Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
27/05/2024 04h46
RECANTO DOS NETOS - Celeste, eu vou me casar com você!

Ilustração: No dia 9 de dezembro de 1972, na Fonte Luminosa, no primeiro dia de namoro, eu disse a Celeste: Vou me casar com você! - Ilustração. Fonte: Copilot/Microsoft.


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

No e-book: Histórias da Casa Gorda - VI - Mais passeios nas férias da Casa Gorda, de Celeste Krauss/Antônio Carlos Guimarães (a ser publicado brevemente), falamos de um passeio à Praça da Fonte Luminosa com nossos netos.

No livro, contamos como se deu criação da praça.

Ah, e tem também uma outra história: a do banco da fonte no qual começou a história da nossa família!   que é narrada pelos netos!

Vamos lá, conhecer essas histórias!

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UMA RENCA DE NETOS

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VOU ME CASAR COM VOCÊ!

Oh! e quem nunca viveu um flerte, um amor platônico com 
uma veranista qualquer ou não carregou solícito a mochila de 
uma colega? E quem não namorou escondido ao portão ou, 
na Praça da Fonte, meloso, não fez juras de amor pra casar?

Do livro MENINO-SERELEPE


        Fonte Luminosa - Área central de Lambari, MG


A história da Fonte Luminosa

Certo dia, a noitinha, descemos com vovô e vovó pra vermos a Fonte Luminosa funcionando.

Como sempre, vovô nos contou a história do lugar:

A Fonte Luminosa foi instalada no final dos anos 1940 pelo prefeito Hélio Salles, no centro da Praça João de Almeida Lisboa. Mas, popularmente, o lugar é conhecido por Praça da Fonte Luminosa.

Em seguida, acrescentou:

A Fonte enfeitou a área central da cidade e foi ponto de encontro de muita gente. Antigamente, as mocinhas contornavam a praça por um lado e os rapazes por outro no chamado footing — e desse modo se viam, paqueravam, iniciavam namoro...

Mas foi ponto de atividade política também. Aqui foi inaugurado o busto de Juscelino Kubistchek. Ele próprio visitou Lambari, nos anos 1950, para a cerimônia. Aqui também está o busto de Américo Werneck, que foi inagurado em 1955, com discurso de Gustavo Barroso, escritor, membro da ABL e grande amigo de Lambari.

Vovô sempre se empolga com essas histórias! No entanto, ele deu um risinho, e ia prosseguir, quando a Rafa interveio:

— Quando vovô faz essa cara, vem coisa errada aí!

— Não, nada disso crianças, é só um caso engraçado — e falou de modo irônico: 

— Conta-se, também, que no início dos anos 1950, numa disputa política entre os grupos ligados a Hélio Salles e João Lisboa, houve uma suposta ameaça de depredação à Fonte Luminosa. Por essa época, os oradores se sucediam nos alto-falantes, montados na Praça João de Almeida Lisboa, e a nossa memória política assinala que um deles proclamava vibrantemente: Não, não e não! A Fonte Luminosa não será destruída! 

— E de fato nada ocorreu, senão os ânimos políticos exaltados das primeiras eleições diretas realizadas em nosso município...

— Bem, é isso crianças. Vamos agora tomar aquele sorvete delicioso?


Como começou a história da nossa família


No banco da Praça da Fonte Luminosa, em 9 de dezembro de 1972, começou nossa história...


Ara, vovô, você esqueceu de falar uma coisa importante que aconteceu aqui na Fonte Luminosa! — lembrou Maria Elisa.

Pois é, vovô! Vó Celeste contou pra gente que foi num banco da fonte que começou a história da nossa família! — acrescentou Bebela.

Mas já contei essa história tantas vezes! Vocês não se cansam não?

— Não!!! Você não pode esquecer de escrever essa história, viu, vô Guimão!? — disse a mandona da Rafaela.

— Tá bem! Vou resumir o caso pra vocês.

— Quando comecei a namorar sua vó, em 9 de dezembro de 1972, no primeiro dia de namoro, nos sentamos num banco em frente à Fonte Luminosa. E neste dia eu disse que ia me casar com ela! 

E disse também que ia escrever um livro com histórias da parentalha...

— E o que ela falou? — perguntaram as meninas ao mesmo tempo!

— Ela??? Não respondeu nada!

Mas eu tinha certeza de que íamos nos casar!

— E foi o que aconteceu, três anos depois nos casamos! E isso já faz quase 50 anos!

Ah, escrevi o livro também! O Menino-Serelepe, como vocês sabem...


  •  No sábado, dia 9 de dezembro de 1972, estávamos trabalhando no escritório de contabilidade de José de Lorenzo e Fabiano Krauss, quando dei à Celeste um cordão prateado e a convidei para sairmos à noite. Tempos e tempos depois do primeiro encontro na Fonte Luminosa, foi que ela me confessou que "sabia" que o "príncipe encantado", com quem se casaria, lhe daria de presente um cordão daqueles...

Rafa e Paulinho fizeram aquela cara malandra de quem vai trolar o vovô e...

Vovô, Bisa Tal falou que você jantou na casa dela na primeira vez que levou vovó Celesta em casa? Verdade?

A pergunta travessa quem fez foi a Rafa, mas foi o Paulinho quem não guardou segredo!

Gente, não falem isso! Isso é segredo da vovó! — Celeste atravessou a pergunta, mas já era tarde...

Sim, é verdade, mas... — vovô nem pôde completar a frase, e a Rafinha emendou:

E comeu arroz-couve-farinha, tudo misturado, vovô?

Sim, sim!

— Não precisa ficar contando isso pra todo mundo, Rafa! — disse a vó Celeste, tentando consertar o estrago.

E você não ficou com vergonha, vô Guimão? — disseram os dois malandrinhos a uma só voz.

Bem aí desisti, porque esses dois quanto se juntam sai da frente!

Mas não desistiram:

E o prato era bonito assim, vovô?

Que nada! Comi na frigideira mesmo!


O banco que mandei fazer pra Celeste, similar ao então existente na Praça da Fonte, para

recordar o dia do nosso primeiro encontro e a promessa que fiz a ela

Dedicatória inserida no livro Menino-Serelepe

Veja aqui: https://loja.uiclap.com/titulo/ua14191 

Promessa cumprida em 31 de janeiro de 1976


REFERÊNCIAS

  • Histórias da Casa Gorda - VI - Mais passeios nas férias da Casa Gorda - Celeste Krauss/Antônio Carlos Guimarães
  • Menino-Serelepe. Antônio Carlos Guimarães - https://guimaguinhas.prosaeverso.net/livros.php#2735
  • Fotos: Acervo da família Salles Krauss/Lobo Guimarães
  • Textos de Celeste Krauss e Antônio Carlos Guimarães

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Publicado por Guimaguinhas
em 27/05/2024 às 04h46

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