O AEROPORTO DE AGUINHAS
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No Menino-Serelepe* eu conto por que gostava das quintas-feiras:
— Será se quinta-feira ainda demora, mãe? — eu vivia perguntando de sexta-feira de uma semana até quarta-feira da outra, pois que quinta-feira era dia de folga do pai, aí ele ficava em casa e sempre arrumava uma diversão pra gente fazer juntos. Era ensinar usar os instrumentos da caixa de ferramenta, era aprender cuidar da armaria, que os Guimarães sempre gostaram de caçada, era passear na Serra das Águas Virtuosas, era visitar o campo de aviação (“Quem sabe o Rodolfinho Faria vai pousar o avião lá hoje?”), a estaçãozinha do trem e caminhar no Horto de Nova Baden (...)
E, como se vê, o passeio a Nova Baden para visitar o Campo de Aviação e Horto Florestal era programa obrigatório. Ìamos sempre de bicicleta e a foto abaixo ilustra uma dessas idas:
Guima, final anos 1950, em Nova Baden
À frente do Horto Florestal fica o campo de pouso, extenso, com cerca de 1.600 metros de comprido por 150 metros de largura, bem tratado hangar, campo oficializado, sede de arquitetura caprichosa, enfeitada de cactus. Dá aterrissagem a grandes aviões de carreira. (1)
Turistas em passeio de charretes até o Aeroporto de Lambari, anos 1960
Do Rio, Lambari dista apenas 90 minutos, vindo pelo ar; estando para breve ser inaugurada uma confortável e segura linha regular de viação aérea, poderemos num futuro próximo aqui chegar naquele espaço de tempo. O aeroporto é ótimo, e oficializado pelo Departamento de Aviação Civil (DAC). (2)
De São Paulo (...) também esperamos para breve uma linha de navegação aérea, o que trará aqui o veranista em 90 minutos. (2)
1955: No aeroporto, pessoas aguardam a chegada do Núncio Apóstolico no Brasil, Dom Armando Lombardi, no Congresso Eucarístico.
Veja aqui um vídeo sobre essa chegada [a partir de 3,45 min]
- Rio X Lambari em 60 minutos (aqui)
- A Navegação Aérea Brasileira (NAB) em Aguinhas (aqui)
- Nova Baden e o Horto Florestal veja este post (aqui)
(1) MARTINS, Armindo. Lambari, cidade das Águas Virtuosas, 1949, p. 109.
(2) Id. ibib, p. 97.
(*) Esta narrativa faz parte do livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem, uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, nos anos 1960.
O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE ÁGUINHAS. Veja acima o tópico Livros à Venda.