Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
09/03/2014 08h38
Literatura de Aguinhas (13) - Lambari em versos (1)

A poesia — esse camaleão miúdo.../ É ela que empresta, ou mais que até secreta, / Uma linguagem nova a tudo. 

Macchado Sobrinho, trecho do poema "Meio Ambiente" (*)


Lambari sempre inspirou seus poetas, e também poetas de outras terras, que aqui se enamoraram de suas águas, de suas belezas naturais, de seu povo, das obras de Werneck.

Neste post, vão alguns textos sobre nossa cidade.


Foto de abertura: parede lateral do Supermercados GF Palace, em Lambari, MG, ilustrada com texto/poema de duas poetas da terrinha: Henriqueta Lisboa e Sônia Gorgulho.


CIDADE DAS ÁGUAS VIRTUOSAS

Este vale tão querido

do rio dos lambaris

merece ser povoado

de gente boa e feliz.

No início, uma capela

e umas casas apenas

depois vieram muitas outras

ora grandes, ora pequenas.

Lambari das Águas Virtuosas

nossa cidade se chamou.

Lambari acolhe festiva

o viajeiro que aqui vier

com hospitalidade espontânea

de alma menina-mulher.

E as águas embalam sonhos

e os sonhos geram sorrisos,

e a cidade floresce,

a juventude se anima

e todos seguem cantando:

Lambari é uma canção.

Sônia Gorgulho, poeta, mestra de português de gerações de lambarienses, a minha, inclusive.


 

POEMAS

Nas quatro ou cinco ruas

Lambari se esconde entre

as montanhas no sul de Minas

onde encontro Henriqueta Lisboa

a passear poemas em volta do lago

diante do cassino amarelo

uma bicicleta invisível

pedal do universo

num poema.

 Alvaro Alves de Faria.  Babel - 50 poemas inspirados na escultura Torre de Babel, de Valdir Rocha.  Editora Escrituras, SP, 2007 (aqui)


À SOMBRA DO CASSINO

A cidade refletida na água, as árvores, o céu azul e
o cassino, que chamávamos de Castelo, com
sua imponência,
sua antiguidade, sua nobreza, sua glória de um dia,
de quando foi inaugurado
e fechado como quem põe um selo
numa carta.
 
O Castelo/Cassino único no mundo, feito para receber o sol:
em uma hora especial
o sol se concentra na sala central
e como que por milagre o mundo
nele se concentra.
 
As garças vão e vêm sobre o Castelo, triste de
se olhar, em sua estranha beleza.
O socó contempla a água,
contempla a água,
infindavelmente contempla a água
e confunde-se à folhagem
e tem um ar triste de quem tudo perdeu e não tem mais
nada para esperar.
 
À frente a ilha verde, as montanhas rudes, pesadas
e amigas.
O tempo não passa,
como um cachorro, o tempo não passa.
O cachorro olha o tempo, olha o burro puxando a carroça
na ponte
ao lado da cachoeira
sob o farol
inútil, o farol sem mar, sem navios para iluminar.
 
E uma árvore seca
com seus galhos erguidos ao céu
em riste
eleva sua súplica triste.

José Carlos Brandãohttp://poesiacronica.blogspot.com.br/2011/06/o-cassino-de-lambari.html


  • O Hino de Lambari também é uma bela poesia sobre nossa terra. Confira aqui.
  • Os escritores e poetas da família Lisboa — Henriqueta, José Carlos, Ana Elisa —  também se inspiraram em sua terra. Confira aqui. 
  • E é finalmente Henriqueta quem nos presenteia com estes versos belíssimos:

O menino poeta/não sei onde está.

Procuro daqui/procuro de lá./...

Mas onde andará/que ainda não o vi?/

Nas águas de Lambari,/nos reinos do Canadá?

(HENRIQUETA LISBOA. O Menino Poeta)


(*) Esse poema faz parte do livro Os Prós & Os Contras, de Macchado Sobrinho, poeta de Lambari. Veja este post (aqui).

 

 

Publicado por Guimaguinhas
em 09/03/2014 às 08h38
 
27/02/2014 12h55
Aguinhas elegante (5) - Bailes e noites dançantes no Cassino das Fontes

Introdução

Já falamos algumas vezes sobre as animadas noites lambarienses de antigamente. Veja abaixo os posts publicados (aqui).

Quer se tratasse de uma orquestra famosa, de um conjunto local ou de uma seleção de discos — as boates de Lambari — e assim também o Cassino do Lago — foram palcos de noites elegantes e saudosas.

Hoje voltamos ao tema, com fotos dos anos 1960.


 

Geraldo Machado e seu conjunto animaram muitas noites dançantes no Cassino das Fontes

Jurandir Mayer (Alemão), Hélio Nascimento e suas parceiras em elegante baile de formatura

Jandira Adami e Marluce Krauss dançam, respectivamente, com Nenê Nascimento e Dr. Toninho Ferreira, no Cassino das Fontes (1961)


Posts desta série:

Aguinhas elegante (1) - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37423

Aguinhas elegante (2) - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38294

Aguinhas elegante (3) - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38608

Aguinhas elegante (4) -http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=39206

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Publicado por Guimaguinhas
em 27/02/2014 às 12h55
 
20/02/2014 10h42
Águas Virtuosas Futebol Clube (47) - Outros times de Lambari - Vila Nova e Nova Baden

Abaixo vai o time de Nova Baden, em foto de 1978. A seguir, o time da Vila Nova, em pose dos anos 1980.

Desse time da Vila Nova, alguns jogadores, mais tarde, também atuaram no Águas, como é o caso de Elias, Paulinho, Israel e Joãozinho.


Em pé: Joaquim, Serginho, Zicão, Eraldo, Paulinho, Elias e Braizinho. Agachados: Chevrolet, Joãozinho, Israel, Paulinho e Lobinho.


Em pé: Egídio, Vaca, João Boneco, João Marciano, Celinho, Tião Guanabra e Heraldo. Agachados: Marquinhos, Paulinho Benício, Hélio, Carlinhos, Noel e Jorge.


Na ilustração de abertura: Carlinhos, Noel e Jorge.


Veja também estas outras fotos do time da Vila Nova: aqui e aqui


Agradecemos a colaboração de Jorge Donizetti Borges.


(*) Se você, caro(a) visitante, tiver notícias, informações, casos e fotos dessa época, entre em contato conosco neste e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com


 

 

Publicado por Guimaguinhas
em 20/02/2014 às 10h42
 
19/02/2014 13h58
Aguinhas musical (2) - G. Machado e seus Rancheiros

Geraldo Machado de Sousa tomou gosto pela música ainda menino, quando sua mãe lhe deu uma gaita, instrumento que logo dominou. A seguir, aprendeu cavaquinho, violão, bandolim, demonstrando grande habilidade e vocação para a música. Depois, estudou música com o então maestro da banda de Lambari, o sr. Vicente de Paula Silva, com quem aprendeu a tocar saxofone. 

Depois fez diversos cursos de música e regência, e, finalmente, em 1973, prestou concurso para músico profissional, tendo sido aprovado pela Ordem dos Músicos do Brasil. Bem, esse é um resumo da vida musical do maestro Geraldo Machado, como é conhecido em nossa cidade.

  Machado organizou, participou e dirigiu diversas orquestras, bandas, corais e conjuntos musicais em sua longa vida de músico. Mas hoje quero destacar — por uma razão muito especial, como se verá — o conjunto G. Machado e seus Rancheirosque, no início dos anos 1950, animava festas na região e fazia apresentações numa rádio de Três Corações.

Abaixo vai uma foto de G. Machado e seus Rancheiros, tirada no bairro Vila Nova, em Lambari. Nela está José Guimarães Filho, o Dé da Farmácia, meu pai.

Até sua morte, ocorrida em 1980, eu não sabia dessa "passagem" do meu pai pela música. Depois encontrei em seus guardados as duas fotos que ilustram esse post. Inicialmente, imaginei que fosse uma brincadeira de carnaval, mas minha mãe confirmou que ele participava do conjunto. Eu nunca o vi comentar esse fato. Gostava sim, de música, de versos, de declamações, especialmente da vertente sertaneja, mas nunca o vi tocando nenhum instrumento, ou batucando ou marcando ritmo de música alguma. Muito amigo de Geraldo Machado, sempre conversavam sobre caçadas, esporte de que ambos gostavam e praticaram muito, até os anos 1960.

Mas está aí o registro. A função do meu pai nesse conjunto era a percussão (pandeiro, triângulo).

Da esquerda para direita: Dé da Farmácia, Dito da Mindica, Geraldo Machado e um outro participante do grupo.


Na foto de abertura, meu pai, todo elegante, posando com a roupa de "rancheiro".


 

Publicado por Guimaguinhas
em 19/02/2014 às 13h58
 
17/02/2014 07h26
MEMÓRIAS DE AGUINHAS (29) - A Água Mineral de Lambari (1)

Ilustração: Engarrafamento água de Lambari/Copasa. Reprodução. Fonte: Agência Minas


SUMÁRIO


Apresentação

A exportação das águas desta estância (Lambari), durante o mês de junho próximo passado (de 1913), foi de 766 caixas, das quais 146 não pagaram o imposto de 1$000, por se destinarem ao próprio Estado de Minas.

O agente da estação declarou-me não estar cobrando imposto sobre as águas que se destinam ao próprio Estado por não lhe permitir a pauta da Secretaria de Finanças.

Essa declaração do agente da rede me foi repetida pelos demais agentes de São Lourenço, Baependi e Cambuquira. (Minas Gerais de 29 de agosto de 1913, fls. 782)

(Citação extraída do livro QUESTÃO MINAS  X  WERNECK, Obras Completas de Rui Barbosa)


  Depois de longos anos, no bojo da reforma do Parque das Águas, a nossa água mineral passou a ser novamente engarrafada. 

Nesse post, vamos comentar o relançamento da Água Mineral Lambari e recordar um pouco da história da comercialização de nossas águas.

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Reforma do Parque das Águas

As obras de reforma e revitalização do Parque das Águas Annunciato Gesualdi, iniciadas em maio de 2012, foram concluídas em outubro de 2013, exigindo investimento de quase R$ 2 milhões. Contemplaram ampla reforma dos quatro fontanários, coreto, prédio do Centro Cultural, infraestrutura de acessos e paisagismo.  (1)


  

Reprodução. Luciana Sousa/g1.globo.com

G1 - VC no G1: Internauta registra Parque das Águas de Lambari após reforma - notícias em Sul de Minas

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Relançamento da Água Mineral Lambari

   A Águas Minerais de Minas, subsidiária da Copasa, investiu mais de R$ 3 milhões para relançar a tradicional água mineral Lambari. Os recursos viabilizaram a aquisição e instalação de modernos equipamentos para a fábrica de envase. Inicialmente, a Lambari será comercializada em embalagens de 300 ml e 500 ml nos mercados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.  (aqui)


Garrafa da Água de Lambari. Trevo Lambari/Jesuânia

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Fonte: www.copasa.com.br

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Um pouco de história

Na série de posts sobre o Parque das Águasvimos como se deram os primeiros processos de canalização e engarrafamento de nossas águas. Agora vamos mostrar uma pequena história fotográfica da propaganda, envasamento e transporte das águas virtuosas de Lambari.


E-book gratuito disponível aqui: https://rl.art.br/arquivos/7457133.pdf


E-book gratuito disponível aqui: https://rl.art.br/arquivos/7457127.pdf


Propaganda das águas

 Cidade das águas: usos de rios, córregos, bicas e chafarizes em São Paulo (1822 - 1901)

No livro acima, de Denise Bernuzzi de Sant'Anna (Editora Senac, São Paulo, 2007), há a seguinte referência à água mineral de Lambari, da qual se deduz que nossas águas já eram conhecidas e comercializadas em São Paulo em 1892:

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Propagandas: (1) Revista Fon-Fon (1907); (2) O Malho (1923)

   

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Rótulos e Vasilhames

           

Antigos rótulo e vasilhame da Água Mineral de Lambari

    

Rótulos e vasilhames da época das concessionárias (1) Hidrominas e da (2) Superágua

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Transporte

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Referências

(1) Agência Minas


Colaboração: Museu Américo Werneck, Lambari em Fotos & Textos, Wagner Augusto e André Gesualdi.


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Publicado por Guimaguinhas
em 17/02/2014 às 07h26
Página 79 de 111

Espaço Francisco de Paula Vítor (Padre Vítor)

 

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