Ilustração: Recorte da inscrição OLHO D'ÁGUA, existente na vivenda do mesmo nome, que pertenceu à professora e museóloga Nair de Moraes Carvalho, situada na Volta do Lago, em Lambari, MG.
Conforme dissemos no número 1 desta série, dedicado ao RETIRO DO LAGO de Gustavo Barroso aqui, nosso objetivo é recordar antigas vivendas* e casas de veraneio na Volta do Lago, um dos recantos mais belos de nossa cidade.
Pois bem, hoje vamos falar da vivenda OLHO D'ÁGUA, que pertenceu à museóloga e professora Nair de Moraes Carvalho, colega de trabalho de Gustavo Barroso no Museu Histórico Nacional (MHN) por longos anos (aqui).
Vamos lá.
(*) Lugar onde se vive; CASA; HABITAÇÃO; MORADA; RESIDÊNCIA:
Apesar deste fresco nome de vivenda campestre, o Ramalhete, (...) tinha o aspecto tristonho de residência eclesiástica... [Eça de Queiroz, Os maias]
Quem foi Nair de Moraes Carvalho
Nascida em Salvador, BA, a 27 de junho de 1914, Nair de Moraes Carvalho se formou no Museu Histórico Nacional (MHN), em 1937, no Curso de Museus, vindo a ocupar o cargo de 3º Oficial do MHN. Depois se tornou, inicialmente, professora e depois coordenadora desse mesmo curso, no período de 1944 a 1967, formando várias gerações de museólogos.
O diploma de Nair, no primeiro curso de museologia do Brasil
Lista de artigos publicados por Nair de Moraes nos Anais do MHN
Ao centro, Gustavo Barroso e Nair de Morais Carvalho, em visita à sede da revista Epopéia, no Rio de Janeiro.
Em 1935, Nair morava no Rio de Janeiro, na casa de seu irmão Bertino, e por essa época, incentivada por ele, iniciou um curso de Biblioteconomia, mantido pela Biblioteca Nacional.
Depois, levada por uma amiga, assistiu a uma aula do Curso de Museus, no Museu Histórico Nacional, se encantou com a disciplina e mudou de curso, vindo a se formar em 1937.
Nair de Moraes trabalhou com Gustavo Barroso no Museu Histórico Nacional de 1937 — quando ingressou — até 1959 — ano em que Gustavo Barroso faleceu.
Muito dedicada a Barroso, foi responsável pela meticulosa elaboração de sua hemeroteca, que pode ser vista hoje no acervo virtual do MHN (aqui).
Fonte: Aline Montenegro Magalhães. In Tecendo memórias. Gustavo Barroso e as escritas de si
Referência ao artigo publicado por Nair de Moraes, quando do aniversário de 70 anos de Gustavo Barroso. Fonte: Ana Cristina Audebert Ramos de Oliveira /PUC/RJ
Vídeo: Nair de Moraes Carvalho: 100 anos de vida e trabalho
O vídeo Nair de Moraes Carvalho: 100 anos de Vida e Trabalho, produzido pelo Núcleo de Memória da Museologia no Brasil, narra a vida da brilhante professora e museóloga.
Ex libris de Nair de Moraes Carvalho
Esta casa pequenina Onde não há dor nem mágoa Cheia de rosa e bonina Tem o nome de Olho d'água |
Nesta fonte, sem perigo, Água fresca tomarás E se fores meu amigo Muito tempo ficarás. |
A vivenda Olho d´Água, que pertenceu a Nair de Moraes Carvalho
Extraído de crônica de Lourdite Cunha
Vista recente da vivenda Olho D'Água (Fonte: GoogleMaps)
A vivenda de Lígia de Paula Pinto
Defronte às vivendas de Gustavo Barroso (Retiro do Lago) e de Nair de Moraes (Olho D'Água), na grande curva do Lago Guanabara, situava-se a residência da escritora Lígia de Paula Pinto, atraída a Águas Virtuosas de Lambari por conta de sua amizade com Barroso e Nair de Moraes.
Na curva da Volta do Lago, entre a vegetação, vê-se a antiga vivenda de Lígia Paula Pinto
Os três amigos numa conferência de Gustavo Barroso, em 1957
Fonte: Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 1957, Vol. 233
Ilustração: Recorte propaganda do Rotary Club de Lambari (Distrito 456) - Anos 1970 - Tipografia Castro
Neste post, vamos examinar aspectos dos pavilhões das fontes de nossas águas virtuosas, a começar dos anos 1865, até datas mais recentes.
Vamos lá.
Em 1834, os poços das duas nascentes de águas minerais não possuíam nenhuma proteção e se localizavam em um largo denominado Largo da Fonte.
Na segunda metade da década de 1860, o Largo da Fonte foi reformado e melhorado, e as duas nascentes foram reunidas em um único poço, abrigado em prédio ladrilhado, coberto de telhas e protegido por grades de ferro.
Em 1888, quando Garção Stockler era o concessionário das águas, a então chamada Praça dos Poços foi cercada com grades de ferros e o balneário foi reformado e posto em funcionamento. A partir daí passou o complexo passou a ser denominado de Parque das Águas (aqui)
Pavilhão protetor do poço da água (ano 1865) [2]
Cromo do pavilhão das fontes (início dos anos 1900)
Em 1906, após as obras de captação e separação das águas (veja aqui), o pavilhão das fontes recebeu a clássica cobertura de ferro que durou até os anos 1960, quando da reforma feita pela Hidrominas.
Postal dos anos 1900, com o novo pavilhão das fontes
Postal colorido - fontes - anos 1900
As fontes em 1906 - João Gomes d'Almeida
É de João Gomes d'Almeida/João Gomes de Almeida Filho, os principais fotógrafos de Águas Virtuosas de Lambary, de quem já falamos aqui, aqui e aqui, esta bela foto datada de 1906:
As fontes em 1906
As fontes em 1911 - Américo Werneck
Aspecto das fontes das águas minerais quando da inauguração das obras fundadoras de Aguas Virtuosas de Lambary, que contou com a presença de diversas autoridades da República, entre elas o presidente Hermes Fonseca (aqui, aqui e aqui),
Os planos de Werneck para o Pavilhão das Fontes
Conforme anotamos aqui, grande parte dos projetos de Américo Werneck para a estância de Águas Virtuosas de Lambary não foi realizada. Como este pavilhão das fontes:
Detalhe portal do Pavilhão das Fontes
Projeto novo Pavilhão das Fontes
As fontes em 1955 - Visita do Núncio Apostólico
Em junho de 1955, a cidade de Lambari sediou um grande evento da Igreja Particular da campanha: O Congresso Eucarístico Diocesano e dentro dele a solene Sagração da Nova Matriz, a terceira dedicada à Senhora da Saúde, Padroeira do Município, da Cidade e da Paróquia de Lambari.(aqui)
O Núncio Dom Rodrigo Lombardi e autoridades eclesiásticas bebem as águas virtuosas em 1955
Aspecto das fontes nos anos 1950
Propaganda das águas de Lambari dos anos 1950 (presume-se que essa criança seja o lambariense Edmar Bacha, economista e membro da ABL (veja aqui)
Conforme já contamos aqui, no início dos anos 1960, o Parque das Águas estava sob a direção da estatal Hidrominas, e então o pavilhão construído quando da captação das águas, corroído pelo tempo, e imprestável, veio a ser substituído e o parque totalmente reformado.
Na foto acima, dos anos 1960, ao fundo, podem ser vistos
que foram retirados quando das obras de reforma do Parque das Águas, nos anos 1980.
Fonte: [3]
Aspectos das fontes nos anos 1970
As fontes em 1971 (Reprodução Revista Petrobras)
Capa da revista A Cigarra de março de 1989
Revista A Cigarra - mar/89 - Reprodução
Atualmente, as fontes preservaram as bicas com formato de peixes e foram revestidas de aço inoxidável.
[1] Site Guimaguinhas - Série O PARQUE DAS ÁGUAS: aqui
[2] MILÉO, José Nicolau. Subsídios para a história de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1a. edição, 1970
[3] CARROZZO, João. Lambari, outrora "Cidade de Águas Virtuosas da Campanha. Piracicaba, SP, 1985, 3a. edição
Ilustração: Antigo postal da Volta do Lago, na qual se construíram belas vivendas, hoje já demolidas
Neste post, vamos recordar antigas vivendas* e casas de veraneio na Volta do Lago, um dos recantos mais belos de nossa cidade.
De fato, da maioria dos pontos da Volta do Lago pode-se avistar, além, claro, do espelho do Lago Guanabara, também o edifício do Cassino, o Cruzeiro, a Serra das Águas e o Morro do Selado, monumentos naturais e artificiais desta nossa velha e encantadora Águas Virtuosas de Lambary.
Vamos começar esta série com o Retiro do Lago.
Vamos lá.
(*) Lugar onde se vive; CASA; HABITAÇÃO; MORADA; RESIDÊNCIA:
Apesar deste fresco nome de vivenda campestre, o Ramalhete, (...) tinha o aspecto tristonho de residência eclesiástica... [Eça de Queiroz, Os maias]
O Lago Guanabara, o seu entorno e a Volta da Mata foram inaugurados por Américo Werneck, em 1911, conforme já se contou aqui e aqui.
Nas décadas seguintes, belas vivendas, pertencentes, entre outras, às famílias de João Lisboa e Gustavo Barroso, foram ali construídas.
Essa é a história que estamos contando nesta Série Vivendas antigas da Volta do Lago.
Volta do Lago praticamente deserta, nos anos 1930
A partir dos anos 1940, novas construções aparecem
Um belo contraste do entorno do Lago Guanabara: ontem e hoje
Volta do Lago povoada e iluminada, na virada do ano (2017-2018)
Artigo sobre Lambari, na Revista IBGE, anos 1940, referia as vivendas em torno do Lago Guanabara (ao fundo)
Anúncio de venda de vivenda na Volta do Lago (Reprodução: Jornal do Comércio, 9,jan.1955)
Meu Retiro à beira do lago é, humildemente comparando, como aquele Moinho que Afonso Daudet alugou, para dele escrever as deliciosas "Letres de mon moulin", embora seu ocupante não tenha pretensões de ser um Daudet.
GUSTAVO BARROSO, Crônica
Gustavo Barroso [Fortaleza, CE, 29/12/1888. Rio de Janeiro, RJ, 3/12/1959], jornalista, escritor, ensaísta, fundador e diretor do Museu Histórico Nacional, por mais de 30 anos, membro da Academia Brasileira de Letras, de quem já falamos aqui e aqui, era apaixonado por Águas Virtuosas de Lambary e aqui construiu o seu Retiro do Lago.
Gustavo Barroso, em 1955, discursando na inauguração do busto de Américo Werneck existente na Praça Conselheiro João Lisboa
Senhoras Gilberto Câmara e Gustavo Barroso - Reprodução/Revista O Cruzeiro, 1929
E essa paixão levou a que ele não só tivesse construído o seu Retiro, mas ainda se fizesse acompanhar da amiga e escritora Ligia Paula Pinto e de sua secretária no MHN, a professora e museóloga Nair de Moraes Carvalho, que também tiveram suas vivendas na Volta do Lago.
Gustavo Barroso no livro de memórias de José Benedito Rodrigues
Como se sabe, o médico Dr. José Benedito Rodrigues escreveu 3 livros que constituem registro histórico importante para a memória de Lambari e Jesuânia, quais sejam: O retrato do velho médico, Casa Progresso e Pescados no rio da memória, acerca dos quais já falamos aqui e aqui.
Pois bem, no seu livro Casa Progresso, p. 99, ele fez essa descrição de Gustavo Barroso:
No mesmo livro, p. 101, falou das árvores e fruteiras do Retiro do Lago:
Antigas vistas do Retiro do Lago
Vista aérea do Retiro do Lago - que se situava pouco depois do Hotel Itaici em direção ao Pinhão Roxo
À direita da foto, o Retiro do Lago; à esquerda, a propriedade de Francisco Costa Prado (Chico Peão)
O Retiro do Lago, de Gustavo Barroso
A casa e cavalariça de Chico Peão.
Vizinhas ao Retiro do Lago, ali eram abrigados e cuidados os cavalos de Gustavo Barroso
Seu Chico Peão
Vistas reproduzidas do GoogleMaps:
Vindo do Hotel Itaici, aqui começava o Retiro do Lago
Neste trecho situava-se o Retiro do Lago
Novos edifícios e construções tomaram o lugar do Retiro do Lago e da antiga propriedade do seu Chico Peão
- A casa centenária de Benício Chaves
Ilustração: Recorte - Ilustração do Coral Irmã Benigna - Reprodução - Fonte: www.irmabenigna.org.br
Neste post, vamos recordar a bondosa figura de Irmã Benigna, serva de Jesus, que está em vias de ser beatificada pela Igreja Católica.
Como se sabe, irmã Benigna por 5 anos (1950-1955) serviu no Asilo e Hospital São Vicente de Paulo, aqui em nossa cidade, "transpirando bondade, fé, tranquilidade e vontade de ajudar a todos que a procuravam", como registrou o Dr. José Benedito Rodrigues, que com ela trabalhou naqueles idos de 1950.
Confiram.
Em 16 de agosto de 1907, nasceu na cidade mineira de Diamantina, Maria da Conceição Santos. De família simples, ela recebeu de seus pais os verdadeiros valores cristãos da religião Católica. Mesmo pequenina, revelava dons divinos e manifestava vocação para a vida religiosa. Participava de celebrações da Santa Missa, coroações, procissões e reza do terço. Em sua terra natal, Irmã Benigna fez o curso primário e aprendeu a tocar vários instrumentos musicais. Era uma jovem muito virtuosa. Como catequista e professora de violão, evangelizava crianças e adultos. Despertava em seus companheiros de infância e mocidade grande amor pelas coisas divinas.
No dia 11 de fevereiro de 1935, dedicado a Nossa Senhora de Lourdes, Maria da Conceição Santos ingressou na Congregação das Irmãs Auxiliares de Nossa Senhora da Piedade. Em 19 de março de 1936, dia dedicado a São José, ela fez seus primeiros votos religiosos nesta congregação mineira, passando a se chamar, a partir desta data, Irmã Benigna Victima de Jesus. Por amor e inspiração divina, ela escolheu este nome, entregando-se à plena vontade de Deus.
Na biografia de irmã Benigna, disponível no site oficial que lhe foi dedicado (aqui), encontramos registro de sua passagem por Lambari (MG), nos anos 1950.
Confira:
Em 1950, Irmã Benigna foi designada a prestar serviços em um Asilo Hospital, na cidade de Lambari/MG. Incansável, ela deixou ali suas marcas, desenvolvendo um grande trabalho como parteira e enfermeira, dedicando carinho e amor a todos, sem distinção, e ensinando que a oração é a força para vencer todas as dificuldades e o caminho para se obter as graças de Deus, junto a Nossa Senhora. O número de pessoas daquela cidade que reconheciam dons especiais e divinos em Irmã Benigna era cada vez maior. (Fonte: Wikipedia)
Asilo e Hospital São Vicente de Paulo (Lambari, MG)
Asilo e hospital em Lambari, MG, em que irmã Benigna serviu no início dos anos 1950
Fachada recente do Asilo e Hospital S. V. Paulo
Relato do Dr. José Benedito Rodrigues
O médico Dr. José Benedito Rodrigues, que conheceu e trabalhou com Irmã Benigna no Asilo e Hospital São Vicente de Paulo de nossa cidade, deixou os seguintes testemunhos sobre ela:
Fonte: Retrato do velho médico - J. B. Rodrigues
Fonte: Casa Progresso - J. B. Rodrigues
Irmã Benigna se tornou exemplo de esperança e caridade
O Brasil pode ganhar uma nova beata. É a irmã Benigna de Jesus que nasceu em Minas Gerais e se tornou exemplo de esperança e caridade.
Irmã Benigna tocava violão e piano, e sua música preferida era a Salve Rainha cantada.
Em homenagem a sua musicalidade, foi criado o Coral Irmã Benigna.
Os restos mortais no Santuário da Piedade
Reprodução. Fonte: Leandro Couri/EM/D.A Press
Santuário da Piedade recebe restos mortais de Irmã Benigna, rumo à beatificação. O santuário situa-se na Serra da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Com muita emoção e acolhidos pelos fiéis, os restos voltam ao local onde, em vida, a religiosa sofreu alguns de seus piores dias.
Confira a reportagem do jornal Estado de Minas
Carta aberta ao Papa Francisco
Carta aberta ao Papa Francisco pela beatificação de Irmã Benigna
(Fonte: http://www.irmabenigna.org.br/)
Veja esta notícia de fevereiro de 2022:
Ilustração: Ancinho, em Portugal também chamado engaço. Imagem de engaços em minaturas. Fonte: torre-moncovo.blogspot - aqui
Também nos divertíamos muito, lembrando ditos, expressões e
trovas populares, além de colecionar palavras em desuso na
língua, catadas tanto aos clássicos como aos matutos do
Sul de Minas Gerais.
(Do livro inédito : Pai Véio, um contador de histórias, de Antônio Lobo Guimarães)
Pelo que respeita à linguagem, tanto culta, como familiar ou popular,
é lá [em Minas Gerais] que me parece estar a feição primitiva.
(Gladstone C. de Melo, linguista e professor, de Campanha, MG,no livro A língua do Brasil)
A Série Vocabulário de Aguinhas trata-se de uma coleção de palavras e expressões, típicas de Lambari (MG) e região Sul do Estado de Minas Gerais, utilizadas no livro Menino-Serelepe.
Entre essas palavras e expressões, há algumas que são caracteristicamente lambarienses, como já mostramos aqui.
Pois bem, hoje colhemos algumas outras palavras e expressões típicas de Águas Virtuosas de Lambary, utilizadas por Sadonana (Senhora dona Ana, nascida em 1882), na linguagem familiar, conforme nos contou sua neta Sônia Martins Braga.
Vejam que expressões deliciosas:
Aquático, como se recorda, era o nome dado aos turistas que frequentavam as estações de água na região Sul Mineira (aqui).
Além dessas expressões, havia também alguns ditados proferidos por Sadonana:
Abaixo vai o número 11 da série VOCABULÁRIO DE AGUINHAS.
Confira.
No dicionário Aurélio
Do livro Lambari, a cidade das Águas Virtuosas, de Armindo Martins
Sobre Basílio de Magalhães, veja este post aqui
Quanto ao dicionário de Gustavo Barroso, veja aqui
Fonte: Aquáticos no Hotel Bibiano - Revista da Semana, 21/mai/1927 (Reprodução: bn.digital.gov.br)
Vocabulário de Aguinhas - Letra "I"
Impingem: Erupção, coceira na pele.
Inana: Situação ou acontecimento desagradável; discussão, briga, conflito, pancadaria, confusão. Aborrecimento, amolação, caceteação.
Inconha: Diz-se do fruto que nasce pegado a outro. Diz-se de coisas muito ligadas entre si.
Indez: Diz-se de, ou ovo que se deixa no ninho para servir de chamariz às galinhas.
Infernar: Atormentar, afligir, infernizar.
Ingaço: Corruptela de engaço = bagaço, coisa usada demais, velha, surrada.
Engaço da uva
Ancinho, em Portugal chamado de engaço.
Engaço - Sentido nos dicionários
O dicionário Michaelus define assim: ramificações do cacho de uvas.
O dicionário Priberam (de Portugal) dá definições mais amplas:
(origem duvidosa) - substantivo masculino
1. [Viticultura] Cacho de uvas despojado de bagos.
2. [Viticultura] Resíduo das uvas, depois de pisadas e de extraído o vinho. = CADRAÇO, CANGAÇO, CANGANHO, CANGO, CARDAÇO
3. [Agricultura] Instrumento agrícola em forma de pente, usado para limpar ou aplanar terras agrícolas ou ajardinadas. = ANCINHO, GADANHO
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa https://www.priberam.pt/dlpo/enga%C3%A7o
Insofrida: Impaciente; pouco paciente para sofrer.
Intojada: Corruptela de entojada: enjoada, metida.
Invernar: Demorar-se em alguma coisa ou lugar além do tempo devido.
Inzemprar: Corruptela de exemplar: Castigar exemplarmente, sobretudo espancando. [Brasileirismo.]
Irmandade da opa: Turma de beberrões; companheirada de copo. Por referência a “opa”, espécie de capa sem mangas, usada pelas confrarias e irmandades religiosas. [Irmão-da-opa = beberrão.]
(**) Este Vocabulário de Aguinhas faz parte do livro Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem, de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a coletânea HISTÓRIAS DE ÁGUINHAS. V. o tópico Livros à Venda.
Veja os demais números desta Série: