (estudo, tradução, modernização de peça);
2- VERDE QUE TE QUERO VERDE, ensaio de interpretação do Romanceiro gitano, de Federico García Lorca, co-edição com Zahar Editor.

Publicou pela Editora Comunicação, em convênio com o INC / MEC:

1- A RAINHA DAS ONÇAS, romanceiro e teatro popular.
2- FILHOS PARTIDOS, novela em três pessoas.

Publicou pela Editora Civilização Brasileira:

1- A NUMÂNCIA, de Cervantes (estudo, tradução, modernização da peça).

Publicou pelo Serviço Nacional de Teatro / Ed. Dionisos:

1- GARCÍA LORCA, VIDA E OBRA.

Publicou pela Biblioteca Nacional:

1- O CURSO DE LETRAS NEOLATINAS.

Sua Tese de Cátedra, pela Editora Sedegra é GARCÍA LORCA E “BODAS DE SANGUE”.

Pela Livraria José Olympio editou sua última obra, em 1985, o romance VICENTE E O OUTRO

(Fonte: http://professorfeijo.blogspot.com)


No livro VICENTE E O OUTRO, há alusões romanceadas a LAMBARI, cidade onde o autor nasceu e passou sua infância.

Voltar


O MESTRE, O HOMEM

Em 12 de novembro de 2004, a Editora UFMG lançou o livro sobre José Carlos Lisboa.

O livro, JOSÉ CARLOS LISBOA - O MESTRE, O HOMEM, foi organizado por Abigail de Oliveira Carvalho e Guy de Almeida. O lançamento ocorreu na Academia Mineira de Letras. O livro de 239 páginas reúne textos de diversos autores para abordar a vida e a obra do professor catedrático e emérito da UFMG e da UFRJ.

José Carlos Lisboa foi um dos pioneiros na consolidação do ensino superior no Brasil, onde introduziu os estudos hispânicos e foi um dos criadores de curso de Comunicação Social.

No livro estão textos de Affonso Romano de Sant´Anna, Alaíde Lisboa de Oliveira, Ana Maria Machado, Angélica Soares, Angelo Oswaldo de Araújo Santos, Astrid Cabral, Branca Bakaj, Carlos Lemos, Célia Therezinha Guanabara, Cláudio Murilo Leal, Cleonice Berardinelli, Domício Proença Filho, Eduardo Portella, Guy de Almeida, Helena Ferreira, Izacyl Guimarães Ferreira, Joaquín de Entrambasaguas, José Carlos Lisboa Jr., José Carlos Lisboa de Oliveira, Lauro Tinoco, Letícia Malard, Margarida Alves Ferreira, Maria Antonieta Cunha, Maria Thereza Venancio, Marlene de Castro Correia, Melânia Silva de Aguiar, Murilo Badaró, Silviano Santiago, Stella Leonardos, Vera Maria de Azambuja Harvey e Zuenir Ventura.

(Fonte: professorfeijo.blogspot.com.br)

Capa. Reprodução. Editora UFMG

Voltar


REFERÊNCIAS

Voltar


 

Publicado por Guimaguinhas
em 07/02/2024 às 06h36
Página 1 de 108
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 »

Espaço Francisco de Paula Vítor (Padre Vítor)

 

Aprendizado Espírita Net

 

 

PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBAR... R$ 86,87
A FACE DESCONHECIDA DA MEDIUNIDADE - A sensib... R$ 29,78
A Guerra das Espingardinhas R$ 35,19
LIVROS/E-BOOKS DO AUTOR NA UICLAP E AMAZON/KI... R$ 1,00
As Águas Virtuosas de Lambari e a devoção a N... R$ 22,87
Os Curadores do Senhor R$ 36,40
Abigail [Mediunidade e redenção] R$ 33,55
Menino-Serelepe R$ 41,35
Site do Escritor criado por Recanto das Letras

Formas de interação com o site GUIMAGUINHAS

- Contato com o site - clique o link e envie sua mensagemhttp://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/contato.php

- Contato com o autor - envie mensagem para este e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com

- Postar comentários sobre textos do site - utilize esta ferramenta que está ao pé do textoComentar/Ver comentários 

- Enviar textos: utilize acima: