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20/05/2019 09h04
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - D. Pedro II e as Águas Minerais de "Alambary"

Ilustração: Capa do livro As viagens de D. Pedro II, de Roberto Khatlab - Ed. Benvirá


SUMÁRIO


Apresentação

Lícia Bandeira, da ATURLAM, escreveu para o jornal O Farol um interessante artigo sobre a história das águas minerais do Sul de Minas, resgatando texto de antigo livro de divulgação do Brasil no exterior, oferecido ao Governo da Finlândia por Dom Pedro II, quando de sua segunda viagem à Europa, em 1876.

Segue o artigo citado e, logo abaixo, alguns comentários.

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Artigo sobre história de Lambari no O Farol

Eis o texto mencionado acima, publicado n'O Farol, de mar/abr/2019, com alguns destaques, que comentamos logo abaixo.

Reprodução. O Farol - mar/abr - 2019, p. 2 (Os grifos não são do original)

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Breves comentários

A seguir, estão alguns comentários sobre as viagens de Dom Pedro II e o trecho do livro mencionado no artigo acima.

Confira:


As viagens de dom Pedro II

O Museu Imperial, em Petrópolis, RJ, guarda

(...) 870 itens doados em 1948 pelo príncipe dom Pedro Gastão de Orleans e Bragança, que incluem os 43 cadernos pessoais do imperador, itinerários das viagens, correspondências, controles de visitas, relatórios de despesas, jornais e 67 gravuras de paisagens, pessoas e animais feitas pelo próprio Pedro II.

Nessa documentação há

(...) 5.500 páginas manuscritas, [nas quais) dom Pedro II registrou em minúcias quatro viagens realizadas pelo Brasil e três ao Exterior. 

.......

Segundo a antropóloga Lilian Schwarcz, autora da biografia “As Barbas do Imperador”, os relatos do monarca dos trópicos mostravam sua vontade de registrar tudo o que via e uma sede inesgotável de conhecimento. “Mais do que ser recebido por czares e reis, Pedro II gostava de conversar com as pessoas comuns, visitar escolas, igrejas, hospitais, fábricas e até prisões”, diz Lilian. “Seus diários são um retrato do século XIX através dos olhos de nosso imperador itinerante.”

Fonte: Dom Pedro II, o imperador viajante. ISTOÉ - 27/10/2010 nº 2137


O livro de divulgação do Brasil no exterior (D. Pedro II - 1876)

Sabe-se que

(...) em 1876, D. Pedro (foi) à Alemanha, Suécia, Finlândia, Rússia, Turquia, Palestina, Egito, Itália, Áustria, França, Inglaterra, Escócia, Irlanda, Holanda, Suíça e Portugal, onde conviveu com imperadores, czares, reis, rainhas e artistas importantes como Richard Wagner e Leon Tolstoi. (Grifamos.)

(Fonte: http://gallasdisperati.com.br/viagens-ao-exterior-de-d-pedro-ii/)

Pois bem, nessas viagens D. Pedro II distribuiu um livro com informações sobre o Brasil, com vista a divulgar o país no exterior. Um desses exemplares está na Biblioteca Nacional da Finlândia, como refere Lícia Bandeira no artigo citado. E nele há menção às "águas virtuosas" do Sul de Minas.


Trechos do livro que mencionam Lambary e suas águas minerais

Águas Virtuosas em 1876

Em 1876, Lambari era então conhecida por Águas Virtuosas de Campanha, situada na Paróquia de Alambary.

As grafias Alambary ou Lambary [corruptela do tupi aramari, araberi ou arambari = peixinho ou sardinha] eram adotadas para designar a região do rio do mesmo nome, que alcançava as terras existentes na sua proximidade (hoje: Cristina, Jesuânia, Lambari).

Em 1872, o Dr. Eustáquio Garção Stockler fixou residência na então povoação das Águas, e durante os anos de 1884 e 1885 realizou intensa propaganda acerca das virtudes da água, criando para isso um periódico quinzenal intitulado Águas Virtuosas.

Veja:

  1. As fontes das águas de Lambari
  2.  Evolução administrativa de Águas Virtuosas do Lambari

As águas minerais de Caxambu, Cambuquira e Contendas

A descoberta das Águas Virtuosas de Lambary ocorreu (...) em 1780, sendo elas designadas inicialmente por Águas Virtuosas de Campanha do Rio Verde, Águas Santas da Campanha e Águas Virtuosas da Campanha. Quando foram descobertas, eram conhecidas em todo território nacional apenas duas fontes hidrominerais: a fonte do Cipó, na Bahia, descoberta em 1730, e a fonte de Caldas Novas, em Goiás, descoberta em 1737.

(...) a expressão águas virtuosas foi associada também às águas de Caxambu e Cambuquira, descobertas posteriormente às de Lambari. As Águas Virtuosas de Baependy (depois Caxambu) foram descobertas em 1814, e as Águas Virtuosas de Cambuquira, nos anos 1860.

Veja:

  1. A expressão "Águas Virtuosas"

A contenção do Rio Mumbuca

Em 1834, os poços das duas nascentes de águas minerais não possuíam nenhuma proteção e se localizavam em um largo denominado Largo da Fonte. Com as chuvas, os poços costumavam ser invadidos pelas águas do Ribeirão Lambarizinho (atualmente, Mumbuca). Em 1850, os poços foram protegidos por esteiras, para evitar a queda de pequenos animais. Em 1860, deu-se o desvio do Rio Mumbuca, então vizinho às fontes.

Na segunda metade da década de 1860, o Largo da Fonte foi reformado e melhorado, e as duas nascentes foram reunidas em um único poço, abrigado em prédio ladrilhado, coberto de telhas e protegido por grades de ferro. Então, ajardinou-se o Largo, construiu-se um pequeno chafariz e deu-se início à construção do balneário. Com essas melhorias, o Largo da Fonte passou a ser chamado de Praça dos Poços.

Veja:

  1. A evolução do espaço em torno das nascentes

A fonte Paulina (n°5)

"As duas fontes ferreo-gazosas são conhecidas pelos nomes de Paulina e Maria ou Maria Ferreira Netta; a primeira contém uma agua límpida, transparente, incolor, inodora, de sabor picante e ligeiramente estiptico;  (...) Cada uma destas fontes está abrigada per um elegante chalet octogonal com columnas de ferro fundido. Estão ambas mal captadas e situadas num pequeno jardim de 1.260 metros quadrados de superfície, fronteiro ao parque, cercado de gradil de ferro... (sic)"

Veja:

  1. Um antigo relatório sobre o Parque das Águas (1904)

Fonte Paulina - Início anos 1900

Fonte Paulina. Reprodução. Fonte: hotelcentralparque.com.br


A ferrovia Dom Pedro II

A Estrada de Ferro D. Pedro II (partia) do município da Corte e (terminava) nos pontos das províncias de Minas Gerais e São Paulo. A construção das estradas de ferro estava relacionada ao processo de modernização do Império, alavancado a partir da segunda metade do século XIX, quando se observava um maior desenvolvimento da economia, com necessários investimentos na infraestrutura e na urbanização do Brasil (Fonte: http://mapa.an.gov.br)

Memória publicada pela Imprensa Nacional em 1908

Foi na Estação Central da Ferrovia Dom Pedro II que Hermes da Fonseca, então presidente da República, embarcou para Águas Virtuosas de Lambari, quando da inauguração das obras de Américo Werneck, em abril de 1911.

Veja:

  1. O embarque de Hermes da Fonseca (Na Estação Pedro II)

Paulo Roberto Viola e a família Imperial

Paulo Roberto Viola, advogado, jornalista, pesquisador e escritor, filho do lambariense Paulo Grandinetti Viola, é o autor do livro  Lambari, como eu gosto de você!, diversas vezes mencionado aqui no site GUIMAGUINHAS  (aquiaquiaquiaquiaqui).

Ele também é autor de uma série de livros de inspiração espírita-cristã sobre o Segundo Reinado.

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A Princesa Isabel em Aguinhas

No post cujo link vai abaixo, comentamos a passagem da Princesa Isabel, em 1868, pelo Sul de Minas (ela esteve aqui em Águas Virtuosas de Lambari, inclusive), a busca das águas minerais que pudessem auxiliá-la a engravidar.

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Referências

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Publicado por Guimaguinhas
em 20/05/2019 às 09h04

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