Álbuns de figurinhas sempre fizeram sucesso em meio à criançada, especialmente os lançados por ocasião de Copa do Mundo. Isso ocorreu comigo, com meus filhos e está acontecendo agora com os meus netos, que têm hoje a mesma idade que eu tinha nos idos de 1962, quando fiz meu primeiro álbum.
Em o Menino-Serelepe (*) registrei como consegui meu primeiro álbum de figurinhas. Naqueles tempos eu morava no Pasto do Fubá, e eis como narrei o caso:
Pelo meio do ano, seu Luiz trouxe um sobrinho, Jorge, e ficamos amigos. Jorge vinha com uma novidade que me encantou (e que até hoje encanta): um álbum de figurinhas da Copa de 62. Insisti, chorei, e o pai, com grande sacrifício, começou a coleção pra mim.
Decorei os nomes dos jogadores de todas as seleções: Chile: Escutti...; México: Carbajal...;Iugoslávia: Soskic...; Espanha: Sedrun...; Inglaterra: Springett ...; e, claro, da do Brasil, que ainda trago fresca na memória: Gilmar, Djalma Santos...
Aqui nasceu a paixão por Garrincha, Didi, Nilton Santos, Amarildo, que esses, ao lado de Pelé e uns poucos, eram todos figurinhas carimbadas, as últimas que pus no álbum.
A seleção brasileira no álbuum da Copa de 1962
A evolução da tecnologia da colagem
As gerações de colecionadores de minha família passaram por três "tecnologias de colagem". Eu sou do tempo da goma arábica (ou do grude, que era o mais comum); meus filhos, da cola branca; e meus netos das figurinhas autocolantes.
A febre das figurinhas da Copa de 2014
Com os álbuns vêm as tradicionais atividades correlatas: a lista de faltas, o troca-troca de figurinhas, o jogo de bafo. Já não há figurinhas carimbadas, mas há novidades: muitas meninas e adultos (às vezes, famílias inteiras) colecionando e o uso da tecnologia para a troca (ou compra) de figurinhas (internet, redes sociais, etc.).
Dizia-se carimbada, antigamente, em relação a algumas figurinhas que recebiam um carimbo, e, por isso, eram consideradas mais difíceis de serem conseguidas e valiam mais no troca-troca. Nos dias de hoje não existem figurinhas consideradas "difíceis"; de qualquer modo, cromos de Neymar e alguns outros craques custam mais nos pontos de trocas. (veja aqui)
A febre das figurinhas é mundial, mas no Brasil ela está alcançando números formidáveis, impulsionada pelo fato de a Copa ser no Brasil, pela tecnologia (que permite contatar outros colecionadores, trocar e/ou comprar figurinhas), pelos pontos de troca que surgem naturalmente (bancas de jornais, praças, shoppings), entre outros fatores.
Meus netos Leo e Rafa com o álbum da Copa de 2014
Lembranças das Copas de 58, 62 e 66
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(*) Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem, livro de memórias de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a coletânea HISTÓRIAS DE ÁGUINHAS. V. o tópico Livros à Venda.
(*) Com a colaboração de André Gesualdi.