Ilustração: Veado pastando junto às sete quedas, 1910. Fonte: Museu Américo Werneck – Lambari, MG
Como dissemos em post anterior (1), no Anuário de Minas Gerais de 1913, há o texto da lenda sobre os poderes curativos das águas de Lambari, escrito por alguém que se assinou Gratz, que foi publicado no O Lambary, de 18/12/1910, e que nos parece ser o texto original.
Esse texto sobre a lenda das águas de Lambari aparece resumido/reescrito em obras de dois memorialistas da cidade: Armindo Martins e João Carrozzo (2). E, também como já foi dito, o Monsenhor Lefort entende que essa lenda teria sido inventada por Américo Werneck para efeito de propaganda do poder curativo das águas. (3)
Abaixo, transcrevemos o texto que está no Anuário de Minas Gerais de 1913:
(1) http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38799
(2) MARTINS, Armindo. Lambari, a cidade das águas virtuosas. 1949, p. 25;
CARROZZO, João. Lambari: Outrora “cidade de águas virtuosas da Campanha” – Bragança Paulista/SP: Faculdades Franciscanas, 1977, págs. 21-25.
(3) LEFORT, José do Patrocínio. A Diocese da Campanha. Belo Horizonte : Imprensa Oficial de MG, 1993, p. 206.
"Sem fundamento algum, a não ser a imaginação fantástica de um contista, é a lenda de Cecília, filha de Antônio Alves Trancoso, [que] teria feito uso da água e se curado de um mal grave. É estoria de Werneck para efeito de propaganda, pois não existia a família Trancoso nem em Passos nem no Sul de Minas." [A sublinha é do original.]
Está disponível no site do IBGE o número relativo a out/dez de 1947 da Revista Brasileira de Geografia, a qual traz um texto sobre Lambari, da lavra do engenheiro Virgílio Correia Filho, Chefe da Secção de Documentação do C.N.G.
O artigo faz uma resenha do histórico do município, uma descrição da geografia e dos recursos hídricos, das análises das águas minerais, da via-férrea, dos empreendimentos, da colônia de Nova Baden e da feição urbana em 1947, tudo isso ilustrado com fotos da época.
A referida revista pode ser acessada mediante este link:
ttp://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/115/rbg_1947_v9_n4.pdf
Ilustração: Antiga estação ferroviária de Nova Baden, com turistas a cavalo visitando o antigo Horto Florestal. Reprodução. Colorizada. Recortada. Fonte: João Gomes D'Almeida. Publicada na Revista FonFon n. 18/1913. (bn.digital.gov.br)
Abaixo vão algumas informações sobre a criação da Colônia de Nova Baden, em Águas Virtuosas de Lambari, em 1900, pelo então Presidente do Estado Silviano Brandão. [1]
E, ao final, lista de posts sobre Nova Baden.
Vejamos.
O primeiro registro que encontramos sobre a Colônia de Nova Baden está em Júlio Bueno, memorialista de Campanha, MG, que anotou, no final do Século XIX:
Foi a Campanha incluída entre as localidades preferidas para o estabelecimento de um dos campos práticos de demonstração, em virtude do decreto número 960 de 22 de agosto de 1896.A aspirada instalação não se realizou até hoje.
O atual ministro da agricultura, Dr. Américo Werneck, trabalha neste momento para a fundação de um núcleo colonial neste município, para o qual já tem obtido vários terrenos entre esta cidade e Águas Virtuosas, nas proximidades da linha Muzambinho, ramal da Campanha. (1)
Como se sabe, Américo Werneck tornou-se, em 1898, Secretário de Agricultura de Minas Gerais, e, em sua administração, foi criada a Colônia de Nova Baden [2]
No Anuário de Minas Gerais, de 1906, vamos encontrar o seguinte registro:
A seguir, o mesmo Anuário informa sobre o número de imigrantes no Estado:
E no Anuário de 1913 está anotado:
Fonte: Revista Brasileira de Geografia - IBGE - out/dez/1947
[1] LAMBARI. [Artigo]. Virgílio Correa Filho. Revista IBGE, out/dez/1947, pág. 537
[2] BUENO, Júlio. Almanaque do município de Campanha. Ed. Monitor Sul Mineiro, 1900, p. 51.
O Guia dos Parques Estaduais de Minas Gerais e o Parque de Nova Baden (aqui)
Imigração para a Colônia de Nova Baden (aqui)
Aeroporto de Aguinhas (em Nova Baden) (aqui)
Veja também:
O Anuário de Minas Gerais trata-se de uma publicação fundada e dirigida pelo dr. Nelson de Senna, com estudos sobre história, geografia, literatura e estatística, cuja circulação iniciou-se em 1906.
Na Biblioteca Nacional Digital Brasil, da Fundação Biblioteca Nacional, encontra-se o Número V, relativo ao ano de 1913, desse anuário, em cujas páginas 237 a 251 há diversas informações sobre a então cidade de Águas Virtuosas.
Para acessar o Anuário, clique aqui
Eis o sumário dos temas tratados na publicação acima:
O município de Águas Virtuosas | |
Divisas deste município e outros dados estatísticos | 238 |
Os últimos melhoramentos de Águas Virtuosas | 239 |
O Parque, a leiteria, abastecimento de água | 241 |
A iluminação electrica, o Lago de Lambari | 242 |
O Casino de Águas Virtuosas | 243 |
Festas inaugurais desses melhoramentos | 244 |
Resenha das obras feitas pelo prefeito Américo Werneck | 245 |
Descripção da villa feita por um jornalista | 247 |
Origem legendária das fontes do Lambary | 248 |
Os textos trazem informações muito interessantes sobre a história de Lambari e descrições de como se deu o aterramento do centro da cidade, a instalação da rede elétrica, a construção do lago e da barragem.
Há também o texto da lenda sobre os poderes curativos das águas de Lambari, escrito por alguém que se assinou Gratz, que foi publicado no O Lambary, de 18/12/1910. Ao que parece, esse é o texto original, do qual há um extrato no livro de Armindo Martins [1]. Recorde-se que, segundo o Monsenhor José Lefort, esta lenda teria sido criada pelo próprio Werneck. [Veja aqui.]
Em próximos posts, vamos comentar e ilustrar os tópicos acima, especialmente os que tratam das obras de Américo Werneck.
Nelson de Senna - Resumo biográfico
Nelson Coelho de Senna nasceu na cidade do Serro, no dia 11 de outubro de 1876, e faleceu em Belo Horizonte, em 2 de junho de 1952. Foi parlamentar, publicista e professor universitário.
Durante o período de 1894 a 1896, publicou os seus primeiros livros Memória Histórica e Descritiva da Cidade e do Município do Serro, Discursos Acadêmicos e Paginas Tímidas, coletânea de contos e escritos literários.
Em 1906, deu início à publicação do Anuário de Minas Gerais, com estudos sobre história, geografia, literatura e estatística. Defendeu a criação do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, fato que veio a ocorrer em 1907. Foi sócio-fundador, benemérito, correspondente honorário e membro efetivo de diversas instituições culturais do Brasil e do exterior.
Na condição de deputado, esteve em Lambari por ocasião da inauguração das obras de Américo Werneck, e fez o discurso na inauguração da Cascata do Lago.
Fonte: Arquivo Público Mineiro
(1) MARTINS, Armindo. Lambari, a cidade das Águas Virtuosas, 1949, p. 25
Da série A Seleção em Aguinhas já publicamos alguns posts aqui neste espaço virtual. (1) Todos comentam as alegrias que a estada da seleção causou ao menino-serelepe e aos torcedores de Lambari e região. O post de hoje, no entanto, vai registrar a partida de três grandes jogadores que serviram à Seleção Brasileira de Futebol e que faleceram recentemente: Gilmar, Djalma Santos e De Sordi. Os dois primeiros estiveram em Lambari, com a Seleção de 1966.
Abaixo vai um pequeno registro dessa grande perda para o futebol brasileiro e da passagem de Gilmar e Djalma Santos por Lambari.
Gilmar
Goleiro titular das Copas de 1958 e 1962, Gilmar também esteve na Seleção de 1966. Grande ídolo do Corínthians e do Santos, conquistou inúmeros títulos por esses clubes. Faleceu neste domingo (25/08/2013), aos 83 anos, em São Paulo. Veja esta Notícia.
Treino da Seleção em Lambari (abril/1966): Orlando, Gilmar, Belini e Rildo, da equipe Grená. Ao fundo, o Cassino
Djalma Santos
Bi-campeão mundial (1958 e 1962), jogou as duas finais, esteve também nas Copas de 1954 e 1966. Jogou pelo Palmeiras, Portuguesa e Atlético-PR. Faleceu em Uberaba, MG, aos 84 anos, no dia 23/07/2013. Veja esta Notícia.
Treino da Seleção em Lambari (abril/1966): Djalma Santos, Valdir, Djalma Dias e Leônidas, da equipe Azul.
De Sordi
Lateral-direito titular da Copa de 1958 (só não jogou a final, e foi substituído por Djalma Santos) e do São Paulo, Nílton de Sordi morreu dia 24/08/2013, aos 82 anos, na cidade de Bandeirantes (PR). Pelo São Paulo disputou 536 partidas entre 1952 e 1965, e conquistou dois títulos estaduais. Veja esta Notícia
Vídeo colorido final Copa de 1958
Lances de Djalma Santos e Gilmar (ao lado, no vídeo) estão num vídeo colorido da copa de 1958. Veja aqui
Acima: Figurinhas de álbum da Copa de 1958.
Posts da série A Seleção em Aguinhas:
- Tostão Vale Milhões - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=39170.
- Autógrafos de Pelé e Garrincha - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37578
- A caderneta de autógrafos - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37722.
- A Seleção em Aguinhas: http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=4179693
- AVFC - Visitantes ilustres: http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=36972
- Treinos da Seleção em Aguinhas - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37347