Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
02/05/2013 07h15
ABI - A indústria e o time de futebol - Índice da Série ABI

Ilustração: logo das Indústrias Annunciato de Biaso e Irmãos S/A - ABI


ABI - A indústria e o time de futebol


SUMÁRIO


Apresentação

Este post sobre a ABI - A indústria e o time de futebol inicia a Série ABI, cujo índice vai ao pé desta página, neste link.


Aprendiz de "farmaceiro"

Já contei no Menino-Serelepe a fase de minha vida em que, trabalhando na Farmácia Santo Antônio, meu pai me pôs para aprender contabilidade. Eis o texto:

Mas em razão do grande receio que o pai tinha de que eu virasse farmaceiro, mistura de caixeiro e aprendiz de farmacêutico, ele me fez prometer que ia largar de mão de querer seguir aquele seu ofício. E aí, por conta disso, ele me fez aprender datilografia e tomar lições com a guarda-livros, a dona Zaínha, que escriturava os livros da contabilidade da farmácia, pois que era um futuro de diploma na mão que ele sonhava pra mim. E eu toda tarde ficava lá no escritório arquivando notas, manuseando os livros e martelando, aessedefegando çelekajothando a bem cuidada Remington portátil que era o luxo da dona Zaínha. E assustado com a tal da contabilidade, pois quando dona Zaínha me explicou aquele aranhol todo, que me chocou os ouvidos e confundiu os miolos, não entendi patavina. Mas devagar fui tomando gosto pela arte e foi nessa profissão que me formei. E quando isso se deu, as costaneiras, os diversos a diveros, a letra bordada a caneta tinteiro, o mata-borrão aquelas antigalhas do tempo da dona Zainha, e até mesmo a calculadora Facit, uma engronga movida a manivelas, já haviam saído de moda, mas não as partidas dobradas — ou inversas — que essas são fundamentos do método contábil.


No escritório da ABI

Pois bem, foi esse aprendizado que me levou a ser selecionado, em 1970, para trabalhar no escritório das Indústrias ABI. Esse foi meu primeiro contrato de trabalho - e o único na antiga CTPS. Depois, fui profissional liberal e servidor público. Hoje estou aposentado.

No ano seguinte, retornei à farmácia, pois queria jogar no time do Vasquinho que então se formara, e o trabalho no escritório da ABI não me permitia treinar com regularidade. Responsável pelo faturamento, que então era intenso, muitas vezes não tinha hora pra sair... E quem não treinava, não jogava...

 Na Fábrica ABI, quem passou pelo faturamento — Eu, Edísio, Aluísio, Silvinho, Celinho Machado e outros mais, me parece que o Hélcio também - sabe bem quanto era duro aquele trabalho de datilografar na velha Remigton notas fiscais, em 6 vias, com papel carbono roxo dupla-face... E além disso, copiar a primeira via no livro de papel de seda, escriturar o livro de saídas, escriturar o registro de duplicas, atender telefone (na minha época, não havia telefonista, e o aparelho ficava ao lado da mesa do faturista). E, às seis da tarde, na hora de sair, quase todo dia vinha o Waldir Arantes, todo jeitoso, com a mão cheia de pedidos:   Guima, só mais esses, que os caminhões estão esperando as notas pra sair ainda hoje!... Grande Waldir, gente boa, Deus o tenha!

Mas passei pouco tempo na farmácia, pois logo em seguida, exatamente no dia 26 de julho de 1971, comecei a trabalhar no escritório contábil de Fabiano Krauss e José de Lorenzo. Guardei a data, visto se tratar do aniversário desse último.

Nesse novo trabalho havia uma combinação importante para mim: estava liberado para participar dos treinos do Vasquinho, nas quartas e sextas-feiras.


Time do Vasquinho, 1971. Em pé: João Fubá, Zezé Gregatti, Édson, Vaca, Celinho, Bita (Fábio Gregatti), Cafezinho, Guima, Sérgio, Adão e Augusto (Presidente). Sentados: Roberto, Valmando, Véio, Picolé, Betinho, Pedro Guela, Xepinha e Tucci.


No time do GRABI

Em 1972, voltei à ABI, desta feita pela via do futebol. Com a extinção do Vasquinho, que participara do campeonato da Liga de Varginha, fundou-se o GRABI, para disputar o campeonato da Liga de Caxambu. E aí reencontrei diversos amigos dos tempos de ABI, entre eles: Chá, Delém, Tinz, Tatá.

Na foto abaixo, está o Celinho Machado, que por essa época também trabalhou no escritório da ABI. Ele - Celinho - mais Egídio Ieno, Waldir Arantes, Pingo Biaso e seu irmão Zé Aílton, cuidavam da parte administrativa do GRABI. O Antônio Henrique (Tonhão) e o Sílvio Cruz incentivaram a formação do time, e muitos funcionários da fábrica acompanhavam os jogos e apoiavam o time.


Time do GRABI, anos 1970. Em pé: Édson, Delém, Tinz, Vaca, Guima e Celinho. Agachados: Chiquinho Barletta, Xepinha, Sérgio, Tatá e Roberto.


Vídeo da ABI anos 1970

(*) Há no Youtube um filme mostrando a fábrica da ABI dos anos 1970. Eis o link: ABI

 Foto de latão estanhado produzido pela ABI, anos 1970.


Índice da Série ABI

ABI - Pequeno histórico do time do GRABI

ABI - Uma história de 100 anos

ABI - Eventos históricos

ABI - Um funcionário exemplar

Algumas pessoas da história da ABI

IMASA


 (*) Esse trecho é parte da narrativa Aprendiz de farmaceiro, que faz parte do livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem, uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, nos anos 1960.

O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE ÁGUINHAS. Veja acima o tópico Livros à Venda.


 

Publicado por Guimaguinhas
em 02/05/2013 às 07h15

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