Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
03/06/2016 09h37
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - O Clube Éden

Ilustração: Vista do interior do Cine Éden, anos 1930/40 (Fonte: Acervo de João Gomes de Almeida Filho)


SUMÁRIO


Introdução

Abaixo, um pouco da história do Clube Éden (também: Cassino Éden, Cine Éden), que pertenceu a sr. José Ieno, onde, nos anos 1930/40, chegaram a tocar renomados músicos brasileiros, entre eles Luciano Perrone e Radamés Gnatalli [1]

Naqueles anos, funcionou também ali o Cine Éden, de propriedade de Mello & Irmãos, ao tempo do cinema mudo.


Fonte: Almanak Laemmert, n. 71, de 1915


E, mais à frente, um sistema de alto-falantes que retransmitia o Repórter Esso, à época, o noticiário mais famoso do rádio, e dava notícias locais (notícias da cidade, notas sociais, previsão do tempo).

Confira a seguir.

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O Éden Clube

Éden Clube, em Lambary, anos 1920/30 (o 3o. prédio, da esquerda para a direita. Atualmente, ali funciona uma sorveteria). 


Noite elegante no Éden Clube, nos anos 1930


Daquela época de ouro em Lambari, a valsa Saudades de Lambary, de Luciano Perrone (aqui), reaparece, em 1953, em LP  do maestro Leo Peracchi 

[Reprodução do jornal Última Hora, de 14, out, 1953]

 


Cine Éden

Abaixo, uma foto histórica do interior do Cine Éden, pertencente ao acervo de João Gomes de Almeida Filho, fotógrafo do qual já falamos (aqui)

Interior do Cine Éden, anos 1930/40.

D. Sílvia Grandinetti tocava piano no Cine Éden, à época do cinema mudo

(Fonte: Paulo Roberto Viola, Lambari, como eu gosto de você!)


 O serviço de alto-falante

(Fonte: Paulo Roberto Viola, Lambari, como eu gosto de você!)


Notas

[1]

  (Reprodução: www.funarte.gov.br)

Em 1929, [Radamés] foi convidado pelo professor Fontainha  a se apresentar no Teatro Municipal do Rio de Janeiro tocando pela primeira vez com acompanhamento de orquestra no "Concerto em si bemol maior", de Tchaikovski, tendo recebido grandes elogios da crítica carioca. Por essa época, já radicado no Rio de Janeiro, encontrava-se em dificuldades financeiras quando recebeu o convite para atrabalhar no Cassino das Fontes, na cidade mineira de Lambari, substituindo o pianista Mário Martins. Nessa ocasião, conheceu o baterista Luciano Perrone, com quem construiria uma sólida amizade por toda a vida e que se tornaria um de seus músicos prediletos. 

Fonte: Dicionário Cravo Albin da MPB (aqui)

Conheci Luciano Perrone no ano de 1929 , mais de cinquenta anos, portanto, em Lambari, uma estação de águas. Fui contratado para tocar no Cassino das Fontes no lugar do Mário Martins; ele estava no Cassino Éden tocando bateria e em lua-de-mel ao mesmo tempo.

 Do livro Radamés Gnatalli, de Aluísio Didier (Brasiliana Produções, 1996)

Os cassinos abriram campo profissional para Radamés, que passou uma temporada em Lambari, onde conheceu Luciano Perrone, o baterista que integraria todos seus conjuntos dali para frente. 

Do livro A Casa da minha Infância, de Luiz Nassif (Editora Agir, 2008)

Na lua-de-mel em Lambari (MG), [Luciano Perrone ] conheceu o pianista Radamés Gnattali, que viria a ser seu maior parceiro instrumental. "Ele me convidou para acompanhá-lo no fox 'Gato no Telhado'", lembra. A amizade ficou tão forte que Radamés ensinou o baterista a tocar piano. "Foi por causa das aulas dele que eu pude tocar tímpano em um concerto sinfônico em 1932", diz. Aos 26 anos, Luciano atuou como percussionista na Rádio Clube do Brasil. Dois anos depois, participava do programa de inauguração da Rádio Nacional do Rio de Janeiro. "Cheguei a gravar o tema 'Luar do Sertão' como jingle da Rádio Nacional", diz.

IstoÉGente (aqui)

 (Reprodução: Clique Musical UOL) 

[Luciano Perrone ] foi um dos primeiros bateristas de música popular a estudar teoria musical e tocava tanto em bailes quanto orquestras sinfônicas. Personagem fundamental para isso foi Radamés Gnattali, que ele conheceu em 1929, durante sua lua-de-mel em Lambari (MG). Diz a história que tocaram juntos o fox Gato no Telhado e, admiração mútua à primeira vista, nunca mais se separaram. Radamés chegou a dar-lhe aulas de piano, e Perrone funcionou como uma espécie de celeiro de ritmos para os inventivos arranjos de Radamés, inclusive a famosa orquestração para Aquarela do Brasil (Ary Barroso), que se destaca por seu quebrado e irresistível acento rítmico sincopado, desde a introdução. 

................

Foi compositor bissexto. Além de Ritmo de Samba na Cidade, tem em seu repertório choros para vibrafone, como Flutuando nas Nuvens, e valsas como Saudades de Lambari.

Clique Musical UOL (aqui)


Veja também

  • Luciano Perrone - Samba vocalizado (batucada fantástica) (aqui)
  • Radamés Gnatalli - Caminho da saudade (aqui)
  • Quinteto Radamés Gnatalli ' O trenzinho do caipira ' ( TVE 1986 - Luciano Perrone na bateria ) (aqui)

Referências

  • VIOLA, Paulo Roberto. Lambari, como eu gosto de você! Rio de Janeiro, Navona, 2002.
  • Museu Américo Werneck
  • Acervo de João Gomes de Almeida Filho
  • Clique Musical UOL
  • IstoÉGente
  • Dicionário Cravo Albin da MPB 

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Publicado por Guimaguinhas
em 03/06/2016 às 09h37
 
29/05/2016 14h00
MEMÓRIAS DO JOÃO BRÁULIO - O Grupo João Bráulio em 1918

Ilustração: Alunos no Grupo João Bráulio Jr., em 1918


SUMÁRIO


Introdução

Nosso primeiro grupo escolar foi criado em 1907 e instalado em 1908, por iniciativa de João Bráulio Júnior, importante político mineiro nascido em Campanha, MG, que morou em Águas Virtuosas e trabalhou politicamente pelo desenvolvimento de nossa cidade.

Quando foi criado, tomou o nome de Grupo Escolar da Vila de Águas Virtuosas, depois foi designado por Grupo Escolar Dr. João Bráulio Júnior; atualmente é denominada Escola Municipal Dr. João Bráulio Júnior.

Inicialmente a instituição funcionou na Rua Wenceslau Braz, em antigo prédio construído e doado pelo município. 

No post abaixo, veremos informações sobre o João Bráulio do ano de 1918, extraídas do livro Águas Virtuosas de Lambary, de Roberto Capri, e bem assim fotos da instituição datadas de 1929.

Vamos lá.

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O João Bráulio em 1918

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Fotos do João Bráulio em 1929


Antigo João Bráulio. Ginástica. Início anos 1900


Antigo João Bráulio. Auditório. 1929

Antigo João Bráulio. Auditório. 1929

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 Sobre o João Bráulio, veja também estes textos:

  • História do Grupo João Bráulio (aqui)
  • Pelotão de Saúde Oswaldo Cruz (aqui)
  • No Grupo João Bráulio (aqui)
  • Desfile de Sete de Setembro (aqui)
  • Festa no João Bráulio (aqui)
  • Aula de Ciências no João Bráulio (aqui)

Referências

  • Águas Virtuosas de Lambary, Roberto Capri, Ed. Pocai & Comp., São Paulo, 1918
  • Museu Américo Werneck, Lambari, MG

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Publicado por Guimaguinhas
em 29/05/2016 às 14h00
 
25/05/2016 10h54
SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO ÁGUAS VIRTUOSAS F.C. (5b) - O Estádio do A.V.F.C.

SUMÁRIO


Introdução

Em post anterior, falamos sobre o antigo campo de futebol do Águas Virtuosas, construído em área própria (21.830 m2), situada na Rua Francisco de Biaso, nos anos 1930. (aqui)

Hoje, vamos focar o Estádio do A.V.F.C., construído nos anos 1960.

Vamos lá.

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A transação imobiliária entre o clube Águas Virtuosas e a Prefeitura Municipal de Lambari

Como ficou dito no post anterior, em 1963, mediante a Lei Municipal n° 265, de 13 de setembro, foram estabelecidas condições para que

  1. os acionistas do Águas Virtuosas Futebol Clube e do Jockey Club de Lambari doassem suas ações à Prefeitura Municipal;
  2. a área de terreno pertencente ao clube, com 21.830 m2, situada na Rua Francisco de Biaso, fosse transferida para a municipalidade, com a garantia de que o AVFC teria direitos e vantagens em futuro Estádio Municipal a ser construído;
  3. a Prefeitura Municipal doasse essa área do antigo campo às Indústrias ABI, com vista à expansão do parque industrial dessa empresa.

O "Estádio Municipal", a que se refere a lei acima, viria a ser construído no terreno situado na Rua Francisco de Castro Filho (em frente ao Cassino), o qual foi doado ao Águas Virtuosas, por meio da Lei Municipal n° 359, de 27 de setembro de 1967.

 

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A escritura de doação do terreno em frente ao Cassino

Assim, em 29 de dezembro de 1992, à vista da Lei Municipal n° 359/1967, perante o Cartório do 2o. Ofício de Lambari, Livro de Notas n° 83-A, foi lavrada escritura pública de doação do imóvel acima, com área total de 5.498,00 m2.

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Anos 1930: Vista do terreno, em frente ao Cassino, onde seria construído o Estádio do Águas Virtuosas


Anos 1940: Vista do mesmo terreno, então ocupado por um circo.


Campo do Esporte, em frente ao Cassino, onde viria a ser construído o Estádio do Águas Virtuosas.  Na foto, o time de Nova Baden, que então disputava um torneio interno. Entre outros, estão, em pé: Gil, Currila, Afonso e Nilo Carreira. Agachados: Nenê Nascimento, Chanchão, Alemão, Luiz Bié e Odilon.


1965 - Início das obras de construção do Estádio do Águas Virtuosas

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A inauguração do Estádio do A.V.F.C.

Já comentamos aqui como se deu a inauguração do Estádio do Águas Virtuosas, pela Seleção Brasileira, em abril de 1966 (aqui) (aqui) e (aqui)


  

(1) Jogo treino da Seleção de 1966. Na foto, entre outros: Pelé, Gilmar, Rildo, Gérsone Tostão. (2) Pelé e Jairzinho, com Cristina Viola e outra criança


O Estádio do Águas Virtuosas, pronto para ser inagurado pela Seleção Brasileira, em 1966 ​(Reprodução O Globo, 12/abr/1966. Foto Indalassa Leite)


Reprodução: Correio da Manhã, 10, abr, 1966


Craques como Gilmar, Dino Sani, Bellini, Orlando, Aldair, Djalma Santos, Pelé e Garrincha deixaram as impressões de mãos e pés numa placa de cimento ainda hoje existente.

Fonte: Correio da Manhã, 19, abr, 1966

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A re-ratificação da escritura de doação do terreno em frente ao Cassino

Como se anotou acima, em dezembro de 1992, dando cumprimento à Lei Municipal n° 359/1967, a Prefeitura Municipal de Lambari doou ao Águas Virtuosas Futebol Clube, por meio de escritura pública lavrada no Cartório do 2° Ofício, o terreno onde se construiu o novo estádio. (aqui)

Nos anos 1990, novas leis foram editadas (aqui), alterando pontos da legislação municipal de 1967, que havia regulado a transação imobiliária entre o Águas Virtuosas e a Municipalidade. (aqui)

Inicialmente, em 4 de junho de 1997, a Lei n° 1.118 declarou de utilidade pública a Associação Esportiva e Cultural Águas Virtuosas Futebol Clube.

Em 1998, a Lei n° 1.167, de 16 de junho, dispôs sobre a re-ratificação da escritura de doação lavrada em 29 de dezembro de 1992, para que

"a área quadrada do terreno, constante da referida escritura, passe a ser de 15.498,00 m2 (quinze mil, quatrocentos e noventa e oito metros quadrados), e a sua confrontação, pelo lado esquerdo, vá até à Sociedade Olímpica de Lambari."

Em 2 de março de 1999, a Lei Municipal n° 1.191 autorizou o Município a "dar em pagamento" ao A.V.F.C. a área acima, de 15.498,00 m2, para "saldar débito para com a entidade".

A escritura da dação em pagamento acima referida foi passada no Cartório do 2° Ofício de Lambari, em 26 de julho de 1999 (Livro 86, fl. 070).

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A destinação do antigo campo do Águas

E, logo a seguir, em 25 de maio de 1999, a Lei Municipal n° 1.197, autorizou o Poder Executivo Municipal a alienar, através de Processo Licitatório, a área de terreno relativa ao antigo campo do A.V.F.C. ("campo do GRABI").

Finalmente, a Lei Municipal n° 1.228, de 18 de novembro de 1999, autorizou o Poder Executivo Municipal a doar o referido "campo do GRABI" à Associação Atlética de Lambari - AAL, conforme já expusemos no post anterior desta série (aqui).
 

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A legislação

  1. Lei n° 1.118, de de 4 de junho de 1997 - Declara de utilidade pública a associação esportiva e cultural Águas Virtuosas Futebol Clube​
  2. Lei n° 1.167, de 16 de junho de 1998 - Dispõe sobre re/ratificação da escritura de doação do Município de Lambari ao Águas Virtuosas Futebol Clube, com sede nesta cidade, lavrada em 29 de dezembro de 1992, e dá outras providências.​
  3. Lei n° 1.191, de 23 de março de 1999 - Autoriza o município a dar em pagamento ao "Águas Virtuosas Futebol Clube", terreno pertencente ao Patrimônio Municipal, para saldar débito para com a entidade, e dá outras providências.​
  4. Lei n° 1.197, de 25 de maio de 1999 - Dispõe sobre alienação de bens imóveis​.
  5. Lei n° 1.228, de 18 de novembro de 1999 - Dispõe sobre a doação de imóvel e dá outras providências.

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Fotos do Estádio do A.V.F.C.

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A atual situação do Estádio do A.V.F.C.

Em 2008, o A.V.F.C. alugou o seu Estádio para a realização de festas de Carnaval, o que danificou grandemente o gramado do campo de futebol, em razão das chuvas ocorridas naqueles dias. 

Meses depois, o clube decidiu dividir o espaço do campo de futebol em duas áreas. Numa, foram construídos dois campos de futebol society. A área restante, somada a espaços existentes fora dos alambrados, foi cimentada para a realização de eventos e shows. Fizeram-se também quadras de tênis de saibro e há planos de se construir uma piscina social.

Infelizmente, com essa decisão, deu-se fim ao histórico campo de futebol do Águas Virtuosas, inaugurado pela Seleção Brasileira de Futebol em 1966, utilizado para pré-temporadas de grandes clubes do Rio de Janeiro e palco de glórias do futebol de nossa cidade.


  • NOTA: Em fevereiro de 2016, o Ministério Público do Estado de Minas Gerais entrou com uma AÇÃO CIVIL PÚBLICA em face do ÁGUAS VIRTUOSAS FUTEBOL CLUBE, solicitando ao Juízo da Comarca de Lambari, MG a nulidade de negócio jurídico realizado entre a Prefeitura Municipal de Lambari e o clube Águas Virtuosas, e bem assim ressarcimento de danos ao erário.
  • Houve uma decisão de 1a. instância desfavorável ao Águas Virtuosas Futebol Clube, que recorreu ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
  • Em agosto de 2022, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais não acatou o recurso interposto pelo Águas Virtuosas Futebol Clube, como se vê da ementa abaixo:

          


  • O acórdão acima está disponível no site do Tribunal de Justiça de MG, em formato PDF, neste link:

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Veja também:

  • Sérgio Pugliesi - Jornal O Globo - Blog A PELADA COMO ELA
    • Fim de um estádio no País da Copa - (aqui)

Vista da atual entrada do Estádio do A.V.F.C.


Vistas dos campos society e da área de eventos, no atual Estádio do A.V.F.C.


Referências

Nota: Esta série SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO ÁGUAS VIRTUOSAS F.C. foi elaborada com base em livros, atas, correspondências e outros documentos existentes nos arquivos do clube.


A Série

Posts já publicados

  • Fundação do clube - aqui
  • O Jockey Clube - aqui
  • Amistosos das Décadas de 1920/30/40 - aqui
  • A Taça Guaraína - 1a. Parte - (1941) - aqui
  • Campo do A.V.F.C. - aqui

Continuidade da Série

A série SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO ÁGUAS VIRTUOSAS F. C. prosseguirá com os seguintes títulos:


Em preparo: Taça Guaraína - 1941- 2a. parte


Em preparo: Sócios


Em preparo: Diretorias


(*) Caro(a) visitante,

Nosso objetivo é compartilhar informações, histórias e fotos de nossa cidade, com vista à preservação de sua memória. Assim, se você tiver notícias, informações, fotos das pessoas ou famílias aqui mencionadas, ou quiser fazer alguma correção ou complementação ao texto aqui publicado, entre em contato conosco neste e-mail:  historiasdeaguinhas@gmail.com

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Publicado por Guimaguinhas
em 25/05/2016 às 10h54
 
24/05/2016 18h37
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - O fotógrafo de Aguinhas e Série Postais de Aguinhas

Ilustração: João Gomes D'Almeida, o primeiro fotógrafo de Águas Virtuosas de Lambary e autor de famosos postais, cartões e fotografias de nossa cidade


SUMÁRIO


Introdução

Neste post vamos recordar aspectos da vida e da obra do fotógrafo João Gomes d'Almeida [1847-1907], morador de Águas Virtuosas de Lambary desde os finais do Século XIX, que no alistamento eleitoral de 1897/1898 figurava como o único fotógrafo profissional aqui residente.

Trata-se do primeiro fotógrafo radicado no Sul de Minas, e que deixou expressiva coletânea de fotografias, fotos postais e cartões de Águas Virtuosas de Lambary, produzida na primeira década dos anos 1900.

Falecido em 1907, foi sucedido por seu filho João Gomes de Almeida Filho (1893 – 1961), que, então, com 14 anos, prosseguiu no ofício do pai. Assim, pai e filho foram responsáveis pela produção das primeiras imagens de nossa cidade. [2] e [3]

Este post inicia também a Série Postais de Aguinhas, cujo índice vai ao final da página (aqui).

Vamos lá.


    

João Gomes d'Almeida: primeiro o pai, depois o filho

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Resumo biográfico

Francislei Lima da Silva escreveu para o Dicionário Histórico-biográfico dos fotógrafos e da fotografia do Brasil este pequeno resumo biográfico de João Gomes d'Almeida:

(...) nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1847, perdeu seus pais muito jovem, sendo criado por uma tia. Não foram encontradas maiores informações sobre a sua família, sua infância e juventude.

Em visita à região do sul de Minas Gerais, conheceu sua futura esposa na cidade de São Gonçalo do Sapucaí. Após o seu casamento, instalou-se em Águas Virtuosas de Lambary, estância balneária com grande afluxo de turistas em busca do tratamento termal com as águas minerais. Tornou-se fotógrafo da Empreza das Águas, sediando seu estúdio fotográfico no prédio da Empreza junto ao balneário e cassino do Parque das Águas. Na Photographia Fluminense, registrou grande número de cartões como souvenier para os missivistas/aquáticos que praticavam vilegiatura nos períodos de estação.

Seu primeiro contato com a fotografia teria se dado ainda no Rio de Janeiro, onde se profissionalizou no ofício, constando no alistamento eleitoral de Águas Virtuosas de Lambary de 1897/1898, como o único fotógrafo profissional residente na vila.

Como fotógrafo itinerante, atuou em diversas frentes na região sul mineira, registrando paisagens, monumentos, grupos e fotos mortuárias.

Veja o texto na íntegra (aqui)


Reprodução de dizeres de um cartaz existente no prédio da Empreza das Águas, recinto do Parque das Águas, no início dos anos 1900, que também figurava no verso de alguns retratos ali produzidos

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A coletânea de postais de Águas Virtuosas

Fonte: O olhar de um fotógrafo e suas paisagens aquáticas - Francislei Lima da Silva [3]

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Postais

Abaixo, alguns dos postais referidos acima:

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Cromos

Na definição do Aurélio cromo é

figura estampada em cores, em geral com relevo, constituindo pequeno impresso recortado para colagem em álbuns.

Esses cromos eram desenhados com base em postais, e alguns dos postais da coletânea de Almeida Filho foram transformados em cromos pela Casa Viola, do Rio de Janeiro. 

Confira abaixo:

Fonte: Cromos de Aguinhas (aqui) - Detalhe do postal, reproduzido no cromo: o esguicho d'água, na pedra artificial existente ao pé da barragem. 

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Série Postais de Aguinhas

Veja os demais posts desta série:

  1. Técnicas fotográficas de João Gomes D'Almeida
  2. Fotografias clássicas da captação das Águas Virtuosas de Lambary
  3. Fotos históricas da inauguração das obras de Werneck em Águas Virtuosas
  4. Postais coloridos
  5. Postais antigos (1)
  6. Postais antigos (2) - Parque Wenceslau Braz
  7. Postais antigos (3) -Piscina do Parque Novo
  8. Postais raros de Águas Virtuosas
  9. Postais de Águas Virtuosas - Décadas de 1910/20
  10. As ilhas do Lago Guanabara

 


Veja também:

  1. Série Parque das Águas
  2. Série Hotéis de Aguinhas
  3. A estação ferroviária de Águas Virtuosas de Lambary

 

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Referências

  1. Dicionário Histórico-Biográfico dos fotógrafos e da fotografia no Brasil - Disponivel (aqui)
  2. Verbete: João Gomes d'Almeida  - Autor: Fancislei Lima da Silva - Disponível no dicionário acima (aqui)
  3. O olhar de um fotógrafo e suas paisagens aquáticas - Francislei Lima da Silva - In Leituras Paisagísticas 5 - teoria e práxis - Rio de Janeiro EBA/UFRJ, 2015.

Nota: Agradecemos a colaboração da sra. Luíza Silvestrini da Cruz, neta de João Gomes d'Almeida e sobrinha de João Gomes de Almeida Filho, pelas informações prestadas e cessão das fotos utilizadas neste post.

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Publicado por Guimaguinhas
em 24/05/2016 às 18h37
 
19/05/2016 09h23
SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO ÁGUAS VIRTUOSAS F.C. (5a) - O Campo do A.V.F.C.

Ilustração: 1940 - Recorte da planta baixa da antiga Praça de Jogos do A.V.F.C., na qual, além do futebol, foram previstos o salão de jogos, a piscina, a pista de jóquei e quadras de tênis, de peteca e de vôlei.


SUMÁRIO


Introdução

Prosseguindo com a Série SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO ÁGUAS VIRTUOSAS F. C., vamos resgatar a história do Campo de Futebol do Águas Virtuosas, no antigo terreno do clube, inaugurado em 1926, e do Estádio do Águas Virtuosas Futebol Clube, situado defronte do Cassino, inaugurado em 1966.

Neste post (5a), focalizaremos o antigo campo do Águas Virtuosas, na Rua Francisco de Biaso. No próximo (5b), o Estádio do A.V.F.C., na Rua Francisco de Castro Filho, nas proximidades do Cassino.

Vamos lá.

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O terreno do Águas Virtuosas e do Jockey Club

Nos anos 1930/40, consorciado ao Águas Virtuosas Futebol Clube, funcionou também o Jockey Club de Lambary. Para as atividades conjuntas, fora adquirido um terreno de 21.830 m2, no qual se construiu o campo de futebol e posteriormente as pistas de corrida, como já informamos nos números 1 e 2 desta Série SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO ÁGUAS VIRTUOSAS F. C. (aqui) e (aqui).


Vista aérea do Antigo Campo do Águas Virtuosas


Conquanto a anotação supra, feita à mão nos anos 1940, a área citada possui 21.830 m2, conforme consta de escritura pública de dação em pagamento (outorgante: Prefeitura Municipal de Lambari e outorgado: Águas Virtuosas Futebol Clube), passada no Cartório do 2o. Ofício de Lambari, em 26 de julho de 1999.

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A inauguração do Campo do Águas Virtuosas Futebol Clube

Fundado a 2 de agosto de 1926, o Águas Virtuosas Futebol Clube (AVFC) inaugurou seu campo de futebol em 7 de setembro de 1926, jogando partida amistosa contra o time de São Lourenço (MG).

O jornal O Globo, do Rio de Janeiro, assim noticiou o evento:


Reprodução - O Globo - 7 de setembro de 1926

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A Praça de Jogos do Águas Virtuosas Futebol Clube

Em 1940, já construído o hipódromo, fez-se um plano para edificação das arquibancadas, para o que foi elaborada a seguinte planta baixa da Praça de Jogos do A.V.F.C., que já incluía a pista de corridas:


Planta baixa, feita em 1940, da Praça de Jogos do Águas Virtuosas. A pista de corrida tinha 600 m de extensão por 15 m de largura, em forma ovoide, com duas grandes retas, toda metrada e cercada de madeira.


Antigo Campo do Águas Virtuosas, 1941. Ao fundo, a cerca que separava o campo de futebol da pista de corrridas.

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O terreno do futuro Estádio do Águas Virtuosas Futebol Clube

Como já contamos (aqui), nos anos 1950/1960, três times de futebol faziam uso do antigo Campo do Águas: Vasquinho, S.O.L e o próprio Águas Virtuosas.

Em 1963, mediante a Lei Municipal n° 265, de 13 de setembro, foram estabelecidas condições para que os acionistas do Águas Virtuosas Futebol Clube e do Jockey Club de Lambari doassem suas ações à Prefeitura Municipal e, com isso, a área de terreno acima mencionada (21.830 m2), situada na Rua Francisco de Biaso, com a garantia de que teriam direitos e vantagens em futuro Estádio Municipal a ser construído.

Esse "Estádio Municipal" viria a ser construído no terreno abaixo, o qual foi doado ao Águas Virtuosas por meio da Lei Municipal n° 359, de 27 de setembro de 1967.

Mas isso é assunto para o próximo post desta série (5b). 

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Anos 1930: Vista do terreno, em frente ao Cassino, onde seria construído o Estádio do Águas Virtuosas


Atual situação do antigo campo do Águas Virtuosas

Com a construção do Estádio do A.V.F.C, em 1966, o antigo campo, cuja área seria destinada à Indústrias ABI, para expansão de suas atividades, o Grêmio Recreativo daquela empresa — o GRABI — passou a utilizar o espaço para jogos e treinamentos. Em razão disso, o antigo campo do Águas passou a ser chamado de campo do GRABI.

Nos anos seguintes, como não se concretizou a doação do terreno às Indústrias ABI, muitos times amadores de Lambari passaram a utilizar o campo.

 No final dos anos 1990, o jogador Tatá (veja este post - aqui) lá iniciou um trabalho social com meninos e jovens, encaminhando-os para a prática de esportes, especialmente o futebol.

Em 18 de novembro de 1999, mediante a Lei Municipal 1.228, a Prefeitura Municipal doou a área (21.830 m2) à Associação Atlética de Lambari - AAL, visando à continuidade do supracitado trabalho social, o que vem ocorrendo até os dias de hoje.

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Portão de entrada - Antigo campo do Águas Virtuosas, onde funciona atualmente a Associação Atlética de Lambari - AAL

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Evento esportivo no antigo campo do Águas

No dia 10 de abril de 2016, ocorreu no antigo campo do Águas a decisão do 8° Campeonato de futebol intermunicipal 2016. O jogo foi entre Lambari e São Lourenço, reunindo, quase noventa anos depois,  adversários das mesmas cidades que inauguraram o campo do Águas em 1926. (V. acima - aqui)

Os jogadores Lambarienses se empenharam até o final, fizeram uma grande partida, mas o troféu ficou com time de São Lourenço (Equipe Sta. Helena), que venceu o jogo por 2 x 1. 

O evento foi organizado pelo professor Marcos Cruz, com o apoio da Prefeitura Municipal de Lambari. Mais de 120 jovens participaram da competição, vindos de Cruzília, Natércia, São Lourenço, Caxambu entre outros municípios.

  • Confira neste link (aqui)

Fonte: site da Prefeitura Municipal de Lambari

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Referências

  • Jornal O Globo - 7 de setembro de 1926
  • Prefeitura Municipal de Lambari
  • Câmara Municipal de Lambari
  • Cartório do 2o. Ofício de Lambari

Nota: Esta série SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO ÁGUAS VIRTUOSAS F.C. foi elaborada com base em livros, atas, correspondências e outros documentos existentes nos arquivos do clube.


A Série

Posts já publicados

  • Fundação do clubeaqui
  • O Jockey Clubeaqui
  • Amistosos das Décadas de 1920/30/40 - aqui
  • A Taça Guaraína - 1a. Parte - (1941) - aqui

Continuidade da Série

A série SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA DO ÁGUAS VIRTUOSAS F. C. prosseguirá com os seguintes títulos:


Em preparo: O Estádio do A.V.F.C.


Em preparo: Taça Guaraína - 1941- 2a. parte


Em preparo: Sócios


Em preparo: Diretorias


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Publicado por Guimaguinhas
em 19/05/2016 às 09h23
Página 56 de 111

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