Foto de abertura: Orquídea abrindo-se generosa em múltiplas flores.
No meu livro de memórias — Menino-Serelepe* —, falo do canteiro de flores de minha avó Cema:
Na lateral da escada, lugarzinho fresco e úmido, mas que tomava bom sol pela manhã, vó Cema cuidava com gosto dum canteiro, protegido por um cercadinho (...)
E havia também uns paus podres dos quais pendiam trepadeiras, parasitas e orquídeas belamente floridas e diversas samambaias esparramadas, ora pelos galhos do pau, ora pelo chão: chifre-de-veado, chorona, renda portuguesa, jiboia, bailarina. E mais costela-de-adão, espada-de-são-jorge, comigo-ninguém-pode, parece-mas-não-é, bromélia, suculenta, brinco-de-princesa, conta-de-lágrima, avenca, todos esses bem-acompanhados de renques de beijo-de-gato, margarida, bico-de-papagaio, saudade, rapariga, florde-maio, miosótis, meu-nome-ninguém-sabe, capitão, lanterninha, hortênsia, azaleia, palma, primavera, dália, que renteavam a escada e um lado da casa.
E vó Cema cuidava de espantar os netos pra longe da chaga-de-cristo:
Cuidado com o espinho! Se fincá, anda pelo corpo e pode furá o coração! Não foi um nem dois que já morreu desse jeito! Sai de perto!
Este texto me veio à lembrança neste final de semana de agosto, quando, passeando por Lambari, vi pequenos ipês carregadinhos de flores...
E assim, além dos ipês, fui registrando, apesar da seca que já vai muito grande, outras flores de uma bela Aguinhas em flor...
Ipê vivamente amarelo, no Parque das Águas
Jardim florido no Parque das Águas
(1) Vasinhos da Vó Tal (2) Floreira da Vó Neli
Orquídea no toco de coqueiro, jardim da casa da Vó Neli
Vasos e flores da Celeste
Pequenos ipês derramam flores, no Jardim do Lago
Arvorezinha (pata-de-vaca) com flores brancas, na Volta do Lago
(*) Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem é um livro de memórias de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a coletânea HISTÓRIAS DE ÁGUINHAS. V. na abertura do site o tópico Livros à Venda.