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Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
27/11/2019 04h36
IMIGRAÇÃO ITALIANA PARA ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI (1) Visão geral

 Ilustração: Montagem. Figuras estilizadas de bandeiras da Itália, Brasil e de (Águas Virtuosas de) Lambari1253689.png

SUMÁRIO

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APRESENTAÇÃO

Nesta série Imigração italiana para Águas Virtuosas de Lambari, vamos comentar a vinda de cidadãos italianos para nossa cidade, ocorrida no final dos anos 1800, início dos 1900, e o relevante papel que desempenharam no desenvolvimento de Águas Virtuosas de Lambari, quer em razão de suas atividades profissionais e culturais, quer dos laços sociais e familiares que estabeleceram.

Esta Série está dividida em 5 partes:

 

A parte 1 - Visão geral (este post)

A parte 2 - Latronico: terra de origem de famílias italianas de Lambari está aqui.

A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 3.1. Família GESUALDI está aqui.

A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 1 - Família GESUALDI está aqui.

A parte 3 - Breve histórico de famílias italianas de Lambari - 2 - Família BASILE está aqui.

A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família Gesualdi está aqui

A parte 4 - Viagens à terra dos antepassados - Família BASILE está aqui

Vejamos, pois, inicialmente, uma visão geral da imigração italiana para o Brasil, para o Sul de Minas e especialmente para Águas Virtuosas de Lambari.

Vamos lá.

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IMIGRAÇÃO ITALIANA PARA O BRASIL

Como sabemos, migração é a

movimentação de um povo, ou de um grande número de pessoas, para um país diferente, ou a uma região diferente dentro desse mesmo país, geralmente motivada por razões políticas ou econômicas; inclui a imigração (movimento de entrada) e a emigração (movimento de saída). [Dic. Michaelis]

Dentre as causas das migrações, estão as guerras, a fome, o desemprego, as perseguições, decorrentes de transformações políticas, econômicas e demográficas.

Quanto aos movimentos emigratórios da Europa para as Américas, a partir de meados do século XIX, esses tiveram as seguintes causas principais:

  • a expansão demográfica
  • as mudanças na distribuição da posse da terra
  • o processo de modernização da agricultura
  • as modificações nas relações de trabalho
  • as dificuldades de emprego, resultado de transformações que afetaram, sobretudo, o acesso à terra
  • a baixa produtividade, a pobreza e a falta de perspectiva dos que viviam no campo. [1] [2] 

A esses fatores, aliaram-se:

  • as notícias vindas do Continente Americano, com narrativas de terras, empregos e progresso;
  • a travessia do Atlântico facilitada pelos navios a vapor.

Nas décadas finais do século XIX, a Itália se encontrava em grandes dificuldades sócio-econômicas, em razão das lutas internas pela unificação, que duraram 20 anos e só foram encerradas em 1871. Essas dificuldades atingiam principalmente a população mais pobre, que vivia no meio rural, e não conseguia sobreviver nas pequenas propriedades, nem nas cidades, onde os postos de trabalho eram escassos. [3] 

A chegada dos italianos

(...) Naquela época, na Itália, o mercado de trabalho era difícil e os italianos vinham para a América do Sul onde as oportunidades eram boas. Eles costumavam dizer "vamos fazer a América", uma expressão que ficou muito conhecida.

A pátria que os italianos deixavam naquele tempo era resultado da unificação de reinos, ducados e principados independentes, que, lá pelos idos de 1870, fez surgir o Reino da Itália. Nesse Reino, recém-criado, grassava o analfabetismo, o futuro se apresentava obscuro e marcado de incertezas e o desemprego ameaçava por todos os lados.

Começa, então, um movimento migratório responsável por um expurgo do território italiano de cerca de vinte milhões de pessoas, no período compreendido entre as últimas décadas do século XIX e as primeiras décadas do século XX. O resultado é que hoje o Brasil tem cerca de 20 milhões de descendentes de italianos.

PAULO ROBERTO VIOLA, 2002, p. 63

Esse fato e o estímulo dado pelo governo italiano — que precisava combater a fome, o desemprego e tirar o país da terrível recessão em que se encontrava — encaminharam para o Brasil, no período de 1860 a 1930, milhares de trabalhadores italianos, saídos de Vêneto, da Lombardia, da Toscana, do Trentino, em sua maioria, seguidos de pessoas vindas da Campania (Napoli, Caserta), da Calábria (Cosenza, Catanzaro), e por último da Lombardia (Milão, Mantova, Cremona, Bergamo). [2] [4]

Por aquela época, enquanto muitas nações se desenvolviam, novas ideias políticas, movimentos sociais e invenções ocorriam por toda a parte, o Brasil, estagnado, vivia da agricultura de subsistência e da mineração, calcadas sobretudo na mão de obra escrava.

Necessitando crescer e desenvolver, premido pela iminente libertação dos escravos, o Brasil, que expandira sua malha ferroviária a partir de 1870, tinha interesse nessa corrente migratória para fazer crescer a agricultura, ocupar vastas áreas desabitadas e diversificar a economia, então centrada no café e na cana-de-açúcar.

Por essas razões, concedeu auxílio em dinheiro às famílias italianas para despesas da viagem e de instalação no país, tendo em vista política imigratória que visava a atender:

  • a necessidade de ocupação do território brasileiro amplamente desabitado e infrutífero, mediante formação de pequenas propriedades agrícolas familiares; e
  • a substituição da mão de obra escrava na atividade cafeeira, à vista da libertação dos escravos (1888) [3] 

Recorde-se, também, que:

Nos anos 80 e 90 do século XIX, estabelece-se no país um sistema organizado pelos fazendeiros para financiar a imigração. Famílias inteiras eram trazidas. Vinham com contrato assinado, povoando as lavouras. As colônias tinham uma média de 1.200 a 1.500 pessoas. 

Tânia Registro, historiadora [REVIDE, 2018]

Das massas de imigrantes italianos que chegaram ao Brasil pelos portos do Rio de Janeiro, Santos e Vitória, comerciantes e profissionais especializados foram localizados nos centros urbanos, e agricultores, que eram maioria, vindos da Região Norte da Itália, nas áreas rurais.


A viagem

A viagem da Itália para o Brasil durava cerca de trinta dias de navio. O conforto a bordo era quase nenhum. Os porões, que acomodavam passageiros da terceira classe, vinham lotados. A viagem transcorria com grande variação de temperatura, sendo muito calor durante o dia e muito frio à noite, o que gerava grande desconforto aos passageiros. As despedidas dos migrantes eram, via de regra, marcadas por um ambiente soturno, com os portos varados de derradeiros apitos e adeuses, usando a expressão oportuna de um poeta.

Após a viagem estafante, os italianos aportavam em território brasileiro exaustos, fazendo baldeação, com descanso em locais próprios, como era o caso da Hospedaria de Imigrantes na Ilha das Flores, no Rio de Janeiro, de onde geralmente partiam de trem, via Cruzeiro, Estado de São Paulo, para o interior, ou ainda para Minas, onde já estavam fixados parentes ou amigos conterrâneos.

PAULO ROBERTO VIOLA, 2002, p. 65


Imigrantes italianos aguardam embarque para a América. Reprodução. Frame. Fonte: Youtube


Desconforto, fome, calor e frio: a realidade da viagem. Reprodução. Frame. Fonte: Youtube

Desembarque de imigrantes. Porto de Santos (1907). Reprodução. Fonte: Wikipedia


Na região Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) e no Espírito Santo, estabeleceram-se famílias de colonos na agricultura familiar. No interior de São Paulo, no Vale do Paraíba fluminense e na Zona da Mata mineira trabalhadores braçais (braccanti) [5] foram destinados às fazendas de café. [2]

Note-se, ainda, que houve um pequeno número de imigrantes que chegou ao país disposto a empreender, aplicando economias ou pequeno capital obtido na venda de bens na Itália no comércio, indústria, agricultura ou prestação de serviços.

Hoje em dia, a maior população de oriundi [5] se encontra no Brasil: os ítalo-brasileiros somam cerca de 25 milhões de pessoas,  vivendo no Sul e no Sudeste, metade deles situados no Estado de São Paulo [6]

E há também entre nós o Dia do Imigrante Italiano, comemorado em 21 de fevereiro. (Lei nº 11.687, de junho de 2008)


Dificuldades dos imigrantes italianos no Brasil

“Os italianos fugiram de uma situação penosa e, aqui, além de terem que lidar com os problemas naturais de adaptação, encontraram uma vida bastante dura. Os fazendeiros ainda estavam acostumados com a mão de obra escrava. Isso desencadeou uma série de desentendimentos, confrontos e até greves. O governo italiano interveio, repatriando alguns imigrantes”

Tânia Registro, historiadora [REVIDE, 2018] 


Se nos finais do século XIX/início do século XX a vida não estava fácil para os italianos em sua terra natal, também foi cheia de dificuldades sua viagem, sua chegada, sua adaptação e as primeiras décadas de sua estada no Brasil.

Podemos citar:

  • abusos dos fazendeiros e as péssimas condições de trabalho nas fazendas de café, onde todos da família trabalhavam, inclusive as crianças;
  • Nas primeiras décadas do século XX, o Brasil também passou por dificuldades, e em razão disso, muitos oriundi e seus descendentes retornaram à Itália: seja porque perderam seus empregos, seja porque ocupavam empregos de salários miseráveis (às vezes, de simples sobrevivência), seja porque os que trabalhavam por meação não conseguiam subsistir, seja porque sitiantes não conseguiam extrair das pequenas propriedades os recursos para atender a família numerosa, que ainda crescera mais com os casamentos da prole e dos netos que chegavam;
  • No Estado Novo, no período da Segunda Guerra, italianos e seus descendentes (como também imigrantes alemães e japoneses) foram marginalizados. Foram proibidos de falar dialetos em públicos, suas associações foram fechadas, residência e estabelecimentos de italianos foram invadidos e seus bens confiscados.

A dura realidade das fazendas de café, onde ex-escravos e imigrantes viviam em péssimas condições de trabalho. Reprodução. Fonte: REVIDE, 2018


America, America, America (Como será essa América?)

  • Música: Merica Merica (La Merica) - Canto popular
  • Letra: Angelo Giusti
  • Intérpretes: Elenna Leda - Ana Karina Rossi
  • Tradução livre: Rodolfo Fiocco

"Dedico este filme aos meus antepassados italianos que vieram ao Brasil cheio de sonhos e esperanças, e que, com muito esforço, trabalho e dignidade aqui reconstruíram suas vidas".

                                                RODOLFO FIOCCO


  • Uma canção, um texto e um vídeo emocionantes: aqui

[1] BOTELHO; BRAGA; ANDRADE, 2007.

[2] NICOLI, 2016.

[3] AGÊNCIA SENADO, 2010.

[4] PORTAL ITÁLIA, s/d

[5] Oriundi: Oriundo. Do latim oriundus. Proveniente de; originário de. No caso, significa descendentes de italianos. Braccanti: Trabalhador agrícola geralmente pago por dia (jornaleiro, diarista)

[6] Revista digital "Oriundi". 7 de junho de 2013. Apud: Wikipedia

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IMIGRAÇÃO ITALIANA PARA MINAS GERAIS

Em Minas Gerais, os imigrantes que chegavam nos portos do Rio de Janeiro e Vitória eram conduzidos a hospedarias existentes em Belo Horizonte (próxima do Ribeirão Arrudas) e Juiz de Fora (Hospedaria Horta Barbosa).


Hospedaria Horta Barbosa. Juiz de Fora. Início do século XIX. Reprodução


Essa última,  destinava-se a receber, dar agasalho e alimentação por até cinco dias, àqueles que haviam se transferido para o Estado e que, do ponto de desembarque, não haviam sido dirigidos para outras hospedarias. [6]

No Estado, foram assentados artesãos e oficiais, e também trabalhadores agrícolas, em diversas cidades, como Belo Horizonte, Itueta, Juiz de Fora, Machado, Campanha, Poços de Caldas, Ponte Nova, Santa Rita do Itueto e São João Del Rey. Muitos desses haviam passado por outros estados brasileiros antes de serem localizados em Minas Gerais. [7]

A maioria dos imigrantes entrados em Minas Gerais foram para fazendas de café ou núcleos coloniais. Comissão Construtora da Nova Capital os alojou nas colônias que formariam o "cinturão verde" (Barreiro, Carlos Prates, Córrego da Mata [depois chamada Américo Werneck], Afonso Pena, Bias Fortes e Adalberto Ferraz). Esses núcleos coloniais situavam-se no entorno da futura cidade, e visavam ao abastecimento e diversificação da economia.  [8] 


Planta da nova capital, que antes de Belo Horizonte se chamara Cidade de Minas. Fonte: Comissão Construtora da Nova Capital. Reprodução.Wikipedia


Boa parte daqueles foi assentada na Zona da Mata mineira. De fato, a chegada da malha ferroviária na região, não só facilitou a remessa do café para o Porto do Rio de Janeiro, como levou massas de oriundi para as lavouras de café da então principal zona cafeeira do Estado.

Muitos outros vieram para as lavouras de café do Sul de Minas, e também para os assentamentos agrícolas criados a partir dos anos 1900 (Pouso Alegre [Francisco Sales e Senador José Bento], Ouro Fino [Inconfidentes] e Águas Virtuosas de Lambari [Nova Baden]).

A Comissão Construtora da Nova Capital também contratou imigrantes italianos como operários, para edificação da infraestrutura e dos edifícios públicos. [8] 

Os cerca de 50 mil italianos que migraram para Minas Gerais deixaram 1,5 milhão de descendentes, dispersos pelas regiões Sul e Leste, o que corresponde a 7,5% da população do Estado. A maior concentração se dá em Belo Horizonte, Sul do Estado e Zona da Mata. [8] [9].


[6] COMO PESQUISAR SOBRE IMIGRANTES? Site APM - aqui

[7] NICOLI, 2016.

[8] Imigração italiana em Minas Gerais. WIKIPEDIA

[9] RUFFATO, 2016 

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Imigração para Campanha

No início da década de 1860, chegaram a Campanha — município ao qual então pertencia a povoação de Águas Virtuosas (futura Lambari) — os primeiros contingentes de imigrantes italianos da região Sul do Estado, e ali se fixaram.


Campanha, MG, antiga. Reprodução. Wikipedia. Biblioteca Nacional


Vicente Mileo e Alexandre Maiolino foram os primeiros italianos que vieram e se fixaram em Campanha. Vicente Mileo, natural de Sapri (região da Campania, sul da Itália), casou-se com Ana Clara Valim e estabeleceu-se como caldeireiro em 1863. Faleceu no dia 14 de novembro de 1868 e não deixou descendentes. (MILEO, 1970, pág. 113)

Nas décadas seguintes, os que chegaram estimulavam outros patrícios a rumarem para o Sul de Minas Gerais. E muitos vieram, atraídos, inclusive, pela possibilidade de trabalho na construção da estrada de ferro, que viria ligar diversas cidades da região. (MILEO, 1970, p. 110; ; VIOLA, 2002, p. 75)

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Imigração para Águas Virtuosas de Lambari

Na década de 1870, João Marçano e em seguida Lucas Zaccaro vieram para Águas Virtuosas de Lambari, sem as respectivas famílias, e aqui se instalaram como comerciantes; alguns anos depois, retornaram a Itália.

Vindo de Campanha, a partir de 1880, um grupo de famílias originárias da mesma região da Campânia — província de Basilicata, cuja capital é Potenza, situada entre as províncias de Nápoles e Calábria — se instalou em Águas Virtuosas e aqui se fixou.


Região da Basilicata, Itália (Reprodução: GoogleMaps)


Quase todos vinham do mesmo paese* e muitos eram parentes próximos. Ordeiros, operosos, respeitosos à lei, esse grupamento de italianos muito contribuiu para o progresso de nossa cidade. 

Exerciam ofícios diversos na construção civil (pedreiros, mestre de obras, marceneiros), nas pequenas fábricas (calderarias, olarias, laticínios) e nos serviços em geral (barbeiros, alfaiates, sapateiros), como também atividades no comércio.


Paese [ital.]. sm. 1 aldeia, vilarejo.2 país.3 região, território. (Dic. Michaelis)

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Imigração para a Colônia Nova Baden (Lambari)

No início dos anos 1900, quando Américo Werneck era Secretário de Agricultura do Estado de Minas Gerais (setembro de 1898 a fevereiro de 1901), foi criada, em Águas Virtuosas de Lambari,  a Colônia de Nova Baden, na qual 160 lotes, com áreas de 4 a 6 alqueires de terra, foram concedidos a colonos austríacos, alemães e italianos

A gleba de terra retalhada em lotes, entregues àquelas famílias, contudo, não conseguiu fixar os beneficiários. Pouco depois lá permanecia reduzido número dos primeiros colonos — a maioria foi tentar a sorte em outros locais ou na zona urbana de Águas Virtuosas.

Inaugurada em 1901, a estação ferroviária de Nova Baden visava a contribuir para o desenvolvimento da colônia agrícola

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FAMÍLIAS ITALIANAS QUE VIERAM PARA ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI

Cerca de 40 famílias italianas imigraram para Águas Virtuosas, quase todas oriundas de Latronico, na província de Basilicata

Dentre elas, conforme está no livro Subsídios para a história de Lambari (MILEO, 1970), as seguintes:

Basile, Beloni, Bianguli, Biasi, Bongiorni, Bordigoni 

Carelli, Carlini, Coli, Conti

De Capua, De Paula, Dieco, Dotti

Eoli

Franceschi

Gentili, Gesualdi, Giacoia, Giovanini, Gonelli, Grandinetti, Greco, Gregatti

Ieno, Ielpo

Lamberti, Léo, Lofiego, Lorenzo 

Magaldi, Maglioni, Mandarano, Manes, Marzano, Metidieri, Mileo

Negri

Papaléo, Papandréia, Patia, Pestile, Plantuli, Ponzo 

Raimundi, Rambaldi, Rosatti 

Santoro, Serruti, Sgarbi, Sinforoso, Silvestrini 

Tucci

Viola

(*) Os Biasi vieram de Campobasso; os Gentili, de Massa; os Pestile, de Nápoles; os  Giovanini, de Badia de Tedalda, província de Arezzo; os Rosatti de Cantiano, em Marche.

Fonte: JOSÉ NICOLAU MILEO, 1970, págs. 107 a 114; 


Antigo postal de Latronico (Italia). Fonte: Facebook/Madalena Viola (cujos avós são naturais dessa cidade)


Mais sobre Latronico antigo:


Sobrenomes mutilados

O escritor mineiro Luiz Ruffato, descendente de italianos e natural de Cataguases, no artigo Os italianos invisíveis de Minas Gerais diz que

Os imigrantes italianos, além do idioma, substituiram hábitos alimentares e comportamentos, e nem mesmo os sobrenomes conseguiram manter: na hora de proceder ao registro dos descendentes, os escrivães, sem entender direito o português estropiado, anotavam o que lhes parecia ter um som assemelhado ao ouvido, que o imigrante, analfabeto, não conferia. (RUFFATO, 2012).

Assim é que nos sobrenomes dos oriundi de Águas Virtuosas vamos encontrar, por exemplo: Biasi por Biaso; Beloni por Belone; Gentili por Gentil, Mitidieri por Metidiéro, Marzano por Marçano, Rosati por Rosattietc.

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Alguns imigrantes

Veja abaixo alguns imigrantes italianos que vieram para Águas Virtuosas de Lambari nos finais século XIX-início do século XX:


Francesca Bordigoni e Giuseppe Gentili, meus bisavós italianos, que vieram de Massa


Vicente Gesualdi e famíliares. Vicente nasceu em Latronico (Basilicata, Itália), e veio para Águas Virtuosas em 1893, com apenas 10 anos. Depois, em 1914, mudou-se para Itajubá (MG). Era irmão de Annunciatto Gesualdi

Família Viola: Vicente, Salvador, Carlos, Manoel e Luis. Todos oriundos de Latronico (Basilicata, Itália).


Francesco Basile (sentado). Natural de Latronico (Basilicata, Itália). Chegou em Águas Virtuosas de Lambari em 1877

Ao lado do Francesco, sentado, seu filho mais velho: Miguel. De pé atras do Francesco e Miguel, seu filho mais novo Reynaldo Basile.

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Histórias de imigrantes

Conta Paulo Roberto Viola, filho de Paulo Grandinetti Viola e neto de Salvador Viola, a seguinte história:

Foi através do Tio Manoel que os irmãos Viola vieram para o Brasil. Um dia, o tio Vicente contou a papai que o tio Manoel tivera um entrevero com um fiscal que fora fiscalizar a casa comercial que seu pai tinha em Latronico. Esse fiscal destratara seu Paolo e tio Manoel furiosamente defendeu a honra do pai. Após esse incidente, Tio Manoel deixou a Itália e foi para Águas Virtuosas, a convite do tio Rosário Mileo.

PAULO ROBERTO VIOLA, 2002, p. 75

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Rua dos Italianos

Conheça a história da Rua dos Italianos, em Lambari, MG:

Nos anos 1890, várias famílias de italianos estavam fixadas na Rua Camilo Fraga. Na eleição realizada em 15 de novembro de 1894, se decidiu pelo voto dos eleitores italianos — cerca de 30 imigrantes que aqui residiam.

Esses votos ajudaram na eleição do grupo político liderado por Garção Stockler e João Bráulio Júnior, que homenagearam a colônia de imigrantes dando o nome de Rua dos Italianos à antiga Camilo Fraga. Essa circunstância atraiu para aquela rua diversas outras famílias de origem italiana, que residiam em pontos diferentes da povoação.

  • Rua dos Italianos - aqui

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Profissões

Em Águas Virtuosas, as famílias italianas que vieram no final dos anos 1800, início dos 1900, exerceram, em sua maioria, ofícios da área urbana. Eram pedreiros, marceneiros, pintores, ferreiros, caldeireiros, padeiros, queijeiros, alfaiates (havia também mulheres costureiras), sapateiros (consertos e fabricação de calçados).

Outros dedicaram-se ao comércio, com casas de tecidos, gêneros alimentícios, padaria, açougue, sapataria e alfaiataria. Muitos se empregaram como artífices, comerciários e operários nas oficinas da estrada de ferro. (MILEO, 1970, págs. 111, 112 e 124)

Poucas famílias, como os GENTILI (Gentil), foram para a agricultura, formando grandes hortas na periferia da povoação. Outras, como os SILVESTRINI, antes de fundarem indústrias de laticínios, exploraram olarias, em Nova Baden.

Das família italianas que vieram para a colônia agrícola de Nova Baden, poucas se fixaram na atividade de agricultura.

Veja estes posts:

  • Origens da família Gentili - aqui
  • Famílias pioneiras de Aguinhas - Família Silvestrini - aqui
  • A criação da Colônia de Nova Baden - aqui e aqui

Construtores

No período entre 1890-1900, imigrantes italianos participaram ativamente da construção da nova capital de Minas Gerais, como vimos acima.

Em Águas Virtuosas de Lambari, também vamos encontrar imigrantes italianos na construção civil, atuando como mestres de obras, pedreiros carpinteiros.

Francisco Grandinetti fazia parte da grande família italiana que veio para Águas Virtuosas de Lambari, no final do Século XIX. Como se vê acima, os profissionais com os quais trabalhava também eram italianos.

  • Imigrantes italianos - aqui

Marceneiros

Altar de madeira da antiga matriz de N. S. da Saúde. Obra dos Raimundi

O descendente de italianos, José Raimundi, marceneiro de profissão, foi, na verdade, um artista e engenheiro nato, tendo deixado também esculturas e pinturas a óleo. Entre suas obras estão a construção da piscina do Hotel Imperial e da Igreja Presbiteriana de Lambari.

  • José Raimundi - aqui

Laticínios Silvestrini e o Catupiry®

Conheça a história da família Silvestrini, que imigrou para Águas Virtuosas em 1896, e aqui criou os Laticínios Silvestrini e o famoso Catupiry®

  • O Catupiry® é de Aguinhas! aqui

Indústrias ABI

A história da Família BIASO e das Indústrias ABI começa com a chegada, em 1890, do patriarca Francesco de Biase, nascido em 1863, em Vinchiaturo, região do Molise, província de Campobasso. 

Em 1895, Francesco casou-se com Maria Paschoalina Miléo, também italiana, oriunda da Brasilicata. Dessa união nasceram 8 filhos: Annunciato, Maria, Miguel, Luiz, Tereza, Egídio, Ângelo e Antônio, tendo a família adotado o sobrenome BIASO.

Francesco trabalhou como caldeireiro e funileiro e iniciou os filhos na profissão. Em 1913, contava Annunciato com 18 anos quando, em conjunto com seus irmãos Miguel e Luiz, fundou a ABI - Annunciato Biaso Irmãos S/A, uma fábrica de latões para leite.

  • ABI - Uma história de 100 anos - aqui

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A RICA HERANÇA DA ITÁLIA

Como dissemos, somos o país com o maior número de descendentes de imigrantes italianos e, claro, isso faz do Brasil uma terra que muito se enriqueceu daquela cultura.

De fato, vamos encontrar elementos itálicos nos costumes, nas danças, nas festas, nas comidas típicas, na bebida, na fala e escrita, nas técnicas agrícolas, na fabricação de artefatos, nos empreendimentos.

Eis uma pequena lista:

  • Nas técnicas inovadoras de manejo da terra (SP, MG e região Sul)
  • Nas atividades vinícolas na região Sul, e em outras partes do Brasil (no Sul de Minas, temos produção de uvas/vinhos em Andradas e Três Corações, por exemplo)
  • Nas festas, danças e tradições italianas no Sul do país e em outras partes do Brasil
  • Na adoção de práticas religiosas: festas e devoção de santos da tradição católica italiana
  • Nos hábitos culinários (em parte abrasileirados), como: pães (pão italiano, panetone, no natal) massas (espaguete, pizza, polenta, minestra), molhos, embutidos, o consumo de vinhos etc., e as milhares de cantinas e pizzarias espalhadas pelo Brasil, principalmente na capital paulista
  • Nos esportes: dois gigantes do futebol brasileiro, um deles mineiro, nasceram de colônias italianas: Cruzeiro Palmeiras. Esse último teve seu nome mudado na Ditadura de Vargas (antes era o Palestra Italia), sob o risco de perder todo o seu patrimônio.
  • Na fala e na escrita: palavras, expressões no linguajar e na literatura brasileira, tais como: tchau, nona, cappuccino, cantina, risoto, nhoque, mortadela, muçarela, ricota, pastel, paúra, estrogonofe, imbróglio, madona, máfia, serenata, trampolim,  camarinho (sobre essa expressão veja aqui)
  • E, ainda, gôndola (até nós de Águas Virtuosas tivemos uma dessas no Lago Guanabara, em 1911!)

  • Nos dialetos, ainda falados em certas regiões do Sul do país;
  • No sotaque italiano, que penetrou no dialeto da população local (o falar típico do paulistano recebeu forte influência do imigrante italiano)
  • Cultura: livros, pinturas, esculturas, músicas e danças típicas serviram de inspiração e já foram até retratadas em obras televisivas e cinematográficas produzidas por aqui, como “Terra Nostra”, “Esperança”, “Passione”, “Tempo de Amar” e “O quatrilho”, entre outras. [REVIDE, 2018]

Fontes: NICOLI, 2016

Sites: https://www.superprof.com.br/blog/influencia-italiana-br/ e https://www.revide.com.br/editorias/especial/heranca-italiana/


Veja este post do blog Anita Plural:

  • Ecos Culturais | Tradições italianas: A Befana - aqui

Doces e laticínios típicos de Águas Virtuosas

Em Águas Virtuosas de Lambari vamos encontrar traços dessa herança gastronômica também.

Quem não se lembra do pão italiano do Padaria do Juca? Ou dos pães da Padaria do Walter Raimundi?

Recorde estes outros exemplos da tradição italiana em Lambari:


  • doces de leite da família Gonelli (aqui)

  • doces da família Viola aqui

[Infelizmente, essa fábrica não existe mais.]

  • queijos dos Silvestrini, cuja receita original do Catupiry® veio na memória da nona italiana aqui

  • especial manteiga da família Beloni, de sabor incomparável, com clientes do Rio de Janeiro — entre eles Gustavo Barroso —  que a encomendavam e recebiam pelo serviço de entregas da rede ferroviária

[Infelizmente, esse laticínio não existe mais.]


Literatura de influência italiana

Na literatura brasileira há também fortes traços da imigração italiana, que que deu origem a alguns clássicos, como estes:

 Publicado em 1927, pelo cronista e contista António de Alcântara Machado, o livro, composto por onze contos, trata do tema da imigração italiana e a primeira geração de ítalo-brasileiros em ascensão na capital paulista.


 Publicada em 1979, por Zélia Gattai, escritora ítalo-brasileira casada com Jorge Amado, esta obra rememora episódios da infância e adolescência da autora: fatos verídicos de sua família italiana, a partir de 1910, na mudança para São Paulo e sua adaptação à capital.


  De 1985, essa obra do escritor ítalo-brasileiro José Clemente Pozenato trata-se de um romance, cuja história se passa em Caxias do Sul (1908-1930), retratando a paixão de dois jovens casais de imigrantes italianos, num ambiente rural rústico, de acentuada influência religiosa.

Fonte: https://sites.google.com/site/pavilhaoliterario/ligia-simonelli-a-influencia-da-imigracao-italiana-na-literatura-brasileira

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AS FAMÍLIAS SE ENCONTRAM

Abaixo, o registro do encontro de descendentes de famílias italianas, momentos de recordações, emoções, cultura, estreitamento de laços familiares — e muita comida típica.

Confira.


Encontro da Família Marra - Lambari 2014

Este é o Encontro da Família Marra, em Lambari, 2014. O sobrenome Marra é italiano e este encontro anual, com muitas poesias, músicas, histórias e emoções, bem ao estilo de "una famiglia ítalo-brasiliana", renova e fortifica os laços familiares.

  • Encontro da Família Marra - Lambari 2014 - aqui

Encontro das Famílias Lorenzo e Gesualdi

Encontro promovido por descendentes das famílias Lorenzo e Gesualdi, ocorrido em 2015, procura resgatar e valorizar a ancestralidade. Veja reportagem no site:

  • Correio do Papagaio - aqui

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PESQUISA SOBRE A IMIGRAÇÃO ITALIANA

Abaixo, o resultado de uma breve pesquisa sobre o tema "imigração italiana".

Confira:

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Sites de interesse

Alguns site relacionados à imigração italiana para o Brasil:


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Fotos e E-books

Fotos sobre a emigração italiana

MEI - Museo Nazionale dell’Emigrazione Italiana

https://www.romapravoce.com/museu-imigracao-italiana-roma/


E-book sobre a imigração italiana

https://www.asei.eu/it/wp-content/uploads/2010/05/guidaemigrazione_OCW.pdf

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CIDADANIA ITALIANA

Neste tópico vão informações sobre a obtenção cidadania italiana, por parte de brasileiros descendentes de italianos.

Note-se que o grande interesse na obtenção da dupla nacionalidade e do passaporte europeu tem ocasionado algumas situações problemáticas, quando não são tomados certos cuidados quanto aos procedimentos legais e/ou aos prestadores de serviços dessa natureza.


Veja-se:


Desse modo, advirta-se que a pesquisa que vai abaixo foi feita na internet, via Google, e não conhecemos a qualidade ou a seriedade dos serviços anunciados.

E, por fim, registre-se que este site

  • não faz propaganda comercial,
  • não vende produtos ou serviços e 
  • não presta nenhum tipo de serviço ou orientação quanto a dupla cidadania/passaporte europeu

apenas compartilha gratuitamente informações e notícias históricas sobre a imigração de italianos para a cidade de Lambari, MG (antiga Águas Virtuosas de Lambari).


Quem pode obter a cidadania

Em linhas gerais, informa o site http://www.cidadaniaitaliana.com.br/, todo aquele que for descendente de italianos pode ter direito à cidadania italiana, mas existem algumas limitações quanto a transmissão pela linha materna.

Veja:

  • Se a descendência se der por linha paterna (só homens: por exemplo: trisavô, bisavô, avô, pai e interessado/a) não há limitação quanto ao ano de nascimento dos filhos/as, ou seja, o interessado/a tem direito não importando o ano de seu nascimento.
  • Já nos casos em que há uma mulher na linha de transmissão, seja no início ou no meio da linha de descendência, essa mulher só poderá transmitir a cidadania para os filhos/as nascidos/as após 01/01/1948. 
  • Isso se dá porque, antes de 01/01/1948, a Itália era, do ponto de vista constitucional, um Reino, e a legislação então vigente estabelecia que só o homem podia transmitir a cidadania, isto é, a nacionalidade italiana para os seus filhos/as.
  • Depois de  01/01/1948, a Itália passou a ter uma Constituição Republicana, mediante a qual foi estendido às mulheres o direito de transmitir a cidadania (a nacionalidade italiana), mas somente para os filhos/as nascidos desta data em diante, a partir da qual passou a vigorar a nova Constituição.
  • Assim, pela atual legislação, a mulher (seja ela italiana ou descendente de um homem italiano) não pode transmitir a cidadania (nacionalidade italiana) para filho/a nascido/a antes de 01/01/1948.

Referências: 

http://www.cidadaniaitaliana.com.br/info.htm

http://duplacidadania.com.br/italiana/passo-a-passo/


Sites de pesquisa da descendência italiana

http://www.buscanaitalia.com.br/


 

http://www.caminhosdaitalia.com.br/genealogia.html?id=72

Este site lista diversos sites públicos no Brasil que possibilitam pesquisas sobre a vinda de emigrantes ao Brasil


http://www.imigrantesitalianos.com.br/

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CONTE AS HISTÓRIAS DOS SEUS BISAVÓS ITALIANOS

No site do Museu da Imigração do Estado de São Paulo é possivel postar histórias de família e fotografia dos nonni, por meio do Facebook ou Instagran.

Confira:

Museu da Imigração (SP)

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QUEM VAI CONTAR AS PEQUENAS HISTÓRIAS?

A vida não é a que a gente viveu, e sim a que a gente recorda, e como recorda para contá-la.

GABRIEL GARCIA MARQUEZ
.............................
Não existe rua com pedras mudas nem casa sem ecos.

GÓNGORA
.............................
A gente descobre que o tamanho das coisas há de ser medido pela intimidade que temos com as coisas (...) Assim, as pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que as outras pedras do mundo. Justo pelo motivo da intimidade.

MANOEL DE BARROS


A mensagem inicial deste site GUIMAGUINHAS (aqui), — espaço eletrônico no qual venho contando minhas histórias e histórias de Aguinhas — intitula-se: E quem vai narrar as pequenas histórias? (transcrita logo abaixo).

Isso porque acreditamos que todos nós podemos (e devemos) contar as pequenas histórias dos nossos verdes (ou em amadurecimento) anos e os fatos e os modos de dizer e viver da parentalha.

É uma maneira prazerosa de guardar e reverenciar a memória dos ascendentes e deixar aos descendentes as narrativas que vão fortalecer os laços familiares e ser-lhes útil ao crescimento emocional, pessoal e espiritual.

Pois bem, caro visitante, você que é de Águas Virtuosas de Lambari, ou tem parentesco com imigrantes ou outras pessoas que ajudaram a construir esta cidade, conte também uma história que possamos publicar aqui neste espaço.

Ou envie fotos que ilustrem as narrativas que disponibilizamos aqui; ou complemente informações; ou corrija algum equívoco que tenhamos cometido.

O que nos move é compartilhar fatos, fotos e histórias da nossa gente.

Ficaremos agradecidos e enriqueceremos o acervo das memórias e histórias de nossa cidade.

Saudações,

Antônio Carlos Guimarães - Guima de Aguinhas (Guimaguinhas)


 Meu avô Zé Batista, que chamávamos de Pai Véio (pai mais velho), contador de histórias e inspirador deste site


E quem vai narrar as pequenas histórias?

Cara(o) visitante,

Falava-me sempre o velho
Zé Batista:

 

Quem vai escrever as pequenas histórias, os fatos da parentalha, os causos e os modos de dizer da nossa gente, os acontecidos de Aguinhas? Quem vai recolher os caquinhos da memória, a lembrança das pequenas coisas que todo mundo esqueceu? Quem vai dar voz aos nossos antepassados? Quem vai se lembrar daqueles que não têm história pra contar? Quem vai contar nossa luta, nossa vivência, nossa terra, nossos amores, nossa sorte, nossos azares?

Não vão ser os grandes escritores, é claro. Mas eu gostaria que fosse alguém que narrasse soltinho, sem pensar em fazer literatura, que isso é coisa de poucos. Alguém que o fizesse numa prosinha esquadrejada e fácil, desempenada e leve, lixadinha, boa de ler. Enfim, bem acabada, no capricho, que nem se fosse uma peça aprontada por um desses carapinas que têm sentimento pelo que faz. Só isso, nem um soprinho a mais. (1)


Meu avô se referia à cidade de Lambari, MG, que já foi Águas Virtuosas, e que ele, nas histórias que contava aos netos, chamava de Aguinhas, e, claro, também à parentela, aos amigos e conhecidos do lugar.

Hoje estou aqui com as minhas HISTÓRIAS DE AGUINHAS, tentando responder às suas indagações e na esperança de que meus textos tenham saído ao seu gosto.

E convido você pra estar comigo, neste espaço virtual, compartilhando informações, fotos e histórias de Minas, de mineirices, de casos e "causos", de escrevinhação e livros - e de outros acontecimentos novos e antigos de Aguinhas e do Sul das Gerais...

 

Guima, de Aguinhas, março de 2013.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Obras sobre imigração italiana para o Sul de Minas

  • E-book IMIGRAÇÃO ITALIANA EM VARGINHA (MG) - 1887 - 1927 - José Roberto Sales - Disponível aqui

  • Livro PANE, VINO E MOLTO LAVORO! ...ANCHE AMORE - A saga da imigração Italiana em Itajubá

Bibliografia deste post

  • BOTELHO; BRAGA; ANDRADE. Tarcísio Rodrigues; Mariângela Porto; Cristiana Viegas de. Imigração e família em Minas Gerais no final do século XIX. [Artigo]. Revista Brasileira de História. vol.27 no.54 São Paulo Dec. 2007. Disponível aqui
  • NICOLI, Sandra. Imigração italiana em Minas Gerais/Brasil: Cotidiano, costumes e tradições. [Artigo]. Univale, 2016. Disponível aqui:
  • PORTAL ITÁLIA. História da imigração italiana na América do Sul. s/d. Disponível aqui
  • AGÊNCIA SENADO. Homenagem aos 139 anos da imigração italiana no Brasil. 18, JUN, 2010. Disponível aqui
  • RUFATTO, Luiz. Os italianos invisíveis de Minas Gerais. [Artigo]. Site EL PAÍS. 13, jan, 2016. Disponível aqui
  • SUPERPROF. BLOG. A herança italiana no cotidiano brasileiro. Disponível aqui
  • REVIDE [Revista digital]. 16, FEV, 2018. Herança italiana. Disponível aqui
  • VIOLA, Paulo Roberto. Lambari, como eu gosto de você. Rio de Janeiro : Ed. Navona, 2002, pág. 63 e 72.
  • MILÉO, José Nicolau. Ruas de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970, págs. 47 e 50
  • MILÉO, José Nicolau. Subsídios para a história de Lambari [A fixação do elemento italiano na cidade]. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970, págs. 107 a 114
  • CARROZZO, João. História Cronológica de Lambari. Nascida Águas Virtuosas da Campanha. Piracicaba, SP, Shekinah, 1988, págs. 96 e 97
  • GESUALDI, André Luiz Martins. Minhas 24 horas em Latronico [Relato de viagem]. 2012
  • GENTIL, Karla. História da família GENTILI. [Relato de viagem]. 2018
  • ALVES, Paulo, Ricardo e Marcelo Castro [Basile]. História da família BASILE. [E-mails trocados com este autor]. 2019
  • Museu Américo Werneck. Lambari, MG
  • YouTube, Wikipedia e outros sites mencionados no texto

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Publicado por Guimaguinhas
em 27/11/2019 às 04h36

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