Geraldo Machado de Sousa tomou gosto pela música ainda menino, quando sua mãe lhe deu uma gaita, instrumento que logo dominou. A seguir, aprendeu cavaquinho, violão, bandolim, demonstrando grande habilidade e vocação para a música. Depois, estudou música com o então maestro da banda de Lambari, o sr. Vicente de Paula Silva, com quem aprendeu a tocar saxofone.
Depois fez diversos cursos de música e regência, e, finalmente, em 1973, prestou concurso para músico profissional, tendo sido aprovado pela Ordem dos Músicos do Brasil. Bem, esse é um resumo da vida musical do maestro Geraldo Machado, como é conhecido em nossa cidade.
Machado organizou, participou e dirigiu diversas orquestras, bandas, corais e conjuntos musicais em sua longa vida de músico. Mas hoje quero destacar — por uma razão muito especial, como se verá — o conjunto G. Machado e seus Rancheiros, que, no início dos anos 1950, animava festas na região e fazia apresentações numa rádio de Três Corações.
Abaixo vai uma foto de G. Machado e seus Rancheiros, tirada no bairro Vila Nova, em Lambari. Nela está José Guimarães Filho, o Dé da Farmácia, meu pai.
Até sua morte, ocorrida em 1980, eu não sabia dessa "passagem" do meu pai pela música. Depois encontrei em seus guardados as duas fotos que ilustram esse post. Inicialmente, imaginei que fosse uma brincadeira de carnaval, mas minha mãe confirmou que ele participava do conjunto. Eu nunca o vi comentar esse fato. Gostava sim, de música, de versos, de declamações, especialmente da vertente sertaneja, mas nunca o vi tocando nenhum instrumento, ou batucando ou marcando ritmo de música alguma. Muito amigo de Geraldo Machado, sempre conversavam sobre caçadas, esporte de que ambos gostavam e praticaram muito, até os anos 1960.
Mas está aí o registro. A função do meu pai nesse conjunto era a percussão (pandeiro, triângulo).
Da esquerda para direita: Dé da Farmácia, Dito da Mindica, Geraldo Machado e um outro participante do grupo.
Na foto de abertura, meu pai, todo elegante, posando com a roupa de "rancheiro".