Ilustração: Escudo do Águas Virtuosas, estampado em camisa do início dos anos 1990, com a estrelas do tri-campeonato.
A final do Campeonato da liga de São Lourenço de 1953 é uma dessas histórias que minha geração ouviu muitas e muitas vezes, sempre narrada com um misto de revolta e decepção, seja pelos atletas que dela participaram, seja pelos diretores do clube, seja pelos torcedores do Águas que assistiram à partida.
Contudo, não tínhamos nenhum registro — nem fotos, nem recortes de jornal, nem súmula, nem nada — que pudesse nos ajudar a reconstituir, não só as principais partidas do campeonato, mas sobretudo a partida final — a terceira de uma melhor de três — certamente a mais controvertida da história do Águas Virtuosas.
Pois bem, hoje vamos publicar uma resenha dessa partida, feita pelo professor do Ginásio Duque de Caxias Carlos Rodrigues Eufrázio. O professor acompanhava os jogos do Águas Virtuosas em 1953 e escrevia uma resenha que era semanalmente divulgada no jornal O ÁGUAS VIRTUOSAS, que circulou em Lambari naquele ano.
Os pontos principais desse relato foram confirmados por jogadores e torcedores, daquela triste tarde de domingo de 22 novembro de 1953, em Baependi.
Vamos lá.
Abaixo o escudo e a camisa do Esporte Clube São Lourenço.
Fonte: http://cacellain.com.br
Esporte Clube São Lourenço - Campeão da Liga Caxambuense de 1949. Fonte: Youtube
Na foto, entre outros: Perrela, Lauro, Jair, Rui, Casca, Pinellinho, Quezar, Eneas, Pinelle e Araújo.
O time do Águas Virtuosas vice-campeão
As fotos abaixo são do acervo da família de Eward Bacha (Vavá), e foram cedidas por Tuy Bacha.
Quinzinho, Val, Alair, Hélio Fernandes, Pinelli, Nicola, João André, Nenê, Vavá Bacha e Crisóstomo
Uma foto rara: Águas dos anos 1950, colorizada a mão. Em pé, entre outros: Crisóstomo, Hélio, Vavá Bacha, João André, Nicola, Gidão e professor Fernandes. Agachados: Pinellinho, Val, Alair, Nenê e Quinzinho.
Da esquerda para direita: entre outros: Quinzinho, Val, Alair, Hélio, Nenê, Gidão, João André, Crisóstomo (cabeça baixa) e Vaca
O Águas Virtuosas terminou em 1o. lugar o returno do Campeonato, e os goleiros Nicola, Capeta e Nambu receberam a seguinte avaliação, dada pelo comentarista prof. Carlos Eufrázio:
Na controvertida final, no entanto, Eli Capeta — que era um grande goleiro — foi muito criticado por sua má atuação. Mesmo hoje, aqueles que participaram do jogo — como Quinzinho e João André — ou os que assistiram à partida confirmam a crítica.
O prof. Carlos atribuiu ao goleiro nota zero, visto que, além de ter atuado muito mal, falhando em 3 gols e saindo em falso no quarto gol, na véspera da partida, o atleta teria participado de uma serenata e dormido às 4,30h da manhã.
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Como já dissemos, o professor do Ginásio Duque de Caxias Carlos Rodrigues Eufrázio acompanhou os jogos do Águas Virtuosas naquele ano de 1953 e escreveu uma resenha semanalmente divulgada no jornal O ÁGUAS VIRTUOSAS, que circulou em Lambari naquele ano.
A seguir, vão alguns pontos da resenha referida, que confirmamos com pessoas que ou participaram do jogo ou assistiram à partida:
Quanto ao mais, o Águas jogou muito mal, o Esporte jogou muito bem, o juiz teve ótima atuação, e, merecidamente, o Esporte venceu o jogo por 4 x 1 e levou o bi-campeonato.
Reprodução - Diário da Noite, 19, nov, 1953