Ilustração: Conversação entre C. Drummond de Andrade e Pedro Nava. Estátuas de Léo Santana na Praça da Poesia. Belo Horizonte. Reprodução. Fonte: www.belohorizonte.mg.gov.br
Já anotamos algumas passagens da vida de Basílio de Magalhães em Lambari, neste texto:
Recolhido a esta estância a qual "tanto amou e louvou", como bem disse um de seus netos (aqui), quase anônimo e esquecido, Basílio aqui conquistou alguns poucos amigos e admiradores, como: João Lisboa Júnior, Ural Prazeres, Dr. José Benedito Rodrigues, Aristides Moreira, e bem assim alguns pares da literatura: Alaíde, Henriqueta, José Carlos e Ana Elisa Lisboa, Gustavo Barroso, Ivan Lins, Padre Lemos Barbosa, que lhe dedicaram textos [2] e obras. [3]
Carta de Basílio de Carvalho ao semanário Águas Virtuosas (Lambari, MG), 1953, na qual se refere aos "amigos e confrades", isto é, seus correlegionários políticos em Lambari: João Lisboa Júnior, Ural Prazeres e Aristides Moreira de Souza
"Conversador sem igual, cheio de vivacidade e erudição, Basílio de Magalhães era capaz de entreter durantes horas a fio os seus interlocutores. Dono de prodigiosa memória, levava consigo mesmo, onde quer que estivesse, completa biblioteca sobre todos os assuntos e, daí, a inexaurível facilidade com que contava saborosos casos sobre os mais diversos temas literários e científicos." [2]
(*) Conversador. Que ou aquele que possui conversa brilhante e extremamente bem articulada.
Desse extraordinário talento de Basílio de Magalhães, contam-se algumas boas histórias, como estas reproduzidas pelo médico José Benedito Rodrigues [1]:
Fonte: Retrato do velho médico, p. 113
Fonte: Retrato do velho médico, p. 114
E esta outra passagem, que se deu com Stella Leonardos, poeta, escritora e teatróloga carioca, que fora sua aluna:
Fonte: A poetisa Stella Leonardos. Gilberto Trompovsky. Correio da Manhã, 18, ago, 1963 (bn.digital.gov.br) [4]
Uma cena de Bernardo Guimarães
Na sua meticulosa biografia de Bernardo Guimarães, Basílio de Magalhães recolheu esta cena anedótica do grande escritor mineiro, que ele certamente contava nas suas tertúlias literárias:
Fonte: Do anedotário de Bernardo Guimarães. Jornal do Comércio, 14, set, 1961. (bn.digital.gov.br) [5]
Conviveram em Lambari, MG, nos anos 1940/50, dois ilustres literatos e mestres de línguas indígenas do Brasil: Padre Antônio Lemos Barbosa e Basílio de Magalhães. Amantes da literatura e amigos, é certo, pois, que conversavam — e também em dialeto Tupi, que ambos dominavam.
De fato, eles deixaram diversas obras sobre os dialetos de nossos índios.
Barbosa escreveu, entre outras obras (veja aqui), "a mais completa e perfeita gramática sobre a língua tupi", "um dos melhores livros didáticos daquela que foi a língua mais usada na costa do Brasil". [6]
Quanto a Magalhães, este conhecia vários dialetos dos nossos índios, como o tupi (nheengatu) e o guarani (abanheê), assim como o bororó e o mundurucu, havendo escrito sobre esta última tribo um trabalho ainda hoje inédito [1960], e tendo publicado na Revista do Instituto Histórico um Vocabulário da língua dos bororós coroados do Estado de Mato Grosso. [2] E fora também professor de tupi. [4]
Na bibliografia de Magalhães ainda estão:
Curso de Tupi Antigo. Antônio Lemos Barbosa (Livraria São José, RJ, 1956)
Reprodução. Site: www.etnolinguistica.org
Reprodução. Site: www.worldcat.org