Ilustração: João Bráulio Moinhos de Vilhena Júnior. Campanha, MG, 1860. Paris, 1908.
Fonte: Assembleia Legislativa de Minas Gerais
João Bráulio Moinhos de Vilhena Júnior era filho do ilustre Desembargardor João Bráulio Moinhos de Vilhena e Dona Manoela Augusta Capistrano D’Alkimim de Vilhena, filha de João Capistrano Rodrigues, filho primogênito de João Rodrigues de Macedo. Nasceu em Campanha, MG, em 23 de julho de 1860, e faleceu em princípios de 1908 em Paris.
Em 1890, fixou residência em Lambari, após ter clinicado na Capital Federal.
Pertenceu ao grupo político de Garção Stockler. Foi eleito deputado por diversas legislaturas, a partir de 1891, e no governo de João Pinheiro exerceu o cargo de Secretário de Finanças. Vinha sendo preparado para suceder seu chefe, indicado pelo PRM, Partido Rebublicano Mineiro, quando, em 1908, em missão oficial em Paris, veio a falecer num acidente de carro.
Segundo Tarcísio Brandão de Vilhena, o
Dr. João Bráulio Moinhos de Vilhena Júnior (foi) médico de reconhecida competência, jornalista brilhante, político de grande prestígio, orador fluente, parlamentar respeitado e atuante, e secretário de estado. Na imprensa, (fez) extraordinária obra literária (na qual) predominou a sua alma de poeta que a todos encantava.
Como literato e tribuno, é referido também por Martins de Oliveira, na sua História da Literatura Mineira (1913).
Em Águas Virtuosas de Lambari clinicou e trabalhou politicamente para o seu desenvolvimento.
Em Águas Virtuosas de Lambari, a partir de 1890, João Bráulio Júnior participou do grupamento político de Garção Stockler, João de Almeida Lisboa e Américo Werneck, tendo sido redator e co-fundador do jornal lambariense A Peleja, que publicava colunas políticas e artigos de propaganda da estância e de suas águas minerais.
A Peleja. 15, maio, 1898
Na atividade política, João Bráulio Júnior muito trabalhou pelo desenvolvimento de Lambari, como informa o memorialista José Nicolau Mileo:
O Paiz - 15, julho, 1903
Em 1906, assumiu a pasta de Finanças do Estado de Minas, na Administração de João Pinheiro (1906-1908).
O Malho - n. 207/1906 - bn.digital.gov.br
O CONSULTÓRIO E O INSTITUTO GINECOLÓGICO
A partir dos anos 1890, João Bráulio Júnior atuou em Lambari como clínico geral, cirurgião e crenólogo (especialista na indicação medicamentosa de águas minerais):
Fonte: novomilenio.inf.br
Ao lado do Dr. Rego Monteiro, fundou em 1896 o Instituto Cirurgico Gynecológico, especializado em moléstias das senhoras e dos órgãos genito-urinários do homem.
Reprodução. Propaganda do Instituto. João Bráulio Júnior prescrevia injeções de água mineral.
Fonte: Almanaque Laemmert, 1903 (gn.digital.gov.br)
Fonte: Anuário Minas Gerais, 1909
O GRUPO ESCOLAR QUE LEVA O SEU NOME
João Bráulio — como é conhecida a Escola Municipal Dr. João Bráulio Júnior, de Lambari (MG) —, é a mais antiga escola do município e formadora de gerações e gerações de lambarienses.
Quando foi criada, a instituição tomou o nome de Grupo Escolar da Vila de Águas Virtuosas, e, em 6 de junho de 1908, passou a ser denominada Grupo Escolar Dr. João Bráulio Júnior, em homenagem a esse grande benemérito de nossa cidade, falecido precocemente num acidente de carro em Paris.
Anuário de Minas Gerais - 1909/13
Grupo João Bráulio, anos 1960
Veja também:
Sobre seu falecimento, colhemos no blog Isto é Campanha, (apud Antonio Casadei) as seguintes informações:
A 23 de julho de 1.907. empreendeu viagem a Europa em Missão oficial do governo Mineiro para resolver assunto de natureza financeira do governo Mineiro e, também, para tratamento de saúde Em principio de 1.908 foi operado de antiga enfermidade, em LOUSSANNE, Suíça, pelo famoso cirurgião Dr. Roux.Regressando a Paris mais tarde, com seus familiares, sofreu gravíssimo acidente de automóvel, quando deixava um templo que fora visitar, próximo ao centro da cidade Luz, vindo a falecer., apesar dos socorros médicos, só se salvando a sua esposa, uma filhinha de pouca idade e uma criada que tambem ocupava o veículo sinistrado O prestigioso jornal Campanhense, “Munitor sul Mineiro”, em sua edição de 13 de julho de 1.908, estampou, com destaque, a seguinte notícia sobre a lamentável ocorrência: "Despachos telegráficos de Paris dão-nos a triste notícia do horroroso desastre de que foi vitima nosso caro amigo e ilustre conterrâneo, Dr. João Bráulio Moinhos de Vilhena Júnior e sua exma família, ao sair da Basílica do Sagrado Coração de Jesus, nos arredores de Paris e de seu falecimento em decorrência dos ferimentos recebidos. Dizem ainda os referidos despachos telegráficos que na tarde de 5 do corrente, o Dr. João Bráulio, sua esposa e uma filhinha de pouca idade, conduzida por uma criada, regressando de uma Igreja, de automóvel, quando o pneumático de uma das rodas arrebentou, fazendo com que o veículo capotasse e projetasse ladeira abaixo por uma distância de cerca de 10 métros. Socorridas as vítimas por populares, foram de imediato, recolhidas ao hospital Leviboisiére, onde apesar dos esforços médicos´, veio a falecer na tarde desse dia, salvando-se os outros passageiros do veículo”. O já citado jornal “Monitor Sul Mineiro” de 19 de julho de 1.908 dava, com detalhes, as seguintes informações da chegada dos restos mortais do inditoso médico Campanhense: “Como estava anunciado, chegou a bordo do vapor “AVON” o corpo enbalsamado de nosso ilustre conterrâneo, Dr. João Bráulio Moinhos de Vilhena Júnior, que no dia 5 de julho foi vítima de um desastre de automóvel em Paris. O cadáver do malogrado brsileiro foi acompanhado pela viúva, uma filhinha e mais um filho que estudava na Alemanha.” {* Na verdade, estudava na Suíça} |
No livro Ruas de Lambari, de José Mileo, encontramos este resumo biográfico de João Bráulio Júnior:
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