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Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
25/04/2013 10h41
Águas Virtuosas Futebol Clube (4) - Campeonatos internos

O futebol de Lambari, no decorrer das décadas de 1900, foi representado por três times: o Águas, o Vasquinho e o GRABI.

Esses times disputaram campeonatos das ligas de Varginha, Caxambu e São Lourenço, e o time profissional do AVFC, nos anos 1960, disputou o acesso à primeira divisão do futebol mineiro.

Mas na história do nosso futebol houve diversos e importantes Campeonatos internos, os quais vamos relembrar numa série aqui neste espaço virtual.

Vejamos.

Em 1964, em campeonato disputado no antigo campo do Águas, sagrou-se campeão o Vasquinho. Eis a foto do time campeão:



Em 1969, o time profissional do Águas Virtuosas encerrou suas atividades, e, no ano seguinte, organizou-se um grande campeonato interno, que foi vencido também pelo time do Vasquinho, em partida final contra o Juvenil do Águas.

O juvenil chegara à final após superar o time do Cruzeiro, então formado por diversos jogadores egressos do time profissional do Águas. (1)

No ano seguinte, 1971, o time do Vasquinho representou Lambari no Campeonato Amador Sul Mineiro, da Liga de Varginha. Nesse time, houve uma mescla entre os jogadores do Vasquinho, do Cruzeiro e do Juvenil, que haviam disputado o campeonato interno de 1970.

Vejamos algumas fotos:


Essa foto é do Vasquinho de 1971, numa de suas diversas formações.

Dos jogadores que estão na foto acima, no campeonato interno de 1970, Delém, Chá e Tins haviam jogado pelo time campeão, o Vasquinho.

Adão, Celinho e Tatá, pelo Juvenil.

E Bita, Alemão, Alencar e Sérgio, pelo Cruzeiro.

 

Essa é uma outra formação do Vasquinho de 1971, que disputou o campeonato amador Sul Mineiro da Liga de Varginha.

Em pé: João Fubá, Zezé Gregatti, Édson, Vaca, Celinho, Bita, Cafezinho, Guima, Sérgio, Adão e Augusto (Presidente).

Agachados: Roberto, Valmando, Véio, Picolé, Betinho, Pedro, Xepinha e Tuccinho.


Foto do Juvenil do AVFC, que venceu o torneio início do campeonato interno de 1970.

Pela ordem: Ieié, Vaca, Adão, Guima, Firmino e Celinho. Roberto, Xepinha, Zé Paulo, Pedro e Dílson.

No decorrer do campeonato de 1970, o Juvenil foi reforçado por Pagão e Tatá.


Nos anos 1980, houve disputadíssimos campeonatos internos. Num deles - em 1989 - o time do Cruzeiro venceu a final contra o Veteranos do AVFC.

As fotos seguinte são dos anos 1980:

Time do Cruzeiro:

Em pé: Luizinho, Celinho, Flavinho, Kit, Sansão, entre outros. Agachados: Décio, Zé Mauri, Negão, Turquinho, Cao, entre outros.
 

Time do Jacu:

Em pé, entre outros: Zezé Gregatti, Nem, Nambu, Zetão e Zetinho. Agachados: Marciano, Batatinha e Cao.

Flagrante do campeonato interno de 1983:

Na foto: Édson, Sansão, Tucci, Luizinho, Zé Vitinho e Geraldo.

Como é comum em nossa região, atletas de Lambari, Jesuânia e Olímpio Noronha estão sempre compondo times de uma ou de outra cidade. Veja-se a foto abaixo, de um campeonato amador de Olímpio Noronha:

Em pé, entre outros: Gatinho, Quati, Sansão, Turquinho, Guima e Dílson. Agachados, entre outros: Ró, Tucci, Gabriel, Décio, Joãozinho e Zé Mauri.

 

(1) Veja foto do time profissional do Águas neste link:

http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=36376

Publicado por Guimaguinhas
em 25/04/2013 às 10h41
 
25/04/2013 08h11
Literatura de Aguinhas (8) - O camarinho

Meu amigo Machaddo Sobrinho (1), certa feita, me perguntou se conhecia a palavra camarinho, expressão que os avós de sua mulher usavam para designar um fenômeno atmosférico - aqueles relâmpagos breves, fugidios e constantes, que se veem ao longe, em entardeceres chuvosos ou sob ameaça de chuva.

Com o vezo de catar palavras e expressões de Aguinhas, saí a pesquisar a palavra e suas origens. Durante meses, rodopiei pela internet, pelos dicionários e enciclopédias, modernos e antigos, consultei amigos, professores de português, escritores. Nada. Naquele sentido não encontrei nenhum registro.

Mas a palavra é tão bela, tão expressiva, e designa um fenômeno tão maravilhoso, que valia a pena insistir: se não há registro dela, vamos registrá-la! - pensei. E assim fiz. Adotei a palavra do meu amigo no livro Os Curadores do Senhor, que em breve será lançado.

E contei isso ao Machaddo, pedindo a ele que revisasse o trecho e o contexto em que utilizei a "sua" palavra. E ele o fez ao seu modo - na grandiloquente e culta prosa-poética que o caracteriza.

O seu texto me inspirou, é claro, mas não podia transcrevê-lo em meu livro. Mas também não poderia deixá-lo sem publicidade; por isso, divido-o com os amigos deste espaço:


O CAMARINHO*

Machado Sobrinho


Então é isso. Nem bem fez a tarde a bainha azul-pálido, aquela peça lilás que vai se espichando horizonte afora e as nuvens alhures, cavalheirescamente, vêm chegando. Vêm chegando chegandinho aquelas nuvenzinhas desconfiadas que vão se embolando às grandonas, pardas e encardidas, sobre aquele rarefeito céu, até há pouco, escampo e longíssimo!

Tudo está quieto... desesperadamente quieto! A Ave-Maria noitibó já se esvaiu pelos ares... O relógio da matriz já gaguejou seis horas... E as nuvens continuam a chegar que só mineiro sabe chegar ensimesmado e sonso...

E a gente pega a espreguiçar os olhos, de soslaio, de espreita, ao acaso... além... e elas, as nuvens, estão ali veladas, empirreadas, quietas... O que será!?

Então é isso...

Súbito, o céu ameaçando muito, perpassa, por detrás delas, a rútila escama dos lampejos foliando em cardumes... Um rebuliço de áscuas e fagulhas, como se, ligeiro, a tarde fosse fosforejar ou se arrebentar toda.

De um segundo a outro, é instantâneo... é fogo-de-bilbode; é fogo-de-monturo; é fogo-greguês; é fogo-pulado... tudo mudo, tudo amplo e mudo; tudo ininteligivelmente taciturvo e mudo!!!

- O que será, meu Deus? Meu Deus, o que será!? É hoje que o mundo se acaba! E aí se esgueira a gigantesca silhueta de um raio, ou em meio às nuvens aflora fictícia, a agressiva barbatana de um tubarão-relâmpago... E lá no alto permanece esta peleja incomunicável e inofensiva. Faíscas, centelhas, se esparramam por tudo quanto é canto e a granel.

Prenúncio de um grande vendaval.

Dilúvio à vista... Epidemia de guarda-chuvas!

Cataratas de salto alto... Galochas para Deus!...

Mas, de um segundo a outro, é instantâneo.

Cadê as nuvens? O escarcéu? O sururu?

Um trovão, sequer, distante ronrona... trovões amordaçados...

Nem brusco um raiozinho espatifou sua carcaça de vidro na atmosfera impregnada.

.....................

Ora, que céu desapontado e vasto!...

Alheiamente anoitece como se nada houvera antes...

Nem a mais mísera gota, a mais ínfima gotinha de chuva se estatelou sobre o chão desta terra estéril e seca...

.....................

Ao longe, apenas, já raquítico, o minguante se encrua.



(*) A propósito do capítulo 25 - Um fogo que veio do céu? - do livro Os Curadores do Senhor, novela paranormal de Antônio Lobo Guimarães, ainda inédito.


(1) Veja-se um comentário sobre seu livro de poesias, neste link: http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=36380

Publicado por Guimaguinhas
em 25/04/2013 às 08h11
 
24/04/2013 08h33
Águas Virtuosas Futebol Clube (3) - Visitantes ilustres

A Seleção de 66 no Campo do Águas

Como se sabe, o Estádio do AVFC foi inaugurado em 1966 para receber a Seleção Brasileira de Futebol, que esteve em Lambari, preparando-se para a Copa do Mundo da Inglaterra.

Nesse campo, a seleção fez treinos físicos e jogos treinos, e alguns de seus principais jogadores deixaram impressos pés e mãos numa placa de cimento.

[Leia crônica sobre essa passagem da Seleção Brasileira por Lambari, clicando o link abaixo.] (1)

Na seguinte foto do jogo treino podem ser vistos, entre outros: Pelé, Gilmar, Rildo, Gérson e Tostão. (2)


Outros grandes times que visitaram Lambari

Com a vinda da Seleção e a divulgação da cidade, outros times importantes também fizeram pré-temporadas e jogos-treino em Lambari, entre eles o América, o Juvenil do Fluminense, o Botafogo, o Vasco e o Olaria, do Rio de Janeiro.

Eis algumas fotos desses eventos:

América (1968) - Entre eles Rosan, Alex, Almir e Edu (irmão do Zico).

O placar do jogo amistoso contra o AVFC, realizado em 1968, foi 6 X 1 para o América. Em outro amistoso, desta feita em 1988, o América voltou a vencer pelo placar de 3 X 1.

América (1988): Celso, Paulo Sérgio, Luiz Carlos, Denílson, Fábio, Antônio Carlos, Alcindo, Pilica, Renato, Elói e Marcos Paulo.


Juvenil do Fluminense, anos 1970. Na foto, entre outros, Castilho [técnico], Edinho, Pojito, Pintinho.

 

Vasco da Gama (anos 1991) - Em pé: Cássio, Ayupi, Missinho, Carlos Germano, Jorge Luiz e França. Agachados: Mauricinho, Luizinho, Bebeto, William e Bismark.

 

 Botafogo (ano 1994) - Entre eles Wagner e Túlio, campeões brasileiros em 1995.

 Olaria (2010): Entre eles: Diego, Rafael, Araruama, Romário e Waldir.


(1) Veja o texto A Seleção em Aguinhas  

(2) Outra foto do jogo treino da Seleção Brasileira de 1966, em Lambari, pode ser vista neste link

(3) Uma outra foto desse jogo treino também pode ser vista aqui link.

Nota: Nesse link, para localizar a foto, você deverá deverá percorrer a página eletrônica até mais ou menos sua metade.

(*) Depois de Lambari, a Seleção Brasileira seguiu para Caxambu, e sobre a temporada da Seleção naquela cidade há um filme no Youtube, que pode ser visto aqui: Concentração da Seleção Brasileira em Caxambu

(**) Como se sabe, as cores e o escudo do AVFC foram inspirados no América Futebol Clube (AFC).

(***) Fonte fotos:

1: http://aguasvirtuosasfutebolclube.blogspot.com.br

2: Jornal O Globo

3 e 4: Do autor

5: Internet

Publicado por Guimaguinhas
em 24/04/2013 às 08h33
 
23/04/2013 15h16
Literatura de Aguinhas (7) - Uma história que se passa em Lambari

O Caminho dos Homens, de Fernando de Castro, editado pela Pongetti, RJ, em 1962, trata-se de um romance cuja história se desenrola no Rio de Janeiro e em São Paulo, e boa parte dela em Lambari, MG, nas décadas de 1930/50.

Fernando de Castro escreveu peças teatrais, contos e romances. Além do acima citado, escreveu Sal da Terra [Editora Conquista, RJ, 1960], romance que recebeu boa crítica, entre elas a de Antônio Olinto, então crítico literário do jornal O Globo.

Vejamos alguns trechos de O Caminho dos Homens:

  • O personagem principal - Raul, um advogado - recebe proposta de ir para Minas (Lambari) para

(...) patrocinar interesses - os confessáveis e os inconfessáveis - de um grupo de políticos da terra. Teria casa e comida. E liberdade para cobrar honorários profissionais. A condição única era a de só patrocinar questões dos amigos dos Cunhas.

...........

Ir para o sul de Minas, e ali fixar-se, fazendo centro de atividades profissionais na aprazível Lambari, sede de município, cabeça de comarca, e encantadora estância hidromineral. Era uma oportunidade.

............

Uma nova vida começava. Outro meio, outras pessoas, preocupações diversas, novas e diferentes. O chefe político, o prefeito, o pároco, o coletor, o delegado. Tinham vindo recebê-lo na estação. Isso, esse pequeno cerimonial, fez bem à alma de Raul.

............

  • Menção à mudança do nome da cidade:

A cidade tivera o nome romântico de Águas Virtuosas, em honra das suas águas benfazejas, remédio santo para as afecções do fígado, para os rins arruinados. E o hoteleiro o informava da campanha de grande profundidade cívica, de há alguns anos. Uma vitória dos Cunhas, que culminara com a mudança de nome da cidade para Lambari. Haviam sido dias homéricos de intensa vibração. Com os indefectíveis comícios na praça da Matriz, de polêmica com os gatos pingados dos Gamas Costa, derrotistas, sempre insatisfeitos.

..........

 

Outros trechos do livro podem ser vistos no Google Books, neste link: 

O Caminho dos Homens

 

 

Publicado por Guimaguinhas
em 23/04/2013 às 15h16
 
23/04/2013 14h03
Literatura de Aguinhas (6) - Rubem Alves em Aguinhas

Rubem Alves é mineiro de Boa Esperança e passou certo período de sua infância em Lambari, como ele narra no livro O velho que acordou menino [Editora Planeta, SP, 2005].

Na parte III, intitulada Lambari, o pedagogo, psicanalista, professor e autor de inúmeras obras (educação, teologia, crônicas, histórias, etc.) conta como foi essa fase de sua vida de menino. Diz ele, em certo trecho:

(...) Tudo era novidade. Não importava que a casa para onde mudamos fosse do tamanho de uma caixa de fósforos. O que me importava era o fato de minha casa se encontrar atrás de um Castelo Encantado. Lá estava ele, no alto da colina, enorme, fechado, misterioso. Dos pátios vazios que o circundavam, olhando-se para baixo se via um lago azul imenso, coisa que eu desconhecia porque na roça eu só conhecera ranchinhos e lagoinhas. E havia marrequinhos a nadar.

Depois de grande pensei que não havia razões objetivas para nos termos mudado para Lambari. Meu pai era agora viajante, precisava de trens, e o mais lógico teria sido Três Corações, entroncamento ferroviário. Porque ele escolheu Lambari? Acho que foi por causa do Castelo Encantado... Ele me levou a visitar o Castelo por dentro, graças à amizade que fizera com o guarda. Eram salas imensas, empoeiradas, silenciosas, escuras, os móveis cobertos com lençóis, lustres de cristal, mesas de veludos vermelhos e verdes. Tudo parecia dormir. Eu estava no Castelo da Bela Adormecida...

Mais tarde me explicaram, e com a explicação o Castelo deixou de ser Castelo. Foi-se o mistério. Virou um cassino. O assombroso desse cassino é que ele teve uma noite de glória, uma única noite de glória. Foi fechado por ordens superiores no dia seguinte ao de sua inauguração, sem explicações, e nunca mais foi aberto.

Em uma dezena de páginas, Rubem Alves fala das descobertas do menino que chegara a Lambari vindo da roça, tais como, a lâmpada elétrica e a privada, além de contar da simplicidade de sua casa e da ausência de móveis, os quais o pai improvisou de caixotes e paus de vassoura. E foi também aqui em nossa terra que o modo de chupar laranjas (de tampa ou em gomos) mostrou-lhe a diferença social entre a família de sua mãe (nobre) e a de seu pai (plebeia).

Não só por citar Lambari, e sim porque nesse livro podemos nos deliciar com a narrativa poética, repleta de lições, de sabedorias cultas e populares, de um grande contador de histórias, é que não se pode deixar de ler essas memórias de Rubens Alves. (1)


PS - Estas palavras de Rubem Alves sobre o nosso cassino:

Eram salas imensas, empoeiradas, silenciosas, escuras, os móveis cobertos com lençóis, lustres de cristal, mesas de veludos vermelhos e verdes. Tudo parecia dormir...

são tão verdadeiras, tão doídas, tão antigas... E nada mudou em décadas... 

[*] Atualmente (2020), o prédio foi restaurado. 


(1) Veja-se também o livro O sapo que queria ser príncipe - [Editora Planeta, SP, 2009] - memórias de adolescência e juventude de Rubens Alves.

 

Publicado por Guimaguinhas
em 23/04/2013 às 14h03
Página 107 de 110

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