Após a estada da Seleção Brasileira de Futebol em Lambari (1966), o time amador do Águas Virtuosas foi profissionalizado, com o objetivo de disputar a divisão de acesso à elite do campeonato mineiro, isso nos anos de 1967 a 1969.
E foi nesse período que se formou o Mirim - depois Juvenil - do Águas Virtuosas, cujo treinador era o Damião, atleta do AVFC que viera do estado do Rio de Janeiro. Por essa época, ele já namorava uma moça de Lambari, com quem veio a se casar.
Águas profissional anos 1960. Na foto: Miltinho, Paulinho, Valmando, Betinho e Damião.
Mirim do Águas, 1967: Alexandre, Geraldinho, Ieié, Celinho, Décio e Biguá. Agachados: Andrezinho, Zé Maria, Xepinha, Rubens Nélson e Roberto.
O Mirim do AVFC realizava treinos e apresentações. Nos treinos, entre dezenas de garotos, formavam-se quatro times, todos buscando firmar-se nos times "A" e "B", visto que essas duas equipes se enfrentavam nas preliminares dos jogos do Águas profissional. E isso se tornou um atrativo extraordinário para a meninada de Lambari.
Lembro-me que, após as "peneiras", consegui vaga somente no quarto time, e, claro, meu nome não figurou entre os convocados para a apresentação na preliminar de um desses jogos do Águas profissional.
E no domingo fiquei lá jururu, parado à porta do Estádio, vendo chegarem os colegas selecionados, esperando a chance de, pelo menos, entrar de "graça" para assistir ao jogo.
Quase todos os convocados já haviam entrado, quando Damião me viu a um canto e perguntou: - Ei, garoto, cadê sua chuteira? Respondi, assustado: - Não trouxe, meu nome não estava na convocação... E Damião falou: - Corre lá, busca a chuteira, e volta correndo, vai, vai!...
Coração aos pulos, saí em disparada e voltei com a chuteira debaixo do braço. Fiquei na reserva, entrei nos minutos finais, e fiz um gol de bicuda, da entrada da área.
Por esse tempo, jogava no meio de campo, e, aos poucos, consegui me fixar no time "B". Mas eu queria, por toda a lei, ser titular, ser escalado no time "A". Mas como?
A solução veio por intermédio do Alexandre, titular da lateral-esquerda do time "A". Filho do dr. Ferreira, um dos diretores do Águas, ele disse ao Damião que queria jogar no meio de campo, e não se importava de jogar no time "B". E que havia falado comigo, e que eu também - claro! - topava fazer a troca de posições. E foi assim - por um atalho - que consegui chegar ao time "A" do Mirim/Juvenil do Águas.
E aí veio uma fase de amistosos e fizemos alguns jogos pela região: Jesuânia, Cambuquira, Três Corações...
Em 1970, o Águas profissional encerrou suas atividades, e houve um campeonato interno, do qual o Juvenil do AVFC participou.
Eis o time que jogou - e venceu - o torneio início:
Juvenil do Águas, 1970: Ieié, Vaca, Adão, Guima, Firmino e Celinho. Agachados: Roberto, Xepinha, Zé Paulo, Pedro e Dílson.
Em 1968, após a chegada do Sr. Jaime, técnico de futebol vindo de Belo Horizonte para treinar o Águas profissional, alguns atletas do segundo time do Águas - Nego, Fausto, Negrita, Tatá - participavam de atividades entre os profissionais (preparação física, treinos, etc.)
E, dentre os jogadores do Juvenil, o Dimas e eu, então com 15 para 16 anos, fomos escolhidos para também treinar em meio aos profissionais. Foi uma ótima fase de minha vida, na qual aprendi muito sobre futebol e pude conviver com técnico, preparador físico e atletas profissionais vindos de diversas partes do país.
Time profissional do AVFC, entre 1968/69, que disputava a segunda divisão para acesso à primeira.
Em pé: Jaime (técnico), Jerri, Maurício, Bulau, Pulga, Paraguaio, [?], Liu e Geraldo. Agachados: Betinho, Alemão, Miltinho, Walmando, Varlei, Rivelino, Sabadine e Sérgio Raimundi.