Ilustração: Recorte. Aplicação de vacina antivariólica no Instituto Vacinogênio de São Paulo. Reprodução. Fonte: Museu de Saúde Pública Emílio Ribas. Apud Teixeira & Almeida, 2004.
Informa José Nicolau Miléo [1] que
Pois bem, posto isso, vamos conhecer melhor o episódio.
Segundo a Wikipedia:
A vacina antivariólica foi a primeira vacina desenvolvida com sucesso, tendo sido introduzida por Edward Jenner em 1796. O desenvolvimento da técnica resultou da observação feita por Jenner que as mulheres que vendiam leite de vaca não eram atacadas pela varíola desde que tivessem sido anteriormente infectadas pela varíola bovina, o que mostrava que a a inoculação com varíola bovina, bem mais benigna, protegia contra a varíola. A palavra "vacina" é derivada de Variolae vaccinae, a varíola dos bovinos, o termo cunhado por Jenner para designar a varíola bovina e usado no título da sua obra An enquiry into the causes and effects of Variolae vaccinae, known by the name of cow pox.A vacina era inoculada com recurso a uma agulha bifurcada.
Administração da vacina antivariólica (note a utilização da agulha bifurcada). Reprodução. Wikipedia
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Vacina_contra_a_var%C3%ADola
O INSTITUTO VACÍNICO DO IMPÉRIO
O site MAPA - Memória da Administração Pública Brasileira, traz as seguintes informações sobre o Instituto Vacínico do Império:
Criado pelo decreto n. 464, de 17 de agosto de 1846, o Instituto Vacínico do Império tinha por atribuição o estudo, a prática, o melhoramento e propagação da vacina.
A varíola constituiu-se uma das maiores preocupações sanitárias desde o período colonial, acometendo de forma endêmica e epidêmica diversas regiões do Brasil. Mas foi a partir da vinda da Corte para o país em 1808 que se verificou a adoção de medidas que procuraram melhorar o quadro sanitário da colônia, como a difusão da vacinação, até então feita por particulares. Em 1811 foi criada a Junta Vacínica da Corte sob a inspeção do físico-mor e do intendente-geral de Polícia da Corte, ficando responsável pela vacinação jenneriana na cidade do Rio de Janeiro e pelo fornecimento da linfa vacínica para as províncias.
A Independência brasileira promoveu um rearranjo político-institucional que teve início com a Constituição de 1824 e que alterou o papel das câmaras municipais. A lei de 30 de agosto de 1828 aboliu os lugares de físico-mor, cirurgião-mor e provedor-mor do Império, passando às câmaras e à justiça ordinária suas atribuições, determinação que foi complementada pela lei de 1º de outubro de 1828, mais conhecida como Regimento das Câmaras Municipais. Com isso as cidades e vilas ficavam responsáveis, dentre outras, pelas questões relativas à saúde pública, o que incluía a difusão da vacina (BRASIL. Lei de 1º de outubro de 1828, art. 69).
Fonte: Instituto Vacínico do Império - http://mapa.an.gov.br/index.php/menu-de-categorias-2/366-instituto-vacinico-do-imperio
Diz o Decreto nº 464, de 17 de Agosto de 1846, que regulamentou o "Instituto Vaccinico do Imperio" e mandou executá-lo:
REGULAMENTO, A QUE SE REFERE O DECRETO DESTA DATA, REFORMANDO O INSTITUTO VACCINICO DA CORTE, E GENERALISANDO-O A TODO O IMPERIO
CAPITULO I
Do Instituto Vaccinico do Imperio
Art. 1º Haverá no Imperio hum Instituto Vaccinico, que será composto:
1º De hum Inspector Geral.
2º De huma Junta Vaccinica na Capital do Imperio, a qual será presidida pelo Inspector Geral, e terá quatro Vaccinadores effectivos, dous supranumerarios, e hum Secretario; havendo tambem hum Porteiro, que ao mesmo tempo servirá de Continuo.
3º De hum Commissario Vaccinador Provincial na Capital de cada Provincia.
4º De hum Commissario Vaccinador Municipal em cada Municipio.
5º De Commissarios Vaccinadores Parochiaes em todas as Povoações, onde haja pessoas com as necessarias habilitações, que se prestem a desempenhar esse Emprego.
Art. 2º O fim do Instituto Vaccinico do Imperio he o estudo, pratica, melhoramento, e propagação da Vaccina.
Art. 3º Os lugares de Inspector Geral, Membros da Junta Vaccinica da Côrte, e Commissarios Vaccinadores Provinciaes, só poderão ser exercidos por Medicos, ou Cirurgiões legalmente habilitados para curar, com Diplomas das Escolas de Medicina do Imperio, ou das antigas Academias Medico-Cirurgicas. Estes Empregados, bem como o Secretario da Junta Vaccinica da Côrte, serão nomeados por Decreto Imperial; o Porteiro sel-o-ha por Portaria do Ministro e Secretario d'Estado dos Negocios do Imperio; e todos elles vencerão os ordenados constantes da Tabella annexa.
(Mantida a grafia da época)
A APLICAÇÃO DA VACINA EM ÁGUAS VIRTUOSAS
Em julho de 1872, Antônio Joaquim do Nascimento, Comissário Vacinador da Paróquia de Águas Virtuosas, recebeu do Comissário Vacinador Provincial, Dr. Domingos Eugênio Moreira, o regulamento das obrigações inerentes aos comissários vacinadores a fim de coadjuvar na sua parte ao importante trabalho muito em atraso na província (grafia atualizada).
Desse regulamento, constava, por exemplo, a seguinte instrução:
Instruções sobre a vacinação enviadas ao vacinador paroquial. Reprodução. Fonte: MILEO, 1970, p. 101
TRANSCRIÇÃO DO TEXTO ACIMA Indicação para o uso das lâminas de vacina Para se inocular linfa vacínica, já dissecada, das lâminas de vidro, basta abri-la com uma faca, lançar sobre cada uma, uma tênue gota d'água a fim de dissolver com a mesma agulha de vacinar ou qualquer lanceta ou canivetinho que não tenha servido para qualquer operação cirúrgica, condição esta a que se deve muito atender a vacina seca, e proceder imediatamente a inoculação, levando para isso na ponta do instrumento suficiente quantidade do líquido obtido pela dissolução da vacina seca, e fazendo-a penetrar sob a pele sem que excite efusão de sangue. Se extrai a linfa vacínica no 7o. ou 8o. dia depois da vacinação de uma pessoa sã, essa linfa se apresenta como uma gota de lágrima na pústula do que se levantar película com a ponta da lanceta, guardando-se a linfa entre duas lâminas de vidro, quando porém ela aparecer como leitosa e grossa, já não serve, por se ter transformado em pus, o que acontece depois de oito dias. (Com grafia atualizada e pontuação original) |
Reprodução. Fonte: Os primórdios da vacina antivariólica em São Paulo: uma história pouco conhecida. Luiz Antonio Teixeira e Marta de Almeida
- [1] MILEO, José Nicolau. Subsídios para a história de Lambari. Guaratinguetá, SP, Graficávila, 1970, p. 99/100
-TEIXEIRA, Luiz Antonio; ALMEIDA, Marta de. Os primórdios da vacina antivariólica em São Paulo: uma história pouco conhecida, 2004. https://www.scielo.br/j/hcsm/a/63pwhBVBZMDRdwKX3SWrRYb/?lang=pt
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Vacina_contra_a_var%C3%ADola
- O Instituto Vacínico do Império - http://mapa.an.gov.br/index.php/menu-de-categorias-2/366-instituto-vacinico-do-imperio
- Decreto nº 464, de 17 de Agosto de 1846 - Manda executar o Regulamento do Instituto Vaccinico do Imperio (sic) - aqui
Ilustração: Logo da série MARCOS HISTÓRICOS DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI
Nesta série MARCOS HISTÓRICOS DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI, vimos listando marcos fundamentais da história de nossa cidade.
Confira a seguir.
APRESENTAÇÃO
Neste número 7 da série MARCOS HISTÓRICOS DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI, veremos o arrendamento da estância de Águas Virtuosas por Américo Werneck, em 1912, a rescisão do contrato no ano seguinte, a longa disputa judicial entre Werneck e o Governo de Minas Gerais (Questão Minas x Werneck), que durou quase 10 anos, e, por fim, o abandono da estância durante o período em que transcorria a demanda judicial.
Confira a seguir.
Ilustração: Logo da série MARCOS HISTÓRICOS DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI
Nesta série MARCOS HISTÓRICOS DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI, vimos listando marcos fundamentais da história de nossa cidade.
Confira a seguir.
APRESENTAÇÃO
Neste número 6 da série MARCOS HISTÓRICOS DE ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI, veremos a criação do nosso município (1901), a captação e separação das nossas fontes de água mineral (1905/06), e a Era Werneck (1909/11) — as obras de Américo Werneck, consideradas as fundadoras de nossa cidade (Cassino, Lago, Farol, etc.)
Confira a seguir.
MARTINS, Armindo. Lambari – Cidade das Águas Virtuosas, 1949.
MILEO, José N. Ruas de Lambari. 1970.
MILEO, José N. A água mineral de Lambari. 1968
MILEO, José N. Subsídios para a história de Lambari. 1970.
CARROZZO, João. Lambari - Outrora "Cidade de Águas Virtuosas da Campanha". 3a. edição, 1985.
CARROZZO, João. História Cronológica de Lambari. 1988.
BARBOSA, RUI. Obras Completas. [Questão Minas x Werneck.] Volume XLV 1918 – Tomo IV e V. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1980.
Ilustração: Ilha dos Amores, no Lago Guanabara, em Lambari, MG. Postal colorizado. Reprodução. Museu Américo Werneck
O escritor, historiador, poeta e político BASÍLIO DE MAGALHÃES, que durante anos frequentou Lambari e aqui foi enterrado, de quem muito já falamos nesta série (aqui), em 1937 mandou um cartão postal da nossa Ilha dos Amores ao poeta e deputado PRADO KELLY (aqui), que se encontrava adoecido e se tratando em Petrópolis, convidando-o a convalescer em Lambari, — cuja Ilha dos Amores é um atrativo para os poetas, escreveu Magalhães.
Basílio de Magalhães
Em resposta, Prado Kelly enviou-lhe um poema, que foi publicado no Semanário Hidrópolis, que circulava em Lambari, por aquela época.
Confira a seguir.
Prado Kelly. Reprodução. Wikipedia
Capa de livros de Prado Kelly (1904-1986) - advogado, jurista, poeta, jornalista e magistrado brasileiro. Foi Ministro da Justiça (1955) e Ministro do STF (1965-1968)
CAMÕES E O MITO DA ILHA DOS AMORES
Diz a Infopedia (Dicionários Porto Editora):
O mito da Ilha dos Amores é contado por Luís de Camões, nos Cantos IX e X d'Os Lusíadas. Nestes cantos, é relatada a vontade da deusa Vênus em premiar os heróis lusitanos, com um merecido descanso e com prazeres divinos, numa ilha paradisíaca, no meio do oceano, a Ilha dos Amores.
Nessa ilha maravilhosa, os marinheiros portugueses podiam encontrar todas as delícias da Natureza e as sedutoras Nereidas, divindades das águas, irmãs de Tétis, com quem se podiam alegrar em jogos amorosos.
Fonte: https://www.infopedia.pt/$a-ilha-dos-amores
O Canto Nono d' Os Lusíadas, conhecido por Ilha dos Amores ou Ilha de Vênus (Deusa do Amor e da beleza). Ilustração. Reprodução. Edição Bibliex, 1980
Esse mito narrado por Luís de Camões n' Os Lusíadas inspirou o nome de diversas ilhas em toda parte, inclusive o da nossa ilha do Lago Guanabara, em Lambari.
É a esse mito que referiu Basílio de Magalhães, — que era poeta e político — ao convidar o também político e poeta Prado Kelly a ali se restabelecer, mencionando o mito e citando outro trecho do Canto Nove d' Os Lusíadas:
E como se verá abaixo, Kelly insere no poema a temática e as passagens d' Os Lusíadas citados por Magalhães.
A ILHA DOS AMORES DO LAGO DE LAMBARI
Abaixo, vão alguns postais colorizados da Ilha dos Amores, no Lago Guanabara, que, ao tempo de Basílio de Magalhães em Lambari (anos 1930/50), parecia mesmo a ilha maravilhosa ("ínsula divina") preparada por Vênus para os nautas portugueses, como narra Camões (Canto IX, 21):
Isto bem resolvido, determina
De ter-lhe aparelhada, lá no meio
Das águas, algüa ínsula divina
Ornada d'esmaltado e verde arreio
Ilha dos Amores. Lago Guanabara. Lambari, MG. Postais colorizados. Reprodução
Eis o poema-resposta enviado por Prado Kelly a Basílio de Magalhães, extraído do livro de Carrozzo [1]:
Reprodução. Carrozzo [1]
OS LUSÍADAS é a maior obra épica de Portugual, a primeira epopeia portuguesa publicada em versão impressa. Provavelmente iniciada em 1556 e concluída em 1571, foi publicada em Lisboa em 1572.
Capa. Os Lusíadas. Luís de Camões. Comentado por Augusto Epifhanio da Silva Dias. Reprodução.
Capa. Os Lusíadas. Luís de Camões. Primeira edição, 1572
— [1] CARROZZO, João. Lambari - Outrora "Cidade de Águas Virtuosas da Campanha". Piracicaba, SP : Shekinah Editora, 3a. edição, 1985, p. 121
— Museu Américo Werneck
— Facebook/Lambari/fotos e textos
— Luís de Camões. Os Lusíadas [Edição comentada]. Rio de Janeiro, Bibliex, 1980
— https://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Lus%C3%ADadas
— https://pt.wikipedia.org/wiki/Prado_Kelly
— http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/dicionarios/verbete-biografico/jose-eduardo-do-prado-kelly
Ilustração: Casa do Rosario, de Rosario Mileo. Lambari, MG, 1934. Reprodução colorizada. Museu Américo Werneck
Nesta Série Antigos estabelecimentos de Aguinhas, estamos apresentando pequeno histórico, ilustrado com fotos oriundas do Museu Américo Werneck e colorizadas por computador, de antigos estabelecimentos comerciais de nossa cidade.
No primeiro número (veja aqui), introduzimos o tema, apresentamos uma lista de primitivos comerciantes e belíssimas fotos colorizadas de A Primavera, estabelecimento de Francisco de Castro Filho.
Neste número 2 da série, falaremos da Casa do Rosario, de Rosario Mileo.
Vamos lá.
A RUA DOS ITALIANOS, em LAMBARI
E a história de Mileos, Violas, Grandinettis, já de origens muito próximas, misturou-se ainda mais ao vozerio, às comidas, às profissões, às artes de Lorenzos, Biasos, Raimundis. E novos laços familiares se formaram: MILEO e VIOLA. VIOLA e LORENZO. MILEO e RAIMUNDI. GRANDINETTI e VIOLA. BIASO e MILEO.
Mas não foram só italianos que fizeram essa rua famosa: espanhóis, alemães, portugueses (Castilho, Pinto, Silva, Cruz, Sá e Silva, Krauss) também ali residiram, aproximando culturas e originando diferentes núcleos familiares: SANTORO e KRAUSS, SANTORO e PINTO, BIASO e PINTO, GRANDINETTI e CRUZ.
GUIMAGUINHAS. Post: Origem da Rua dos Italianos (aqui)
Miguel de Lorenzo, casado com Vicenza Mileo, e os irmãos desta: Rosário Mileo e Egídio Mileo, estão entre os primeiros imigrantes italianos chegados de Latronico para Águas Virtuosas de Lambari, isso em outubro de 1882.
Logo após, vieram Francisco Grandinetti, Egídio Giacóia e Vicente de Lorenzo.
Com Rosário Mileo vieram seus irmãos: Egídio, Tereza, Madalena, e Vicência, esta casada com Miguel de Lorenzo.
Madalena Mileo se consorciaria com Emmanuel Viola (conhecido por Manoel Viola), conforme conta Paulo Roberto Viola (VIOLA, 2002, p. 75),
(...) [Emmanuel Viola] deixou a Itália e foi para Águas Virtuosas, a convite do tio Rosário Mileo (casado com a tia Philomena)... [Rosário] trabalhava na Estrada de Ferro* e se empenhou para que tio Manoel viesse embora para o Brasil, e, depois que ele veio, os outros irmãos acabaram vindo, um a um.
(*) A construção dos ramais da estrada de ferro no Sul de Minas, no final do Séc. XIX/início Séc. XX, atraiu muitos imigrantes.
Manoel Viola casou-se com Madalena Mileo, com quem teve os seguintes filhos: Amedeo, Paulo, Egidio, Pepo, Rêmulo (Remo), Margarida, Anita, Romeu, Hermínio, Arquimedes, Emanuela e Helena.
Rosario e Philomena
Rosário Miléo foi casado com Philomena Peluse Mileo, de cuja união nasceram: Lúcia, Helena, Genaro, Egídia (Nena), Egídio, Vicente e José Nicolau.
Esse último — José Nicolau Mileo — se tornou o mais importante memorialista de Águas Virtuosas de Lambari.
José Nicolau Mileo — médico, pesquisador e estudioso das águas minerais, escreveu obras sobre a história de nossa cidade e as propriedades da água mineral de Lambari. (aqui).
Na verdade, José Nicolau Mileo juntou mais de 200 documentos sobre as Águas Virtuosas. Ouviu testemunhos de conhecidos, amigos e parentes, mergulhou em pesquisas, reuniu depoimentos, enfim, dedicou-se, com empenho invulgar, à verdade histórica da cidade.
VIOLA, Paulo Roberto. Lambari, como eu gosto de você!, 2002
Suas obras principais sobre Lambari:
MILEO, José N. Ruas de Lambari. Guaratinguetá, SP : Gráfica Vila, 1ª. edição, 1970. - MILEO, José N. A água mineral de Lambari. Cruzeiro, SP : Ed. Liberdade, 3a. ed., 1968 - MILEO, José N. Subsídios para a história de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1a. edição, 1970.
AVENIDA DR. JOSÉ NICOLAU MILEO
A lei municipal n. 695, de 12 de julho de 1983, diz em seu art. 1º:
O trecho do antigo leito da estrada de ferro, com início na Rua Francisco de Castro Filho e término na Avenida Getúlio Vargas, conhecida por "Avenida do Contorno", passa a denominar "AVENIDA DR. JOSÉ NICOLAU MILEO".
Fotos da família Mileo:
Rosário Mileo (em pé, à direita), a esposa Filomena (sentada) e familiares. Da esquerda para direita, os filhos do casal: Egídio, José Nicolau, Vicente e Egídia (Nena) — esta tendo ao seu lado o esposo Amedeo Viola. Reprodução colorizada. Museu Américo Werneck
Filhos de Rosario Mileo: José Nicolau (de colete) e sua mulher Nair, ao lado de Egídio Mileo. Reprodução. Museu Américo Werneck
A CASA DO ROSARIO, de Rosario Mileo, vendia tecidos, armarinhos, chapéus, louças, ferragens, tintas, óleos, molhados e mantimentos. E era também um depósito de cal e cimento.
Veja a seguir:
Reprodução. Almanak Laemmert, 1915 (bn.digital.gov.br)
Reprodução. Almanak Laemmert, 1917 (bn.digital.gov.br)
Propaganda. Reprodução. Capri, 1918
A Casa do Rosário, no centro de Águas Virtuosas. Em 1934. Ao lado, vê-se uma bomba de gasolina e antigos carros sendo abastecidos. Reprodução. Original colorizada. Fonte: Museu Américo Werneck
Vista do interior da Casa do Rosario, com caixeiros postados e mercadorias expostas à venda. Anos 1930. Reprodução colorizada. Museu Américo Werneck
Uma amazona estilosa, tendo ao fundo a Casa do Rosario. Anos 1930. Reprodução. Acervo família Mileo
Clientes olhando a vitrine da Casa do Rosario. Reprodução. Acervo família Mileo
EGÍDIO MILEO, filho de Rosario Mileo, casou-se com ANNA DE ALMEIDA PINTO, conhecida por Anita, e tiveram os seguintes filhos: Maria da Conceição, Martha, Egídio, Maria do Rosário, Heloísa, Gilberto, Tereza Maria, Beatriz, Ana Maria e Maria Bernardete.
Egídio trabalhou na Casa do Rosario, foi auxiliar de contabilidade e manteve um bar/confeitaria no centro da cidade, na atual Rua Tiradentes.
Em casa, Dona Anita diariamente preparava pensão completa para 21 famílias, e confeccionava diversos produtos vendidos no estabelecimento do marido: biscoitos, bolos e doces: broa de fubá, rosca seca, rosca recheada com chocolocate, fatia de amendoim, suspiro, rocambole... Até hoje são conhecidos os famosos doces de D. Anita, cujo segredo algumas de suas filhas preservaram: a fita de coco e o bom-bocado.
A profusão do nome Egídio entre os italianos imigrantes de Latronico deve-se ao fato de o protetor daquela cidade ser Santo Egídio. De fato, só entre os Mileo, temos Egídio (irmão de de Rosario), Egídio (filho de Rosario), Egídio (neto de Rosario e filho de seu filho Egídio Mileo) Santo Egídio Abade. Protetor de Latronico. Fonte: André Gesualdi Confira: aqui |
Algumas fotos da família:
Anna Pinto Mileo, tratada por Anita, e seu marido Egídio Mileo. Reprodução. Acervo família Mileo
Egídio Mileo no Parque Novo, tendo ao fundo o Cassino de Lambari. Reprodução. Acervo família Mile
Egídio Mileo, tendo ao fundo o Lago Guanabara
Egídio e Anna e seus filhos: Gilberto, Bernardete e Ana Maria. Reprodução. Acervo família Mileo
D. Anita, ao lado de Gidinho e Nancy. Embaixo: Bernardete e Ana Maria
Colégio São Miguel, em Passo Quatro, onde estudou Gilberto Mileo... A linha do trem para Lambari passava defronte ao colégio
Gilberto no time do colégio São Miguel
Aniversário de Anna Mileo, ao lado dos filhos. Da esquerda para a direita, em pé: Maria do Rosário, Maria Bernardete, Tereza Maria, Martha, Heloísa, Beatriz. Sentados: Egídio, Anna e Maria da Conceição. Reprodução. Acervo família Mileo
No início dos anos 1900, o automóvel era novidade em todo o mundo. No Brasil, por aquela época, eles começaram a chegar timidamente. A partir de 1910, com o Ford T — o carro barato e popular lançado pela Ford norte-americana — a classe média passou a ter acesso a novo meio de transporte. Nos anos 1920, o modelo "T" foi substituído pelo "A". Depois vieram carros europeus, como o Citroën Traction Avant (anos 30).
Em Águas Virtuosas de Lambari, em 1930, os irmãos Biaso montaram um posto de gasolina e uma concessionário de veículos Chevrolet.
Confira:
Em Águas Virtuosas, em 1930, a família Biaso possuía uma agência de carros da Chevrolet (ver aqui) Reprodução colorizada. Acervo Museu Américo Werneck
Por essa época, Egídio Mileo já circulava com o seu automóvel — provavelmente um modelo Chevrolet da agência de Annunciato Biaso & Irmãos, de Lambari, MG.
Egídio Mileo no seu automóvel, ao lado de um jovem da família. Reprodução. Acervo Museu Américo Werneck
Nas primeiras décadas dos anos 1900, a escrituração de livros, registros de contabilidade empresas, comércio, etc., era geralmente feita por práticos de contabilidade.
Em 1931, com o Decreto n. 20.158, de 30 de junho, que organizou o ensino comercial e regulamentou a profissão de contador, surgiram os cursos guarda-livros, atuário e de perito-contador, entre outros. O art. 55 desse decreto autorizou aos guarda-livros práticos a prestarem um exame de habilitação para exercerem a profissão.
Em 1935, havia em Água Vituosas de Lambari os seguintes guarda-livros habilitados:
Reprodução. Almanak Laemmert, 1935 (bn.digital.gov.br)
Nos anos 1930, a escrituração comercial da Casa do Rosario era feita por Egídio Mileo, filho do proprietário.
Egídio fazia também a escrituração de A Primavera (de Amedeu Viola).
O sr. Carlos Landoes — contabilista formado responsável pela contabilidade dessas empresas — sempre elogiava o trabalho de Egídio, dizendo ser ela perfeita, do ponto de vista técnico.
Meus netos LEONARDO e RAFAEL são filhos de ANTÔNIO CARLOS GUIMARÃES JÚNIOR e FLAVIA MILEO MOREIRA GUIMARÃES, sendo descendentes, por parte da mãe, de ROSARIO MILEO.
São netos de Beatriz Mileo, bisnetos de Egídio Mileo e tetranetos de Rosario Mileo.
E desse modo, mantiveram o sobrenome italiano da família, assinando: Leonardo Mileo Moreira Krauss Guimarães e Rafael Mileo Moreira Krauss Guimarães.
LEONARDO E RAFAEL e seus pais: Flávia Mileo e Antônio Jr., em Brasília (2021)
Os gêmeos RAFAEL e LEONARDO, descendentes de ROSARIO MILEO
Nome e sobrenome: O Código Civil Brasileiro, art. 16, diz: Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendido o prenome e o sobrenome.
Desse modo, o nome compõe-se de duas partes: prenome (um ou mais nomes próprios) e sobrenome ou patronímico.
Nome: Antropônimo que se dá a uma pessoa recém-nascida e que constitui um dos elementos fundamentais de sua individualização (também pode ter componentes); nome de batismo; antenome, prenome: O nome dele é Murilo. Meu nome é João Pedro.
Sobrenome: Nome que vem após o nome de batismo e é partilhado por todos os membros de uma mesma família.
Patronímico: Relativo a pai, especialmente em se tratando de nomes de família.
Fonte: Dicionário Michaelis Eletrônico