Ilustração: No dia 9 de dezembro de 1972, na Fonte Luminosa, no primeiro dia de namoro, eu disse a Celeste: Vou me casar com você! - Ilustração. Fonte: Copilot/Microsoft.
No e-book: Histórias da Casa Gorda - VI - Mais passeios nas férias da Casa Gorda, de Celeste Krauss/Antônio Carlos Guimarães (a ser publicado brevemente), falamos de um passeio à Praça da Fonte Luminosa com nossos netos.
No livro, contamos como se deu criação da praça.
Ah, e tem também uma outra história: a do banco da fonte no qual começou a história da nossa família! — que é narrada pelos netos!
Vamos lá, conhecer essas histórias!
Oh! e quem nunca viveu um flerte, um amor platônico com
uma veranista qualquer ou não carregou solícito a mochila de
uma colega? E quem não namorou escondido ao portão ou,
na Praça da Fonte, meloso, não fez juras de amor pra casar?
Do livro MENINO-SERELEPE
Fonte Luminosa - Área central de Lambari, MG
Certo dia, a noitinha, descemos com vovô e vovó pra vermos a Fonte Luminosa funcionando.
Como sempre, vovô nos contou a história do lugar:
— A Fonte Luminosa foi instalada no final dos anos 1940 pelo prefeito Hélio Salles, no centro da Praça João de Almeida Lisboa. Mas, popularmente, o lugar é conhecido por Praça da Fonte Luminosa.
Em seguida, acrescentou:
— A Fonte enfeitou a área central da cidade e foi ponto de encontro de muita gente. Antigamente, as mocinhas contornavam a praça por um lado e os rapazes por outro — no chamado footing — e desse modo se viam, paqueravam, iniciavam namoro...
— Mas foi ponto de atividade política também. Aqui foi inaugurado o busto de Juscelino Kubistchek. Ele próprio visitou Lambari, nos anos 1950, para a cerimônia. Aqui também está o busto de Américo Werneck, que foi inagurado em 1955, com discurso de Gustavo Barroso, escritor, membro da ABL e grande amigo de Lambari.
Vovô sempre se empolga com essas histórias! No entanto, ele deu um risinho, e ia prosseguir, quando a Rafa interveio:
— Quando vovô faz essa cara, vem coisa errada aí!
— Não, nada disso crianças, é só um caso engraçado — e falou de modo irônico:
— Conta-se, também, que no início dos anos 1950, numa disputa política entre os grupos ligados a Hélio Salles e João Lisboa, houve uma suposta ameaça de depredação à Fonte Luminosa. Por essa época, os oradores se sucediam nos alto-falantes, montados na Praça João de Almeida Lisboa, e a nossa memória política assinala que um deles proclamava vibrantemente: Não, não e não! A Fonte Luminosa não será destruída!
— E de fato nada ocorreu, senão os ânimos políticos exaltados das primeiras eleições diretas realizadas em nosso município...
— Bem, é isso crianças. Vamos agora tomar aquele sorvete delicioso?
Como começou a história da nossa família
No banco da Praça da Fonte Luminosa, em 9 de dezembro de 1972, começou nossa história...
— Ara, vovô, você esqueceu de falar uma coisa importante que aconteceu aqui na Fonte Luminosa! — lembrou Maria Elisa.
— Pois é, vovô! Vó Celeste contou pra gente que foi num banco da fonte que começou a história da nossa família! — acrescentou Bebela.
— Mas já contei essa história tantas vezes! Vocês não se cansam não?
— Não!!! Você não pode esquecer de escrever essa história, viu, vô Guimão!? — disse a mandona da Rafaela.
— Tá bem! Vou resumir o caso pra vocês.
— Quando comecei a namorar sua vó, em 9 de dezembro de 1972, no primeiro dia de namoro, nos sentamos num banco em frente à Fonte Luminosa. E neste dia eu disse que ia me casar com ela!
— E disse também que ia escrever um livro com histórias da parentalha...
— E o que ela falou? — perguntaram as meninas ao mesmo tempo!
— Ela??? Não respondeu nada!
— Mas eu tinha certeza de que íamos nos casar!
— E foi o que aconteceu, três anos depois nos casamos! E isso já faz quase 50 anos!
— Ah, escrevi o livro também! O Menino-Serelepe, como vocês sabem...
Rafa e Paulinho fizeram aquela cara malandra de quem vai trolar o vovô e...
— Vovô, Bisa Tal falou que você jantou na casa dela na primeira vez que levou vovó Celesta em casa? Verdade?
A pergunta travessa quem fez foi a Rafa, mas foi o Paulinho quem não guardou segredo!
— Gente, não falem isso! Isso é segredo da vovó! — Celeste atravessou a pergunta, mas já era tarde...
— Sim, é verdade, mas... — vovô nem pôde completar a frase, e a Rafinha emendou:
— E comeu arroz-couve-farinha, tudo misturado, vovô?
— Sim, sim!
— Não precisa ficar contando isso pra todo mundo, Rafa! — disse a vó Celeste, tentando consertar o estrago.
— E você não ficou com vergonha, vô Guimão? — disseram os dois malandrinhos a uma só voz.
Bem aí desisti, porque esses dois quanto se juntam sai da frente!
Mas não desistiram:
— E o prato era bonito assim, vovô?
— Que nada! Comi na frigideira mesmo!
O banco que mandei fazer pra Celeste, similar ao então existente na Praça da Fonte, para
recordar o dia do nosso primeiro encontro e a promessa que fiz a ela
Dedicatória inserida no livro Menino-Serelepe
Veja aqui: https://loja.uiclap.com/titulo/ua14191
Promessa cumprida em 31 de janeiro de 1976