Ilustração: Xepinha, Guima e Dílson, Veteranos do Águas - partida contra o Master do Flamengo (RJ) - Setembro de 1994
Faleceu ontem, aos 66 anos de idade, Dílson Junqueira de Souza, da Farmácia Saúde, em Lambari, MG.
Nossos pais — Dé Guimarães (da Farmácia Santo Antônio) e Nenzinho Junqueira (da Kombi) — , foram amigos e companheiros de caçada, principalmente na caça ao macuco, na Serra do Mar (época em que tal tipo de caça era permitida...)
Caraguatatuba, anos 1960: Na frente: Toninho. Ao centro: Expedito, seu Bié, Zé Vicente, João André, Nenzinho e Josué. Ao fundo: Vicente, Miquéias e Dé.
E nós dois fomos colegas de infância e de futebol.
Abaixo, lembro um pouco daquela época, como homenagem ao amigo que se foi.
Vá em paz, Dílson!
No meu livro de memórias da infância (MENINO-SERELEPE) conto sobre uma das grandes aventuras do meu tempo de menino: as emoções e os sustos da tentadora e vetusta arte da furtação de frutas, à qual até mesmo Santo Agostinho se refere.
Pois bem, a turma que nos idos de 1960 brincava de pique-esconde, à noite, no Jardim da Igreja, entre eles eu, Xepinha, Baiano e Dílson, a tantas horas saíamos em busca dos quintais vizinhos... e neles as jabuticabeiras carregadinhas.
Vejam como narrei:
(...) E furtar jabuticabas era o máximo! As bichinhas iam pintando e a turma sondando, na boca de espera, aguardando a hora. Havia pés de jabuticabas nos fundos da Igreja Protestante, todos liberados, visto que eu já enturmara com os meninos de lá. Mas era mais emocionante fazer isso à noite, de grupo, às ocultas, e incluir, também, as jabuticabeiras do seu Jairo Ferreira e do seu Lili Ferraz, cujas hortas eram vizinhas do quintal da Igreja, aumentando assim a variedade das espécies.
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Uma vez plaft! um gambá se debatendo no telhado de zinco do galinheiro. Uma assombração!... Um pavor tamanho!... Em tempo de cairmos do muro com a peça desse fedido! E tivemos de fugir apressadamente, visto que o seu Jairo acendeu as luzes da casa, procurando divisar no escuro do terreiro o que causara a barulheira e o alvoroço das galinhas. Uma outra foi quando tiros de chumbinho, saídos de não sei onde, passaram triscando e nos puseram a correr tremelicando das jabuticabeiras do seu Lili Ferraz. E uma outra, ainda, se deu quando trepados nas jabuticabeiras da Igreja lerdiamos e fomos surpreendidos pelo Tchatião, tomador de conta da Igreja, um velhinho canguiço e ranheta que encrespava a três por dois com a criançada. Nós, eu, Baiano, Dílson e Xepinha no topo das árvores, e o homem embaixo com um bambu pronto para nos chuchar. Mas fomos desconversando, dando trela, nos desculpando, tudo neguinho escolado, mas dizendo é a primeira vez, seu Tchatião, e jurando pelo que há de mais sagrado que nunca havíamos feito aquilo...
Lembranças do futebol, no time Juvenil e no Veteranos do Águas Virtuosas.
Juvenil do Águas, anos 1970: Ieié, Zé Paulo Brasilino, Adão, Guima, Vaca e Celinho. Agachados: Xepinha, Robertol, Pedro Guela, Rubens Nélson e Dílson
Juvenil do Águas, anos 1970: Ieié, Vaca, Adão, Guima, Firmino e Celinho. Agachados: Roberto, Xepinha, Zé Paulo, Pedro e Dílson.
Veteranos do Águas. Campeão da cidade, 1989. Em pé: Luizinho, Turquinho, Ró, Manezinho, Paulo de Tarso, Edmar, Tucci e Cafu. Agachados: Negão, Cao, Guima, Chiquinho, Marquinho, Dílson (1) e Dílson Junqueira (2)
Amistoso Veteranos do Águas x Masters Flamengo. 1994. Em pé: Sérgio, Turquinho, Alexandre, Jorge André, Flavinho, Luizão, Quati, Marquinho, Manezinho e Xepinha. Agachados: Zé Luiz, Dílson, Negão, Misca, Guima, Gabriel, Tucci, Dadá e Joãozinho.
O livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem é uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, nos anos 1960.
O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE AGUINHAS.
Para saber mais sobre MENINO-SERELEPE e outros livros do autor, veja acima o tópico Livros à Venda.