Ilustração: Capa do livro O Caminho dos Homens, de Fernando de Castro (Pongetti, RJ, 1962)
O Caminho dos Homens, de Fernando de Castro, editado pela Pongetti, RJ, em 1962, trata-se de um romance cuja história se desenrola no Rio de Janeiro e em São Paulo, e boa parte dela em Lambari, MG, nas décadas de 1930/50.
Fernando de Castro escreveu peças teatrais, contos e romances. Além do acima citado, escreveu Sal da Terra [Editora Conquista, RJ, 1960], romance que recebeu boa crítica, entre elas a de Antônio Olinto, então crítico literário do jornal O Globo.
Vejamos alguns trechos de O Caminho dos Homens:
(...) patrocinar interesses - os confessáveis e os inconfessáveis - de um grupo de políticos da terra. Teria casa e comida. E liberdade para cobrar honorários profissionais. A condição única era a de só patrocinar questões dos amigos dos Cunhas.
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Ir para o sul de Minas, e ali fixar-se, fazendo centro de atividades profissionais na aprazível Lambari, sede de município, cabeça de comarca, e encantadora estância hidromineral. Era uma oportunidade.
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Uma nova vida começava. Outro meio, outras pessoas, preocupações diversas, novas e diferentes. O chefe político, o prefeito, o pároco, o coletor, o delegado. Tinham vindo recebê-lo na estação. Isso, esse pequeno cerimonial, fez bem à alma de Raul.
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A cidade tivera o nome romântico de Águas Virtuosas, em honra das suas águas benfazejas, remédio santo para as afecções do fígado, para os rins arruinados. E o hoteleiro o informava da campanha de grande profundidade cívica, de há alguns anos. Uma vitória dos Cunhas, que culminara com a mudança de nome da cidade para Lambari. Haviam sido dias homéricos de intensa vibração. Com os indefectíveis comícios na praça da Matriz, de polêmica com os gatos pingados dos Gamas Costa, derrotistas, sempre insatisfeitos.
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Outros trechos do livro podem ser vistos no Google Books, neste link: