Já falamos aqui no GUIMAGUINHAS sobre o Aeroporto de Lambari (aqui).
E mostramos como se deu a chegada do Núncio Apóstolíco no Brasil a Lambari, para o Congresso Eucarístico (aqui). E também indicamos um vídeo registrando esse episódio (aqui).
Esses acontecimentos se deram em 1955.
1955: No aeroporto, pessoas aguardam a chegada do Núncio Apóstolico no Brasil, Dom Armando Lombardi.
Décadas de 1950 e 1960 — época romântica das estações de água
Na década de 1950 e início dos anos 1960, Lambari e as estâncias hidrominerais de Minas viviam ainda uma época de ouro do turismo aquático, como então se dizia. O jogo havia sido proibido em 1945, e no entanto os veranistas enchiam os hotéis, havia estação de águas de 21 dias e férias cheias de 30 dias, em dezembro, janeiro, parte de fevereiro (Carnaval) e julho.
E os bares, as boates, os cinemas repletos de gente! (aqui)
Em 1959, voo direto do Rio para Lambari
Em 1959, nas férias e finais de semana, a Navegação Aérea Brasileira (NAB) realizava voos diários do Rio de Janeiro para Lambari, com duração de 60 minutos.
E a propaganda da época dizia:
Para suas férias e finais de semana, a NAVEGAÇÃO AÉREA BRASILEIRA acaba de lançar diariamente a linha Rio-Lambari, cujo percurso é cumprido pelo Douglas DC-3 em apenas 60 minutos, superando em nove horas o percurso normal das rodovias!
Viaje para Lambari e passe dias maravilhosos naquela estância hidro-mineral!
E parte da passagem podia ser financiada pela Credi-NAB em até 5 anos!
Confiram abaixo:
Reprodução: O Globo 2/fev/1959
Os voos eram feitos pelo avião Douglas DC-3
Sobre o DC-3, veja este texto (aqui)
Referências
Ilustração: Foto do incêndio do prédio da Prefeitura Municipal de Lambari (1987), onde funcionou durante décadas alguns importantes colégios de Lambari. (Foto cedido por Ninho Costa).
No livro Menino-Serelepe escrevi que, nos anos 1960, antes de ingressar no Ginásio Duque de Caxias, eu cursara a 5a. Série no Instituto Santa Terezinha. Logo a seguir, anotei que:
O Santa Terezinha, chamado de Coleginho, que pouco tempo depois disso encerrou suas atividades, foi famoso e tradicional no passado, aqui pelas bandas do Sul de Minas. Funcionou como internato durante muitos anos pra moças e rapazes. Mas na minha época isso já havia acabado e ele já não era nem sombra do que fora. Quando deixou de operar, suas instalações tornaram à Prefeitura de Aguinhas, que lá funcionou por uns tempos até um terrível incêndio destruir completamente a antiga edificação e grande parte do acervo da administração municipal.
Pois bem, neste post vão antigas fotos do Instituto Santa Terezinha, e também fotos do incêndio ocorrido em 1987, quando o prédio do instituto era ocupado pela Prefeitura Municipal.
Neste prédio, desde sua fundação, sempre funcionou algum estabelecimento escolar, entre eles: Colégio Minas, Ginário de Lambari e o Instituto Santa Terezinha.
Nos anos 1980, o prédio retornou ao Patrimônio Municipal, sendo ocupado pela Prefeitura de Lambari.
Circulado na foto, o Instituto Santa Terezinha, nos anos 1950
O Colégio Santa Terezinha, então chamado Ginásio de Lambari - Anos 1930
Em março de 1987, um pavoroso incêndio destruiu o antigo prédio e inestimáveis arquivos da Prefeitura de Lambari e da história do município.
Escombros do prédio, em razão do incêndio ocorrido em 1987.
O Corpo de Bombeiros e o incêndio da Prefeitura (1987)
Importantes arquivos da cidade de Lambari, MG, entre eles o patrimonial, o de recursos humanos, o financeiro e tributário, documentos, mapas e plantas do período Werneck, grande parte da biblioteca municipal Basílio de Magalhães e da memória fotográfica de Águas Virtuosas de Lambari (acervo de João Gomes D'Almeida [Filho]) foram destruídos.
Em 1988, na Administração Marcílio Botti, começou um trabalho de recuperação dos arquivos e documentos destruídos (Fonte: Minas em Revista, n. 99, de maio de 1988)
(*) Este trecho faz parte do livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem, de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a coletânea HISTÓRIAS DE ÁGUINHAS. V. o tópico Livros à Venda.
Ilustração: Capa do livro A água mineral de Lambari. de José Nicolau Mileo, 1968
JOSÉ NICOLAU MILEO nasceu a 9 de abril de 1900, em Lambari (MG), filho de Rosário Mileo e Filomena Pelusi Mileo. Casou-se com Nair de Almeida, com quem teve dois filhos: José Francisco e Fernando José.
Fez os cursos elementares em Lambari, o ginasial em Lorena (SP) e formou-se médico pela Faculdade Nacional de Medicina (RJ). Formado, retornou a Lambari e nos anos de 1924 a 1928 aqui exerceu a profissão, época em que se interessou pela influência das nossas águas minerais na cura de doenças.
A partir de 1931, publicou diversos trabalhos sobre esse tema, entre eles as Notas de Crenologia Clínica, apresentado ao 1o. Congresso de Hidro-Climatologia (São Paulo, 1935), o qual recebeu as melhores referências do grande cientista brasileiro Vital Brazil (aqui)
Fac-símile da carta de Vital Brazil a J. N. Mileo, constante do livro abaixo
Desse trabalho, em 1961, surgiu a 1a. edição do livro A água mineral de Lambari - Contribuição para o seu conhecimento.
Capa da 3a. edição (1968)
Nessa 3a. edição, além dos aspectos estritamente médicos quanto à composição das águas e sua ação medicinal, José N . Mileo acrescentou algumas curiosidades históricas e lendárias sobre as águas de Lambari, quais sejam: A lenda dos 21 dias e A lenda das águas magnesianas, textos extraídos do semanário Hidrópolis, que foi publicado em Lambari por Júlio Lopes, por mais de três lustros.
Índice (da 3a. edição)
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OUTROS ESTUDOS SOBRE A ÁGUA MINERAL DE LAMBARI
Sobre nossas águas minerais há também estes estudos de médicos que trabalharam em Lambari:
Outros livros sobre a água mineral
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Veja a bibliografia sobre Águas Virtuosas do Lambary
Veja também a história da captação de nossas águas:
Veja a Série ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY
O boletim O FAROL, referente a Maio/Junho de 2015, trouxe um texto informativo sobre a criação, objetivos e publicações do site GUIMAGUINHAS, que você poderá conferir abaixo.
O FAROL é um informativo da ACIL (Associação Comercial, Industrial, de Agronegócios, Serviços, Profissionais Liberais e autônomos de Lambari), AMEL (Associação de Empreendedores de Lambari) e ATURLAM (Associação de Hotéis, Pousadas, Similares, Serviços e Turismo de Lambari).
Os responsáveis pela publicação são os seguintes:
Ilustração: Antigos tijolos fabricados pela ABI, no bairro Cerâmica, em Lambari
No primeiro número desta série sobre as PROFISSÕES DE AGUINHAS, falamos dos carreiros, carroceiros e charreteiros. (aqui)
Neste número, veremos os construtores, pedreiros e carpinteiros. Vamos lá.
O memoralista José Nicolau Mileo registrou que em 1897 havia os seguintes profissionais pedreiros e carpinteiros em Águas Virtuosas (1):
Já contamos aqui no GUIMAGUINHAS sobre as obras fundadoras de Lambari, realizadas por Américo Werneck, entre as quais se destaca a do Cassino. (aqui) e (aqui)
Início dos anos 1900 - as obras do Cassino do Lago
Operários e construtores - Cassino do Lago - 1906
No final dos anos 1940/início dos anos 1950, deu-se a construção da Matriz de N. S. da Saúde, um projeto do arquiteto Benedito Calixto de Jesus Neto, que também projetou o Santuário de Aparecida do Norte (aqui). Sobre a construção da Matriz, veja (aqui).
Igreja Matriz de N. S. Saúde, em fase de construção
O construtor da nossa igreja matriz foi Antônio Napoleão de Marco, tratado por Napoleão, que trouxe o conhecimento de novas técnicas de ferragens e concretamento. Ele também construiu em Lambari o cinema ABI e a residência do dr. José Benedito Rodrigues. Em Varginha, construiu o principal cinema da cidade (Cine Rio Branco).
Cine ABI
Sebastião Pinto
Napoleão ensinou suas técnicas para uma geração de construtores lambarienses, entre eles, Sebastião Pinto. Tião Pinto, como era conhecido, foi um autodidata que aprendeu a ler e a escrever sozinho, e se tornou profissional muito requisitado para cálculo de ferragens.
Outros construtores, pedreiros e carpinteiros
Empreiros e construtores - Anos 1960 (Fonte: JOÃO CARROZZO, Lambari, pág. 109)
Em 1900, os sírio-libaneses Gabriel Bacha e Lázaro Bacha se estabeleciam em Águas Virtuosas como comerciantes e construtores de obras, deixando entre nós uma numerosa prole, que se espalhou por diversos setores: médicos, engenheiros, farmacêuticos e comerciantes. E no exercício da profissão de construtores, realizaram diversas obras públicas e particulares. (2)
Conjunto de obras dos irmãos Bacha (à esquerda, a antiga Farmácia Santo Antônio; à direita, atual Mimo Boutique e Farmácia Novaes)
Casa residencial e loja construída pelos irmãos Bacha.
Conforme informações do sr. Nascime Bacha, em razão do terreno pantanoso do centro da cidade, as bases dessas construções eram firmadas sobre imensas toras de pinheiros e as residências possuiam porões, para circulação do ar e proteção contra umidade.
Prédio do seu Pedro Souza, em frente a atual Caixa Federal, inaugurado em 1949
Seu Argemiro Carpinteiro (com a telha na mão), telhando uma casa
Muitos outros construtores e pedreiros podem ser citados, como estes: Luiz, Vicente, e Rui Salviano, José Raimundi (trabalhou na consrução do Hotel Imperial), Antônio e José Braz, Francisco Tomás, Luiz Alves, Levindo Vilela (e seu filho Orlando), João Gregório, José Inácio Oliveira, e os irmãos Luiz, Sebastião e Orestes Pinto (que trabalhou mais como pintor de paredes).
Orestes Pinto, em frente a sua casa
Do início dos anos 1960, na Vila Nova, onde nasci e fui criado, me lembro de 2 pedreiros que frequentavam o bar que meu pai possuiu: Dito Morais e Farturinha, que eram companheiros de obras de meus tios Messias e Mário.
Tio Mário Lobo e Fartuinha
Os construtores e pedreiros da família Gentil Lobo
Meus tios Messias, Rubens e Mário, todos trabalharam com construção. Seus filhos também seguiram a profissão dos pais: Verinho, Rubinho, Mingo, Miguel, Dinho, João, José Carlos, Antônio, Dilinho. (Veja este texto - aqui)
Meus tios: Messias, Mário e Rubens, todos pedreiros e construtores. Tio Rubens tirou sua carteira de construtor, junto ao CREA - 5a. Região (RJ), nos anos 1940.
Tio Messias aprendeu com Francisco Tomás; tio Rubens com seu sogro Oliveros Framil; tio Mário, ainda menino, trabalhou na construção da Matriz com Napoleão.
Alguns pedreiros da família Framil (Serafim, Antônio, Oliveros) chegaram a trabalhar com Werneck, na construção do Farol do Lago.
Muitas obras em nossa cidade foram construídas pelos meus tios, como, por exemplos, as casas residenciais das seguintes pessoas: Benedito Franco, Dante Gregatti, Branca Valério, Toninho Dentista, Nivaldo Farmácia, Caetano Santoro, Aldo Sivelli, Roberto Goulart, João dos Santos (reforma).
Tio Messias Lobo e equipe, na construção da casa do seu Carneiro, no bairro Campinho
Posto de Saúde, em Jesuânia, construído por tio Rubens Lobo