Prosseguindo, vejamos agora a descrição das seguintes obras inauguradas por Américo Werneck, em 1911, conforme consta do Anuário de Minas Gerais 1913: Usina de Força, Leiteria e Fábrica de gelo, e bem assim algumas fotos ilustrativas.
Vejamos.
Vista da Usina de Força, em 1911. Atualmente é o prédio da Prefeitura Municipal
Vista do Mercado de Flores (prédio ainda existente, com as mesmas características, no recinto do Parque das Águas)
Prédio da Leiteria, em primeiro plano. Ao fundo, divisa-se o Cassino. Na Leiteria, conforme a descrição acima, podia-se tomar um "leite ao pé da vaca", como se faz hoje num hotel fazenda.
Fábrica de Gelo, que ficava no recinto do Parque das Águas (onde hoje funciona o Centro Comercial do Parque, próximo do Hotel Rezende)
Veja também os números 1, 2, 4, 5 e 6 desta série:
1 - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38844
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Fonte das fotos: Museu Américo Werneck; coleção de cromos do autor.
No Anuário de Minas Gerais de 1913, há uma boa síntese dos melhoramentos da cidade de Águas Virtuosas, efetuados na gestão de Américo Werneck.
Realizadas num curto espaço de tempo (menos de dois anos), as obras podem ser divididas em:
Constavam, ainda, do projeto a construção do Grande Hotel e da Estação Ferroviária (à época só existia a Parada Melo). O hotel, como se sabe, não chegou a ser construído; a estação ferroviária, prevista para ser edificada em frente do Parque Novo e do Cassino, só foi construída anos mais tarde, no local onde hoje se situa a Rodoviária Municipal.
Sobre isso, escreveu Armindo Martins:
Eis o texto sobre os melhoramentos, extraído do Anuário de Minas Gerais de 1913:
Sobre a construção do Cassino, Lago e Farol de Lambari:http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38685#cassino lago.
Sobre o embelezamento da cidade na gestão de Werneck: http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37712#embelzamento.
Cassino e Leiteria, em 1911
Vista da várzea, no início do Século XX
Vista da várzea, após as obras de aterramento/saneamento (1911)
Cassino e obras do Parque Novo
Cromo: vista da cidade, após as obras de saneamento e urbanização de Werneck (1911)
Cromo do Cassino, Lago e Cascata - vista colhida algum tempo depois da inauguração
*Antiga foto do Farol, tirada da sacada do Cassino. Ao fundo, pode-se ver o pontilhão; atualmente, o arvoredo impede essa visão. No plano original, a estação ferroviária deveria ser construída nas proximidades do Cassino e do Parque Novo
Aspectos de Águas Virtuosas após as obras de 1911
Veja fotos de 1911, após a inauguração das obras acima. Clique aqui
Mapa de Águas Virtuosas em 1926
Fonte: Álbum Chorográfico de Minas Gerais
Veja também os números 1, 3, 4, 5 e 6 desta série:
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3 - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38849
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Fotos: Museu Américo Werneck; Roberto Capri, 1918; coleção de cromos do autor.
(*) Foto do farol: acervo de Madalena Viola. In: SILVA, Francislei Lima da, 2011, p. 92.
Na Parada Mello, estação da Rede Mineira de Viação, os ilustres Visitantes foram recebidos por uma grande multidão com vivas e aplausos delirantes, tal era a emoção do povo ao receber as autoridades máximas da Nação e do Estado. Dessa forma vem demonstrada a gratidão dos Lambarienses que compreendendo o sacrifício daqueles que dirigem os destinos de uma Nação em atender as mais justas reivindicações em prol do progresso e do engrandecimento de uma cidade que, pela lei da Natureza, foi dotada deste grande líquido precioso que foi nos primitivos tempos conhecida por Águas Milagrosas, mas tarde por Águas Virtuosas e presentemente por Águas de Lambai, podendo assim ser colocada em condições de receber condignamente seus visitantes.
(ANTÔNIO CLARINDO FERREIRA, Artigo)
Iniciando esta série, vejamos o programa dos festejos e trechos do discurso de Américo Werneck, extraídos do Anuário de Minas Gerais de 1913.
Notem-se esses fatos importantes: o Anuário de Minas Gerais, que registrou esses acontecimentos, como já vimos, foi criado por Nelson de Senna (aqui). Senna esteve na inauguração das obras de Lambari, discursou e, assim, provavelmente redigiu e/ou selecionou os textos publicados em seu Anuário, que veremos a seguir.
Programa dos festejos de inauguração
Segundo o Anuário de 1913, estiveram presentes aos festejos de inauguração as seguintes personalidades:
De conformidade com o programa dos festejos, discursaram as seguintes autoridades:
O holofote: iluminação do Lago e ilhas para passeios noturnos de gôndola. De seu topo, podia-ver também o espelho do lago, o Parque Novo e outros pontos da cidade.
Lago e Cais
Cassino, Lago e Cais: embarcadouro e casa de guarda das gôndolas
Veja um artigo sobre a inauguração das obras em 1911; clique aqui.
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Foto: Museu Américo Werneck; cromo do autor.
Ilustração: Veado pastando junto às sete quedas, 1910. Fonte: Museu Américo Werneck – Lambari, MG
Como dissemos em post anterior (1), no Anuário de Minas Gerais de 1913, há o texto da lenda sobre os poderes curativos das águas de Lambari, escrito por alguém que se assinou Gratz, que foi publicado no O Lambary, de 18/12/1910, e que nos parece ser o texto original.
Esse texto sobre a lenda das águas de Lambari aparece resumido/reescrito em obras de dois memorialistas da cidade: Armindo Martins e João Carrozzo (2). E, também como já foi dito, o Monsenhor Lefort entende que essa lenda teria sido inventada por Américo Werneck para efeito de propaganda do poder curativo das águas. (3)
Abaixo, transcrevemos o texto que está no Anuário de Minas Gerais de 1913:
(1) http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38799
(2) MARTINS, Armindo. Lambari, a cidade das águas virtuosas. 1949, p. 25;
CARROZZO, João. Lambari: Outrora “cidade de águas virtuosas da Campanha” – Bragança Paulista/SP: Faculdades Franciscanas, 1977, págs. 21-25.
(3) LEFORT, José do Patrocínio. A Diocese da Campanha. Belo Horizonte : Imprensa Oficial de MG, 1993, p. 206.
"Sem fundamento algum, a não ser a imaginação fantástica de um contista, é a lenda de Cecília, filha de Antônio Alves Trancoso, [que] teria feito uso da água e se curado de um mal grave. É estoria de Werneck para efeito de propaganda, pois não existia a família Trancoso nem em Passos nem no Sul de Minas." [A sublinha é do original.]
Está disponível no site do IBGE o número relativo a out/dez de 1947 da Revista Brasileira de Geografia, a qual traz um texto sobre Lambari, da lavra do engenheiro Virgílio Correia Filho, Chefe da Secção de Documentação do C.N.G.
O artigo faz uma resenha do histórico do município, uma descrição da geografia e dos recursos hídricos, das análises das águas minerais, da via-férrea, dos empreendimentos, da colônia de Nova Baden e da feição urbana em 1947, tudo isso ilustrado com fotos da época.
A referida revista pode ser acessada mediante este link:
ttp://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/115/rbg_1947_v9_n4.pdf