Ilustração: Dondinho, pai de Pelé, campeão da Taça Guaraína - Região Sul Mineira, 1941 - Fonte: http://ospeles.blogspot.com.br
Já contamos aqui a primeira parte da história da participação do Águas Virtuosas na Taça Guaraína de 1941, a mais importante disputa regional de futebol da época.
De fato, a disputa da Taça Guaraína ocorria em diversas regiões do País. O time do São Paulo F.C., por exemplo, conquistou o troféu em 1936 (aqui).
No Rio de Janeiro a taça também foi disputada em 1943.
Fonte: Reprodução - Diário da Noite, 28, maio, 1943
Neste post, está a parte final dessa história.
Vamos lá.
O Águas Virtuosas discute a perda de pontos
Como se recorda, o Águas Virtuosas venceu sua primeira partida, disputada em Lambari, em 27 de julho de 1941, contra a agremiação da AVEA (Associação Varginhense de Esportes Athleticos), de Varginha, por 3 a 1.
Mas a Liga de Futebol de Varginha (LFV) cassou-lhe os pontos, em face da suspeita levantada pela AVEA de que o Águas Virtuosas escalara alguns atletas que "residiriam em Cambuquira e não em Lambari". Argumentava a AVEA que as normas desportivas do torneio exigiam que os atletas residissem na cidade do clube.
Pois bem, o caso demandou longa discussão no Conselho de Representantes das cidades participantes, presidido por Armando Nogueira, dirigente da LFV, com o procurador do Águas Virtuosas — Nelson Scaldaferri — peticionando em favor do time de Lambari.
Não temos nenhum registro acerca da decisão final do Conselho, mas o fato é que o Águas Virtuosas não passou às fases seguintes da disputa.
A seleção de Lavras, que vencera o jogo contra o Alfenas por 4 x 0, também fora punida com a perda dos pontos, em razão de um erro na súmula do árbitro. O caso rendeu enorme discussão e o dirigente da L.F.V — que presidia o Conselho de Representantes das cidades participantes da disputa — acabou por renunciar e uma nova eleição foi marcada para 9 de agosto de 1941.
Mas a disputa prosseguiu e a final da Taça Guaraína de 1941 se deu entre a seleção de Itajubá e a de Três Corações, como se verá a seguir.
Dondinho, pai de Pelé, campeão da Taça Guaraína - Região Sul Mineira, de 1941
Como se sabe, o Dondinho [João Ramos do Nascimento (Campos Gerais - 2 de outubro de 1917 – Santos - 16 de novembro de 1996) era o pai de Pelé (Edson Arantes do Nascimento) e nos anos 1940 morava em Três Corações e jogava pelo Atlético local.
Dondinho chegou a jogar no Atlético, mas lesionado no joelho não foi bem sucedido no Galo Mineiro e - Reprodução - Fonte: Wikipedia
Dondinho também jogou em Lambari, contra o Águas Virtuosas, no antigo campo da Rua Francisco de Biaso. Era excelente cabeceador, dizem antigos lambarienses que o viram jogar.
1949: Gol de Nenê Nascimento, no antigo campo do Águas Virtuosas
Pois bem, Dondinho participou da final da Taça Guaraína contra o Itajubense, tornando-se campeão, em 1941.
Dondinho (ao centro, em pé) em time de Três Corações - Reprodução - Fonte: http://ospeles.blogspot.com.br
Conforme o regulamento da Taça Guaraína - Região Sul Mineira, de 1941, a decisão se daria em Varginha, entre Zona Sapucaí e a Zona Rio Verde.
Desse modo, na forma do artigo 17 do regulamento acima, a final da Taça Guaraína - 1941 deu-se em Varginha, no Stadium Varginhense (Estádio do Flamengo), entre Itajubense (Campeão da Zona Sapucaí) e o Campeão da Zona do Rio Verde (Seleção da L.E.T. - Liga Esportiva Tricordiana, de Três Corações - [que reunia jogadores do Atlético, Raul Chaves (Canto do Rio) e Colégio Estadual]
Fonte: http://ospeles.blogspot.com.br
Por 4 x 1, o selecionado de Três Corações superou a seleção de Itajubá, sagrando-se campeão da Taça Guaraína de 1941.
Fonte: http://www.portalentretextos.com.br
Ilustração: Capa do livro ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY, de Roberto Capri, 1918
Os RESUMOS DA HISTÓRIA ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY têm por objetivo disponibilizar em novos formatos as mais relevantes memórias e histórias de Lambari divulgadas aqui no site GUIMAGÜINHAS, costumeiramente classificados em Séries dispostas ao lado direito desta página eletrônica.
Abaixo, vão outras informações sobre o projeto e os materiais já disponíveis para download gratuito.
Confira.
O que são os PONTOS DA HISTÓRIA DE LAMBARI
Na perspectiva acima, os RESUMOS DA HISTÓRIA DE "ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY" pretendem trazer COLETÂNEAS E SÉRIES de
COLETÂNEAS
SÉRIES
COLETÂNEA PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI
Coletânea de e-books e/ou material impresso, contando a história de Águas Virtuosas de Lambari, mediante o seguinte plano de trabalho: I- A COLETÂNEA PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI II - HISTÓRIA PRIMITIVA - de 1500 a 1780 III - HISTÓRIA ANTIGA - de 1780 a 1920 IV - HISTÓRIA MODERNA - de 1920 aos dias de hoje |
I - A COLETÂNEA PEQUENA HISTÓRIA DE ÁGUAS VIRTUOSAS 0. FONTES DE PESQUISAS DA NOSSA HISTÓRIA - Quem contou nossa história
II - HISTÓRIA PRIMITIVA 1. HISTÓRIA PRIMITIVA DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI - Sertão do Rio Verde, Região do Lambari e Águas Virtuosas de Lambari
III - HISTÓRIA ANTIGA 2. FORMAÇÃO DA VILA - O primeiro século de existência
3. A ERA STOCKLER - A criação da estância de Águas Virtuosas
4. A ERA WERNECK - As obras fundadoras de Águas Virtuosas de Lambari
5. DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DA SAÚDE - A história da padroeira de Lambari
6. A LENDA DE ÁGUAS VIRTUOSAS - A estória de Cecília e Tancredo
7. POPULAÇÃO, EMIGRAÇÃO E A COLÔNIA DE NOVA BADEN - A formação populacional de Lambari
8. AS ÁGUAS MINERAIS DE LAMBARI - A história de nossa cidade é a história de nossas águas
9. O PARQUE DAS ÁGUAS DE LAMBARI - Em torno das fontes surgiu uma cidade
IV - HISTÓRIA MODERNA 10. A ESTÂNCIA HIDROMINERAL DE LAMBARI - A cidade das Águas Virtuosas
11. A ERA DOS CASSINOS (BELLE ÉPOQUE LAMBARIENSE)
12. EDUCAÇÃO, CULTURA E O (ECO)TURISMO
13. PRODUTOS DA TERRA
14. COSTUMES, TRADIÇÕES, RELIGIOSIDADE
15. FUTEBOL E OUTROS ESPORTES
16. MEMÓRIAS POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS
17. GRANDES PERSONAGENS DA NOSSA HISTÓRIA
SÉRIE FOLHETOS Coletânea de folhetos eletrônicos e impressos, contando destacados fatos e registros históricos de nossa cidade, em formato objetivo, leve e instrutivo. |
O e-books abaixo estão disponíveis gratuitamente:
Aquisição da Coletânea Impressa:
Editora UICLAP
O folheto A história do queijo mais famoso do Brasil está disponível gratuitamente.
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Disponível aqui: https://rl.art.br/arquivos/7341559.pdf
O folheto Informativo - 120 anos de criação do município de Águas Virtuosas de Lambari está disponível gratuitamente.
Ele contém notas históricas, culturais e práticas sobre nossa cidade.
Veja o link abaixo.
Disponível aqui: https://rl.art.br/arquivos/7343015.pdf
Capas de alguns títulos em preparo
Nesses novos formatos, os textos, fotos e documentos dos diversos posts ganham unidade e exposição didática e cronológica, com índices e referências bem ordenados, facilitando o manuseio, a leitura e a pesquisa.
Com isso esperamos que as informações, fotos e memórias de acontecimentos da história de nossa ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY, e bem assim das pessoas e famílias que a construíram e lhe deram identidade, possam ser mais bem divulgados, chegando especialmente ao conhecimento das novas gerações de lambarienses e dos veranistas e viajantes que se encantaram com essas paragens da Serra das Águas Virtuosas — e aprenderam a estimar as águas puras, o clima benfazejo e as belezas naturais do Circuito das Águas das Minas Gerais.
Como está posto ao pé desta página eletrônica (Licença Creative Commons), e nas condições ali especificadas, os textos, e-books, coletâneas, apresentações e artigos do site GUIMAGUINHAS são de livre circulação, e você pode baixá-los gratuitamente para uso pessoal ou de instrução, divulgação ou preservação da memória da cidade das Águas Virtuosas.
Promoção de divulgação do site GUIMAGUINHAS
O formato Livreto foi objeto de uma promoção de divulgação do site e das memórias de nossa cidade. Os 20 visitantes mais assíduos da página do Facebook do site Guimagüinhas receberam 1 livreto impresso do título As Águas Virtuosas de Lambari e a devoção a Nossa Senhora da Saúde.
E-books gratuitos já disponíveis no site
Lembramos ao visitante que há e-books disponíveis aqui no site, que podem ser baixados gratuitamente.
Confira:
O site GUIMAGUINHAS, como está dito na página de abertura, objetiva
compatilhar informações, fotos, histórias e outros acontecimentos antigos da outrora ÁGUAS VIRTUOSAS DA CAMPANHA, depois ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY e hoje LAMBARI.
Desse modo, o site GUIMAGUINHAS:
Ilustração: Painel histórico de Águas Virtuosas do Lambary, existente nos Supermercados BH em Lambari, MG
Como se sabe, em A LENDA DE ÁGUAS VIRTUOSAS narra-se que uma jovem de nome Cecília adoeceu e, tendo feito uso da água virtuosa, curou-se de seus males. Em agradecimento, pediu, então, ao pai que erguesse uma capelinha em homenagem à Nossa Senhora da Saúde.
O fundo mítico-religioso dessa estória: a fé na Virgem Santíssima e os poderes curativos milagrosos atribuídos às águas virtuosas – em cima do qual se construiu a lenda – veio naturalmente da tradição oral que surgiu nas primeiras décadas do Século XIX, logo após a descoberta das águas.
Com efeito, com a descoberta das fontes, as virtudes miraculosas da água medicinal [1] passaram a ser apregoadas por todos, e elas começaram a ser designadas, já a partir de 1801, por águas santas. [8] A expressão águas virtuosas começa a ser utilizada a partir de 1805, e acabou por nomear toda a região detrás da serra da Campanha por aquele nome: Águas Virtuosas. [8] E também a serra divisória entre Campanha e Lambari passou a ser conhecida, desde 1805, como Serra da Água Virtuosa ou Água Santa da Campanha. [1]
Desse modo, foi possivelmente a crença e a fé populares que associaram os efeitos medicinais e curadores da água aos milagres da Virgem Maria, como ficou assentado nos costumes devocionais católicos da Região das Águas Virtuosas. Aliás, a lenda bem apanhou esse aspecto: a cura de Cecília associa-se à devoção da Virgem Maria.
Segundo o monsenhor e historiador José Lefort [1], o criador da lenda teria sido Américo Werneck, que o fez para efeito de propaganda das águas minerais.
Mas há, também, derivadas daquela, as versões de Armindo Martins e João Carrozzo, memorialistas de Águas Virtuosas do Lambari.
É o que veremos a seguir.
Versão atribuída a Américo Werneck
O primeiro texto escrito da lenda sobre os poderes curativos das águas de Lambari , de que se tem notícia, apareceu em O Lambary, de 18/12/1910, cujo autor adotou o pseudônimo de Gratz.
Se considerarmos os aspectos relativos à data — 1910 — e ao estilo literário [2], essa é a possível versão escrita por Américo Werneck, num esforço de propaganda das águas minerais [1], quando veio a residir em Águas Virtuosas do Lambary e trabalhou com o Dr. Garção Stockler, criador da estância de Águas Virtuosas e primeiro grande propagandista das águas de Lambari. (aqui)
Esta versão pode ser examinada aqui
Veado pastando junto às sete quedas, 1910. Fonte: Museu Américo Werneck – Lambari, MG
Que dizes? Não é bella e fantastica a lenda de nossa infancia?
(AMÉRICO WERNECK. Graciema)
É de notar-se que numa passagem do romance Graciema (págs. 327/30), Werneck narra uma lenda, na qual vamos encontrar diversos elementos semelhantes à lenda de Águas Virtuosas, tais como: um casal apaixonado, mata virgem, cachoeira, um fato miraculoso e a aparição de Nossa Senhora.
De fato, ele narra que os personagens Juracy e Mário, que passeavam de barco por um rio cercado de matas, resolvem visitar uma cachoeira lá existente. E lá chegando, Juracy conta a Mário uma lenda acerca da infância de ambos: eles haviam sido achados, quando bebês, nesta cachoeira.
Continua Werneck narrando que, primeiramente, Mário foi encontrado por sua mãe, Hemergarda. Tempos depois, a mãe de Juracy, que não conseguia se engravidar, e orava muito a Nossa Senhora, teve um sonho. Nesse sonho aparece um anjo, que a conduz por longa e dificultosa caminhada numa noite fria, levando-a até essa mesma cachoeira.
E Werneck põe na boca da personagem Juracy as seguintes palavras:
Pois bem; já mamãi desconsolada se dipunha a regressar á sua vivenda, quando em cima d'aquelle penhasco appareceu a figura esbelta de Nossa Senhora. Uma lindeza, Mario. Um halo deslumbrante irradiava-lhe da cabeça. Seu manto azul, salpicado de estrellas, era feito de um retalho do céo. Olhou para minha mãi e disse: — "Ouvi tua prece. Para dar-te uma filha digna de tua fé, moldei-a nos idéaes mais limpidos do paraiso, e animei-a com o meu proprio sorriso. Dá-lhe o nome de Juracy, que significa estrella dos labios; ella despertará sempre a alegria em todos e será no mundo o emblema da pureza" .
(Mantida a grafia original do romance)
Reprodução. Ilustração do livro Graciema, p. 330.
O livro de Armindo Martins – Lambari, cidade das Águas Virtuosas – teve duas edições: 1949 e 1971. Nessa última edição, o texto sobre A Lenda de Águas Virtuosas aparece ligeiramente alterado em relação à 1ª. edição.
Abaixo reproduzimos ambas as versões:
Versão da 1a. edição, 1949, p. 25.
Versão da 2a. edição, 1971, págs. 17 e 18.
A versão de João Carrozzo, bastante elaborada, apareceu em 1964, na 1a. edição do seu livro Lambari (Outrora: Cidade de Águas Virtuosas da Campanha), que teve mais duas edições: 1977 e 1985.
Ela também foi reproduzida em 1988 neste seu outro livro: História cronológica de Lambari.
A versão abaixo foi retirada do livro Lambari, 3a. edição, páginas 35 a 40:
Baseados em Francisco Lefort [1], vejamos os fatos históricos, alguns deles apropriados e deformados pela lenda:
Fonte: Ruas de Lambari, MILEO, 1970, págs. 36-37
Ilustração: Escudo do Águas Virtuosas, estampado em camisa do início dos anos 1990, com a estrelas do tri-campeonato.
A final do Campeonato da liga de São Lourenço de 1953 é uma dessas histórias que minha geração ouviu muitas e muitas vezes, sempre narrada com um misto de revolta e decepção, seja pelos atletas que dela participaram, seja pelos diretores do clube, seja pelos torcedores do Águas que assistiram à partida.
Contudo, não tínhamos nenhum registro — nem fotos, nem recortes de jornal, nem súmula, nem nada — que pudesse nos ajudar a reconstituir, não só as principais partidas do campeonato, mas sobretudo a partida final — a terceira de uma melhor de três — certamente a mais controvertida da história do Águas Virtuosas.
Pois bem, hoje vamos publicar uma resenha dessa partida, feita pelo professor do Ginásio Duque de Caxias Carlos Rodrigues Eufrázio. O professor acompanhava os jogos do Águas Virtuosas em 1953 e escrevia uma resenha que era semanalmente divulgada no jornal O ÁGUAS VIRTUOSAS, que circulou em Lambari naquele ano.
Os pontos principais desse relato foram confirmados por jogadores e torcedores, daquela triste tarde de domingo de 22 novembro de 1953, em Baependi.
Vamos lá.
Abaixo o escudo e a camisa do Esporte Clube São Lourenço.
Fonte: http://cacellain.com.br
Esporte Clube São Lourenço - Campeão da Liga Caxambuense de 1949. Fonte: Youtube
Na foto, entre outros: Perrela, Lauro, Jair, Rui, Casca, Pinellinho, Quezar, Eneas, Pinelle e Araújo.
O time do Águas Virtuosas vice-campeão
As fotos abaixo são do acervo da família de Eward Bacha (Vavá), e foram cedidas por Tuy Bacha.
Quinzinho, Val, Alair, Hélio Fernandes, Pinelli, Nicola, João André, Nenê, Vavá Bacha e Crisóstomo
Uma foto rara: Águas dos anos 1950, colorizada a mão. Em pé, entre outros: Crisóstomo, Hélio, Vavá Bacha, João André, Nicola, Gidão e professor Fernandes. Agachados: Pinellinho, Val, Alair, Nenê e Quinzinho.
Da esquerda para direita: entre outros: Quinzinho, Val, Alair, Hélio, Nenê, Gidão, João André, Crisóstomo (cabeça baixa) e Vaca
O Águas Virtuosas terminou em 1o. lugar o returno do Campeonato, e os goleiros Nicola, Capeta e Nambu receberam a seguinte avaliação, dada pelo comentarista prof. Carlos Eufrázio:
Na controvertida final, no entanto, Eli Capeta — que era um grande goleiro — foi muito criticado por sua má atuação. Mesmo hoje, aqueles que participaram do jogo — como Quinzinho e João André — ou os que assistiram à partida confirmam a crítica.
O prof. Carlos atribuiu ao goleiro nota zero, visto que, além de ter atuado muito mal, falhando em 3 gols e saindo em falso no quarto gol, na véspera da partida, o atleta teria participado de uma serenata e dormido às 4,30h da manhã.
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Como já dissemos, o professor do Ginásio Duque de Caxias Carlos Rodrigues Eufrázio acompanhou os jogos do Águas Virtuosas naquele ano de 1953 e escreveu uma resenha semanalmente divulgada no jornal O ÁGUAS VIRTUOSAS, que circulou em Lambari naquele ano.
A seguir, vão alguns pontos da resenha referida, que confirmamos com pessoas que ou participaram do jogo ou assistiram à partida:
Quanto ao mais, o Águas jogou muito mal, o Esporte jogou muito bem, o juiz teve ótima atuação, e, merecidamente, o Esporte venceu o jogo por 4 x 1 e levou o bi-campeonato.
Reprodução - Diário da Noite, 19, nov, 1953
Nas Minas Gerais, Lambari foi a primeira localidade onde se encontraram as águas minerais, ditas Águas Santas e depois Águas Virtuosas, como já vimos (aqui). Quando foram descobertas, eram conhecidas em todo território nacional apenas duas fontes hidrominerais: a fonte do Cipó, na Bahia, descoberta em 1730, e a fonte de Caldas Novas, em Goiás, descoberta em 1737. [3]
Encontradas as nascentes da ágoa virtuosa, em 1780, pouco depois, foi alterada a rota da estrada para o Rio de Janeiro, via Itamonte e Guaratinguetá (Caminho Velho), fazendo-a passar próxima ao manancial das águas, dando origem à Paragem da Ágoa Virtuosa. [1]
O surgimento das águas foi um “acontecimento de vulto”, “uma célebre descoberta”, que chamou a “atenção popular”, trazendo benefício para a região. [2] E deve ter “repercutido em toda a Comarca do Rio das Mortes [que tinha sede em São João Del Rey e jurisdicionava então o termo de Campanha] e em toda a Capitania de Minas Gerais, como um acontecimento de grande significação.” [3]
A partir daí, o pequeno grupamento de pessoas reunido em torno das fontes formou um povoado, depois uma vila, despertando, assim, o interesse dos poderes públicos de Vila da Campanha do Rio Verde (futura cidade de Campanha) que, em 1826, tomou as primeiras providências administrativas para proteção das fontes. A seguir, Águas Virtuosas passou, sucessivamente, à condição de freguesia, paróquia e distrito, até a criação do muncípio, em 1901.
Lambari foi conhecida por Águas Virtuosas de Campanha do Rio Verde, Águas Santas da Campanha e Águas Virtuosas da Campanha.
Em 1874, o Almanach Sul-Mineiro, editado por Bernardo Saturnino da Veiga [4], fez um breve relato sobre as condições do povoado, naqueles anos da década de 1870: situação geográfica, condições do lugar e das fontes, economia local, lista de autoridades, etc., quando então o lugar era conhecido por ÁGUAS VIRTUOSAS DA CAMPANHA.
É um documento importante, para conhecimento da história de nossa cidade. Veja a seguir.
Evolução administrativa de Águas Virtuosas do Lambary
Abaixo, vai um quadro-resumo da evolução administrativa de nossa cidade.
Confira:
Águas Virtuosas da Campanha, centro da vila - meados Século XIX
Águas Virtuosas da Campanha - Como era nos anos 1870