A poesia — esse camaleão miúdo.../ É ela que empresta, ou mais que até secreta, / Uma linguagem nova a tudo.
Macchado Sobrinho, trecho do poema "Meio Ambiente" (*)
Lambari sempre inspirou seus poetas, e também poetas de outras terras, que aqui se enamoraram de suas águas, de suas belezas naturais, de seu povo, das obras de Werneck.
Neste post, vão alguns textos sobre nossa cidade.
Foto de abertura: parede lateral do Supermercados GF Palace, em Lambari, MG, ilustrada com texto/poema de duas poetas da terrinha: Henriqueta Lisboa e Sônia Gorgulho.
CIDADE DAS ÁGUAS VIRTUOSAS
Este vale tão querido
do rio dos lambaris
merece ser povoado
de gente boa e feliz.
No início, uma capela
e umas casas apenas
depois vieram muitas outras
ora grandes, ora pequenas.
Lambari das Águas Virtuosas
nossa cidade se chamou.
Lambari acolhe festiva
o viajeiro que aqui vier
com hospitalidade espontânea
de alma menina-mulher.
E as águas embalam sonhos
e os sonhos geram sorrisos,
e a cidade floresce,
a juventude se anima
e todos seguem cantando:
Lambari é uma canção.
Sônia Gorgulho, poeta, mestra de português de gerações de lambarienses, a minha, inclusive.
POEMAS
Nas quatro ou cinco ruas
Lambari se esconde entre
as montanhas no sul de Minas
onde encontro Henriqueta Lisboa
a passear poemas em volta do lago
diante do cassino amarelo
uma bicicleta invisível
pedal do universo
num poema.
Alvaro Alves de Faria. Babel - 50 poemas inspirados na escultura Torre de Babel, de Valdir Rocha. Editora Escrituras, SP, 2007 (aqui)
À SOMBRA DO CASSINO
José Carlos Brandão - http://poesiacronica.blogspot.com.br/2011/06/o-cassino-de-lambari.html
O menino poeta/não sei onde está.
Procuro daqui/procuro de lá./...
Mas onde andará/que ainda não o vi?/
Nas águas de Lambari,/nos reinos do Canadá?
(HENRIQUETA LISBOA. O Menino Poeta)
(*) Esse poema faz parte do livro Os Prós & Os Contras, de Macchado Sobrinho, poeta de Lambari. Veja este post (aqui).
Já falamos algumas vezes sobre as animadas noites lambarienses de antigamente. Veja abaixo os posts publicados (aqui).
Quer se tratasse de uma orquestra famosa, de um conjunto local ou de uma seleção de discos — as boates de Lambari — e assim também o Cassino do Lago — foram palcos de noites elegantes e saudosas.
Hoje voltamos ao tema, com fotos dos anos 1960.
Geraldo Machado e seu conjunto animaram muitas noites dançantes no Cassino das Fontes
Jurandir Mayer (Alemão), Hélio Nascimento e suas parceiras em elegante baile de formatura
Jandira Adami e Marluce Krauss dançam, respectivamente, com Nenê Nascimento e Dr. Toninho Ferreira, no Cassino das Fontes (1961)
Aguinhas elegante (1) - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37423
Aguinhas elegante (2) - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38294
Aguinhas elegante (3) - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38608
Aguinhas elegante (4) -http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=39206
Abaixo vai o time de Nova Baden, em foto de 1978. A seguir, o time da Vila Nova, em pose dos anos 1980.
Desse time da Vila Nova, alguns jogadores, mais tarde, também atuaram no Águas, como é o caso de Elias, Paulinho, Israel e Joãozinho.
Em pé: Joaquim, Serginho, Zicão, Eraldo, Paulinho, Elias e Braizinho. Agachados: Chevrolet, Joãozinho, Israel, Paulinho e Lobinho.
Em pé: Egídio, Vaca, João Boneco, João Marciano, Celinho, Tião Guanabra e Heraldo. Agachados: Marquinhos, Paulinho Benício, Hélio, Carlinhos, Noel e Jorge.
Na ilustração de abertura: Carlinhos, Noel e Jorge.
Veja também estas outras fotos do time da Vila Nova: aqui e aqui
Agradecemos a colaboração de Jorge Donizetti Borges.
(*) Se você, caro(a) visitante, tiver notícias, informações, casos e fotos dessa época, entre em contato conosco neste e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com
Geraldo Machado de Sousa tomou gosto pela música ainda menino, quando sua mãe lhe deu uma gaita, instrumento que logo dominou. A seguir, aprendeu cavaquinho, violão, bandolim, demonstrando grande habilidade e vocação para a música. Depois, estudou música com o então maestro da banda de Lambari, o sr. Vicente de Paula Silva, com quem aprendeu a tocar saxofone.
Depois fez diversos cursos de música e regência, e, finalmente, em 1973, prestou concurso para músico profissional, tendo sido aprovado pela Ordem dos Músicos do Brasil. Bem, esse é um resumo da vida musical do maestro Geraldo Machado, como é conhecido em nossa cidade.
Machado organizou, participou e dirigiu diversas orquestras, bandas, corais e conjuntos musicais em sua longa vida de músico. Mas hoje quero destacar — por uma razão muito especial, como se verá — o conjunto G. Machado e seus Rancheiros, que, no início dos anos 1950, animava festas na região e fazia apresentações numa rádio de Três Corações.
Abaixo vai uma foto de G. Machado e seus Rancheiros, tirada no bairro Vila Nova, em Lambari. Nela está José Guimarães Filho, o Dé da Farmácia, meu pai.
Até sua morte, ocorrida em 1980, eu não sabia dessa "passagem" do meu pai pela música. Depois encontrei em seus guardados as duas fotos que ilustram esse post. Inicialmente, imaginei que fosse uma brincadeira de carnaval, mas minha mãe confirmou que ele participava do conjunto. Eu nunca o vi comentar esse fato. Gostava sim, de música, de versos, de declamações, especialmente da vertente sertaneja, mas nunca o vi tocando nenhum instrumento, ou batucando ou marcando ritmo de música alguma. Muito amigo de Geraldo Machado, sempre conversavam sobre caçadas, esporte de que ambos gostavam e praticaram muito, até os anos 1960.
Mas está aí o registro. A função do meu pai nesse conjunto era a percussão (pandeiro, triângulo).
Da esquerda para direita: Dé da Farmácia, Dito da Mindica, Geraldo Machado e um outro participante do grupo.
Na foto de abertura, meu pai, todo elegante, posando com a roupa de "rancheiro".
Ilustração: Engarrafamento água de Lambari/Copasa. Reprodução. Fonte: Agência Minas
A exportação das águas desta estância (Lambari), durante o mês de junho próximo passado (de 1913), foi de 766 caixas, das quais 146 não pagaram o imposto de 1$000, por se destinarem ao próprio Estado de Minas.
O agente da estação declarou-me não estar cobrando imposto sobre as águas que se destinam ao próprio Estado por não lhe permitir a pauta da Secretaria de Finanças.
Essa declaração do agente da rede me foi repetida pelos demais agentes de São Lourenço, Baependi e Cambuquira. (Minas Gerais de 29 de agosto de 1913, fls. 782)
(Citação extraída do livro QUESTÃO MINAS X WERNECK, Obras Completas de Rui Barbosa)
Depois de longos anos, no bojo da reforma do Parque das Águas, a nossa água mineral passou a ser novamente engarrafada.
Nesse post, vamos comentar o relançamento da Água Mineral Lambari e recordar um pouco da história da comercialização de nossas águas.
As obras de reforma e revitalização do Parque das Águas Annunciato Gesualdi, iniciadas em maio de 2012, foram concluídas em outubro de 2013, exigindo investimento de quase R$ 2 milhões. Contemplaram ampla reforma dos quatro fontanários, coreto, prédio do Centro Cultural, infraestrutura de acessos e paisagismo. (1)
Reprodução. Luciana Sousa/g1.globo.com
Relançamento da Água Mineral Lambari
A Águas Minerais de Minas, subsidiária da Copasa, investiu mais de R$ 3 milhões para relançar a tradicional água mineral Lambari. Os recursos viabilizaram a aquisição e instalação de modernos equipamentos para a fábrica de envase. Inicialmente, a Lambari será comercializada em embalagens de 300 ml e 500 ml nos mercados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. (aqui)
Garrafa da Água de Lambari. Trevo Lambari/Jesuânia
Fonte: www.copasa.com.br
Na série de posts sobre o Parque das Águas, vimos como se deram os primeiros processos de canalização e engarrafamento de nossas águas. Agora vamos mostrar uma pequena história fotográfica da propaganda, envasamento e transporte das águas virtuosas de Lambari.
E-book gratuito disponível aqui: https://rl.art.br/arquivos/7457133.pdf
E-book gratuito disponível aqui: https://rl.art.br/arquivos/7457127.pdf
Cidade das águas: usos de rios, córregos, bicas e chafarizes em São Paulo (1822 - 1901)
No livro acima, de Denise Bernuzzi de Sant'Anna (Editora Senac, São Paulo, 2007), há a seguinte referência à água mineral de Lambari, da qual se deduz que nossas águas já eram conhecidas e comercializadas em São Paulo em 1892:
Propagandas: (1) Revista Fon-Fon (1907); (2) O Malho (1923)
Antigos rótulo e vasilhame da Água Mineral de Lambari
Rótulos e vasilhames da época das concessionárias (1) Hidrominas e da (2) Superágua
(1) Agência Minas
Colaboração: Museu Américo Werneck, Lambari em Fotos & Textos, Wagner Augusto e André Gesualdi.