Introdução
O que a Igreja de Nossa Senhora da Saúde, de Lambari, MG, e o Santuário de Aparecida do Norte têm em comum?
O autor do projeto.
De fato, o Dr. Benedito Calixto de Jesus Neto é o autor de ambos os projetos, e não só desses, mas de diversos outros projetos de igreja. Vamos conhecer um pouco dessa história.
A Matriz de N. S. da Saúde
A história da construção da Matriz de Nossa Senhora da Saúde, em Lambari, MG, já foi contada aqui neste site, numa sequência de 3 posts (veja: aqui, aqui e aqui).
A informação que não tínhamos à época em que escrevemos os posts acima, e que obtivemos agora, é o nome do autor do projeto: Calixto de Jesus Neto.
Postal da Igreja N. S. da Saúde (Lambari, MG), do final da década de 1940
O autor do projeto
Como se vê do postal acima, Calixto de Jesus Neto foi o arquiteto responsável pela nossa igreja matriz.
Benedito Calixto de Jesus Neto vem a ser neto de Benedito Calixto [Benedito Calixto de Jesus (1853/1927): pintor, desenhista, professor, historiador e astrônomo amador brasileiro.]
O arquiteto Benedito Calixto de Jesus Neto, formado no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, foi responsável pelo projeto do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
O Santuário de Aparecida do Norte
O Santuário Nacional também conhecido como Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, ou "Basílica Nova", é o terceiro maior templo católico do mundo. Começou a ser construído em 11 de novembro de 1955 e foi inaugurado em 4 de julho de 1980, quando João Paulo II visitou o Brasil pela primeira vez.
Informações sobre um livro de arte do Santuário de Aparecida podem ser vistas aqui
Outros projetos de Calixto Neto
Calixto Neto foi também autor de vários outros projetos de igrejas, principalmente em São Paulo (capital e interior). Entre os projetos de sua autoria, estão as seguintes igrejas:
(1) Igreja de N. S. dos Prazes, Itapetininga, SP (2) Igreja Assunção de N. Senhora (São Paulo)
(3) Paróquia de Santo Antônio (Adamantina, SP) (4) Igreja de São Bom Jesus (Conchas, SP)
Um outro projeto da Igreja Matriz de Lambari, MG, que não foi aproveitado
Ref. Wikipedia e links incluídos no texto.
Introdução
Eu e Pinga temos algumas coisas em comum: fomos servidores da área de Fiscalização (ele no Estado e eu na União, e hoje ambos estamos aposentados), jogamos futebol amador na juventude (ele em Martinho Campos e eu em Lambari), torcemos por time alvinegros (ele Atleticano e eu Botafoguense) e nossas mulheres são amigas e colegas de trabalho na Secretaria de Fazenda de Minas Gerais.
Pois bem, Pinga* é o apelido de infância do meu amigo José Maria de Carvalho, de quem recebi de presente o livro União Futebol Clube - Fatos & Fotos, de autoria de Márcio Rodrigues Teixeira, objeto deste post.
O livro
Este livro narra (...) a história (...) do nosso querido União, paixão de uma grande parcela de Martinho-campenses, residentes ou não em nossa cidade, baseando-se em um árduo trabalho de pesquisa, desenvolvido com extrema dedicação.
(José Maria de Carvalho, o Pinga, no prefácio do livro abaixo)
Márcio Rodrigues Teixeira, experiente memorialista martinho-campense, pois é também autor do livro Arraial de Nossa Senhora da Abadia dos Monjolos, colheu riquíssimo material — fotos, atas, escrituras, livros de contabilidade, correspondência, cartazes, recortes de jornais, depoimentos, etc. — para contar a bela história do União Futebol Clube, de Martinho Campos. E mesmo diante de tantos fatos, documentos e histórias, soube fazer um livro leve e agradável de se ler.
E, como disse Pinga no prefácio, o autor não deixou nenhum personagem importante de fora, pois estão lá os fundadores, os diretores, os colaboradores, os jogadores, enfim, as pessoas que escreveram a história do clube. Além disso, ao lado de datas, escalações, estatísticas, resumos biográficos, resgatou documentos valiosos (as atas, os cartazes, as flâmulas), colheu incontáveis fotos (antigas e novas), documentou festas e concursos de misses, relatou divertidos causos.
(1) Flâmulas de conquistas do União (2) Vera Lúcia Carvalho desfilando (festa promovida pelo União F.C.)
Histórias
Para encerrar, destaco alguns nomes curiosos de atletas do União:
Zé Maria Tudo, Iracy do Zico, Tião da Virgínia, Carmo da Iôla, Nêgo da Fiíca, Carrapicho, Geraldo Rolete, Sementeira, Tonho Rasgão, Beleza, Tonho Barulho.
E também esta pequena história intitulada Carango:
O Oswaldão tinha um time juvenil que treinava no campo do União que ele administrava com muito zelo e carinho; porém, ele sabia da limitação de certos atletas, ou melhor, de quase todos eles. Uma vez o time foi jogar contra o time do Engenho do Ribeiro, no campo do União e ele conseguiu arrebanhar apenas onze jogadores. Um dos atletas, o Carango, era ruim, mas tão ruim que o Oswaldo propôs: — Carango, nós vamos entrar só com dez jogadores. Você fica na reserva para o caso de algum jogador se contundir...
É isso. Parabéns ao autor e ao União Futebol Clube de Martinho Campos. Tomara um dia possamos escrever um livro semelhante, contando a história do nosso Águas Virtuosas Futebol Clube, de Lambari, MG.
Fotos
Uma antiga formação do União, com Pinga na ponta-esquerda
Um time infanto-juvenil do União. O Luizito acima é irmão de Antônio Elias Oliveira Costa, um martinho-campense, colega de peladas no sítio do Manelão*, e que trabalhou comigo na Receita Federal em Brasília.
José Maria explica a origem do apelido:
(*) O grande amigo Manoel de Oliveira (Manelão), também da RFB, mineiro de Tiros, nos recebia todos os sábados para uma pelada no campo society de sua casa no Park Way. Bons tempos na companhia de colegas da Receita Federal e outros amigos e parentes do Manoel.
TEIXEIRA, Márcio Rodrigues. União Futebol Clube - Fatos & Fotos. Divinópolis, MG : Gráfica Sidil, 2011.
Contatos com o autor: mteixeira19@gmail.com
O cinema em Aguinhas
Diariamente temos sessões de cinema, que começam às 20 horas sempre com bons filmes, retroprojetados em ótima tela por aparelhagem moderna e em ambiente de conforto.
(Armindo Martins, no livro Lambari, Cidade das Águas Virtuosas, de 1949)
Em 1918, em Águas Virtuosas de Lambary, havia
(...) três cinemas, uma banda musical, e confortáveis hotéis,
conforme registrou Roberto Capri em seu livro sobre nossa cidade (1). Possivelmente um desses cinemas funcionasse no Clube Eden.
O Hotel Imperial foi inaugurado no final de 1939, e seu cinema (Cine Imperial), pouco tempo depois. Tinha capacidade para cerca de 220 pessoas. O Cine ABI iniciou suas atividades em 1941, com a capacidade total de 700 pessoas. Nele havia a parte de baixo (mais ampla e ao nível da tela) e a parte de cima (aos fundos, elevada, com capacidade menor).
Anúncio, jornal Sputinik, agosto de 1960
Anotei no livro Menino-Serelepe* algumas referências sobre cinema, como esta:
Na época aqui descrita, numa cidade como Aguinhas, cinema era o grande programa dos finais de semana, e mesmo do meio de semana para quem gostava e podia (havia “fregueses” que pagavam por mês...). Como a toda criança, o cinema a mim também deslumbrava. Havia as matinês no Cine Imperial, a que a vó Margarida costumava levar os netos (até hoje me lembro de um desenho animado em que os personagens todos eram patos). Havia o cineminha falado — uma brincadeira inventada pelo Marquinhos do seu Camargo — um menino mais velho, engraçado e brincalhão que contava pra criançada da rua diversas histórias criadas e teatralizadas por ele mesmo, nas quais remedava os tipos, dublava as vozes, fazia meneios, palhaçadas, correrias, dando-nos sustos e provocando gargalhadas. Havia os filminhos: restos de películas de filmes diversos, montados em sequência, que projetávamos em casa num “projetor” de caixa de papelão e lanterna, com sessões de hora marcada, cartazes à porta, venda de ingressos, tudo de mentirinha. As séries semanais que antecediam os filmes das sessões das duas nos domingos, no Cine ABI, eram uma outra grande atração: aguardávamos uma semana inteira — inventando hipóteses, arriscando previsões, torcendo pelo mocinho — pra saber como o herói ia safar a si e à heroína das enrascadas.
Aqui funcionava o antigo Cine Imperial
Deixei também aqui neste espaço virtual uma crônica sobre cinema: MEMÓRIAS FAMILIARES (3) - A Vingança de Ben-Hur (aqui)
Noutro trecho do meu livro de memórias me lembro do Edson Bacha e seu projetor:
Nas férias, o Edson desencaixotava o projetor e mostrava antigos filmes da família e eventos de Aguinhas, como uma corrida de motonáutica no Lago Guanabara da qual nunca mais esqueci. (*)
Dessa corrida de motonáutica, ficou pelo menos uma foto, que é esta:
E nos meus tempos de menino, nas matinês de domingo, de vez em quando víamos antigos filmes sobre Lambari — cenas de festas religiosas ou cerimônias políticas principalmente. Nessa época dizia-se também que havia "uma fita, um filme sobre a Antiga Roma, cuja parte rodada no Parque Novo mostrava uma corrida de bigas (!)..."
Certamente isso fazia parte do nosso imaginário de crianças... Mas outros filmes ou vídeos sobre a antiga Aguinhas, onde estão?
Filmes e vídeos sobre Aguinhas
Aqui neste espaço já anotei alguma coisa sobre antigos vídeos de Aguinhas (aqui) e (aqui).
Pesquisa no site http://www.cinemateca.gov.br/ revela uma interessante lista de filmes sobre nossa Aguinhas. Seis deles são filmes antigos sobre Lambari (entre 1911 e 1940), e o sétimo, de 1975, com cenas/trechos rodados na cidade (as locações principais desse filme se deram em São Lourenço e São Tomé das Letras).
(1) CAPRI, Roberto. Águas Virtuosas de Lambary. São Paulo : Pokai & Comp. 1918.
(*) Esta narrativa faz parte do livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem, uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, nos anos 1960.
O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE ÁGUINHAS. Veja acima o tópico Livros à Venda.
Ilustração de abertura: Vista do antigo Cine ABI
Ref. Google Maps
Neste número 4 da série Futebol no Sul de Minas, vamos comentar uma valiosa iniciativa no campo do futebol amador em Minas Gerais - o Acervo Mineiro de Camisas do Futebol Amador.
Vamos lá.
Acervo Mineiro de Camisas do Futebol Amador
O Acervo Mineiro de Camisas do Futebol Amador é uma iniciativa do radialista Domingos Sávio Baião, da Rádio Itatiaia. Diz o organizador, em artigo publicado no site da Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte:
Depois de eu ter feito alguma coisa pelo futebol amador em minhas andanças pelo interior, resolvi dar uma força na história do amadorismo. Estou montando o Acervo Mineiro de Camisas do Futebol Amador, para exposições em praças públicas, feiras, eventos sociais, esportivos, clubes e no interior.
Fonte: aqui
Baião esclarece que a ideia surgiu após ele ter visto, em abril de 2013, uma exposição de camisas de futebol amador, ocorrida no Shopping Estação BH, em Belo Horizonte.
Banner do evento realizado no Shopping Estação BH - Fonte: aqui
Muito interessante tal iniciativa, e GUIMAGUINHAS pretende em breve encaminhar ao organizador uma camisa do nosso Águas Virtuosas Futebol Clube.
Os interessados em participar do projeto Acervo Mineiro de Camisas do Futebol Amador podem acessar este vídeo:
Foto de recente exposição (agosto de 2013), realizada em Belo Horizonte:
Fonte: http://wsesportesparademinas.blogspot.com.br/2013/08/acervo-mineiro-de-camisas-dos-times.html
Página do Facebook do Acervo Mineiro de Camisas do Futebol Amador
Imagem de abertura: Convite da exposição realizada no Clube Sírio, em Belo Horizonte
Das memórias de João Luiz Fernandes, sobre a qual já falamos (aqui), extraímos as fotos do Águas Virtuosas dos anos 1940, que seguem abaixo.
João Luiz jogou com os sobrinhos Crisóstomo e Hélio, e também foi técnico do time, no ano de 1949.
Águas Virtuosas anos 1940. João Luiz Fernandes e Crisóstomo são os primeiros; o penúltimo é Hélio Fernandes
Águas anos 1940. Entre outros: Cunha, Nenê Nascimento Hélio, João Luiz (seta) e Quinzinho
Águas anos 1940. Em pé, à esquerda (seta) João Luiz Fernandes o técnico do time
Ref.: FERNANDES, João Luiz. Reminiscências de um Brasileiro do Século XX - Cidade das Águas Virtuosas.Lambari, MG : Gráfica Kirios, 2013.