Ilustração: Capa do e-book Nossa Senhora da Saúde: Roteiro de Fé em Lambari, a cidade das Águas Virtuosas, disponível gratuitamente aqui: https://rl.art.br/arquivos/8050956.pdf?1714237098
Em razão das pesquisas, dos textos e dos e-books que venho publicando sobre as ligações históricas e lendárias das águas virtuosas de Lambari e o culto católico a Nossa Senhora da Saúde, leitores e amigos de toda a parte — nativos, moradores e visitantes — me perguntam sobre a existência de um roteiro para conhecer esses aspectos da história e da religiosidade de nossa cidade.
Pois bem, foi para atender esta demanda que publicamos os materiais abaixo.
Nosso objetivo é divulgar Águas Virtuosas de Lambari e suas tradições culturais e de religiosidade.
De tornar conhecida uma história de mais de dois séculos — que se tornou lendária — acerca da formação da Vila de Águas Virtuosas e das origens do culto a nossa Padroeira.
De fato, Águas Virtuosas de Lambari é das poucas cidades que têm uma lenda a secundar-lhe a história.
Venha, pois, conhecer, baixar os materiais e divulgá-los a pessoas interessadas, especialmente aos mais jovens.
É interessante imprimir e distribuir para parentes, amigos, clientes, parceiros comerciais.
Os materiais são gratuitos e podem circular livremente e ser reproduzidos, mantidos os formatos originais, para divulgação da memória, religiosidade, tradições e cultura de Águas Virtuosas de Lambari, MG.
Ajude a divulgar nossa história!
Compartilhe os links em suas redes sociais.
Vamos lá!
E-BOOK NOSSA SENHORA DA SAÚDE - ROTEIRO DE FÉ EM LAMBARI, A CIDADE DAS ÁGUAS VIRTUOSAS
Sinopse:
Neste e-book NOSSA SENHORA DA SAÚDE - ROTEIRO DE FÉ EM LAMBARI, A CIDADE DAS ÁGUAS VIRTUOSAS, mostra-se:
Além disso, anota um Roteiro de Fé, a ser eventualmente cumprido pelos que querem
FOLHETO ROTEIRO DE FÉ NOSSA SENHORA DA SAÚDE
Sinopse:
Este ROTEIRO DE FÉ NOSSA SENHORA DA SAÚDE, PADROEIRA DE LAMBARI poderá ser eventualmente cumprido por nativos, moradores e visitantes de nossa cidade que querem conhecer a história primitiva de Águas Virtuosas de Lambari e as ligações históricas e lendárias entre a descoberta das águas virtuosas e o culto a Nossa Senhora da Saúde, a Senhora das Águas.
Mediante este ROTEIRO, em paralelo à devoção a Maria Santíssima, pode-se
Ilustração: Imagem de Nossa Senhora da Saúde existente no altar-mor da Igreja Matriz de Lambari: Escultura em madeira policromada, acredita-se que seja de procedência portuguesa, provavelmente confeccionada na segunda metade do século XVIII.
No livreto AS ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI E A DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DA SAÚDE - (Vol. 5 da Coletânea Pequena História de Águas Virtuosas de Lambari - https://rl.art.br/arquivos/7457114.pdf), contamos como surgiu a devoção a Nossa Senhora da Saúde, a padroeira de Águas Virtuosas de Lambari.
Sua finalidade foi divulgar a história de nossa cidade, criada em torno dos mananciais das Águas Virtuosas, cujas propriedades medicamentosas e curativas estão cultural e religiosamente associadas à devoção a Nossa Senhora da Saúde – a Senhora das
Águas.
Pois bem, neste post, vamos mostrar
E após isso, deixar um Roteiro de Fé, a ser eventualmente cumprido pelos que querem
Vamos lá!
Como examinamos no livreto acima, a devoção mariana dos Reis de Espanha e Portugal manifestou-se desde logo nas conquistas das Américas.
No Brasil, o fato mais marcante ocorreu quando da
(...) passagem de D. Pedro de Almeida Portugal, então Governador das Províncias de São Paulo e Minas do Ouro e futuro Conde de Assumar, pela Vila de Guaratinguetá rumo a Vila Rica, em 1717 6, que, segundo a tradição, se deu o achado por pescadores da imagem de Nossa Senhora da Conceição, posteriormente nomeada Nossa Senhora Aparecida.
Inicialmente famílias se reuniam aos sábados em torno da imagem para rezarem o terço e cantarem em louvor da santa; depois, eram os que passavam pelo caminho e visitavam a capelinha à beira da estrada para pedir ou agradecer sua intercessão; mais à frente, o culto passou a ser feito em ritos domésticos, em pequenos altares e oratórios, prática essa que, já na metade do Século XVIII, se estendeu por diversos lugares, com fama da Senhora Aparecida levada por tropeiros, sertanistas e mineradores. [1]
E com Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a devoção mariana introduzida pelos portugueses adquiriu nacionalidade brasileira, e a veneração à santa assume um caráter de identidade nacional. [2]
A DESCOBERTA DAS ÁGUAS VIRTUOSAS
Assim, a disseminação das capelas dedicadas a Nossa Senhora Aparecida vai coincidir, décadas depois, com a notícia do achado das águas minerais na região de Lambari, [2] visto que de 1780 a 1790 situa-se a década provável da descoberta das águas. [3]
Conforme narramos,
A descoberta das águas foi um “acontecimento de vulto”, “uma célebre descoberta”, que chamou a “atenção popular”, trazendo benefício para a região. [3] E deve ter “repercutido em toda a Comarca do Rio das Mortes [que tinha sede em São João Del Rey e jurisdicionava então o termo de Campanha] e em toda a Capitania de Minas Gerais, como um acontecimento de grande significação.” [4]
Desse modo, logo após a descoberta das fontes, as virtudes miraculosas da água medicinal [3] passaram a ser apregoadas por todos, e elas começaram a ser designadas, já a partir de 1801, por águas santas. [4] A expressão águas virtuosas começa a ser utilizada a partir de 1805, e acabou por nomear toda a região detrás da serra da Campanha por aquele nome: Águas Virtuosas. [4] E bem assim a serra divisória entre Campanha e Lambari passou a ser conhecida, desde 1805, como Serra da Água Virtuosa ou Água Santa da Campanha. [3]
A FÉ NA INTERCESSÃO DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE
Mais tarde, passava pelo lugar uma estrada, e o boiadeiro ou tropeiro, parava, chegava reverente até a nascente da ÁGUA SANTA, bebia, punha um pouco sobre a cabeça nua, banhando os cabelos e a testa, e enchia uma botija, que levava com escrupuloso cuidado para operar a uma, a 50, 80 e cem léguas de distância.
Extraído de A LENDA DE ÁGUAS VIRTUOSAS, texto atribuído a Américo Werneck
(*) Algum tempo após a descoberta das águas, a estradinha que ligava Campanha à Estrada Geral (caminho para o Rio de Janeiro) foi desviada para passar defronte às nascentes, com o objetivo de facilitar o conhecimento e o uso das águas pelos que circulavam por aquele caminho.
Nesse contexto, as expressões águas santas ou águas virtuosas nasceram provavelmente da crença e da fé populares, por associação dos efeitos medicinais e curadores da água à “tradição católica dos milagres da Virgem Santíssima” [2], como ficou assentado nos costumes devocionais da Região das Águas Virtuosas.
Desse modo foi que
Circulando pela Estrada Velha, ou Caminho Velho, tropeiros, sertanistas, mineradores, boiadeiros e outros viajantes trouxeram à Região do Lambari o achado da Senhora Aparecida, e possivelmente foram esses mesmos que levaram às localidades por onde passavam as notícias, fixadas pela devoção religiosa, das “curas milagrosas” produzidas pela “água santa”, por intercessão de Nossa Senhora da Saúde. [2]
Fontes: [1] SOUZA, Juliana Beatriz Almeida de. Virgem mestiça: devoção à Nossa Senhora na colonização do Novo
Mundo. Tempo, v. 6, n. 11, 2001. p. 77-92
[2] CARVALHO, Roberto Junho. A lenda de Lambari por uma perspectiva semiótica: construção de sentido,
origens e ideologia. Dissertação (Mestrado) – Universidade Vale do Rio Verde (UninCor), Três Corações,
2015
[3] LEFORT, Mons. José do Patrocínio. A Diocese da Campanha, 1993, págs. 206 e 207
[4] MILEO, José N. Subsídios para a história de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970, págs.12, 14, 16
e 56.
A HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE, PADROEIRA DE LAMBARI
Referências:
(J) LIMA, Pe. Antônio Lúcio da Silva. Um mês em companhia de Nossa Senhora. São Paulo, Editora Paulus –
Disponível em: goo.gl/RgMTjP
(K) ADUCCI, Edésia. Maria e seus títulos gloriosos. São Paulo, Editora Loyola – 3ª. edição, 2003. Disponível em:
goo.gl/rz5iJ6
[12] http://www.cruzterrasanta.com.br/historia-de-nossa-senhora-da-saude/29/102/ e ADUCCI, Edésia, 2003, p. 235.
[13] Imagem estilizada de N. S. da Saúde – Disponível em: www.elo7.com.br
[14] Sagração da Igreja Matriz - Paroquia Nossa Senhora da Saúde (paroquiasenhoradasaude.com.br)
IMAGEM, ORAÇÃO E HINO DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE
APARECIDA DO NORTE E SENHORA DAS ÁGUAS: APROXIMAÇÕES HISTÓRICAS
Como já contamos aqui, há duas curiosidades históricas que aproximam a devoção a Nossa Senhora da Aparecida, iniciada no ano de 1717, na antiga Vila de Guaratinguetá, na Província de São Paulo, e a Nossa Senhora da Saúde, iniciada a partir dos anos 1780, na Província das Minas, quando se deu a descoberta das Águas Virtuosas de Campanha do Rio Verde, futura cidade de Lambari, MG.
Viajantes e tropeiros aproximaram as duas histórias
Como se viu acima, viajantes e tropeiros aproximaram as duas histórias:
Circulando pela Estrada Velha, ou Caminho Velho, tropeiros, sertanistas, mineradores, boiadeiros e outros viajantes trouxeram à Região do Lambari o achado da Senhora Aparecida, e possivelmente foram esses mesmos que levaram às localidades por onde passavam as notícias, semeadas pela devoção religiosa, das “curas milagrosas” produzidas pela “água santa”, por intercessão de Nossa Senhora da Saúde.
Fontes: Aparecida do Norte e a Senhora das Águas - Coincidências históricas
https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=51405
CARVALHO, Roberto Junho. A lenda de Lambari por uma perspectiva semiótica:
construção de sentido, origens e ideologia. Dissertação (Mestrado) – Universidade Vale do Rio Verde (UninCor), Três Corações, 2015.
Quase dois séculos depois, um mesmo arquiteto para as duas igrejas
Além da aproximação histórica supracitada, entre Aparecida do Norte e Águas Virtuosas de Lambari, há uma outra curiosidade, ocorrida em meados do Século XX: tanto o Santuário de Aparecida como a Igreja Matriz de Lambari foram projetados pelo mesmo arquiteto: Calixto de Jesus Neto.
De fato, dos projetos da nova Matriz de Nossa Senhora da Saúde em Lambari, adotou-se o elaborado pelo Dr. Benedito Calixto de Jesus Neto, formado no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, que fora também responsável pelo projeto do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Fonte: MEMÓRIAS DE AGUINHAS (25) - O Santuário de Aparecida e a Igreja de Lambari
https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=39880
Ilustração: Imagem original de Nossa Senhora Aparecida [Século XVI] e a imagem de Nossa Senhora da Saúde [provavelmente da segunda metade do século XVIII] existentes, respectivamente, no Santuário de Aparecida do Norte e na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde, em Lambari, MG
A LENDA DE ÁGUAS VIRTUOSAS E A DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DA SAÚDE
Como se sabe, em A lenda de Águas Virtuosas narra-se que
(...) uma linda moça de nome Cecília estava noiva de um jovem chamado Tancredo.
Ela adoecera muito e seu pai, Antônio Alves Trancoso, que morava na cidade de Passos, a trouxe para Campanha, a fim de tratar-se.
Passaram-se meses e Cecília não se curava.
Até que um belo dia, Tancredo conheceu um escravizado de nome Antônio de Araújo Dantas, e esse lhe falou de umas águas ditas santas, existentes numa grota, perto de um ribeirão, do outro lado da Serra da Campanha.
Tancredo contou ao futuro sogro o que ouvira do africano e insistiu para que a trouxessem até as fontes das águas, que jorravam
borbulhantes em meio a pedras.
E Cecília, tendo feito uso da água virtuosa por vinte dias, curou-se de seus males. Em agradecimento, pediu, então, ao pai que erguesse uma capelinha em homenagem à Nossa Senhora da Saúde, e nessa igrejinha se casou com Tancredo.
E, como se dá sem toda lenda, foram felizes para sempre!
Mas isso é uma estória e não um fato histórico.
A estória é inventada, muitas vezes se apropriando de fatos conhecidos.
Por exemplo: a cidade de Campanha, a serra, as fontes de água e seus efeitos curativos, o culto à Nossa Senhora da Saúde, o nome Antônio de Araújo Dantas (era o proprietário das terras onde foram descobertas as fontes) são fatos sociais e históricos que foram incorporados à lenda.
Já nos estudos da História, os historiadores contam o que aconteceu, com base em documentos, estudos e sua visão de mundo.
Segundo o monsenhor e historiador José Lefort, o criador da lenda teria sido Américo Werneck, que o fez para efeito de propaganda das águas minerais.
Mas há também as versões de Armindo Martins e João Carrozzo, memorialistas de Águas Virtuosas do Lambari, derivadas da lenda de Werneck.
Como se vê, A lenda de Águas Virtuosas bem apanha a associação dos efeitos medicinais e curadores da água à “tradição católica dos milagres da Virgem Santíssima”.
Com efeito, a cura de Cecília associa-se à devoção da Virgem Maria e à fundação de uma igrejinha em louvor da Santíssima.
Essa lenda foi inspirada provavelmente em tradição oral tecida nas décadas iniciais do Século XIX, quando muitas histórias se contavam acerca dos poderes milagrosos da água santa.
A lenda de Águas Virtuosas, versão Armindo Martins
Fontes: (1) Memórias de Aguinhas - As versões de A LENDA DE ÁGUAS
VIRTUOSAS: https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=50766
(2) E-book A lenda de Águas Virtuosas: https://rl.art.br/arquivos/7457117.pdf?1645450903
AS IGREJAS DEDICADAS À SENHORA DA SAÚDE
A primeira referência histórica acerca de igrejas dedicadas a Nossa Senhora da Saúde em Águas Virtuosas de Campanha (depois chamada Águas Virtuosas de Lambari) deu-se quando a Câmara de Campanha em 24 de janeiro de 1827 oficiou ao Visconde de Caeté, então presidente da Província de Minas Gerais, sobre a necessidade da "criação de uma pequena ermida para se dizer Missa ao Povo".
E, em 1832, a mesma Câmara propôs que se marcasse "o lugar próprio para a fundação do Templo que deverá fazer para a Povoação".
De fato, em 1830, separa-se uma área patrimonial, dentro da qual, em 1832, foi escolhido um trecho para a construção de um templo dedicado a Nossa Senhora da Saúde.
Local de construção das igrejas
O trecho de terreno mencionado acima corresponde a um leve outeiro, próximo das fontes, onde se ergueram as três igrejas dedicadas a Nossa Senhora da Saúde, conforme comentamos a seguir.
Outeiro: palavra ao sabor dos Séculos XVII e XVIII para significar pequena elevação em um terreno; morro; colina.
Confira abaixo foto da Antiga Matriz de Nossa Senhora da Saúde, construída em terreno levemente elevado:
A atual Igreja Matriz viria a ser construída neste mesmo outeiro, um pouco à frente da Antiga Matriz:
Antes de construção das igrejas, houve uma pequena ermida dedicada a Nossa Senhora da Saúde?
Não há referências históricas quanto a isso, mas é possível imaginar pequena ermida onde os usuários e moradores da vila primitiva oravam em louvor da Virgem Santíssima, pois ali já concorria "muitos eclesiásticos, tendo-se chegado a ajuntar
quatro Vigários de diferentes Freguesias sem terem onde possam celebrar".
Recriação artística
Ermida dedicada a Nossa Senhora da Saúde,
na então vila de Águas Virtuosas da Campanha.
Fontes: MARTINS, Armindo. Lambari, a cidade das águas virtuosas. 1949, p. 25
8o. ANUÁRIO ECLESIÁSTICO - Diocese da Campanha - 1946 - págs. 15 e 16
CARROZO, João. Lambari (Outrora Cidade de Águas Virtuosas de Campanha) - 1985, p. 21
Igreja primitiva de Nossa Senhora da Saúde
Nas décadas de 1820/30, foi construída — e depois ampliada — esta igrejinha primitiva:
Igreja primitiva de N. S. Saúde
Na foto abaixo, de meados do Século XIX, vê-se, no alto, à esquerda, essa igrejinha primitiva de N. S. da Saúde:
Reprodução. Colorizada. Fonte: ALMEIDA, Dr. Pires de. Lambary e Cambuquira - Hydro-estações ao Sul do
Estado de Minas Gerais - Brazil. Typ. Leuzinger, Rio de Janeiro, 1896
Antiga Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde
As obras da Antiga Matriz de Nossa Senhora da Saúde foram iniciadas em 1853 e concluídas em 1870.
Antiga Igreja Matriz de N. S. da Saúde
A Igreja Matriz, em cartão postal dos anos 1920
Saída da missa na Antiga Igreja Matriz de N. S. da Saúde - anos 1930
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde
A atual Igreja Matriz foi inaugurada em 1955
Evolução histórica das igrejas dedicadas a N. S. da Saúde
Resumo da evolução histórica das igrejas dedicadas a N. S. da Saúde, em Águas Virtuosas de Lambari:
Evolução das igrejas dedicadas a N. S. da Saúde, em Lambari, MG
GRUTA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE NO PARQUE DAS ÁGUAS
No Parque das Águas em Lambari, há uma gruta dedicada a Nossa Senhora da Saúde, fruto da devoção, da crença e do fervor popular, que a história, a cultura e a religião estabeleceram, ao longo do tempo, entre as propriedades terapêuticas das águas virtuosas e a ação protetora dos que se socorrem à Senhora da Saúde.
Fonte: AS ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY (4) A gruta de Nossa Senhora da Saúde
https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=51009
O OLHO D’ÁGUA SOB A IGREJA MATRIZ
Na encosta esquerda do outeiro onde se ergueram as três igrejas dedicadas a Nossa Senhora da Saúde, em Lambari, há um olho d’água – uma nascente – que dá origem a um pequeno fio d’água.
Uma capelinha para Nossa Senhora da Saúde
Há muito se pensa na captação dessa água – que ali simbolicamente brota aos pés da sua Igreja – e a construção de uma pequena gruta ou ermida dedicada à Senhora das Águas.
(*) Foi o sr. Nascime Bacha, fundador do Museu Américo Werneck, quem, há décadas passadas, me falou dessa hipótese.
Consultei meus tios Messias e Rubens Gentil Lobo, experientes construtores de nossa cidade, sobre a possibilidade de se captar essa água. Ambos não viram dificuldade em fazer isso, naquela época.
Ver: Os construtores e pedreiros da família Gentil Lobo - https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=44767#lobo
Poderia ser algo simples, como esta gruta dedicada a Nossa Senhora de Lourdes, que havia na entrada do Hospital S. Vicente de Paulo, em Lambari, MG:
Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, que havia na entrada do Hospital S. Vicente de Paulo, em Lambari, MG
No Sul de Minas, na Região das Águas, viveram e trabalharam três servos de Deus, assim reconhecidos porque tiveram uma vida cristã de virtude e santidade: foram piedosos, caridosos e exemplos de virtude para as pessoas.
Foram eles:
Foi considerado beato pela Igreja Católica em 14 novembro de 2015.
Foi considerada beata pela Igreja Católica em 4 de maio de 2013.
Trabalhou em Lambari, no Asilo e Hospital São Vicente de Paulo, nos anos de 1950/55, como parteira e enfermeira, além de assistir doentes internados no hospital e os idosos do asilo lá existente.
Foi considerada venerável pela Igreja Católica em 18 de fevereiro de 2022, com o que tornou-se oficialmente modelo de virtudes a ser seguido, passando a ser chamada VENERÁVEL BENIGNA VICTIMA DE JESUS.
Notas:
Como se recorda, segundo o Código Canônico, é declarado beato aquele que está passando pelo processo de canonização. São assim declarados porque tiveram uma vida cristã de virtude e santidade e também porque foi comprovado que, por sua intercessão, ocorreu um milagre. Não são ainda considerados santos, mas podem ser cultuados em sua região de origem e no local em que viveram.
Já o título canônico de venerável é concedido àqueles a quem postumamente seja reconhecida a prática de virtudes heroicas em processo formal de canonização.
Fontes: MEMÓRIAS DE AGUINHAS - Irmã Benigna em Lambari (MG)
https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=53614
https://www.irmabenigna.org.br/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Benigna_Victima_de_Jesus
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nh%C3%A1_Chica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_Victor
Na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde, há esta imagem de Padre Vítor, cultuada pelos católicos locais e visitantes, à vista de graças alcançadas através de sua intercessão.
Memorial Padre Víctor, em Tres Pontas.
Reprodução. Prefeitura Municipal de Três Pontas
Memorial de Nossa Senhora da Ajuda, em Três Pontas.
Reprodução. Diocese da Campanha
Na vizinha cidade de Três Pontas (110 km de Lambari), onde trabalhou e faleceu Padre Vítor, pode-se visitar o Santuário Nossa Senhora D'Ajuda, cuja edificação foi realizada por ele.
Defronte ao Santuário, pode-se visitar o Memorial Padre Vítor, que guarda fotos, roupas e outras relíquias de Padre Vítor.
Na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde, há esta imagem de Nhá Chica, cultuada pelos católicos locais e visitantes, à vista de graças alcançadas através de sua intercessão.
Memorial e Casa de Nhá Chica. Bapendi. Reprodução. nhachica.org.br - santuarionhachica.com.br
Santuário Nossa Senhora da Conceião de Nhá Chica. Baependi.
Reprodução. Facebook.com/santuarionhachica.
Na vizinha cidade de Baependi (60 km de Lambari), onde morou e faleceu Nhá Chica, pode-se visitar o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, que nasceu de reformas procedidas na Igrejinha Nhá Chica, edificada por ela.
Ao lado do Santuário, pode-se visitar Memorial Nhá Chica, onde se encontra um acervo que remonta a história de vida e santidade de Nhá Chica, e assim também a Casa de Nhá Chica, antiga e humilde casa em que a Serva de Deus morou, hoje restaurada e decorada com objetos que pertenceram a ela.
No Asilo e Hospital São Vicente de Paulo, em Lambari, onde serviu de 1950/55, não se encontra nenhuma memória de sua passagem.
Irmã Benigna. Reprodução. irmabenigna.org.br
Imã Benigna, em oração, nas dependências do Hospital São Vicente de Paulo
COMUNIDADES LIGADAS À PARÓQUIA SENHORA DA SAÚDE
Há no âmbito da Paróquia Senhora da Saúde 11 Comunidades Rurais e 10 Comunidades Urbanas, segundo o site da Diocese da Campanha (aqui).
No site da Paróquia Senhora da Saúde, há referências às seguintes comunidades:
Geralmente, as igrejas dessas comunidades permanecem fechadas durante certos dias da semana. Para ver horários de funcionamento, atividades e outras informações sobre cada uma delas, acesse aqui: www.paroquiasenhoradasaude.com.br/comunidades
ROTEIRO DE FÉ NOSSA SENHORA DA SAÚDE, PADROEIRA DE LAMBARI
À vista do exposto, pode-se propor — para nativos, moradores e visitantes de nossa cidade — um Roteiro de Fé Nossa Senhora da Saúde, padroeira de Lambari, a ser eventualmente cumprido pelos que querem conhecer a história primitiva de Águas Virtuosas de Lambari e as ligações históricas e lendárias entre a descoberta das águas virtuosas e o culto a Nossa Senhora da Saúde, a Senhora das Águas.
Mediante este Roteiro, em paralelo à devoção a Maria Santíssima, pode-se
Para cumprir os objetivos acima, podemos percorrer o seguinte circuito:
Aqui, sugere-se os seguintes passos:
Fontes das Águas Virtuosas - Exposição Imagens de Lambari - Gruta de Nossa Senhora da Saúde
A lenda de Águas Virtuosas, versão Armindo Martins - Painel A lenda da cidade das águas virtuosas de Lambary
Imagem de N. S. de Saúde - Olho d'água - Imagens dos beatos Padre Vítor e Nhá Chica
Hospital São Vicente de Paulo - Imagem Irmã Benigna - Imagem São Vicente de Paulo
(Reprodução. Facebook/Hospital São Vicente de Paulo)
Igreja de N. S. Aparecida - Igreja Sagrada Família - Igreja de São Benedito - Igreja Santa Terezinha - Igreja São Judas Tadeu. Reprodução. Fontes: GoogleMaps - Joseane Astério
Mapa dos locais a serem visitados
Este mapa facilita a localização e as atividades a serem realizadas para cumprir o circuito mencionado acima:
FOLHETO ROTEIRO DE FÉ NOSSA SENHORA DA SAÚDE
Irmã Benigna em Lambari (MG) - https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=53614
Aparecida do Norte e a Senhora das Águas - Coincidências históricas - https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=51405
O Santuário de Aparecida e a Igreja de Lambari -https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=39880
A gruta de Nossa Senhora da Saúde - https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=51009
Ilustração: Capa do livro A CASA GORDA - Recanto dos netos, de autoria de Celeste Krauss/Antônio Carlos Guimarães, em preparo. A figura da capa do livro foi elaborada por Canva/Gerador de imagem por IA/Copilot/Microsoft
Esta Série A CASA GORDA - RECANTO DOS NETOS é uma memória da família para RAFA, LEO, MARIA, ISABELA, PAULO, RAFAELA, CECÍLIA e GUGA. Que, como nós, eles um dia tenham histórias pra contar para os seus netos. Celeste & Guima |
Aqui no SITE GUIMAGÜINHAS, numa série de posts intitulada A CASA GORDA - Recanto dos netos, vamos contar histórias e acontecidos da FAMÍLIA GUIMARÃES, como a construção da nossa casa nos anos 1980, a origem do nome Casa Gorda — apelido dado pelos netos à nossa residência em Lambari —, lances da vida em família, brincadeiras e travessuras dos netos, etc.
Como moramos fora de Lambari por mais de 30 anos, a Casa Gorda se transformou na casa de férias da família — na qual frequentemente reunimos filhos, noras e netos.
Nesse compasso, a Casa Gorda ficou sendo, na prática, a casa dos netos — na qual tem muita comida, guloseimas, brincadeiras, histórias, carinho — e muita, muita diversão!
Com o passar do tempo, os netos foram chegando, crescendo e passando férias na Casa Gorda — e nela deixando suas histórias/memórias: vida em família, atividades, brincadeiras, passeios, aventuras...
Pois bem, hoje estamos aqui — Celeste e Guima — recordando, tomando notas, selecionando fotos e escrevendo sobre os anos maravilhosos que passamos ao lado de filhos, noras e netos.
E assim nasceram estas HISTÓRIAS DA CASA GORDA - O RECANTO DOS NETOS, que vão escritas numa linguagem simples, leve, brincalhona — como somos nós os Guimarães: brincalhões, leves e simples...
Abaixo vai o número 1 da Série: A Casa Gorda - Recanto dos netos.
Vamos lá!
No livro MENINO-SERELEPE (aqui), escrevi sobre o sobradão do Pai Véio e Mãe Véia — meus avós paternos Zé Batista e Margarida, assim chamados pelos netos — e as diversas brincadeiras, aventuras e contação de histórias que seus netos ali viveram.
Me recordo também que lá pelos 12 anos, brincando de pique na rua em frente ao sobradão, tive uma espécie de visão do futuro: — olhando para o alto da Paradinha Mello (ante)vi, por alguns segundos, um sobrado branco com janelas azuis.
Hoje tenho certeza de que vi o que seria, duas décadas depois, a Casa Gorda...
E assim como tive em minha infância as delícias do Casarão do Pai Véio — histórias, memórias, aventuras, primos, família — meus netos tiveram o mesmo na Casa Gorda...
Trecho do livro Menino-Serelepe.
Veja também este texto, que descreve brincadeiras e aventuras que vivi no Sobradão do Pai Véio
Sobradão do Pai Véio, em frente ao Hotel Imperial. Na foto, pode-se ver o alpendre do casarão e a descida da Parada Melo (passeio do centro), onde brincávamos de trolinhos de cabos de vassoura.
No livro MENINO-SERELEPE, meu livro de memórias, no Cap. XXII – Mudança para o centro de Aguinhas, eu anotei:
Pai recebeu proposta de se mudar pra cidade, a fim de que pudesse atender o plantão noturno da Farmácia Santo Antônio, onde trabalhava. Por conta disso, teria um pequeno aumento no salário e passaria a morar em local próximo de seu trabalho, na parte de baixo da casa da dona Catarina Bacha, a sua patroa. E sem pagar aluguel, que essa encrenca sempre foi a camisa de onze varas do meu pai, que morreu sem ter conseguido uma casa própria. (O destaque não é do original.)
Quando me casei, morei 2 anos com meu pai nessa casa da Dona Catarina Bacha, depois aluguei ao seu Zito Santoro um apartamento para a família.
No início dos anos 1980, meu pai ficou muito doente e eu prometi a ele que íamos, enfim, construir "nossa casa" — a casa que ele sempre quis ter e nunca tivera!
Peguei nossas poupanças, vendi dois fuscas que ele tinha e comprei terrenos no Alto Boa Vista e comecei a cavar o espaço que seria a garagem. Eu o levei algumas vezes para "ver o início das obras da casa que seria nossa".
Mas, infelizmente, ele faleceu em agosto de 1980 — e não chegou a ver nem o assentamento do primeiro tijolo da obra. Depois de sua morte, minha mãe foi morar comigo.
Meu pai não chegou a conhecer a Casa Gorda, mas do outro lado da vida tem cuidado dos seus netos e bisnetos.
Com financiamento da Caixa Federal, eu e Celeste — ambos trabalhávamos com contabilidade, na HASTA - Assuntos Contábeis — iniciamos a construção da nossa casa em Lambari no início dos anos 1980 e nela fomos residir em dezembro de 1982.
Memórias de Aguinhas (5) - Hotel Rezende - https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37645#MUN
A partir de 1983, em razão de nossa vida funcional (ambos ingressamos no serviço público), moramos fora de Lambari — em Cascavel, Varginha, Juiz de Fora, Brasília, Belo Horizonte — durante anos e anos.
Assim foi que nossa casa em Lambari se tornou o lugar em que a família — filhos, noras, netos — passava fins de semana, feriados e férias!
Mas de fato tornou-se a casa dos nossos netos — ou a Casa Gorda — como a apelidaram os gêmeos Rafa e Leo.
Como surgiu a expressão Casa Gorda
Morando em Brasília, Leo e Rafa sempre passavam as férias de julho em Lambari, alternando a estadia entre as casas dos avós maternos — Alencar e Beatriz — e paternos — eu e Celeste.
Rafa e Leo na casa da vó Bia
Pois bem, eles deviam ter pouco mais de 3 anos, e estavam na casa dos avós maternos há alguns dias, quando disseram pra sua mãe, Flávia:
— Mããeee, a gente quer ir pra outra casa!
— Outra casa? Que casa, meninos?
— A outra...
— Que outra?...
— Aquela outra...
— A casa da vó Celeste? — Flávia perguntou.
— É... a casa... a casa... a casa gorda! Eles disseram.
No caso, a casa era "gorda", porque era maior do que a da vó Bia (Beatriz).
E assim foi que batizamos a nossa casa, que é mais dos netos do que nossa, de
Vó Celeste, café da tarde, na varanda da Casa Gorda
Situada no Alto Boa Vista, num terreno bastante inclinado, tem uma entrada pela rua da frente e outra pela rua dos fundos.
A parte dos fundos — a mais elevada — oferece uma visão panorâmica das belezas da cidade — Igreja Matriz, Lago Guanabara, Cassino, Parque Novo, Volta da Mata e as serras que rodeiam Lambari.
Frente da Casa Gorda: entrada da frente (Google/Maps)
Placa decorativa da Casa Gorda
Da varanda, tem-se uma vista ampla do centro da cidade e das serras que a circundam
Vista do gramado e, ao fundo, Cassino, Lago Guanabra, Volta da Mata...
A Casa Gorda tem ainda muitas árvores e plantas em seus jardins internos e uma natureza rica em seu entorno, a qual recebe duas dezenas de diferentes espécies de pássaros — de jacus a socós, de tucanos a gralhas, de maritacas a pombas-trocais e diversos outros passarinhos.
Jacus por vezes passeiam pelos telhados da Casa Gorda
Outros animais, como gambás, pequenas cobras, ratos silvestres, pererecas ocorrem com frequência aqui nas redondezas.
Certa feita apareceu um raro e estranho animal... um furão!
Confira:
Veja esta história aqui: Um "estranho animal" visita a Casa Gorda
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Ilustração: Casinha de bonecas na Casa Gorda, feita para as netas, por Celeste & Guima
Quem tem netas sabe que um dia vai elas vão querer uma casa de bonecas.
Pois é, isso se deu comigo e Celeste também.
Vamos contar a história. Ou histórias.
Vamos lá!
A CASA DE BONECAS DO CHALEZINHO DO MORRO DO SELADO
Nos fundos do chalezinho que construímos ao pé do Morro do Selado, mandamos fazer uma casa de bonecas para as netas.
Era uma casinha de madeira, suspensa do solo, tendo ao fundo uma matinha.
Pintamos com cores vivas e decoramos com objetos coloridos.
A casinha charmosa banhada pelo sol da manhã
Maria comemorou um aniversário neste chalezinho — e posou na porta da casa de bonecas
Bebela e as primas Bruna e Samira, em dia de faxina na casa de bonecas
A CASA DE BONECAS DA CASA GORDA
Houve um Natal em que eu e Celeste queríamos montar uma casa de bonecas na Casa Gorda e dar de presente para nossa netas — que naquela altura já eram três: Maria, Isabela e Rafaela.
A Casa Gorda - O que é? Veja (aqui)
Olhamos o preço de casinhas pré-montadas na região e na Internet — e desistimos. Muito além do nosso orçamento!
Como estávamos os dois aposentados, e com tempo, resolvemos comprar o material e fazer a casinha.
Dito e feito: Em 15 dias, a casinha estava pronta!
Olha aí Celeste e Guima dando o duro na feitura da casa de bonecas:
Fiz a planta da casa, mandei cortar a madeira sob medida, e montamos a casinha
Guima conferindo o alinhamento da casa
Corte da janela lateral
A casa pronta: janelas, porta, telhado, varanda, enfeites, móveis, eletrodomésticos, luz elétrica — uma casinha completa para deleite das netas.
Casinha nova: pronta para brincar
A casinha vista de frente
Enfeites na janela: representando louras & morenas
A cozinha: pia, microondas, pratos, copos, talheres
Maria Elisa, Isabela e Rafaela — as netas que mais curtiram a casinha de bonecas.
Quando Cecília veio ao mundo, a casinha havia sido desmontada e transferida para a residência da Rafaela, em São Lourenço — mas, por um tempo, Cecília ainda chegou a brincar nela.
Bebela, Maria e as bonecas
Rafaela na janela da casinha
A CASINHA DE BONECAS DE PAPELÃO
Como foi dito, em certa época, em razão de obras que fizemos na Casa Gorda, tivemos de desmontar e transferir a casinha de bonecas para a casa da Rafaela e Isabela, em São Lourenço.
Por esse tempo, Cecília ainda pequena, queria brincar numa "casa de bonecas".
Pois bem, o jeito foi improvisar e montar uma casa de papelão para a neta caçula — que curtiu muito a brincadeira.
Cecília e Rafaela brincam na casinha de papelão
Cecília brincando e cochilando na casinha de papelão
Cecília, as primas e, ao fundo, a casinha de papelão
Ilustração: Guga e Cecília em casa, numa boa, no Natal de 2023
Nesta série RECANTO DOS NETOS contamos histórias das únicas criaturas que são mais encantadoras do que nossos filhos: os filhos dos nossos filhos — os nossos netos.
E hoje temos mais histórias para a coleção.
Vamos lá!
Eu e Celeste tivemos quatro filhos — todos homens — e uma filha de criação. Eles nos deram oito netos. Quatro homens: Léo, Rafa, Paulo Emílio e Guga. E quatro mulheres: Maria Elisa, Isabela, Rafaela e Cecília. Os dois primeiros netos têm hoje 18 anos (são de julho) e as duas primeiras meninas, 13 anos (são de julho e agosto). Para completar o time, em 2015, chegou o Paulo Emílio; em 2016, a Rafaela; em 2019, a Cecília; em 2022, o Guga. |
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O casal Alan (nosso filho caçula) e Carol têm 2 filhos: Cecília de 4 anos e Guga (Gustavo) de ano e meio.
Cecília é uma menina alegre, inteligente e extrovertida, que aprendeu muito cedo a contar de 1 a 30, identificar as letras do alfabeto, "ler" as gravuras dos livros — e ir "contando" as histórias lá escritas.
Com a TV/IPad, vieram os desenhos preferidos: Mundo Bita, Peppa, Pocoyo, Turma da Mônica, O Show da Luna, Masha e o urso, Patrulha canina...
Cecília aprendendo os números com vó Celeste
Ela frequenta o maternal desde os 2 anos, tem uma rede de amiguinhas e amiguinhos no condomínio onde mora e uma renca de primos os quais encontra regularmente em "Bimbari" (=Lambari, cidade onde moram seus avós paternos).
Cecília na escola
Em 2022, com a chegada de Guga, como é natural, houve mudanças na vida da Cecília: muita coisa passou a ser dividida — atenção, colo, cama dos pais, etc. E, consequentemente, birras, choros, brigas...
No entanto, com o passar dos meses — e após um ciclo de aconselhamento/adaptação/superação — as "coisas melhoraram" entre os dois irmãos e seus pais.
Mas há, por vezes, controvérsias, rusgas, medição de forças, etc.
VAI MORAR COM OS "ARRENÍGENAS"...
E assim corria a vida, até que, dia desses, Cecília trouxe da escola um "sapo de cartolina", que fizera com muito capricho. Ela estava muito orgulhosa do seu feito e cuidava dele com todo carinho.
Ocorre que uma das especialidades do Guga — como de todo irmão mais novo — é "mexer" nas coisas da irmã e se intrometer em suas brincadeiras.
E nesse jogo de gato-e-rato, o Guga estragou o sapo que cecília fizera na escola!
E Cecília brigou, reclamou, chorou e desabafou ao seu modo:
— Eu tô muito brava com o Guga! ele estragou meu sapo!
—Eu não quero nunca mais ter irmão!
— Eu vou colocar fogo na bunda dele e mandar ele pro espaço igual um foguete morar com os "arrenígenas"!!! (=alienígenas)
E o Guga saiu de fininho, pois é bom não duvidar das promessas da Cecília!
No Natal de 2023, a família toda se reuniu em "Bimbari" na "Casa Gorda", como os netos chamam a casa da vó Celeste.
E Cecília brincava ao lado da vó Celeste quando seu pai, de longe, e ao seu modo, dava um monte ordens:
— Faz isso, faz aquilo! Não faça isso! Não faça aquilo!
E vovó comentou com Cecília: — O seu pai é chato, hein?!
— Meu pai não é chato, vovó! — ela disse prontamente, defendendo-o. — Ele é muito bom pra mim!
— Por que ele é bom pra você? — perguntou Celeste
— Porque ele sempre me dá uma segunda chance!
— Segunda chance? — disse Celeste — O que é segunda chance?
Cecília parou de brincar e explicou:
— Segunda chance é quando eu derrubo meu suco de uva e ele me dá outro copo de suco! Isso é uma segunda chance, vovó!
Coisas da Cecília!