Ilustração: brasão do município de Lambari (MG)
O site GUIMAGUINHAS foi criado em março de 2013, mas começou a divulgar seus primeiros posts em maio de 2013, estando no ar, portanto, há dois anos e meio.
Nesse período, na bibliografia que conhecemos e utilizamos (MEMÓRIAS DE AGUINHAS - aqui), mencionamos alguns textos e trabalhos acadêmicos sobre a rica história de nossa cidade. E, também, fomos contatados algumas vezes por pessoas interessadas em informações e referências bibliográficas, com vistas à elaboração de artigos e textos escolares e universitários sobre aspectos de nossa história: descoberta e propriedade das águas, evolução administrativa do município, as obras fundadoras da cidade (Cassino, Lago, Farol), a Questão Minas X Werneck, etc.
Neste post vamos traçar alguns comentários sobre isso.
Trabalho acadêmico é o texto (em sentido lato ou estricto) resultante de algum dos diversos processos ligados à produção e transmissão de conhecimento executados no âmbito das instituições ensino, pesquisa e extensão universitária, formalmente reconhecidas para o exercício dessas atividades.
Como trabalhos acadêmicos longos citam-se: Tese (para doutorado), Dissertação (para mestrado), monografia (para gradução), Trabalho de Conclusão de Curso- TCC (para tecnlógos e técnicos). De outro lado, artigos, relatórios, fichamentos, resenhas, comunicações são considerados trabalhos curtos.
Para saber mais veja este texto (aqui)
Monografias e artigos técnicos sobre ÁGUAS VIRTUOSAS (DO LAMBARY)
1 - Monumentos da água no Brasil: Pavilhões, fontes e chafarizes nas estâncias Sul Mineiras (1880-1925)
Francislei Lima da Silva. [Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2012. Disponível aqui
RESUMO: A região do Sul de Minas tem o seu passado histórico marcado pela edificação das estâncias balneárias de Águas Virtuosas de Lambary e Águas Virtuosas do Caxambu, em finais do século XIX e início do século XX. Duas vilas transformadas em Hidrópolis: centros difusores de hábitos saudáveis e civilizados, que fundaram seus princípios a partir do poder de cura das águas minerais. Sua particularidade esteve no esforço por equipar as vilas com monumentos da água, que ofereceram uma abundancia de recursos hídricos, combinando o conhecimento de hidráulica ao do engenheiro e do arquiteto. A construção de fontes, pavilhões e chafarizes favoreceu o processo de edificação do complexo aqüífero. Tais ações fazem dos balneários um importante objeto de estudo para compreendermos o processo de modernização das cidades mineiras, dentro de um exemplo particular, que se oferece por meio de uma política hidráulica. Com a execução dos trabalhos de modelação e embelezamento tinha-se o intuito de edificar imponentes fontaines d’art para a vila com vocação de terma. Criou-se em torno das fontes, utilizando-se de um vasto repertório hidromitológico, uma multiplicidade de interações sociais e um universo simbólico caracterizado pelos temas das águas de cura e da juventude. Palavras-chave: Monumentos da Água, estância balneária, arte das fontes.
2 - Como Esaú e Jacó: Oligarquias Sul-Mineiras no final do Império e Primeira República
Fábio Francisco de Almeida Castilho. Tese. Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Programa de Doutorado em História, Área de Concentração em História e Cultura Política, Franca, 2012. Disponível aqui
RESUMO: Este trabalho busca problematizar o posicionamento da elite sul-mineira no processo de derrocada do Império e passagem para o regime republicano. Pretendemos averiguar quais foram, e se é que existiram, as alterações na forma de fazer política e se manter no poder após a Proclamação da República. Analisamos esta questão na região conhecida como “Sul de Minas”, pois a mesma é apontada pela historiografia como hegemônica no período em evidência e seus principais representantes ocuparam importantes cargos dentro do novo governo. Para melhor compreender as estratégias e ações de permanência no poder, abordamos uma série de episódios políticos que contaram com a participação de dois grupos sul-mineiros do início do novo regime. Destacamos a existência do grupo liderado por Silviano Brandão, os silvianistas, e a facção identificada com o republicanismo histórico. Os episódios averiguados; que cobrem disputas nos âmbitos local, estadual e nacional; revelam como o silvianismo construiu uma hegemonia estadual e posteriormente lançou-se à disputa nacional silenciando a oposição e perpetuando-se no poder com base em um discurso que afirmava a coesão e harmonia política em Minas Gerais, camuflando práticas e cabalas políticas de exclusão e alijamento de seus opositores. Palavras-chave: Sul de Minas. Primeira República. Elite Política. Coronelismo. Silviano Brandão.
3 - A lenda de Lambari por uma perspectiva semiótica: Construção de sentido, origens e ideologia
Roberto Junho de Carvalho. 2015. 142 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Vale do Rio Verde (UninCor), 2015. Disponível aqui
RESUMO: A origem da cidade de Lambari, situada no sul de Minas Gerais e conhecida mundialmente por suas águas minerais, é contada numa lenda. A lenda narra a história de um amor impedido de se concretizar, pois, a noiva do jovem Tancredo fora acometida por grave enfermidade e nenhum recurso disponível pela medicina conseguia curá-la. Então, por indicação de um escravo, a família de Cecília e seu noivo viajam para a região do Lambari e a moça, ao se tratar com as águas minerais, reveladas pelo cativo, fica curada. Como gratidão à Nossa Senhora da Saúde, Cecília, manda construir uma capela no local das águas e ali é celebrado seu casamento. Em torno da ermida, surgiria, mais tarde, a cidade de Lambari. Essa lenda circulou no domínio da oralidade por várias gerações tendo surgido, provavelmente, em torno de 1780, a data que se menciona oficialmente a existência das águas minerais em documentos da Câmara da cidade da Campanha, cidade a que, na época da revelação das águas, pertencia o território das fontes. Como nosso trabalho tem por finalidade estudar a construção de sentido na lenda de Lambari, para servir de corpus para nossa pesquisa desejávamos encontrar uma versão escrita da lenda. Esse objetivo foi alcançado através de pesquisa documental realizada na Biblioteca Pública Municipal Basílio de Magalhães. Nesse estabelecimento tivemos acesso às obras de Martins (1971) e Carrozo (1985). Nas duas obras encontramos versões escritas da lenda que foram usadas como corpus para as análises. Esses autores escreveram sobre a história e aspectos geográficos da cidade de Lambari, além de apresentar esclarecimentos sobre as águas minerais e a atividade turística desenvolvida no município. Convém ressaltar que a lenda das “águas santas” se insere entre os discursos fundadores do município, sendo um dos discursos de fundação e identidade mais significativos para a cidade de Lambari e apresenta em seu texto influência mítico-religiosa. Ao constatarmos esse fato buscamos compreender os caminhos percorridos pelo discurso mítico-religioso, até chegar à região de Lambari e projetar sua voz no texto da lenda. Além das influencias míticas contidas na lenda procuramos evidenciar também as ideologias que se apresentam no texto. Em primeiro plano destacando as ideologias de base, que migraram do texto oral para o texto escrito. Em segundo plano investigando vestígios ideológicos que os enunciadores das versões da lenda deixaram no texto escrito. Mas antes de chegar ao nível ideológico procuramos demonstrar como a semiótica, através do percurso gerativo de sentido, oferece ferramentas para a compreensão textual e aplicamos essas ferramentas de análise no texto da lenda. Como o discurso cita outros discursos, a fim de compreender melhor as ideologias presentes no texto da lenda, fez-se necessário algumas incursões na história de Lambari na tentativa de encontrar pontos de ligação entre a lenda e a história da cidade. Em nossas conclusões fizemos uma pequena discussão sobre como as ideologias do momento de fundação e do início do processo de formação ainda permanecem na memória social do povo lambariense influenciando seus ideais. Palavras-chave: Lenda; Mito; Semiótica; Ideologia.
4 - Américo Werneck: O Haussman de Águas Virtuosas
Fábio Francisco de Almeida Castilho. Artigo Técnico apresentado no XXVI Simpósio Nacional de História - ANPUH - São Paulo, julho de 2011. Disponível aqui
RESUMO: Nosso objetivo neste artigo será o de investigar a trajetória de Américo Werneck e a construção da estância balneária de Águas Virtuosas, estudando a cidade e seu processo de transformações no tempo, pois seus projetos e protagonistas lhe conferiram nova forma e novo sentido. Em outras palavras, com o estudo da história de Águas Virtuosa tencionamos identificar as motivações dos atos políticos do Estado e de seus agentes, estabelecendo a relação entre o crescimento da cidade, a urbanização e a organização da vida social e política, pretendemos historicizar as atitudes e comportamento dos indivíduos, dos grupos e das instituições envolvidas no processo modernizador em curso na cidade durante a passagem do regime imperial para o republicano, destacando os bastidores do jogo político que possibilitou a construção da pujante estância.