Fundado em 1926, com o nome de Jockey Club Águas Virtuosas, o Águas Virtuosas Futebol Clube - AVFC, que tomou esse nome em 1961, tem bonita história no futebol do Sul de Minas.
A partir de 1961 e até 1965, ainda no antigo campo, o Águas formou times amadores nos quais figuraram inúmeros jogadores de talento do futebol do Sul de Minas.
Entre 1967 e 1969, já no novo Estádio do AVFC, disputou a segunda divisão de profissionais do campeonato mineiro, buscando vaga na primeira divisão.
Ficou inativo entre os anos 1970 e 1974, período em que o futebol da cidade de Lambari foi representado pelos times do Vasquinho Futebol Clube e do GRABI - Grêmio Recreativo ABI.
Em 1975, ressurgiu para disputar o campeonato amador da Liga de Caxambu. A partir dos anos 1980, participou do campeonato amador da Liga de São Lourenço. Em 1993, disputou seu último campeonato. Atualmente está em inatividade.
Em 1969, em Três Corações, jogando pelo empate, o Águas perdeu a vaga para acesso à primeira divisão, numa final histórica contra o Atlético Clube de Três Corações. Placar de 1 X 0, gol contra do extraordinário zagueiro Pulga, em um lance de rara infelicidade: uma bola cruzada, um cabeceio dentro da área e a bola bateu-lhe na nuca e entrou.
Em 1977, foi vice-campeão da Liga de Caxambu, perdendo a final para o Itamonte.
Os títulos só vieram na década de 1980, na qual sagrou-se campeão da Liga de São Lourenço, em 1986 (venceu Maria da Fé), 1987 (venceu Pouso Alto), 1988 (venceu Carmo de Minas) e 1990 (venceu Olímpio Noronha).
HISTÓRIA EM FOTOS
Águas amador dos anos 1950
Em pé: Dr. Ferreira, Cunha, João Rely, Crisóstomo, Gidão, João André, Lilico, Vaca e Manoel Correia. Agachados: Prof. Raimundo, Quinzinho, Neném Nascimento, Laerte, Hélio Fernandes, Pinelinho e Chico de Castro.
Águas amador dos anos 1960
Em pé: Gidão, Cabritinho, Nambu, Jaime, Rubinho, Chá, Zé Carlos, Delém e Motinha. Agachados: Evaldo, Zoinho, Alemão, Betinho, Chanchinha, Valmando, [?] e Fausto.
Vasquinho de 1971
Em pé: Marquinho, Mauro, Adão, Bita, Becão, Tatá, Celinho, Gato, Delém, Guinho e Augusto (Presidente). Agachados: Tinz, Zezé Gregatti, Sérgio, Betinho, Tomate e Chá.
GRABI de 1974
Em pé: Édson, Vaca, Tinz, Delém, Guima, Celinho e Zé Paulo. Agachados: Xepinha, Sérgio Barletta, Chiquinho Barletta, Tatá e Sérgio.
Águas amador dos anos 1970
Em pé: Édson, Tinz, Celinho, Tucci, Gabriel e Sérgio. Agachados: Véio, Guima, Jorginho, Xepinha e Décio.
Águas amador dos anos 1980
Em pé: Márcio, João Borato, Manezinho, Newton, Beto, Sansão, Chiquinho, Flavinho, Zé Luiz, Luizão e (Zezinho, da Rádio Tropical) e Luiz Careca. Agachados: Wellington, Gérson, Gabriel, Heitor, Zé Mauri, Marcinho, Roberto e Luizinho.
Águas amador dos anos 1990
Em pé: Orlando, Zé Luiz, Guiminha, Ganso, Leivinha, Dudu. Agachados: Well, Aldair, Gabriel, Elcinho e Zé Carlos.
Referências:
Alguns outros times de Lambari, MG:
Time do Ginásio (anos 1960)
Na foto, entre outros, em pé: Ito, Bodinho, Luiz, Fausto e Sr. Martins. Agachados: Braizinho, Nego e Edson.
Vila Nova
Na foto, em pé: Miguel Lobo, Carlão, João Massa, Tião Bateúta, Tonhão, Paulista, Dito e Goiaba. Agachados: Zé Gentil, Damião, Zé Luiz e Toninho Marciano, Valtinho, Toninho da Irene e Pamódi.
Santa Quitéria (Campeão, Heliodora, 1978)
Na foto, em pé, entre outros: Crisóstomo, Zé Vitinho, Sérgio, Celinho, Dilson, João, Zé Paulo. Agachados: Chiquinho, Gabriel, Tucci, ,João Fernandes, Tinz, Joãozinho.
Palmeirinha (futebol de salão)
Na foto, em pé: Nem, José Terto,Tucci, Zé Luiz, Joel. Agachados: Flavinho, Roberto, Zé Mauri, Juscelino Machado, Véio.
(*) Foto de abertura: Nem, do Palmeirinha.
Ver os posts seguintes, da série:
http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=36997
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http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38751
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Alguns flagrantes de partidas e poses de jogadores, no futebol de Lambari:
1949: gol do Águas, marcado por Nenê Nascimento. Jogo contra o Botafogo (Baependi), no antigo campo do AVFC.
1963: Guinho, Zé Aílton, Valmando, Betinho e Carlito, no antigo campo do Águas
1963: Chá e Geraldo, no time amador do Águas
1967: Betinho e Bulau, no time profissional do Águas
1968: Varlei, Betinho e Damião. De terno: Jairo Ferreira, prefeito de Lambari, dando o pontapé inicial.
1971: Vasquinho: Betinho e Evaldo. Ao fundo, Geraldo
1974: Início do jogo GRABI X Ubiratan, de Carmo de Minas. Pela ordem: Guima, Tinz, Édson e Tatá.
1975: Gol do Águas, contra o Esporte de São Lourenço. Pela ordem: Jorginho, Gabriel (de costas) e Guima, comemorando.
1975: Águas e Esporte São Lourenço. No lance: Tucci e Guima.
Anos 80: Heitor, Luizinho e Flavinho
Anos 80: Lance de jogo do Águas
Anos 80: Luizinho e Márcio
1994: Veteranos do Águas X Master Flamengo (RJ) - entrada em campo. Guima, Gabriel e Dadá. Ao fundo: Jaime e Nunes, do Flamengo (RJ)
1994: Início da partida Veteranos do Águas X Master Flamengo (RJ). Na foto: Guima, Gabriel, Joãozinho. No fundo: Flavinho e Jorge André.
1994: Time do Águas posa para foto. Jogadores do Botafogo (RJ) batem bola
1994: Hino Nacional, jogo treino Águas X Botafogo RJ.
Na foto: Águas: Cafu, Zé Luiz, Quati, Ricardinho, Pedro, Zé Mauri, entre outros. Do Botafogo: Túlio (de cabeça baixa) e Roberto Cavalo (mão no peito).
1995: Ró, Guima, Misca e Alemão - em jogo amistoso contra o Botafogo de Baependi.
(*) Acima: Bate-bola antes do início de jogo do Águas, no antigo campo, anos 1940.
Veja o número 2 desta série:
O futebol de Lambari, no decorrer das décadas de 1900, foi representado por três times: o Águas, o Vasquinho e o GRABI.
Esses times disputaram campeonatos das ligas de Varginha, Caxambu e São Lourenço, e o time profissional do AVFC, nos anos 1960, disputou o acesso à primeira divisão do futebol mineiro.
Mas na história do nosso futebol houve diversos e importantes Campeonatos internos, os quais vamos relembrar numa série aqui neste espaço virtual.
Vejamos.
Em 1964, em campeonato disputado no antigo campo do Águas, sagrou-se campeão o Vasquinho. Eis a foto do time campeão:
Em 1969, o time profissional do Águas Virtuosas encerrou suas atividades, e, no ano seguinte, organizou-se um grande campeonato interno, que foi vencido também pelo time do Vasquinho, em partida final contra o Juvenil do Águas.
O juvenil chegara à final após superar o time do Cruzeiro, então formado por diversos jogadores egressos do time profissional do Águas. (1)
No ano seguinte, 1971, o time do Vasquinho representou Lambari no Campeonato Amador Sul Mineiro, da Liga de Varginha. Nesse time, houve uma mescla entre os jogadores do Vasquinho, do Cruzeiro e do Juvenil, que haviam disputado o campeonato interno de 1970.
Vejamos algumas fotos:
Essa foto é do Vasquinho de 1971, numa de suas diversas formações.
Dos jogadores que estão na foto acima, no campeonato interno de 1970, Delém, Chá e Tins haviam jogado pelo time campeão, o Vasquinho.
Adão, Celinho e Tatá, pelo Juvenil.
E Bita, Alemão, Alencar e Sérgio, pelo Cruzeiro.
Essa é uma outra formação do Vasquinho de 1971, que disputou o campeonato amador Sul Mineiro da Liga de Varginha.
Em pé: João Fubá, Zezé Gregatti, Édson, Vaca, Celinho, Bita, Cafezinho, Guima, Sérgio, Adão e Augusto (Presidente).
Agachados: Roberto, Valmando, Véio, Picolé, Betinho, Pedro, Xepinha e Tuccinho.
Foto do Juvenil do AVFC, que venceu o torneio início do campeonato interno de 1970.
Pela ordem: Ieié, Vaca, Adão, Guima, Firmino e Celinho. Roberto, Xepinha, Zé Paulo, Pedro e Dílson.
No decorrer do campeonato de 1970, o Juvenil foi reforçado por Pagão e Tatá.
Nos anos 1980, houve disputadíssimos campeonatos internos. Num deles - em 1989 - o time do Cruzeiro venceu a final contra o Veteranos do AVFC.
As fotos seguinte são dos anos 1980:
Time do Cruzeiro:
Em pé: Luizinho, Celinho, Flavinho, Kit, Sansão, entre outros. Agachados: Décio, Zé Mauri, Negão, Turquinho, Cao, entre outros.
Time do Jacu:
Em pé, entre outros: Zezé Gregatti, Nem, Nambu, Zetão e Zetinho. Agachados: Marciano, Batatinha e Cao.
Flagrante do campeonato interno de 1983:
Na foto: Édson, Sansão, Tucci, Luizinho, Zé Vitinho e Geraldo.
Como é comum em nossa região, atletas de Lambari, Jesuânia e Olímpio Noronha estão sempre compondo times de uma ou de outra cidade. Veja-se a foto abaixo, de um campeonato amador de Olímpio Noronha:
Em pé, entre outros: Gatinho, Quati, Sansão, Turquinho, Guima e Dílson. Agachados, entre outros: Ró, Tucci, Gabriel, Décio, Joãozinho e Zé Mauri.
(1) Veja foto do time profissional do Águas neste link:
Meu amigo Machaddo Sobrinho (1), certa feita, me perguntou se conhecia a palavra camarinho, expressão que os avós de sua mulher usavam para designar um fenômeno atmosférico - aqueles relâmpagos breves, fugidios e constantes, que se veem ao longe, em entardeceres chuvosos ou sob ameaça de chuva.
Com o vezo de catar palavras e expressões de Aguinhas, saí a pesquisar a palavra e suas origens. Durante meses, rodopiei pela internet, pelos dicionários e enciclopédias, modernos e antigos, consultei amigos, professores de português, escritores. Nada. Naquele sentido não encontrei nenhum registro.
Mas a palavra é tão bela, tão expressiva, e designa um fenômeno tão maravilhoso, que valia a pena insistir: se não há registro dela, vamos registrá-la! - pensei. E assim fiz. Adotei a palavra do meu amigo no livro Os Curadores do Senhor, que em breve será lançado.
E contei isso ao Machaddo, pedindo a ele que revisasse o trecho e o contexto em que utilizei a "sua" palavra. E ele o fez ao seu modo - na grandiloquente e culta prosa-poética que o caracteriza.
O seu texto me inspirou, é claro, mas não podia transcrevê-lo em meu livro. Mas também não poderia deixá-lo sem publicidade; por isso, divido-o com os amigos deste espaço:
O CAMARINHO*
Machado Sobrinho
Então é isso. Nem bem fez a tarde a bainha azul-pálido, aquela peça lilás que vai se espichando horizonte afora e as nuvens alhures, cavalheirescamente, vêm chegando. Vêm chegando chegandinho aquelas nuvenzinhas desconfiadas que vão se embolando às grandonas, pardas e encardidas, sobre aquele rarefeito céu, até há pouco, escampo e longíssimo!
Tudo está quieto... desesperadamente quieto! A Ave-Maria noitibó já se esvaiu pelos ares... O relógio da matriz já gaguejou seis horas... E as nuvens continuam a chegar que só mineiro sabe chegar ensimesmado e sonso...
E a gente pega a espreguiçar os olhos, de soslaio, de espreita, ao acaso... além... e elas, as nuvens, estão ali veladas, empirreadas, quietas... O que será!?
Então é isso...
Súbito, o céu ameaçando muito, perpassa, por detrás delas, a rútila escama dos lampejos foliando em cardumes... Um rebuliço de áscuas e fagulhas, como se, ligeiro, a tarde fosse fosforejar ou se arrebentar toda.
De um segundo a outro, é instantâneo... é fogo-de-bilbode; é fogo-de-monturo; é fogo-greguês; é fogo-pulado... tudo mudo, tudo amplo e mudo; tudo ininteligivelmente taciturvo e mudo!!!
- O que será, meu Deus? Meu Deus, o que será!? É hoje que o mundo se acaba! E aí se esgueira a gigantesca silhueta de um raio, ou em meio às nuvens aflora fictícia, a agressiva barbatana de um tubarão-relâmpago... E lá no alto permanece esta peleja incomunicável e inofensiva. Faíscas, centelhas, se esparramam por tudo quanto é canto e a granel.
Prenúncio de um grande vendaval.
Dilúvio à vista... Epidemia de guarda-chuvas!
Cataratas de salto alto... Galochas para Deus!...
Mas, de um segundo a outro, é instantâneo.
Cadê as nuvens? O escarcéu? O sururu?
Um trovão, sequer, distante ronrona... trovões amordaçados...
Nem brusco um raiozinho espatifou sua carcaça de vidro na atmosfera impregnada.
.....................
Ora, que céu desapontado e vasto!...
Alheiamente anoitece como se nada houvera antes...
Nem a mais mísera gota, a mais ínfima gotinha de chuva se estatelou sobre o chão desta terra estéril e seca...
.....................
Ao longe, apenas, já raquítico, o minguante se encrua.
(*) A propósito do capítulo 25 - Um fogo que veio do céu? - do livro Os Curadores do Senhor, novela paranormal de Antônio Lobo Guimarães, ainda inédito.
(1) Veja-se um comentário sobre seu livro de poesias, neste link: http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=36380