Tão velha quanto o mundo, a intriga política está presente em toda disputa eleitoral que se conhece. Antigamente, eram boletins e jornaizinhos — a maioria com matérias apócrifas — que se distribuíam à soturna, ou denúncias anônimas que circulavam em meio ao eleitorado. Atualmente, além desses meios, há a boataria eletrônica — mais rápida e eficiente.
Pois bem, neste post, vamos resgatar uma crônica de autoria de Humberto de Campos em que o escritor lembra expedientes políticos dessa natureza na Parnaíba (PI) do início do Século XX, e também um velho boletim de intriga política que circulou em nossa terra em antiga década do século passado. Vamos lá.
A crônica de Humberto de Campos
Um antigo boletim político de Aguinhas
Como é sabido, na história de nossa cidade, houve dois longos intervalos de tempo sem eleições municipais, época em que os prefeitos eram nomeados, quais sejam:
Mas, claro, mesmo nesses períodos a disputa política permaneceu, e era comum a circulação de boletins, tal o que mostramos abaixo.
Mencionando um ou outro fato, misturados a sugestões e entrelinhas, tais boletins costumavam ser vazados num certo estilo: má redação, erros de português, linguagem grandiloquente, acusações sem prova, insinuações maldosas, surradas citações, frases de efeito...
Abaixo, trechos de um antigo boletim, dos tempos de Lambary com Y, provavelmente elaborado num mimeógrafo a tinta:
E nessa toada, vinham acusações, insinuações e intrigas de toda a espécie — perseguições a adversários, desvios e empreguismo —, como se pode ver da amostra abaixo:
CAMPOS, Humberto de. Memórias [Primeira Parte - 1886 - 1900] - Rio de Janeiro : W. M. Jackson Editores - 1962.
Museu Américo Werneck - Lambari
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