Ilustração: Inscrição sobre a tampa do túmulo de Basílio de Magalhães. Cemitério Municipal de Lambari, MG.
Sobre Basílio de Magalhães (1º/06/1874 - 14/12/1957), o grande jornalista, escritor e historiador, autor de vasta obra de literatura, folclore, política, história, que morou em Lambari nos últimos anos de sua vida, já escrevemos os seguintes posts:
Hoje vamos comentar alguns aspectos de sua passagem por nossa cidade, nos anos 1940/50, e seu falecimento e sepultamento aqui ocorrido em 1957.
Vamos lá.
Basílio de Magalhães em Lambari
Como sabemos, Basílio de Magalhães, durante muitos anos, fez estações de águas em Lambari, depois passou a residir entre nós, numa modesta casa no centro da cidade. E aqui viveu o resto de seus dias, tendo sido também enterrado nesta estância hidromineral.
No discurso que pronunciou por ocasião de seu sepultamento, o médico José Benedito Rodrigues assim se expressou [1]:
Quando chegava a época de vir para cá, portava-se como estudante interno às vésperas das das férias de Natal. Aqui conviveu por alguns anos, fazendo grandes amizades. Com seu boné cinza metido quase até às orelhas e óculos quase pregados às páginas do Estado de São Paulo, era assim que quase sempre o víamos na Farmácia do Mário Santoro, ou com este palestrando, e, nos últimos anos, estendido em sua cadeira no alpendre de sua casa, aprofundado em leituras ou divagações filosóficas.
Vista da Rua São Paulo, onde residia, na casa n° 217, Basílio de Magalhães. Lambari, MG, 1955. Reprodução. Frame do filme sobre o Congresso Eucarístico
Porta da farmácia São José, que pertenceu a Mário Santoro, onde Basílio de Magalhães palestrava
Após sua morte, sua casa em Lambari foi posta à venda. Reprodução. Jornal do Comércio, Edição de 25, agosto, 1959
Comentário postado no Facebook do site GUIMAGUINHAS, relativamente ao post Basílio de Magalhães - um grande "causeur".
O farmacêutico Mário (Santoro) e a professora Maria Rita (Lisboa Pereira Santoro) eram vizinhos de Basílio de Magalhães, e sua sobrinha Delmira foi criada pela casal.
Registramos cenas de sua passagem entre nós nestes posts:
O jazigo de Basílio de Magalhães em Lambari
Basílio de Magalhães faleceu longe de seus familiares e foi assistido pelos poucos — mas grandes amigos que conquistou. Foi enterrado no Cemitério Municipal de Lambari, em cumprimento da vontade que externara. No ato do sepultamento, orou seu médico e admirador, Dr. José Benedito Rodrigues, que assim concluiu sua fala:
Antes de se lhe extinguir a vida, entrou em estado de coma (...) pela madrugada, faleceu da maneira mais modesta possível, cercado de poucos amigos. Seu sepultamento foi comum, sendo que, à beira da sepultura quatro vozes entrecortadas de emoção se fizeram ouvir, escoltando sua trajetória cultural e científica, lastimando, como homens cultos, o desaparecimento de uma figura de alta linhagem intelectual de Basílio de Magalhães. [2]
Jazigo de Basílio de Magalhães, que foi revestido por pedras trazidas de S. João Del Rey, onde nascera. Reprodução. Fonte: Carrozzo, 1985 [2]
Túmulo de Basílio de Magalhães - Lambari, MG - Junho/2019