Página antológica de Werneck
Elaboradas com critério e bom gosto na escolha, as velhas antologias escolares, notadamente a de Eugênio Werneck e Carlos de Laet e Fausto Barreto, eram adotadas em todo o Brasil. (1)
A Antologia Brasileira, de Eugênio Werneck, cuja primeira edição foi publicada em 1900, como parte da comemoração pelo quarto centenário do Brasil, foi um dos livros didáticos para ensino de literatura brasileira mais populares de sua época, tendo atingido a 17a. edição em 1935 e a 22a. em 1942. Composta de duas partes, a primeira dedicada à prosa e a segunda à poesia, o livro pretendia introduzir à juventude brasileira trechos notáveis das obras dos mais importantes autores brasileiros, dos tempos coloniais ao fim do século XIX, sobre os mais diversos assuntos e sob as mais diversas formas literárias. Cada excerto vem precedido de uma nota biobibliográfica sobre o autor. (2)
Dessa obra de Eugênio Werneck consta o texto intitulado A derribada, correspondente ao capítulo XLII de Graciema. A propósito disso, diz Nélson de Werneck Sodré, na pág. 7 do primeiro volume de suas memórias de escritor (3) , que
(...) aqui interessa justamente aquela atividade de Américo Werneck que ficou esquecida: a de escritor. Esse esquecimento é injusto, sob alguns aspectos: na obra de Américo Werneck, variada e relativamente extensa, há coisas que mereciam ser guardadas. Uma só de suas páginas, entretanto, foi salva do esquecimento: na antologia da língua portuguesa organizada pelo Prof. Eugênio Werneck, e que rivaliza, ainda hoje, com aquela organizada por Carlos de Laet e Fausto Barreto, na preferência dos mestres do ensino médio — figura trecho do romance Graciema, de Américo Werneck, descrevendo a derrubada. É, realmente, aquilo que se convencionou conhecer como página antológica (...)
Eis o trecho antológico, extraído da obra de Eugênio Werneck (4):
Referências:
Ilustração de abertura: estampa de Juracy, personagem do livro Graciema, extraída do volume 2 desse romance
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