Ilustração: Fluminense de Caxambu, anos 1950/60, grande adversário do Águas Virtuosas. Na foto, entre outros, os vigorosos Índio, Zé Carlos e Castilho, e também Lilico (em pé, de bigode), que atuou pelo Águas Virtuosas, ao tempo de Alemão e Terinho.
SUMÁRIO
No post que abre a Série Águas Virtuosas Futebol Clube (aqui) dissemos que íamos mostrar também
(...) um pouco dos grandes adversários do AVFC: Flamengo de Varginha, Fabril de Labras, TAC de Três Pontas. E ainda: Conceição do Rio Verde, Itanhandu, São Lourenço, Caxambu, Cruzília, Minduri, Maria da Fé, Baependi, Itamonte, Carmo de Minas e tantos outros.
(...) E também assim jogos, amigos e lembranças dos times das cidades circunvizinhas de Cambuquira, Jesuânia, Heliodora e Olímpio Noronha.
Pois bem, neste post vamos cumprir parte dessas promessas.
Vejamos.
O jogador Alemão, como dissemos em post anterior (aqui), veio cedo para o Sul de Minas, atuou pelo Fluminense de Caxambu, cidade em que chegou a possuir uma granja, mas se casou e se fixou em Lambari como comerciante.
Abaixo, algumas fotos de Alemão, jogando por times de Caxambu:
Alemão (em baixo, ao centro, com a bola) no Fluminense de Caxambu, anos 1950
Alemão (penúltimo, em pé) atuando por um outro time de Caxambu
Alemão (de óculos), Lilico e um outro jogador, em Caxambu, anos 1950
Lambarienses em outros times do Sul de Minas
Muitos jogadores de Lambari atuaram por outros times do Sul de Minas, e também o inverso ocorreu muitas vezes. Só para lembrar alguns casos:
Em 1971, antes de começar a jogar pelo Vasquinho, no Campeonato Sul Mineiro daquele ano, atuei algumas vezes pelo time do Jesuânia.
Na foto abaixo, Beto e Flavinho, de Lambari, atuando pelo Jesuânia:
Time do Jesuânia (7 de outubro de 1999). Na foto: Zé Amaro, Beto Biaso, Domingos, Rafael, Sérgio, Evandro, Laurinho, Wando e Mauro. Agachados: Gil, Pião, Dilei, Marcos Vinícius, Júnior, Cristiano, Marcílio, Flavinho, Delei e Belo.
Beto, posando com a camisa do Jesuânia F. C. (1999)
(1) Futebol no Sul de Minas (1), aqui
(2) Na foto de abertura: Fluminense de Caxambu, anos 1950/60, grande adversário do Águas Virtuosas e GRABI. Time em que jogavam, entre outros, os vigorosos Índio, Zé Carlos e Castilho.
Referências: http://edsonhenrique.blogspot.com.br
(**) Se você, caro(a) visitante, tiver notícias, informações, casos e fotos dessa época, ou quiser fazer alguma correção ou complementação ao texto aqui publicado, entre em contato conosco neste e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com
Já noticiamos aqui um post do GUIMAGUINHAS divulgado no site do jornal O Globo, na coluna de Sérgio Pugliese - A pelada como ela é (aqui).
De Lambari para o Mundo
Pois bem, nesta semana, na terça-feira dia 24/09/2013, outro post nosso foi divulgado por Sergio Pugliese no site referido.
Trata-se do post sobre Mário de Castro, o grande ídolo do Atlético Mineiro e pai do Dr. Wander de Castro, radicado em Lambari, MG, há muitos anos.
Confiram o texto de Sergio Pugliese, clicando a imagem abaixo:
Acesse aqui:
Seguem novas fotos do Águas Virtuosas, entre elas, uma pose rara: o Águas Virtuosas com a faixa de Campeão Sul Mineiro de 1960, uma história que já contamos aqui no GUIMAGUINHAS. Veja o post
Na foto de abertura, Guinho Gregatti com a faixa de Campeão de 1960.
Águas Virtuosas com a faixa de Campeão Sul Mineiro de 1960. Em pé: entre outros: Dr. Ferreira (treinador), Crisóstomo, Lilico, Guinho, Zé Aírton, Zezé Gregatti, Chanchinha. Agachados: Pé-de-ferro, Marron, Alemão e Pinellinho
Time do Águas, final década de 1950. Em pé, entre outros: Zezé Gregatti, Nambu, Chico Panu, Gidão, Hélio Fernandes, Alemão e Vaca. Agachados: Nelson Vicentini, Lilico, Chanchinha.
Time do Águas, final década de 1950, em que figuram 3 irmãos: Crisóstomo, Hélio e Zé Luiz. Em pé, entre outros: Vaca, Crisóstomo, [?], Gidão, João André, Chanchinha, [?], Zé Roberto. Agachados: Hélio Fernandes, Beto do Amâncio, Pinellão, Alemão, [?], Zé Luiz Fernandes e Pinelinho.
Águas Virtuosas, anos 1990, com o uniforme todo branco. Em pé: Quati, Ricardinho, Alexandre, Júnior, Biezinho, Flavinho, Zé Luiz e [?]. Agachados: Zé Mauri, Elcinho, Zezinho, Joõzinho, Laércio e Beto.
(**) Se você, caro(a) visitante, tiver notícias, informações, casos e fotos dessa época, ou quiser fazer alguma correção ou complementação ao texto aqui publicado, entre em contato conosco neste e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com
Ilustração: Mário de Castro, com a icônica camisa do Atlético Mineiro, único clube que defendeu
Ele foi o maior ídolo do Atlético, em todos os tempos. Numa época em que jogador de futebol era mal visto pela sociedade, ele se destacava como um "bom partido". Estudava medicina, tinha porte de galã de cinema e os domingos ele reservava para fazer os gols do Clube Atlético Mineiro.
(Do livro FUTEBOL NO EMBALO DA NOSTALGIA, de Plínio Barreto)
Histórias não faltam à vida deste jogador sensacional, mais do que um jogador, um personagem fantástico, que os atleticanos, que os mineiros, que os brasileiros amantes do futebol não podem jamais esquecer. Sua curta carreira e seus recordes são conhecidos, mas é certo que lhe devemos mais, como uma biografia ou um documentário para contar sua vida extraordinária e inscrevê-lo definitivamente entre os maiores artilheiros da nossa história.
Abaixo, vamos relembrar algumas de suas façanhas com a bola nos pés.
POR QUE ESTE CRAQUE GENIAL ABANDONOU O FUTEBOL PELA MEDICINA
A família de Dona Regina de Castro, mãe de Mário, passara por muitas dificuldades com a perda prematura de seu marido Linolfo de Castro. E dona Regina, viúva com 5 filhos para criar, entre eles Mário de Castro, então com 4 anos, sempre se preocupou muito com o futuro deles.
Esse um dos fatores por que ela queria que Mário se formasse e não se desviasse dos estudos para jogar futebol. E o jeito era, então, contar algumas mentiras para Dona Regina. Uma boa desculpa Mário conseguiu muitas vezes com a ajuda da imprensa, que, no noticiário sobre o Atlético, anotava que no domingo jogaria um tal de Orion. E Mário dizia pra mãe: Está vendo, colocaram outra pessoa em meu lugar. Só que Orion era o próprio Mário!
Mas a medicina acabou tomando ao futebol brasileiro o que poderia ter sido um de seus craques ainda mais geniais. E como ele próprio explica:
É que com a oficialização do profissionalismo no futebol recebi propostas tentadoras de clubes como Fluminense, Botafogo e até de um time de Portugal, que não me lembro o nome. Se eu aceitasse, seria o fim da minha carreira de médico. É lógico que eu teria um salário compensador, além do privilégio de ser o primeiro atleta profissional contratado do futebol brasileiro. Mas isso não era o mais importante na minha vida e, antes que eu me arrependesse, abandonei as quatro linhas dos gramados mineiros, que tantas glórias me proporcionaram.
Fonte: Jornal do Atlético, s/d
Mas Mário nunca se arrependeu da escolha que fez, tendo exercido a medicina por mais de 40 anos. Foi um médico dedicado, um cidadão consciente, um homem de real valor, que anos atrás deu o seguinte conselho aos jovens atletas e ainda perfeitamente válido em nossos dias:
O importante é a gente ser acima de tudo, gente. Gente com sentimentos, com valores, com respeito pelo outro. Gente que saiba lutar, que saiba ganhar, mas que além de tudo saiba perder e reconhecer que perdeu, saindo depressa para "uma outra". Gente que saiba entender o valor do estudo, do conhecimento mais profundo à respeito dos homens, da natureza, da vida. É esse meu conselho. Quem discorda de mim, me enriquece.
Fonte: Jornal do Atlético, s/d
E olha que comigo não tinha esse negócio de canhotinha não. Eu fazia gol era com os dois pés, de cabeça, de qualquer jeito.
(MÁRIO DE CASTRO)
Reportagem do ESTADO DE MINAS, do arquivo pessoal de Wander Mário Cavalcanti de Castro
Na página Futebol, Histórias & Curiosidades, no Facebook, encontramos este registro:
Acima, o Trio Maldito: Jairo, Said e Mário de Castro
Reprodução. Fonte: Facebook/Futebol, Histórias & Curiosidades
Aí eu entrei, fiz um sinal para que esperassem e comecei a fazer gols. Foram cinco, mas o juiz anulou um, falou que eu estava impedido.
(MÁRIO DE CASTRO)
Esta ótima história da carreira de Mário de Castro ocorreu em 20 de maio de 1931. Era um jogo da final do campeonato mineiro, no "Caldeirão do Bonfim" em Nova Lima e o Atlético precisava da vitória para ser campeão. Nesse dia, Mário fora arrancado da cama, depois de uma noite regada a bebida, e ficara no banco de reservas curando os efeitos da boêmia...
No primeiro tempo, o Vila fez 3 a 0, e a torcida do Vila, no intervalo, passou o tempo todo gritando: Cadê o Mário???... Cadê o Mário...???
Conta o ex-jogador Said [Said Paulo Arges], um dos componentes do "Trio Maldito", que, faltando 13 minutos para o final da partida, e tendo já o Mário espantado os efeitos da noitada, este lhe pediu: Toda a bola que você pegar, mande pra cima de mim!
E o habilidoso Said recuou um pouco e foi metendo as bolas para o Mário de Castro. Resultado: o artilheiro fez 5 gols, dos quais 4 foram validados. Final: Galo 4 x Vila 3 !!!
E Mário confessa:
Naquele dia, enrolei as meias, o calção e as chuteiras e disse:
— Não jogo mais futebol. Estava no 4o. ano de medicina.
Agradeço ao amigo Wander Mário Cavalcanti de Castro, com quem conversamos e que nos confiou seus preciosos recortes, lembranças de seu pai Mário de Castro, com esta recomendação:
— Caro Guima, "Muito cuidado", são as únicas lembranças que guardo do meu pai.
== Dr. Wander ==
Veja o número 1 desta série, clicando o link abaixo:
http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38810
Ilustração: Montagem. Escudo estilizado do Atlético Mineiro e Mário de Castro, um dos maiores artilheiros da história do Galo Mineiro.
Já registrei aqui em posts anteriores (1) que
os médicos de Lambari — Ismael, José Benedito e Wander — cuidaram atenciosamente de meu pai, quando da insidiosa doença que o levou muito cedo, aos 49 anos.
Pois bem, como todos os lambarienses sabem, o Wander mencionado acima é o Dr. Wander Mário Cavalcanti de Castro, excelente médico-cirurgião, há décadas radicado em Lambari.
O que poucos sabem é que o Dr. Wander também já andou brincando noutra profissão - a de jogador de futebol.
Prova? Olhem a foto:
Time de futebol de salão - Sindicato Rural de Lambari - anos 1980. Na foto: Sérgio, Fábio, Luiz e Broa. Agachados: Tucci, Betinho e Dr. Wander
Mas o que muitas pessoas não sabem é que Mário de Castro — pai de Wander Mário, e também médico como ele — foi um fantástico craque de futebol, o maior atacante de sua época, um dos maiores artilheiros do Atlético Mineiro, o jogador que possui a maior média de gols por partida de todos os tempos, o primeiro jogador do futebol mineiro (e fora do eixo Rio-São Paulo) a ser convocado para a Seleção Brasileira (convite que recusou, como se verá).
Esse é o resumo da história que vamos contar a seguir, em duas etapas. A primeira, neste post.
Meu futebol é apenas do Clube Atlético Mineiro e de ninguém mais!
(Mário de Castro, ao recusar o convite da CBF)
Filho de D. Regina Vilela Oliveira Castro e Linolfo Rodrigues de Castro, Mário nasceu em Formiga no estado de Minas Gerais, em 30 de junho de 1905 e morreu em 29 de abril de 1998. Casou-se com Maria de Lourdes Cavalcanti de Castro, uma das primeiras mulheres a se formar em odontologia no país, e que atuou profissionalmente até sua aposentadoria. O casal teve dois filhos, Wander Mário (médico ainda em exercício) e Vanda Maria (contabilista aposentada), e adotou Antônio Rosa (já falecido).
Fonte: Wikipedia
Em que pese ter tido uma carreira curta no futebol, pois abandonou os gramados aos 26 anos para exercer a medicina, Mário de Castro foi um jogador fora de série, deixou números extraordinários e os que contam/contaram a história do Atlético Mineiro não economizam adjetivos para definir o craque: potente e certeiro chute (nos dois pés), exímio cabeceador, excelente domínio de bola, excepcional driblador ...
Ele foi primeiro jogador fora do eixo Rio-São Paulo a ser convocado para a seleção brasileira, mas recusou o convite, visto que não queria ser reserva do botafoguense Carvalho Leite. Mesmo tendo encerrado sua carreira em 1931, sua artilharia no Galo Mineiro (195 gols em 100 partidas, entre 1926/1931*) só foi superada em 1974, por Dario (211 gols em 290 partidas, entre 1968/1979). Reinaldo também o superou (255 gols em 475 partidas, entre 1973/1985), e, assim, Mário de Castro é o terceiro maior goleador da história do Atlético.
Eis alguns lances de sua gloriosa carreira:
Mário de Castro (...) batia na pelota com a elegância de um Reinaldo, tinha o senso de colocação de um Dario e era voluntarioso como Ubaldo Miranda (isso para falar de outros artilheiros que marcaram época no Clube Atlético Mineiro).
(Ricardo Galuppo. Atlético Mineiro - Raça e Amor)
Nome | Mário de Castro |
Posição | Atacante |
Data de nascimento | 30/06/1905 |
Nacionalidade | Brasileira |
Local do nascimento | Formiga (MG) |
Altura | 1,90m |
Peso | 82 kg |
Período em que jogou | 1925 a 1931 |
Jogos pelo Atlético Mineiro | 100 |
Gols marcados | 195* |
Média de gols | 1,95* |
O "Trio Maldito": Said, Jairo e Mário de Castro
De 1915 a 1925, o Galo só ganhou o campeonato de 1916. Os títulos só vieram com o surgimento do "Trio Maldito", que, de 1927 a 1932, marcou 467 gols. O Galo então conquistou os campeonatos mineiros de 1926, 1927, 1931 e 1932.
O "Trio Maldito" na foto oficial do time do Atlético Mineiro, na década de 30. Os três estão indicados por círculos na foto. Pela ordem: Said, Jairo e Mário de Castro. Eles marcaram 459 gols, que representam quase 5% dos mais de 9 mil gols marcados pelo Galo em seus 97 anos de existência (isso até 2005).
Mário, nos registros oficiais, marcou 195 gols, em 100 partidas disputadas. Sua média de gols por partida, 1,95, é a maior conhecida entre atletas de futebol do Brasil em todos os tempos.
Há, no entanto, fontes que informam que Mário de Castro marcou 202 gols em 6 anos de carreira.
A comemoração dos gols
Comemorava os gols sempre de uma mesma maneira: buscava ele próprio a bola no fundo das redes, abaixava a cabeça, e dizia baixinho: Graças a Deus!
Mário de Castro foi incluído entre os 10 maiores jogadores da história do Galo Mineiro, no livro Os dez mais do Atlético Mineiro, do jornalista Eduardo Murta.
Fonte das fotos: Wander Mário; Wikipedia
Fontes do texto: Dr. Wander Mário Cavalcanti de Castro; Jornal do Atlético, s/d; Jornal Hoje em Dia, de 4/11/1997; Jornal Estado de Minas, de 25/03/1988.
1) http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=4358801 - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=36383
Veja o número 2 desta série, clicando o link abaixo: