Dias atrás, postamos o número 1 da Série LAMBARI JÁ TEVE (aqui), e hoje vamos recordar uma das mais tradicionais casas comerciais da história de Lambari: O Bar do Juca, inaugurado nos anos 1930 e mantido, por décadas, pela família Nascimento, na região central de nossa cidade.
Na verdade, o Bar do Juca constituía-se num conjunto de atividades: bar, lanchonete, restaurante, sorveteria, padaria, charutaria, revistaria, boate, bilhar, carteado..., como se verá.
Vamos lá.
Até os anos 1940, na área interna do Parque das Águas, havia antigas construções que serviam de residência e onde funcionavam também serviços e comércios, como o dos Doces Viola, do qual já falamos aqui.
Essa área residencial e comercial ficava nas esquinas das Ruas São Paulo (atual Dr. Wadih Bacha) e Tiradentes, como se pode ver no nº 3 da figura abaixo:
1940 - Vista aérea Parque das Águas - (1) - Fábrica de Gelo (demolida) (2) Mercado das Flores (ainda existente) (3) Área residencial e comercial (demolida)
Anos 1930 - Elegantes jovens sentados na esquina das Ruas São Paulo e Tiradentes, em Lambari, MG.
Pois bem, foi naquela esquina tradicional, dentro do Parque das Águas, que, nos anos 1930, se estabeleceu a Padaria e Confeitaria Raimundi, uma sociede formada por José Augusto Nascimento (Juca) com irmãos de sua mulher, dona Virgínia.
Juca Nascimento e d. Virgínia, em 1922
Em meados dos anos 1940, a empresa — agora com a denominação de Padaria e Confeitaria do Juca — deixou as instalações no Parque das Águas e se mudou para um prédio do outro lado da rua, na mesma esquina famosa, passando a ser tocada pelos filhos de seu Juca (Roberto, Renato, Alberto e Hélio), que constituíram a firma Nascimento & Irmãos.
Nos anos seguintes, ao empreendimento inicial — padaria e confeitaria — foram sendo adicionados novos negócios: bar, restaurante, sinuca, carteado, boate.
Nos anos 1980, a empresa foi vendida; tempos depois, o Bar do Juca encerrou suas atividades, e o imóvel foi alienado ao Banco do Brasil, que ali instalou a agência que existe até hoje.
Pelo Bar do Juca, passaram personagens memoráveis, que ainda hoje estão na memória de gerações de lambarienses. Quantos de nós não nos recordamos das pessoas abaixo?
(*) Os apelidos são carinhosos e fazem parte da cultura e da história de nossa cidade, pois desse modo eram tratados e conhecidos por todos os lambarienses.
Bar do Juca, em 1966, pr ocasião da visita da Seleção Brasileira de Futebol
Bar do Juca, na enchente de 1986. No barco: Madalena Viola, Dorinho e Chico Panu
1970 - Bar do Juca - Rapaziada, numa sexta-feira. Na foto, entre outros, Betinho (Mão) e Marçal.
1970 - Padaria do Juca. Na foto, entre outros: Lúcio (de bigode), Zé Paulo Pião, Euclides, Ditinha e Edir. Em cima da padaria, nos anos 1980, passou a funcionar a Boate do Juca
1970 - Bar do Juca - Roberto Nascimento, Alemão e Baiano
Betinho Nascimento e sua filha Raquel, no balcão do Bar do Juca (1972)
Atualmente, uma agência do Banco do Brasil ocupa o espaço que foi o Bar do Juca
UMA SAUDADE QUASE DOLORIDA - RASTROS DE LAMBARI/MG
O BAR DO JUCA, agora Banco do Brasil, tinha guardado sob seu telhado amplo a padaria anexada aos espaços restaurante, sinuca, carteado...
Leia essa crônica de Jorge Lemos (aqui)
Um conto sobre Aguinhas Antiga
O texto abaixo, de ficção, foi inspirado no Bar do Juca, e se trata de trecho de um conto, ainda inédito, intitulado Isso só acontece em Aguinhas!, que se passa na inventada cidade de Aguinhas (aqui)
- Em que lugar do mundo, cumpadre Credulino, existe algo assim como a Padaria Italiana? Numa esquina, num único estabelecimento, você encontra lanchonete, café, pastelaria, bar, whiskeria, padaria, restaurante, charutaria, revistaria, sinuca, boate, jogo-do-bicho, salão de TV, carteado, xadrez! E mais discussão política, conversa de futebol e fofoca da sociedade! E, além disso, ali é point permanente de mulheres bonitas! Isso existe somente em Aguinhas!