Foto de abertura: Equipe do Projeto Filhote - Campeonato interno - 1986 - Estádio do Águas Virtuosas
“Difundir maior número de modalidades esportivas em Lambari, ocupando o tempo ocioso de crianças, jovens e adultos, através de atividades físicas, propiciando a busca pelo bem estar físico, mental e social”
(OBJETIVO DO "PROJETO FILHOTE")
Desenvolvido em Lambari, no período de 1986 e 1991, o PROJETO FILHOTE marcou positivamente uma geração de meninas, meninos, jovens, pais e professores, que ainda hoje comentam aqueles dias saudosos. Eu sou um desses pais, pois tive três meninos que participaram do projeto.
Vamos, pois, recordar aqueles anos inesquecíveis...
O PROJETO FILHOTE nasceu de uma proposta de Márcio Krauss, professor de Educação Física e goleiro tetracampeão pelo time do Águas Virtuosas (aqui), objetivando a implantação de diversas modalidades esportivas e físicas em nosso município, durante a gestão do prefeito Marcílio Botti e do diretor de Esportes, Lazer e Turismo Aroldo Gonçalves.
O objetivo do projeto era:
Difundir maior número de modalidades esportivas em Lambari, ocupando o tempo ocioso de crianças, jovens e adultos, através de atividades físicas, propiciando a busca pelo bem estar físico, mental e social
Aprovada a proposta, a partir de fevereiro de 1986 deu-se início à divulgação do projeto e às inscrições dos interessados, tendo havido a adesão de cerca de 400 participantes, na faixa de 6 a 17 anos, para a prática de 11 modalidades esportivas, com turmas assim divididas:
Instalações físicas e equipamentos
A base do PROJETO FILHOTE foi a Praça de Esportes Branca Bessone, tendo sido utilizadas também instalações do Cassino do Lago, da Piscina de Água Mineral, do Estádio do Águas Virtuosas e do Parque Wenceslau Braz.
Para desenvolvimento das atividades, foram implantados:
Durante o Projeto, foram oferecidas aulas semanais das seguintes modalidades:
Naquele período, diversos eventos esportivos foram realizados em Lambari, e bem assim houve a participação de atletas do PROJETO FILHOTE em competições ocorridas na região. Entre os principais estão:
Márcio Krauss orienta a turma de ginástica adulto feminino - Cassino do Lago (1º andar)
Turma de Ginástica artística - Cassino do Lago - 1986. Na foto, entre outras, Elisangela Guimarães, Audrei, Fabíola, Marina Dias, Lília Silva, Paula Viola, Cristiane, Michele Haikal, Paula e Graziela.
Equipe de Ginástica Artística - São Lourenço MG - 1989 - Entre outros: Elisangela Andrade, Michele Pestilhe, Rosana Ramos (três últimas da fila), e Luciano Lofiego (primeiro da fila )
Manhã de Lazer- 1986 - Praça de Esportes Branca Bessone
Turma de natação - Piscina de Água Mineral - 1986. Na foto, esquerda para direita, em cima, entre outros: José Carlos Grieco, Haroldo Gonçalves, Silvia Viola, Marcílio Botti, Ângêlo de Paula, Anderson Gregatti, Nando Mileo, Márcio Krauss. Em baixo: Marina Dias, Luizinho Fernandes, Márcio Plínio, Viviane Cruz. Agachados, entre outros: Mirza Haikal, Cristiane Astério, Flávia Mileo, Aline, Paula Viola e Elisangela Guimarães.
Projeto Filhote - Equipe de Natação- Competição de Natação - Itanhandu MG- julho- 1989 - Da esquerda para direita, entre outros: Márcio Krauss, Vilson, Beto Biaso, Marcel Monte, Alexandre Gregatti, Breno, Raquel Mota, Ive. Em baixo, entre outros: Márcio Plínio, Rodrigo Plínio, Ricardo Leite.
Aulas de musculação – Praça de Esportes Branca Bessone- fev- 88 - 1ª foto - Lília Teixeira, 2ª foto - Débora Teixeira e 3ª foto - Lília Teixeira
Exame de Faixa de Judô – 1989 – Cassino do Lago (Salão Nobre)
Competição Escolar de Ginástica Aeróbica – 1987 – Praça de Esportes Branca Bessone
Projeto Filhote – Campeonato Interno de Futebol de Campo- 1986 – Estádio do Águas Virtuosas F. C. - Com participação de cerca de 100 meninos. Na foto, entre outros: André Venturato, Régis Bolero, Sandro Castro, Alessandro Grieco, Benjamin Veronese, Ângelo de Paula, Guiminha, Miguel Pestilhe, Duda Tucci, Luiz Petrocelli, Carlo Emílio, Zezinho e André.
Futebol - Branca Bessone - 1986. Na foto, entre outros: Guiminha, Vilson, Eduardo Peres.
Maratona em Lambari - final dos anos 1980
(*) Se você, caro(a) visitante, tiver notícias, informações, casos e fotos dessa época, ou quiser fazer alguma correção ou complementação ao texto aqui publicado, entre em contato conosco neste e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com
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Também nos divertíamos muito, lembrando ditos, expressões e
trovas populares, além de colecionar palavras em desuso na
língua, catadas tanto aos clássicos como aos matutos do
Sul de Minas Gerais.
(Do livro inédito : Pai Véio, um contador de histórias, de Antônio Lobo Guimarães)
Pelo que respeita à linguagem, tanto culta, como familiar ou popular,
é lá [em Minas Gerais] que me parece estar a feição primitiva.
(Gladstone C. de Melo, linguista e professor, de Campanha, MG,no livro A língua do Brasil)
Fraseologia Brasileira
"Não foi grande a minha tarefa. Mestre João Ribeiro quase nada deixou para os que viessem após ele".
(Palavras reverentes sobre o livro FRASES FEITAS, de JOÃO RIBEIRO, anotadas por ANTENOR NASCENES no prefácio do seu precioso TESOURO DA FRASEOLOGIA BRASILEIRA.)
Neste número 6 da Série VOCABULÁRIO DE AGUINHAS, prestamos homenagem a dois dos mais importantes mestres da língua: os escritores, gramáticos e dicionaristas — João Ribeiro e Antenor Nascentes.
Duas obras desses autores são inspiradoras deste modesto VOCABULÁRIO DE AGUINHAS, quais sejam:
Frases Feitas está disponível no site da Academia Brasileira de Letras, neste link: aqui
Abaixo vai o número 6 da série VOCABULÁRIO DE AGUINHAS.
Confira.
Faniquito: Ataque de nervos sem importância nem gravidade; xilique.
Farejar: Procurar, esquadrinhar, descobrir.
Farronca: Entidade fantástica que amedronta as crianças. Bicho-papão, cuca.
Fazer vista grossa: Omitir-se; fazer que não viu.
Feijão-pagão: Feijão cozido, mas não socado, que se usa para preparar o feijão tropeiro.
Ficar de butuca: Ficar de olho, vigiar.
Fiote-de-cruz-credo: Pessoa feia, desajeitada.
Féria: Apuração da venda do dia no estabelecimento comercial.
Festão: Ramalhete de flores e folhagens.
Fifó: Fofoqueira de língua venenosa, intrigante.
Finco: Jogo de finco, ou de faquinha, em que se vai lançando, sem errar, os fincos (ou faquinhas) e traçando linhas no chão.
Forreca: Caminhonete velha e estragada.
Fuá: Barulho; confusão.
Fubica: Automóvel antigo e muito estragado.
Fulustreco: Designação de alguém que não se quer nomear, ou cujo nome é ignorado; fulano.
Fraga: Rocha escarpada; penedo, penhasco. Terreno escabroso.
(*) Fontes de consultas principais: Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa, Aurélio Buarque de Holanda - Aurélio Eletrônico, Século XXI - Dicionário de Vocábulos Brasileiros, Beaurepaire-Roban - O Dialeto Caipira, Amadeu Amaral -Dicionário Sertanejo, Cornélio Pires - Dicionário da Terra e da Gente de Minas, Waldemar de Almeida Barbosa - Novo Dicionário da Gíria Brasileira, Manuel Viotti.
(**) Este Vocabulário de Aguinhas faz parte do livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem, de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a coletânea HISTÓRIAS DE ÁGUINHAS. V. o tópico Livros à Venda.
Veja os demais números desta Série:
Letra "A" - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=36347
Letra "B" - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37267
Letra "C" - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37892
Letra "D" - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=41044
Letra "E" - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=42798
Neste ano de 2015, serão comemorados os 100 anos das Festas de Congadas de Lambari (MG), conforme anunciado na página da internet da Prefeitura Municipal de Lambari (aqui).
Assim, neste post vamos recordar um pouco das Congadas de antigamente de nossa terra. Vamos lá!
Uma música famosa feita por Fernando Dias para nossas Congadas
Inicialmente, é bom relembrar uma música de congada, feita pelo compositor lambariense Fernando Dias (autor de Poema, bolero de sucesso internacional.) (Veja aqui)
Trata-se de uma música que todos conhecemos pelo nome de São Benedito, e que é tocada em nossas festas desde os anos 1960. A origem dessa música, conta João Ribeiro (João Vital), violonista lambariense que foi parceiro de Fernando Dias (aqui), se deu do seguinte modo:
No início dos anos 60, em Lambari, durante um ensaio de Congadas, no bairro Campinho, estavam Fernando Dias e João Ribeiro, com diversos amigos, conversando e cantando no Bar do Azarias. Dali a pouco — diz João Ribeiro — Fernando apanhou uma caixa de fósforos e começou a batucar, pediu a João que tomasse do violão e desse o tom de congada, e soltou o refrão que se tornaria famoso:
Oilê, Oilá, meu São Benedito mandou me chamar /
Vai o Rei, vai a Rainha, não demora eu vou pra lá...
Essa música, com o título de Princesa Izabel, foi gravada por Luizinho, Limeira e Zezinha, nos anos 1960, e consta deste LP do trio:
Princesa Izabel foi também gravada por Sérgio Reis, como está neste vídeo no Youtube: (aqui)
Programa das Congadas, Lambari, 1977
Uma tradição de nossas Congadas é a visita que fazem à Igrejinha de São Benedito, no bairro Vila Nova, por ocasião da festa anual desse santo, em Lambari. Nesses dias, os termos costumam cantar este refrão:
São Benedito está triste na bandeira /Seus olhos correm água /
Que cheira a flor de laranjeira
Congadas na Festa de São Benedito, Vila Nova, em 1939
Congadas com a bandeira de São Benedito, na Igrejinha da Vila Nova
Levantamento do mastro na Igreja de São Benedito (Lambari, MG)
Zé Rosa e terno, em Jesuânia
Terno de Zé de Souza, em visita a Aparecida do Norte, anos 1960
Bandeira de São Benedito
Congadas - Terno do seu Zé Marques
Terno do seu Zé Marques
A partir da esquerda: Emérson, seu Zé Rosa e seu Zico
Com informações de João Ribeiro e José de Souza. Fotos: Museu Américo Werneck e José de Souza.
Ilustração: Seu Zé de Souza e o violão, instrumento que aprendeu a tocar sozinho (Vídeo)
A propósito do 13 de Maio que se aproxima, vamos recordar um pouco da história do terno de Congadas de Seu José de Souza, de 92 anos, ele que é o veterano de nossas festas populares de Congadas e Dia de Reis.
Vamos lá!
Seu José de Souza começou cedo nas Congadas, na época dos ternos de Joaquim Baiano e Zé Sabino. Tocava caixinha, cavaquinho, e ele mesmo fazia instrumentos de percussão com couro de cabrito para os membros da congada. Depois, aprendeu violão e violino, tudo de ouvido.
Três ternos tradicionais de nossa cidade
Mais tarde, montou seu terno, que ao lado dos ternos de Zé Vicente e Zé Marques abrilhantaram nossas festas populares por décadas.
Seu Zico e Zé Marques, expressivas figuras de nossas Congadas
Zé de Souza conta que para custear o desfile das Congadas corria uma lista de ajuda pela cidade e muita gente colaborava — pessoas comuns, autoridades, comerciantes, e algumas dessas faziam doação em gêneros: arroz em casca, feijão, açúcar. Por essa época a Prefeitura não ajudava com recursos financeiros.
Ele trabalhava de pedreiro, garçon e ajudante de cozinha no Hotel Ideal, e todo ano, com ajuda da mulher D. Elisa, cozinhava para os membros das congadas. Eram paneladas e paneladas de arroz, feijão, angu, carne, e bateladas de doces — arroz doce, doce de cidra, doce de abóbora — e um licorzinho de figo especial.
Aos 92 anos, Zé de Souza não participa mais das Congadas, mas sempre tem à mão o violão e o violino
Ensaio do Terno de Zé de Souza. Na foto 1, Carlos, filho de Zé de Souza
O terno de Zé de Souza preparando-se para desfilar
Zé de Souza comandando o ensaio de seu terno
Seu José de Souza, que comandou um dos mais tradicionais ternos de Congadas da cidade de Lambari (MG), aos 92 anos, tocando seu violão e soletrando letras antigas, ou afinando o velho violino, saudoso do ofício de tantos anos.
Agradecemos a José de Souza e seus familiares pela gentileza das fotos e da entrevista.
Seu José de Souza faleceu na madrugada do dia 29 de outubro de 2019.
Ilustração: Maria Werneck, primogênita de Américo Werneck, e o burro Zacarias
Já publicamos aqui no GUIMAGUINHAS diversos posts sobre Américo Werneck, como se pode ver nesta Série (aqui).
E, como se sabe, coube a Werneck — o primeiro prefeito da cidade — a construção das obras fundadoras de Águas Virtuosas — cassino, lago, cascata do lago, farol, parque novo. (aqui)
E deve-se também a ele a demanda Werneck X Estado de Minas, que se deu em face da rescisão do contrato de arrendamento da estância, efetuado em 1912 entre ele e o Governo de Minas (aqui). Por causa desse litígio, Werneck se afastou de Lambari e diversos projetos que idealizara para a estância não se concretizaram.
Pois bem, à vista desses fatos históricos, neste post vamos registrar algumas críticas feitas a Werneck, e bem assim uma autocrítica que ele fez em razão do insucesso de seus planos para Águas Virtuosas. Vejamos.
Críticas
As supracitadas obras realizadas por Werneck em Águas Virtuosas tratava-se de um ambicioso plano de tornar a estância um centro balneário de reputação internacional, nos moldes de uma Vichy, ou Carlsbad, ou Aix-les-Bains — como disse Werneck na discurso de inaguração das obras (aqui) — sonho que, nem de longe, se concretizou.
Mas as obras grandiosas, e seu elevado custo, realizadas em poucos meses, entre 1909 e 1911, com equipamentos, matérias-primas e artigos de decoração importados da Europa e da Ásia, por um formidável contingente de artistas, mestres de obras, pedreiros, operários, geraram diversas criticas. Como a que vai abaixo, extraída do livro Memória dos Setenta, de Antônio Fonseca Pimentel, livro este que já comentamos em outra oportunidade (aqui).
Diz Fonseca Pimentel que a nomeação de seu pai — Antônio Pimentel Júnior [1] — para prefeito de Lambari se deu em razão
da decisão de Bueno Brandão de substituir, na prefeitura [de Águas Virtuosas]... a Américo Werneck, que, dentre numerosas outras obras, concluíra a construção do cassino de Lambari e o inaugurara em 1911.
Bueno Brandão, como chefe do executivo estadual, estivera presente às festas de inauguração, verdadeiramente de mil-e-uma noites, segundo a tradição conservada. [2] E em sua conhecida simplicidade e austeridade, regressara a Belo Horizonte, segundo os íntimos, escandalizado com tamanha pompa e, de acordo com uma anedota, achando que, naquele andar, Américo Werneck quebraria não só Lambari, mas o próprio Estado de Minas, o que era evidentemente um exagero.
Meu pai era, assim, nomeado com a recomendação expressa de não gastar, ou gastar o menos possível, para compensar os gastos da administração anterior.
Era uma tarefa antipática e ingrata perante uma comunidade que esperava que Américo Werneck transformasse Lambari na Monte Carlo não só de Minas, mas do Brasil, o que não ocorreu nem sequer com o cassino de Quitandinha, construído trinta anos depois em Petrópolis, a algumas dezenas de quilômetros apenas do Rio de Janeiro.
(Obra citada, págs. 57/58)
E o cassino de Werneck, inacabado, por tantos anos fechado ou subutilizado, tornou-se alvo de cáusticos comentários, tornando-se um chiste para obras faraônicas, ou inacabadas, como este que se fazia em relação à construção de Brasília:
... obra do agoiro: "Não vai adiante. Outro presidente que vier fica por aqui mesmo. Gastar tanto dinheiro para nada! Essas obras não serão terminadas. E as que forem ficarão para os morcegos, como as do Cassino de Lambari"...
Osvaldo Orico. Brasil, capital Brasilia., pág.119
Uma suposta autocrítica
Na Fazenda Pinheiros, em Nova Baden, onde Werneck residiu no final dos anos 1800/início dos anos 1900, atualmente funciona a sede do Parque Estadual de Nova Baden.
Antiga foto da Fazenda Pinheiros, em Nova Baden, Lambari (MG)
E lá se encontra a foto abaixo, que retrata Maria, primogênita de Werneck, em companhia de um burro. Sobre essa alimária, "batizada por Zacarias", e depois "crismada por Werneck", teria dito o artífice de Águas Virtuosas:
Só existe um jerico mais obtuso que Zacarias: Eu, Werneck, que quis fazer de Águas Virtuosas uma grande fonte de renda para Minas Gerais.
Maria Werneck e Zacarias
Dizeres ao pé da foto acima