Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
17/11/2019 07h22
MINHAS RECORDAÇÕES DA INFÂNCIA DOS OUTROS (1) Como escrevi o "Menino-Serelepe"

Ilustração: Montagem com as capas dos livros: Manuelzão e Miguelin, Menino do Engenho, Meu pé de laranja lima, Menino no espelho, Uma vida em segredo e Por onde andou meu coração, superposta com capas dos livros Guia prático de criação literária, Os segredos da ficção, Uma poética do romance, cujos autores são mencionados no post, tendo ao centro a capa de Menino-Serelepe, deste autor.1253689.png

SUMÁRIO

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APRESENTAÇÃO

A vida de um menino é bem a vida de todos os meninos...


Foi Rodrigo Octavio, advogado, membro da Academia Brasileira de Letras e depois Ministro do STF, quem deu ao seu livro de memórias o título de Minhas memórias dos outros:



Pois bem, tomamos emprestado a Rodrigo Otávio o título acima, adaptando-o para esta Série:

MINHAS RECORDAÇÕES DA INFÂNCIA DOS OUTROS

Nela, conto sobre o meu interesse por literatura, os passos na aprendizagem de redação de textos ficcionais, os livros que li e a biblioteca que formei, o processo de escritura do meu livro de memórias, e também comento passagens de livros de memórias de infância e juventude de vários autores, que me ajudaram a compor o MENINO-SERELEPE - Um antigo menino levado contando vantagem, meu livro de estreia. (Veja aqui)

Dou início à Série explicando como tive de muito ler e escrever, antes de aprender (solitariamente, por ensaio e erro) a contar.

Isso atende a pedidos de amigos e leitores que querem conhecer minha modesta experiência como autor, mas sobretudo está endereçado aos meus/minhas netos e netas, numa tentativa de retribuir a inspiração que recebi de José Batista Guimarães, meu avô paterno, contador de histórias.

Vamos lá.

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Rodrigo Octavio foi advogado de Américo Werneck no conhecido caso Minas x Werneck, atuando contra o Estado de Minas e seu grande advogado Rui Barbosa.

Confira aqui

No livro acima, ele dedica belas páginas a Rui Barbosa e fala também
dos motivos de algumas zangas de Rui contra ele.

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LER E ESCREVER PARA APRENDER A CONTAR

     O livro MENINO-SERELEPE está ligado a um antigo desejo de narrar os modos e os causos da parentalha. Nesse livro, adotei um narrador menino, que, ao seu jeito, vê e expõe as coisas, fazendo confidências e contando histórias da infância. Fui um modo de resgatar o mundo em que nasci e no qual fui criado. A maneira que encontrei para registrar e fixar os costumes, a cultura, a fé religiosa e o modo de falar das pessoas com quem convivi. 

ANTÔNIO CARLOS GUIMARÃES. Entrevista


Como anotei no início do livro Menino-Serelepe, escrever sobre os causos e modos da parentalha foi um sonho que acalentara desde a juventude. E conquanto não tivesse feito anteriormente nenhum registro dos casos que narro no meu livro de memórias, de outros acontecidos familiares e das histórias de meus avós, os fatos e narrativas mais significativos sempre estiveram na minha tela mental.

Mas vejamos em rápidas pinceladas como tive de ler e escrever, antes de aprender a contar.

Foi assim:

Antes de tomar a iniciativa de escrever as memórias, eu tentava compor uns tais Continhos de Aguinhaspequenos episódios da terra natal e recontar histórias e causos do meu avô, e de minhas avós e tios. 

Para isso, eu havia (re)estudado gramática, relido romances e adquirido livros de contos e narrativas de sabor antigo.


O que são as HISTÓRIAS DE AGUINHAS?

...afinal de contas, essa história de Aguinhas,
escrever causos, falar da família, tudo isso
é invenção dele mesmo [do meu avô].
 

(Menino-Serelepe. A última do Pai Véio)


As Histórias de Aguinhas são uma série de textos sobre a memória familiar e de minha cidade natal  Águas Virtuosas de Lambari que venho escrevendo nos últimos anos, inspirados em meu avô paterno  José Batista Guimarães  a quem chamávamos de Pai Véio (pai mais velho).

Muitos textos iniciais dessa série constituem ideias e ensaios ainda inéditos, que talvez um dia eu publique, como Prosório do Pai Véio, Os Fifosenses e Pai Véio, um contador de histórias.


Aliás, um trechinho desses ensaios eu transformei num capítulo do livro Menino-Serelepe

E um dos continhos, foi reescrito para compor capítulo do meu livro Os Curadores do Senhor.


Para entender a origem das Histórias de Aguinhas, veja:

  • Como Minas, Aguinhas são muitas aqui

Depois, comecei a rabiscar umas historinhas, os supostos contos que um dia tomariam forma, eu pensava, ao tempo que lia novos romances, contos e narrativas sobre memórias de infância/juventude. 

Foi nesse contexto que fui mentando o Menino-Serelepe. Fiz, então, uma linha do tempo com os eventos que tinha em mente e passei a conversar com familiares sobre a ideia do livro e comentar os causos e modos de que me recordava. E fui anotando nomes de pessoas (e das coisas), impressões, detalhes e expressões que o tempo em mim esmaecera, mas cuja memória estava viva nas pessoas mais velhas de minha família.

Aí foi preciso aprender a contaristo é, aprender a escrever narrativas ficcionais. E, autodidata na espécie, fui à cata de livros técnicos de composição literária, leitura indispensável para compor textos daquela natureza.

Para complementar este tópico, veja os itens abaixo.

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Entrevista do autor de Menino-Serelepe

  • Confira essa entrevista aqui

 

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Os nomes do menino

Antônio Lobo Guimarães é pseudônimo literário adotado por Antônio Carlos Guimarães, na composição de suas Histórias de Aguinhas.


O que levou você a criar um pseudônimo?
 

R.: A explicação está no livro Menino-Serelepe, na narrativa Os nomes do menino. Foi um modo de incluir o sobrenome Lobo, de minha mãe, que não possuo no registro civil.

 

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LIVROS INSPIRADORES — E OUTROS ENCORAJADORES

Meu Deus! Que é isto? Que emoção a minha/ Quando estas coisas tão singelas narro?)

B. LOPES. No poema Berço.

.......................................................................

Daí (...) o título, alongado no adjetivo justo, que lhe vai como uma luva, na qualificação destas histórias...

HERBERTO SALES. Os mais belos contos da eterna infância. Antologia de Temas da Infância. Prefácio. Ediouro, RJ


A ideia de escrever as memórias da infância esteve comigo desde a juventude, como disse acima e havia prometido a Celeste Emília, minha mulher, "aos dezoito anos, no primeiro dia de namoro, no banco da Fonte."

E muitos livros me ajudaram nessa tarefa, especialmente os que refiro a seguir.

  


Entre os livros inspiradores que li, e outros que reli, que me puseram a sonhar com a feitura do meu, estavam:

  • Manuelzão e Miguilim. João Guimarães Rosa
  • Menino de Engenho, de José Lins do Rego
  • Meu pé de laranja lima, de José Mauro de Vasconcelos
  • O menino no espelho, de Fernando Sabino

   


  • Uma vida em segredo, de Autran Dourado
  • Por onde andou meu coração, de Maria Helena Cardoso
  • Minha vida de menina, de Helena Morley
  • Memórias sem malícia de Gudesteu Rodovalho, de Gilberto de Alencar
  • Os meninos crescem,  de Domingos Pellegrini

  


A partir dessas leituras, pontuei os principais eventos da minha história numa linha do tempo e anotei alguns lembretes para desenvolver a redação.

E aí cheguei a um ponto chave no processo de escritura: a voz narrativa. Esse é um impasse comum ao autodidata, que não tem ideia de sua dificuldade e importância, e eu fiquei muito inseguro, e não conseguia dar os passos seguintes. 

Então, fuçei aqui e ali, e fiz uma grande descoberta: O Ateneu, de Raul Pompéia, e Matéria e forma narrativa d'O Ateneu, de José Lópes Heredia. Como complemento, li também Falange Gloriosa, de Godofredo Rangel.


  


Esses últimos livros me levaram a manuais de iniciação, criação e redação literária, como os seguintes, que li com certo método:

  • Uma poética de romance. Matéria de carpintaria. Autran Dourado. Rocco, 2000
  • Guia prático de criação literária. Moacir C. Lopes. Quartet, 2001
  • Os segredos da ficção. Um guia da arte de escrever. Raimundo Carrero. Agir, 2005

  


E, claro, li também o inexcedível Retrato do artista quando jovem, de Joyce.


"Ninguém deve escrever sem ter lido Madame Bovary"

     Eu havia lido em algum lugar um autor cubano (acho que foi Reinaldo Arenas) dizer da importância de Madame Bovary para sua formação literária. Então, comprei o livro, passei os olhos, saltando as páginas, mas o deixei de lado, pois, sem formação literária, o vi como um romance qualquer. Ledo engano! — diriam os antigos.

 Mas quando caiu-me às mãos A orgia perpétua - Flaubert e Madamente Bovary, de  Vargas Llosa, devorei o livro e li avidamente Madame Bovary, na tradução de Fúlvia Moretto, pela Nova Alexandria.


Então, fui avançando na escritura do Menino-Serelepe, trabalhando o texto, inserindo pequenas particularidades, expressões, reescrevendo muito, até que montei uma boneca do livro, para ter uma amostra da obra pronta.

Foi aí que me embatuquei, novamente, com a tais vozes da narração! 

O texto misturava vozes e estilos — ora narrava em primeira pessoa, ora descrevia em terceira, ora dialogava em meio à narrativa —, a marcação das conversas soava estranha, a redação parecia infantilizada, o português ressumava canhestro — mil defeitos saltavam aos olhos do autor-leitor inexperiente.

E nesse ponto, eu que não recebera nenhuma carta de Mário, fui salvo, não por suas magníficas orientações, mas pelos seus Contos Novos: a fala cotidiana, a singeleza da forma, a vivacidade de sua prosa — estava tudo ali, naquela aula prática de gramatiquinha da fala brasileira, o encorajamento de que precisava este autor implume e desajeitado.

Revi tudo que escrevera e com uma versão para (re)leitura/revisão pronta passei a minuta a parentes e amigos, para colher impressões, correções, sugestões. Mais revisões e ajustes, e o livro ficou pronto. Entreguei a última versão a um diagramador profissional e imprimi o livro à conta de autor.

Eis um resumo da aventura de solitariamente se escrever e editar um livro de memórias.

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ESBOÇO LITERÁRIO DE O MENINO-SERELEPE

Vocês, criados em cidade grande, não se espantem com esse jeito de nossa infância do interior.

CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE. No conto A salvação da alma.


Abaixo, vão traços dos principais aspectos da construção literária, do tema, da prosa e dos destinatários de O MENINO-SERELEPE.

Confira:



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Prefácio do livro MENINO-SERELEPE

O primeiro texto resume a intenção do autor com o seu livro de memórias. O segundo, refere alguns artifícios da criação literária.

Confira:



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VOCABULÁRIO DE AGUINHAS

Também nos divertíamos muito, lembrando ditos, expressões e trovas populares, além de colecionar palavras em desuso na língua, catadas tanto aos clássicos como aos matutos do Sul de Minas Gerais.

Do livro inédito: Pai Véio, um contador de histórias, de Antônio Lobo Guimarães


Como fiz uso de inúmeros ditos, expressões e palavras antigas na redação de o Menino-Serelepe, resolvi incluir no livro um vocabulário, que somou quase quinhentas entradas. 

Veja:


Confira aqui

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DESTE POST

- Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem. Antônio Lobo Guimarães. Edição do Autor, 2009

- Os meninos crescem. Domingos Pellegrini. Busca Vida, 1987

- Minhas memórias dos outros. Rodrigo Octavio. Civilização Brasileira/MEC,  1979

- Retrato do artista quando jovem. James Joyce. Ediouro, s/d

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LIVROS QUE SERÃO COMENTADOS NESTA SÉRIE

Abaixo vai uma lista de livros que vamos comentar nesta Série.

São livros que li, alguns com mais vagar, outros apressadamente, mas todos eles me ajudaram/ajudam a escrever e me encorajaram/encorajam a publicar.

Muitos trazem títulos sugestivos, como:

  • Os meninos crescem (Domingos Pellegrini)
  • As pequenas memórias (José Saramago)
  • Menino no quintal (Humberto Werneck)

Confira a seguir.


  • O Ateneu. Raul Pompéia. Ediouro/Publifolha, 1997
  • Meu pé de laranja lima. José Mauro de Vasconcelos. M, 19
  • O menino no espelho.  Fernando Sabino. Record, 1992
  • Memórias sem malícia de Gudesteu Rodovalho. Gilberto de Alencar. Itatiaia, 1970
  • Os meninos crescem. Domingos Pellegrini. Busca Vida, 1987
  • Desaparecimento da aurora. Joel Silveira. Cultural Editora, 1979
  • Volta à infância. Povina Cavalcanti. José Olympio, 1974
  • Um menino vai para o colégio. Cyro Martins. Movimento, 1992
  • O príncipe da vila. Cyro Martins. L&PM, 1982
  • Por onde andou meu coração. Maria Helena Cardoso. Ediouro, s/d
  • Uma rua como aquela. Lucília Junqueira de Almeida Prado. Record, 1986
  • Casa 12. Letícia Constant. Cia. das Letras, 2007
  • Minha vida de menina. Helena Morley. Cia. das Letras, 1998
  • Memórias de um saudosista. Lia Corrêa Dutra. Bloch, 1969
  • Os anos 40. Rachel Jardim. José Olympio, 1985
  • Uma vida em segredo. Autran Dourado. Record/Altaya, 1996
  • Os belos contos da eterna infância. Herberto Sales [Org.]. Ediouro, s/d
  • A turma da rua Quinze. Marçal Aquino. Ática, 1989
  • Infância. Graciliano Ramos. Record/Altaya, 1995
  • O menino grapiúna. Jorge Amado. Record, 1981
  • Menino de engenho. José Lins do Rego. José Olympio, 2001
  • O moleque Ricardo. José Lins do Rego. José Olympio, 1981
  • Doidinho. José Lins do Rego. José Olympio, 1977
  • Doidão. José Mauro de Vasconcelos. Melhoramentos, 1973
  • Indez. Bartolomeu Campos Queirós. Miguilim, 1988
  • Ler, escrever e fazer conta de cabeça. Bartolomeu Campos Queirós. Miguilim, 1996
  • Por parte de pai. Bartolomeu Campos Queirós. Editora RHJ, 1995
  • Ladrões de tênis. Álovaro Cardoso Gomes. FTD, 1993
  • Menino no quintal. Humberto Werneck. In Antologia de contos. FMB/Lemi, s/d
  • Menino Felipe. Primeira Viagem. Afonso Schmidt. Brasiliense, s/d
  • A última sessão de cinema. Ronald Claver. Melhoramentos, 1991
  • Memórias de um assoviador. Eduardo Alves da Costa. Schmukler Editores, 1994
  • Armazém Colombo. Carlos Gentil Dias Vieira. Vececom, 2005
  • José. Rubem Fonseca. Nova Fronteira, 2011 [Edição Kindle]
  • Doce vida dura de República. Diário de Bordo. Danilo Drumond. Edição do Autor, 2005
  • Um circo só de mágicos. Humberto Mariotti. Global, 1987
  • Os reis da Terra. José Vicente. Nova Fronteira, 1984
  • Chove sobre minha infância. Miguel Sanches Neto. Record, 2000
  • Meninão do caixote. João Antônio. Atual Editora, 1991
  • Micróbios na cruz. Marcia Camargos. Cia. das Letras, 2005  
  • Bambanga (Memórias). José Lemos de Sant'Ana. Edição do Autor, 1979
  • Rua do quenta-sol. Antônio Celso Alves Pereira. Nova Fronteira, 1967
  • Amar, Verbo Intransitivo. Mário de Andrade. Villa Rica, s/d
  • À mão esquerda. Fausto Wolff. Editora Leitura, 2007
  • Contos de aprendiz. Carlos Drummond de Andrade. Record, 1984
  • Contos novos. Mário de Andrade. Klik Editora/Estadão, 1997
  • As pequenas memórias. José Saramago. Cia. das Letras, 2006
  • As cinzas de Angela. Frank McCourt. Objetiva, 2000

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OUTROS LIVROS SUGERIDOS

Além dos livros mencionados acima, há estes outros muito interessantes para os que pretendem escrever memórias e ficção:

  • Viagem à roda do meu quarto. Xavier de Maistre. Estação Liberdade, 1989
  • Tom Sawier. Mark Twain. Abril Cultural, 1980
  • David Coperfield. Charles Dickens. Cosacnaify. [e-book/Kindle], 2014
  • O apanhador no campo de centeio. J. D. Salinger. Editora do Autor, 1965
  • A grande feira. E. L. Doctorov. Cia. das Letras, 1988
  • Miguel Street. V.S. Naipul. Cia. das Letras, 2012
  • Infância. J. M. Coetzee. Cia das Letras, 2010
  • Os Chefes. Os filhotes. Mario Vargas Llosa. Alfaguara, 2010
  • Ser tão menino. Elias Fajardo. 7 Letras, 2011

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LIVROS TÉCNICOS SOBRE O FAZER LITERÁRIO

Alguns livros conhecidos e acessíveis sobre o fazer literário:

  • A técnica de ficção. Percy Lubbock. Cultrix/USP, 1976
  • Aspectos do romance. E. M. Forster. Globo, 1969
  • A arte do romance. Henry James. Globo, 2003
  • A arte da ficção. David Lodge. L&PM, 2010
  • Como um romance. Daniel Pennac. Rocco/L&PM, 2008
  • Como aprendi a escrever. Máximo Gorki. Editora Cadinho, 1972
  • Sem trama e sem final. 99 conselhos de escrita. Anton Tchékhov. Martins Fontes, 2007
  • O meu mestre imaginário. Autran Dourado. Rocco, 2005
  • Uma poética de romance. Autran Dourado. Rocco, 2000
  • A narrativa de ficção. Vicente Ataíde. McGraw-Hill, 1974
  • Um novo modo de narrar. Deonísio da Silva. Livraria Cultura Editoria, 1979
  • O foco narrativo. Ligia Chiappini Moraes Leite. Ática, 1985
  • ABC da Literatura. Ezra Pound. Cultrix, 1977
  • Dicionário de Termos Literários. Massaud Moisés. Cultrix, 2004
  • Sujeito, tempo e espaço ficcionais. Introdução à Teoria da Literatura. Luis Alberto Brandão Santos; Silvia Pessoa de Oliveira. Martins Fontes, 2001
  • O narrador do romance. Ronaldo Costa Fernandes. Sette Letras, 1996
  • Escrever ficção: Um manual de criação literária. Luiz Antonio de Assis Brasil. Cia. das Letras [e-book/Kindle), 2019
  • O escritor de fim de semana. Robert J. Ray. Ática, 1998
  • A ilusão literária. Eduardo Frieiro. Itatiaia/INL, 1983
  • Escrevendo com a alma. Nathalie Goldberg. WMF/Martins Fontes, 2008
  • Oficina do escritor - Um manual prático para a arte da ficção. Sthefen Koch. WMF/Martins Fontes, 2008
  • Guia prático de criação literária. Moacir C. Lopes. Quartet, 2001
  • Os segredos da ficção. Um guia da arte de escrevr. Raimundo Carrero. Agir, 2005
  • Cartilha do pré-escritor. Bariani Ortencio. Thesaurus, 2009
  • Para ler como um escritor. Francine Prose. Zahar, 2008
  • Para ler literatura como um professor. Thomas C. Foster. Lua de Papel, 2010
  • Para ler romances como um especialista. Thomas C. Foster. Lua de Papel, 2011
  • Como ler literatura. Um convite.  Terry Eagleton. L&PM. [e-book/Kindle], 2017
  • O design da escrita. Redigindo com criatividade e beleza — inclusive ficção. Antonio Suárez Abreu. Ateliê Editoral [e-book/Kindle], 2008
  • A Bíblia do Escritor. Alexandre Santos Lobão. Trampolim [e-book/Kindle], 2017
  • Zen e a arte da escrita. Ray Bradbury. Texto Editores/Leya [e-book/Kindle], 2011
  • Sobre a escrita. A arte em memórias. Stephen King. Objetiva [e-book/Kindle], 2015
  • Como melhorar um texto literário. Um manual prático para dominar as técnicas básicas da narração. Lola Sabarich; Felipe Dintel. Gutenberg, 2014
  • Como escrever diálogos. A arte de desenvolver o diálogo no romance e no conto. Silvia Adela Kohan. Gutenberg, 2011
  • Como narrar uma história. Da imaginação à escrita: todos os passos para transfomar uma ideia num romance ou num conto. Silvia Adela Kohan. Gutenberg, 2011
  • Escrever para crianças. Tudo que é preciso saber para produzir textos de literatura infantil. Silvia Adela Kohan. Editora Gutenberg [e-book/Kindle], 2013
  • Matéria e forma narrativa d'O Ateneu. José Lópes Heredia. Quíron/MEC, 1979
  • A escrita do eu. Eliane Zaguri. Civilização Brasileira/INL, 1982
  • Pós-escrito a O Nome da Rosa. As origens e o processo de criação do livro mais vendido em 1984. Umberto Eco. Nova Fronteira, 1985
  • A orgia perpétua. Flaubert e Madame Bovary. Mario Vargas Llosa. Francisco Alves, s/d
  • Escrevendo com o coração. Como escrever para crianças. Gryphus. Joy Cowley. [e-book/Kindle], 2014
  • Estrutura do roteiro. Escreva histórias de sucesso com as técnicas do cinema. Leonardo Bighi. Edição do Autor [e-book/Kindle], 2019
  • Cartas a um jovem escritor. Mario Vargas Llosa. Elsevier, 2006
  • Os sofrimentos do jovem Werther. Johann Wolfgang Goethe. L&PM. [e-book/Kindle], 2010
  • Da criação ao roteiro. Doc Comparato. Rocco, 2000
  • Confissões de um jovem romancista. Umberto Eco. Cosacnaify. [e-book/Kindle], 2013
  • Como se faz literatura. Affonso Romano de Sant'Anna. Rocco-Digital [e-book/Kindle], 2016
  • A arte da palavra. Como criar um estilo pessoal na comunicação escrita. Gabriel Perissé. Manole, 2003
  • Labirinto da palavra. Claudia Lage. Record, 2013
  • Você já pensou em escrever um livro? Informações fundamentais para tornar-se um escritor de sucesso. Sonia Belloto. Belloto Editora, 2006

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FORMAÇÃO DA BIBLIOTECA DE UM LEITOR-AUTOR APRENDIZ

Esse tópico vou desenvolver em post futuro.

Nele vou contar a experiência na formação de minha biblioteca — que tem de tudo um pouco, mas tem uma quantidade razoável de contos, romances e livros técnicos: clássicos brasileiros e estrangeiros, coletâneas de contos, livros infantis, manuais de literatura, crônicas literárias, entrevistas de autores/escritores, dicionários, etc.

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A GUERRA DAS ESPINGARDINHAS

Há um capítulo do livro Menino-Serelepe que pretendo transformar num livro juvenil. Trata-se de A Guerra das Espingardinhas, que transcrevo mais abaixo, uma narrativa romanceada de uma divertida brincadeira de minha infância.

Adotei como narradora uma menina: MARIA BELA CAMARINHO, nome esse inspirado em minhas netas Maria Elisa e Isabela.

Eis alguns livros que estão me servindo de inspiração para recriação dessa história:

  • O Senhor das Moscas. William Golding. Abril Cultural, 1984
  • A Guerra dos Botões. Louis Pergaud. Ática, 1995
  • Os Meninos da rua Paulo. Ferenc Molnár. Cosacnaify, s/d

Veja o rascunho da capa e da apresentação do livro A Guerra das Espingardinhas - Uma aventura de antigamente:


Capa provisória. Com ilustração feita pelo brasileiro Henrique Alvim Corrêa (1876-1910) para o livro A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, edição de 1906



Neste livro, o autor faz uso de um recurso narrativo à la Gertrude Stein, falando de si mesmo e de suas brincadeiras de criança por meio de uma narradora-menina, arteira como Pélica, geniosa como Emília, mordaz como Morley, que conta as aventuras na primeira pessoa, de forma alegre, dinâmica, numa linguagem cheia de sentenças terminantes, ditos curiosos e frases e expressões costuradas por hifens, muitos deles correntes na língua e outros criados por ela mesmo.

Texto extraído da orelha do livro A GUERRA DAS ESPINGARDINHAS

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Veja também

Pequenos trechos do livro A guerra das espingardinhas podem ser vistos nestes links:

  • No post Netos e livros, de 4 de maio de 2013 - aqui
  • No post Netos musicais, de 10 de junho de 2013 - aqui

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A Guerra das Espingardinhas

Hoje em dia, as crianças não brincam mais de armas de brinquedo, e está mesmo interditada a fabricação, importação circulação de brinquedos, réplicas e simulacros de armas de fogo, que com estas se possam confundir.

Muitos pais e educadores, de outro lado, também têm orientado as crianças a não fazer uso de armas de brinquedo. Isso de fato constitui um avanço nos costumes e na formação das crianças, em face de um mundo violento e conturbado.

Mas no meu tempo de criança, nos anos 1960, a gente brincava. Mais do que isso: nós mesmos construíamos nossas "armas" e nos divertíamos a valer.

Confira a história abaixo, contada no livro Menino-Serelepe:


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MENINO-SERELEPE

 O livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem é uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, numa cidadezinha do interior de Minas Gerais, nos anos 1960.

O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE AGUINHAS.

Para saber mais sobre MENINO-SERELEPE e outros livros do autor, veja acima o tópico Livros à Venda.

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Publicado por Guimaguinhas
em 17/11/2019 às 07h22

Espaço Francisco de Paula Vítor (Padre Vítor)

 

Aprendizado Espírita Net

 

 

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