Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Textos

Ilustração: Minha mãe NELI GENTIL GUIMARÃES na porteira do síto da sua irmã ZEZÉ (Maria José Gentil Lobo, casada com Pedro Avíncula), no Barreiro, Zona Rural de Lambari, anos 1950


AS CANTIGAS DE MINHA MÃE


SUMÁRIO

- Apresentação

- As cantigas de minha mãe

- Músicas do velho rádio

- Ouças estas músicas

- Livro MENINO-SERELEPE


APRESENTAÇÃO

  
(Recorte) Guima, menino-serelepe, na porteira do sítio da tia Zé, já tendo perdido um pé de sapato...


No livro Menino-Serelepe* eu conto sobre as cantorias de minha mãe — ela que tinha a mania de cantar enquanto fazia os trabalhos domésticos.

Assim, deixei lá registradas estas memórias:


AS CANTIGAS DE MINHA MÃE

Os cuidados de minha mãe e sua atenção ficaram comigo, também, nas cantorias.

Pra fazer a criança dormir:

Senhora dona Anja, coberta de ouro em pó
Descubra o vosso rosto que nós queremos ver
Que anjos são esses que andam por aqui
De dia e de noite em volta de mim


Quando caíram os dentes de leite:

Andorinha, andurão, leva este dente ruim
e traga outro bão...


 

Reprodução capa livro de Maria Angela Resende


Nas parlendas e cantigas:

Bambalalão, senhor capitão,
espada na cinta e ginete na mão!
..............................................................................................
Cadê o toucinho que ‘tava aqui? O gato comeu.
Cadê o gato? Foi pro mato.

..............................................................................................
Vamos passear no bosque, enquanto o seu lobo não vem.
Tá pronto, seu lobo?
..............................................................................................
Pito, pitou, canudo rodou,
Papo da velha arrebentou!
..............................................................................................

Eu vi uma barata na careca do vovô
Quando ela me viu bateu asas e voou

..............................................................................................
A casinha da vovó, amarradinha de cipó
O café tá demorando, com certeza não tem pó
..............................................................................................
Ai, ai, ai, ai, carrapato não tem pai...
..............................................................................................
Rolinha voou, voou,
caiu no laço e se embaraçou...
..............................................................................................
Sete e sete são quatorze, com mais sete vinte e um...
..............................................................................................
Sabiá lá na gaiola fez um buraquinho
E voou, voou, voou...



Os hinos sacros:

Mãezinha do Céu, eu não sei rezar
Só sei dizer quero te amar
..............................................................................................
Coração Santo, Tu reinarás
Do nosso encanto, sempre serás...

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MÚSICAS DO VELHO RÁDIO


E quando um velho rádio de válvulas RCA Victor, comprado de segunda mão pelo tio Mário na oficina do seu Antônio da Cruz, chegou à casa da vó Cema, além da radionovela do Jerônimo e do Balança, mas não cai, com ele vieram também as músicas — de Chico Alves, Anísio Silva, Ângela Maria, Cascatinha e Inhana, Palmeira e Biá, Carlos José — que a mãe cantava enquanto cuidava da casa, cujas letras eu jamais esqueci:

Pelas cortinas de uma janela eu vi o meu amor
Trocando beijos nos braços de outro e eu chorei de dor
..............................................................................................
Quero beijar-te as mãos, minha querida,
Vem junto de mim, vem, por favor...
..............................................................................................
Abra a porta e a janela
E vem ver quem é que eu sou...
..............................................................................................
Boneca cobiçada, das noites de sereno
Seu corpo não tem dono, seus lábios têm veneno
..............................................................................................
... e o avental todo sujo de ovo, se eu pudesse outra vez, mamãe,
começar tudo, tudo de novo...
..............................................................................................
Meu primeiro amor foi como uma flor
..............................................................................................
Ô jardineira, por que estás tão triste?
..............................................................................................
Vestida de branco, de véu e grinalda,
Lá vai Esmeralda na igreja se casar
..............................................................................................
Poema é noite escura de amargura,
Poema é a luz que brilha lá no céu

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OUÇA ESTAS MÚSICAS

     - Uma parlenda (aqui)
     - Um hino sacro (
aqui)
     - Uma música antiga (
aqui)

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LIVRO "MENINO-SERELEPE"

(*) Esta narrativa faz parte do livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem, uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, nos anos 1960.
 O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE ÁGUINHAS. Veja aqui:
 https://guimaguinhas.prosaeverso.net/livros.php#2735

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Enviado por Guimaguinhas em 03/09/2014
Alterado em 27/06/2025
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