Ilustração: Recorte capa da narrativa Um N que virou M, de minha neta Isabela
Nesta série RECANTO DOS NETOS contamos histórias das únicas criaturas que são mais encantadoras do que nossos filhos: os filhos dos nossos filhos — os nossos netos.
Como vimos escrevendo nesta série RECANTO DOS NETOS, a renca de netos de Celeste e Guima já conta 8 alminhas: Leo e Rafa; Maria Elisa e Paulo Emílio; Isabela e Rafaela; e Cecília e Gustavo.
A bisavó Neli e seus bisnetos: Paulo Emílio, Leonardo, Rafael, Isabela, Rafaela, Maria Elisa e a caçulinha Cecília. Passagem do ano de 2020
Pois bem, neste post vamos contar como divertimos os netos com desenhos, leituras e contação de histórias, e mostrar uma historinha narrada por Isabela — para nós a Bebela — a interessante história de Um N que virou M.
Bebela (acima à direita) e sua família: os pais José e Paula, tendo ao centro Rafa e Meg
Vamos lá.
DESENHOS, LEITURAS E CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Era uma casa assombrada!!! As luzes todas apagadas...
Todo mundo dormindo... De repente, um grito:
— Chiiico!!! cadê o penico!!!
Vó Celeste, dando início à contação de "histórias assustadoras"
Quando os netos começaram a chegar, eu e Celeste, que tivemos excelentes avós, tentamos seguir o modelo. Como eles foram grandes contadores de histórias, procuramos fazer o mesmo para os filhos dos nossos filhos.
Pelo fato de morarmos longe dos netos, sempre que estamos juntos em Lambari, os encontros, além de passeios, brincadeiras de pipa-trolinho-pique, jogos, filmes e especialidades da vovó cozinheira, têm muitas histórias, revistas em quadrinhos, livros e músicas infantis — e caixas e caixas de lápis de cor, giz de cera, centenas de rabiscos, milhares de desenhos...
"Artistas" mostram o seu "talento"
As portas da Casa Gorda estão permanentemente "decoradas" com trabalhos das netas
E há também um tempão de contação de histórias...
E a "casa da vovó" e o "critório do vovô" (como diz a Rafa. Veja aqui), têm espaços próprios para essas atividades, bem como o "chalézinho" do Morro do Selado.
Espaços de escritura e leitura
E na Casa Gorda foram destinados espaços para as crianças rabiscarem, desenharem, escreverem e lerem à vontade...
O vovô teve de abrir espaço no "critório" para as netas: a mesa de trabalho das desenhadeiras e escrevedeiras, com livros infantis, folhas, cadernos, notebook, lápis, giz, cola, etc. etc. etc.
Entre os livros, estão: Alice no País das Maravilhas (Lewis Carroll), O menino marrom (Ziraldo), O mágico de Oz (Frank Baum), Silvia Pélica na Liberdade (Alfredo Mesquita, ilustração de Hilde Weber), O menino do dedo verde (Maurice Druon), Viagens de João Peralta e Pé-de-Moleque (Menotti Del Picchia), O Pequeno Príncipe (Saint-Exupéry), Aventuras do menino Chico de Assis (Luís Jardim), A famosa invasão dos ursos na Sicília (Dino Buzzati), O mistério do caderninho preto (Ruth Rocha), A invenção de Hugo Cabret (Brian Selznick) e muitos outros mais...
Na escrivaninha do quarto das meninas, mais livros. Entre eles, a coleção de livros infantis que ganhei de Sérgio Klein, meu colega da RFB, falecido muito jovem.
Veja aqui: https://editorafundamento.com.br/autores/index/profile/hash/sergio-klein
Procuramos incentivar, também, que contassem suas próprias histórias — e inventassem outras...
De início, fizeram isso oralmente, depois na forma de desenhos...
Todos eles ardiam de vontade de aprender a ler e escrever... Sonhavam com isso, enquanto iam desenhando figuras e rabiscando supostos diálogos e lances de grandes aventuras...
Por essas e por outras razões — apoio dos pais, boas escolas, professoras dedicadas, outros avós mais presentes do que nós pudemos ser —, noveis "contadores de histórias" foram aparecendo:
— Rafa e Léo tiveram redações já publicadas:
Livro editado pela Escola Mãe da Divina Providência, com redações de alunos (Brasília, Widbook+Edra, 2015) — Maria Elisa deu início à sua produção literária: Como já contamos, Maria Elisa escreveu dois livros: Lúcia: aventura no lugar mágico e A surpresa. Confira aqui: https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=57083 — E agora Isabela escreveu sua primeira história: Como se pode ver aqui: A história da Bebela |
Abaixo, o texto Um N que virou M, uma história contada por Bebela.
Confira.
[*] Foram corrigidos alguns erros de sintaxe, ortografia e pontuação
Um N que virou M
Era uma vez uma menina chamada Iasmin. Ela era muito generosa e carinhosa.
Mas tinha um problema: ela confundia 2 letrinhas: M e N.
Ela era inteligente mas sempre errava na prova as palavras com M e N, tipo:
— lâmpada, bombom, amor, panda...
Ninguém sabia disso além da professora, a melhor amiga e os pais dela.
A amiga e a professora fizeram de tudo. A professora, principalmente, todo dia ela ensinava M e N na escola.
Os pais também ajudavam com lições de memorização.
Mas, um dia um menino falou para a professora assim:
— Ô professora, por que toda a aula de Português a gente tem que aprender sobre M e N?
A professora sem palavras, com o rosto todo vermelho falou gaguejando:
— É porque M e N são parecidos, então temos que treinar.
Com um gesto de afirmação, a aula continuou.
Iasmin voltou para casa surpresa com o acontecido na aula.
Além das tarefas que a professora passa para toda turma, após todos irem embora, ela entrega para Iasmin uma folha com exercícios de M e N para fixação.
Um dia o colega de Iasmin ficou na porta espionando o que tinha na pasta que a professora trazia para a escola todos os dias.
E ele descobriu que ela dava para Iasmin uma folha com exercício de fixação, o que ele não sabia, apesar de ser muito curioso.
Com o passar dos meses Iasmin conseguiu decorar o uso das letrinhas M e N.
Ela ficou muito animada porque nunca mais ia errar seu nome.
FIM
Original da história manuscrita, ilustrada e montada por Bebela
Confira os posts já publicados:
Confira os áudios vinculados aos posts: