Ilustração: Expedito Campos Guimarães (conhecido por Expedito-sem-braço), primo, amigo e companheiro de caçadas (e causos) do meu pai Dé da Farmácia
Como se sabe, AGUINHAS (pronuncia-se o U: Agüinhas) é o nome literário com que este autor nomeia a cidade de ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI nas suas memórias familiares e de sua terra natal.
Desse modo, esta série PERSONAGENS DE AGUINHAS destaca algumas personagens de nossa cidade, isto é
Pois bem, vamos começar esta série com o Expedito-sem-braço, como era conhecido meu saudoso primo Expedito Campos Guimarães.
Vamos lá.
Filho de Francisco Guimarães e Ana Campos Guimarães, Expedito nasceu aos 25 de outubro de 1933, em Lambari, MG, e aqui faleceu em 17 de junho de 2023.
Era primo de meu pai (José Guimarães Filho, o Dé da Farmácia), cujos pais (José Batista Guimarães e Francisco Guimarães) eram irmãos.
Expedito teve os seguintes irmãos: Geralda Campos Guimarães (Lalita), Ceres Campos Silva (Téte), José Campos Guimarães (Nem), Francisco Campos Guimarães (Digo), Maria Helia Campos Guimarães (Hélia) e Ana Campos Guimarães.
Irmãos do Expedito: Téte e Digo, esse no rancho em Caraguá, com meu pai Dé da Farmácia
Do segundo casamento de seu pai Francisco, nasceram: Joel Campos Guimarães, João Campos Guimarães; e Maria Aparecida Campos Guimarães.
Tio Chico, Dora (sua segunda esposa), Téte (e a criança Letícia), Ana irmã de Expedito (vestida de noiva), Bié e dona Olga, mãe do Bié.
Em 28 de setembro de 1974, Expedito se casou com Maria Anice Martins, que passou a assinar Maria Anice Guimarães.
Desse casamento nasceram: André Campos Guimarães; Denise Campos Guimarães; Lígia Campos Guimarães e Monica Campos Guimarães.
O casal teve os seguintes netos: Débora Ferreira Damas; Filipe Guimarães Nogueira de Moura; Andressa Ferreira Guimarães; Marcela Guimarães Nogueira de Moura; Gabriela Ferreira Guimarães; Maria Alice Guimarães; Carlos Rodrigues ; Maria Luiza Guimarães Fernandes e Matheus Guimarães Noronha Barletta.
A família reunida
Expedito quebrou o braço aos dez anos de idade, em razão uma queda, quando trepava nas árvores do Parque Novo.
Com medo, escondeu a arte dos pais, e o braço veio a gangrenar, tendo de ser amputado, na antiga Santa Casa.
Não obstante, cresceu com coragem e desenvoltura e aprendeu a nadar, caçar e dirigir.
Olha aí o menino Expedito aprontando uma das suas, numa brincadeira com a criançada da Rua dos Italianos:
Fonte: https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=51929#historia
Expedito tornou-se um "chofer doméstico", e sem habilitação dirigia nos limites da cidade. Com o passar do tempo, tirou sua CNH de motorista profissional e dirigia carros, caminhões, tratores com grande habilidade. [Rodrigues, 2005, p. 34]
Foi instrutor de direção e ensinou muita gente a dirigir.
Em certa época, foi motorista de uma linha de leite entre Lambari e Caxambu e tratorista rural.
Possuiu também um trenzinho com 3 carretas, que percorria pontos turísticos da cidade.
Exerceu ainda diversas outras atividades: corretor de imóveis; frentista (Posto Gregatti); Comissário de menor; chefia de alguns serviços da Prefeitura Municipal.
Expedito (com sua filha Denise no colo), Digo, seu irmão, e o Trenzinho da Alegria
No livro Pescados no Rio da Memória, o médico e memorialista José Benedito Rodrigues conta boas histórias do Expedito.
Confiram:
Fonte: Pescados no Rio da Memória. José Benedito Rodrigues. Editora O Lutador, BH, 2005
Antes da proibição da caça esportiva, meados dos anos 1960, em nossa região, meu pai e seus amigos — entre eles o primo Expedito-sem-braço — caçavam por toda a parte: Pedra Preta, Carquera, Pinhal, Alto da Serra.
Fora daqui, perambulavam atrás de macucos na Serra do Mar (Caraguatatuba e Paraty) e pela região Oeste do Paraná (proximidades de Foz do Iguaçu).
Ainda que com um só braço, Expedito andava com desembaraço pelas matas, piava a caça, carregava/descarregava a espingarda e atirava com grande proeza.
Em que pese a ter sido grande atirador, certa feita, dizem os mais chegados, acertou um um tiro no próprio pé... se non è vero, è ben trovato...
As fotos abaixo recordam um pouco das aventuras desse grupo de amigos na Serra do Mar, em Caraguatatuba:
Dorinho, Josué, Nenzinho. Dé, João André e Expedito
Caraguá, anos 1960: Na frente: Toninho. Ao centro: Expedito, seu Bié, Zé Vicente, João André, Josué. Ao fundo: Vicente, Miquéias e Dé.
Edílio, Baianinho, Dé, Seu Bié e Expedito
Essas são lembranças de um outro contexto histórico, de uma época em que a caça esportiva era legal, no País. Atualmente, encontra-se proibida.
Confira a Legislação de proteção à faúna. (aqui)
Com a extinção da caça e a conscientização ecológica, as últimas gerações de brasileiros já não praticaram a caça esportiva ou a apanha de espécies da fauna silvestre, passando a ter outra relação com aves e pássaros.
Veja este belo exemplo (aqui)