Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
30/03/2020 07h46
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - A gripe espanhola em Águas Virtuosas de Lambari (1918-1919)

Ilustração: Montagem. Medidas preventivas aconselhadas pela Inspectoria de Hygiene do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, durante a epidemia de gripe espanhola (1918-1919) e Como prevenir o contágio do Coronavírus, instruções do Ministério da Saúde, 2020.1253689.png

SUMÁRIO

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APRESENTAÇÃO

As autoridades brasileiras ouviram com descaso as notícias vindas de Portugal sobre os sofrimentos provocados pela pandemia de gripe na Europa. Acreditava-se que o oceano impediria a chegada do mal ao país. Mas, essa aposta se revelou rapidamente um engano.

JULIANA ROCHA


A gripe espanhola – como ficou conhecida devido ao grande número de mortos na Espanha – apareceu em duas ondas diferentes durante 1918. Na primeira, em fevereiro, embora bastante contagiosa, era uma doença branda não causando mais que três dias de febre e mal-estar. Já na segunda, em agosto, tornou-se mortal. [1]

Enquanto a primeira onda de gripe atingiu especialmente os Estados Unidos e a Europa, a segunda devastou o mundo inteiro: também caíram doentes as populações da Índia, Sudeste Asiático, Japão, China e Américas Central e do Sul. [1]

De janeiro de 1918 a dezembro de 1920, infectou 500 milhões de pessoas, cerca de um quarto da população mundial na época.Estima-se que o número de mortos esteja entre 17 milhões a 50 milhões, tornando-a uma das epidemias mais mortais da história da humanidade. A gripe espanhola foi a primeira de duas pandemias causadas pelo influenzavirus H1N1, sendo a segunda ocorrida em 2009. [2]

Neste post, recordamos os horrores dessa pandemia de 1918-19 no Rio de Janeiro, então capital da República, e em Águas Virtuosas de Lambari, onde 49 pessoas faleceram.


Fontes:

[1] http://www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=815&sid=7

[2] https://pt.wikipedia.org/wiki/Gripe_espanhola


Vamos lá.

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HISTÓRIA DA GRIPE ESPANHOLA NAS ESTÂNCIAS HIDROMINERAIS DO SUL DE MINAS

No livro A gripe espanhola nas estâncias hidrominerais de Cambuquira, Caxambu, Lambari e São Lourenço - MG - 1918-1919, o historiador varginhense José Roberto Sales apresenta estudos sobre a epidemia de influenza espanhola, entre 1918 e 1919, em Minas Gerais, nos municípios da microrregião de São Lourenço: as estâncias hidrominerais de Cambuquira, Caxambu, Lambari e São Lourenço, por meio de estudo de dados de mortalidade obtidos nos Cartórios do Registro Civil de cada município.

Desse livro extraímos informações sobre a gripe espanhola em Águas Virtuosas de Lambari, naquele período triste de 1918-19, que podem nos auxiliar a entender a grave crise por que estamos passando com o Coronavírus/Covid19.


O historiador varginhense José Roberto Sales. Reprodução. Fonte: https://fundacaoculturaldevarginha.com.br/colecao-joserobertosales/

 


A gripe espanhola nas estâncias hidrominerais de Cambuquira, Caxambu, Lambari e São Lourenço - MG - 1918-1919. [e-book]. José Roberto Sales. 1a. edição, 2013. Capa:  Fachada principal do antigo Elite Hotel Cambuquira – MG

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A GRIPE ESPANHOLA EM LAMBARI - 1918-1919

O período epidêmico da gripe espanhola em Lambari (Águas Virtuosas) teve a duração de 83 dias entre 09 de novembro de 1918 e 30 de janeiro de 1919. Durante o período epidêmico ocorreram setenta óbitos por mortalidade geral, ou seja, óbitos por todas as causas de morte. Desse total, 49 foram em consequência da gripe espanhola e/ou complicações decorrentes. 

JOSÉ ROBERTO SALES



Do livro acima, no capítulo 3, páginas 118 a 138, extraímos o seguinte:

Em Lambari – MG, à época denominada Águas Virtuosas, a pesquisa revela a ocorrência de 49 óbitos por influenza espanhola e complicações decorrentes, no período de 09 de novembro de 1918 a 30 de janeiro de 1919.

O período epidêmico teve a duração de 83 dias. As vítimas fatais foram 23 homens e 26 mulheres. Em ambos os sexos, ocorreram óbitos em todas as faixas etárias. O pico ocorreu no mês de novembro de 1918, com 30 óbitos.

A maioria dos óbitos ocorreu nas residências das vítimas ou de familiares (32); os demais, no hospital (13) e no Asilo São Vicente de Paula (1).

As causas das mortes registradas nos atestados de óbitos cartoriais foram: gripe (26), gripe pneumônica (18), meningite (2), broncopneumonia (1), pneumonia (1) e meningoencefalite de origem gripal (1). Consideramos os registros de gripe pneumônica como uma complicação decorrente da gripe.

As principais vítimas da epidemia foram os maiores de cinquenta anos de idade de ambos os sexos. A principal ocupação dos homens era a de jornaleiro agrícola (lavrador que trabalhava por jornada diária de trabalho) e a única ocupação das mulheres, o serviço doméstico.

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A GRIPE ESPANHOLA NA CAPITAL DA REPÚBLICA (1918-19)

Ela foi chamada de a Espanhola. O som das castanholas vinha do ranger de dentes dos infectados. A princípio, ninguém notou. Mergulhados em problemas de abastecimento e notícias da Primeira Guerra Mundial, adoecer parecia normal a milhares de cidadãos.

MARY DEL PRIORE


Se na Europa a Espanhola se disseminava e apavorava, em setembro de 1918, no Rio de Janeiro, capital da República, as notícias eram ignoradas ou tratadas em tom de brincadeira.

É o que conta a historiadora Mary Del Priore no artigo abaixo, publicado hoje no Jornal O Globo.

Confira:

Reprodução. Jornal O Globo, 30, mar, 2020. Disponível aqui


Reprodução. Facebook

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RECOMENDAÇÕES PARA CONTER A GRIPE ESPANHOLA

Em artigo intitulado:

  • História: recomendações para conter Coronavírus são as mesmas da Gripe Espanhola,

o jornal eletrônico DiáriodoRio.com mostra a semelhança entre as recomendações para contenção da gripe espanhola e o Coronavírus.


Aviso publicado em jornais do Rio de Janeiro (1918-19). Reprodução. Fone: JornaldoRio.com

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CUIDADOS RECOMENDADOS PARA CONTENÇÃO DO CORONAVÍRUS

O Ministério da Saúde disponibiliza na internet informações oficiais sobre a pandemia Coronavírus/Covid 19 no Brasil.

Disponível aqui: https://coronavirus.saude.gov.br/



Já comentamos os cuidados recomendados pela Prefeitura Municipal de Lambari quanto à pandemia do Coronavírus/Covid19.

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REFERÊNCIAS

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Publicado por Guimaguinhas
em 30/03/2020 às 07h46
 
24/03/2020 07h59
IMIGRAÇÃO ITALIANA PARA ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI (6) Lambari e Latronico em tempos de Covid19

Ilustração: Capa do vídeo da prefeitura de Latronico (Itália) acerca de medidas protetivas em tempos de Covid191253689.png

SUMÁRIO

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APRESENTAÇÃO

Como vimos contando na série IMIGRAÇÃO ITALIANA PARA ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI (aqui), dezenas de famílias migraram da Itália para Águas Virtuosas de Lambari em fins Século XIX/início Século XX, e a grande maioria delas proveniente de Latronico, na província de Basilicata.



FAMÍLIAS ITALIANAS QUE VIERAM PARA ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI

Cerca de 40 famílias italianas imigraram para Águas Virtuosas, quase todas oriundas de Latronico, na província de Basilicata

Dentre elas, conforme está no livro Subsídios para a história de Lambari (MILEO, 1970), as seguintes:

Basile, Beloni, Bianguli, Biasi, Bongiorni, Bordigoni 

Carelli, Carlini, Coli, Conti

De Capua, De Paula, Dieco, Dotti

Eoli

Franceschi

Gentili, Gesualdi, Giacoia, Giovanini, Gonelli, Grandinetti, Greco, Gregatti

Ieno, Ielpo

Lamberti, Léo, Lofiego, Lorenzo 

Magaldi, Maglioni, Mandarano, Manes, Marzano, Metidieri, Mileo

Negri

Papaléo, Papandréia, Patia, Pestile, Plantuli, Ponzo 

Raimundi, Rambaldi, Rosatti 

Santoro, Serruti, Sgarbi, Sinforoso, Silvestrini 

Tucci

Viola

(*) Os Biasi vieram de Campobasso; os Gentili, de Massa; os Pestile, de Nápoles. Os  Giovanini de Badia de Tedalda, província de Arezzo

Fonte: JOSÉ NICOLAU MILEO, 1970, págs. 107 a 114; 


Na mesma série, contamos como foi a visita de descendentes das famílias GESUALDI e BASILE a Latronico, em 2012 e 2019, respectivamente.

Pois bem, ontem, dia 23 de março de 2019, Marcelo de Castro Alves [Basile] nos repassou mensagem recebida de Vincenzo Castellano, vice-prefeito de Latronico, a qual refere vídeo divulgado pela Prefeitura de Latronico a respeito de medidas preventivas adotadas naquela cidade, em razão do Covid19.

Em resposta, enviamos a Marcelo, pedindo que repassasse a Vicenzo, a situação de nossa Lambari.

Neste post, compartilhamos a mensagem e respectivo vídeo com os visitantes do nosso site, em especial com os descendentes e amigos das famílias italianas de Lambari que migraram daquela cidade.

Confiram.

Ao grande povo italiano, do qual há 25 milhões de descendentes do Brasil, e centenas em Lambari, MG, elevamos nossos pensamentos de conforto espiritual e esperança, e estamos em prece, solicitando aos Céus força e consolação, a fim de que possam enfrentar o enorme drama que essa crise vem causando.

Que os protetores de Latronico e Lambari  Santo Egídio e N. S. da Saúde — protejam a todos nós.




André Gesualdi e sua esposa Deborah. Viagem a Latronico. 2012.


Os irmãos Paulo, Ricardo e Marcelo Castro Alves [Basile], ao lado do vice-prefeito de Latronico (Vincenzo Castellano, de gravata). Viagem a Latronico. 2019

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MENSAGEM DA PREFEITURA DE LATRONICO (tradução do Google, com alterações)

MENSAGEM DO LATRONICHESI FUORISEDE

Um pequeno vídeo com uma mensagem importante do nosso prefeito: por ocasião da epidemia na COVID19, respeitamos as regras e #restiamoacasa!

Particularmente aos que decidiram ficar em sua cidade natal adotiva, fazendo um enorme sacrifício de estar longe de seus entes queridos neste momento difícil, é que enviamos esta mensagem importante ... logo no início desta semana crucial para o Sul da Itália.

Eles também, como estão respeitando as instruções dadas, merecem o nosso aplauso.

Unidos vamos conseguir!

O vídeo foi feito graças a um trabalho gratuito e fundamental de Donato Viola, que respondeu presente ao meu chamado. As imagens aéreas são cortesia de Antonio De Luca e Giuseppe Orofino.

Obrigado a todos que participaram.

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ACESSE O VÍDEO

O vídeo mencionado está disponível aqui:

 

 

(*) Nesse vídeo, além de mensagens de moradores de Latronico, estimulando a permanência em casa, podemos ver belas imagens aéreas da cidade.

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MEDIDAS PROTETIVAS EM LAMBARI - Covid19

A Prefeitura de Lambari, MG, em razão do Coronavírus/Covid19, tomou providências, como isolamento social, avisos e mensagens por meio de redes sociais e carros de som, edição do Decreto Municipal n. 4.062, de 20 de março de 2020 (situação de emergência em saúde pública: instalação do Gabinete da Crise, plantão da vigilância sanitária, etc.)


Mensagens via WhasApp


Facebook da PML, com vídeos e notícias sobre medidas preventivas ao Coronavírus/Covid19

https://www.facebook.com/prefeituradelambari/?fref=ts

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MENSAGEM ORIGINAL (em italiano)

UN MESSAGGIO DAI LATRONICHESI FUORISEDE*

Un piccolo video con un messaggio importante da parte dei nostri concittadini fuorisede: in occasione dell'epidemia COVID19 rispettiamo le regole e #restiamoacasa!

E' proprio da parte di chi ha deciso di rimanere nelle proprie città di adozione, compiendo un sacrificio enorme nello stare lontani dai loro affetti in questo momento così difficile, che ci arriva questo messaggio importante...proprio all'inizio di questa settimana cruciale per il Sud Italia.

Anche loro, come chi sta rispettando alla lettera le indicazioni date, merita il nostro plauso.

Uniti ce la faremo!


Il video è stato realizzato grazie al lavoro gratuito e fondamentale di Donato Viola che ha risposto presente alla mia chiamata. Le immagini aeree sono state concesse da Antonio De Luca e Giuseppe Orofino.
 

Un grazie a tutti quelli che hanno partecipato.

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EREFERÊNCIAS

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Publicado por Guimaguinhas
em 24/03/2020 às 07h59
 
15/03/2020 08h41
ÁGUAS VIRTUOSAS FUTEBOL CLUBE (77) - João André dos Santos [*1931 - +2020]

 Ilustração: João André e Gidão. Dupla de zagueiros do Águas Virtuosas dos anos 1950.


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

Faleceu no dia 14 de março de 2020, aos 89 anos de idade [11 de abril de 1931], João André dos Santos.

Natural de Natércia (MG), João André veio para Lambari nos anos 1950, onde logo ficou conhecido por sua atuação como vigoroso zagueiro do Águas Virtuosas.


João André. Reprodução. Facebook/Cristiane Bacha Santos

João André, Marialva e filhos


Aqui se casou com Marialva Borges Bacha, com quem teve 3 filhos: Cristiane, Jorge André e Ricardo, esses dois últimos também atletas do Águas Virtuosas nos anos 1980.


Da Série Futebol em Família (aqui)


Muito amigo de meu pai (Dé da Farmácia) e de meu tio (Joãozinho Bode), foi companheiro de caçadas e pescarias desses dois por longos anos.


João André, Dé e Joãozinho – três amigos amantes das caçadas


Neste post, recordamos algumas passagens de sua vida.

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O FUTEBOL

Alto e forte, João André foi um "beque das antigas", como se diz no futebol, tendo formado, ao lado de Gidão, uma grande dupla de zagueiros do excelente time do Águas Virtuosas dos anos 1950.

Gidão e João André, time do Águas, anos 1950


Algum tempo atrás, quando comecei a coletar, numa antiga camisa do Águas Virtuosas, assinaturas de jogadores que atuaram pelo clube [a qual pretendo expor num futuro local que venha a guardar a memória do do A.V.F.C. (aqui)], mostrei-lhe a foto abaixo e perguntei sobre o apelido que seu modo de atuar lhe rendeu no futebol: Zé do Diabo.

Ele deu uma risadinha marota, e respondeu:

— Hehehe! Porque chegava junto!

E aí eu brinquei:

— Mas por que "Zé" e não "João do Diabo"?  

Ele então deu uma boa risada, e disse:

— Sei lá, coisas do futebol !


Time do Águas Virtuosas dos anos 1950. Em inscrição da época, João André aparece identificado pelo apelido: Zé do Diabo


A seguir, recordou alguns lances de sua carreira e assinou a camisa, ao lado de Quinzinho Modesto, seu companheiro de jornadas no time do Águas, também falecido recentemente (aqui).


A "esquadra rubra"

João André (o Zé do Diabo) fez parte do grande time do Águas Virtuosas dos anos 1950 (aqui). Cartazes dos jogos da época (aqui), deixaram registros sobre suas atuações:


Cartaz do jogo Águas Virtuosas x E. C. Itanhandu, de 18, set, 1955, destacava o Zé do Diabo

Cartaz do jogo Águas Virtuosas x T.A.C. de Três Pontas, Anos 1950, destacava Joãozinho (João André, o Zé do Diabo)


Águas Virtuosas dos anos 1950. Na foto, entre outros, em pé: Dr. Ferreira, Cunha, Rely, Crisóstomo, Gidão, João André, Lilico, Vaca e Manoel Correia . Agachados: Professor Raimundo, Quinzinho, Nenê Nascimento, Laerte, Hélio Fernandes, Pinellinho e Chico de Castro.

 

Águas Virtuosas. 1953. Em pé, entre outros: Crisóstomo, Hélio, Vavá, Zé do Diabo, Nicola e Gidão. Agachados: Pinellinho, Val, Nenê e Quinzinho

 

Águas Virtuosas. Anos 1950. Em pé, entre outros: Hélio Fernandes, Crisóstomo, João André. Agachados: João Rely, Pinelinho, Quinzinho.

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VIDA SOCIAL

Algumas lembranças da vida social de João André.


João André entre Aparecida Carvalho e Benigna Borges (sua cunhada), na formatura dessa última


A dança

Conforme conto na série Aguinhas Elegante - 3 (aqui), João André foi grande dançarino e assíduo frequentador das noites dançantes do Cassino das Fontes.

Confira.



Em agosto de 2018, no Pesqueiro do Ganso, na festa de aniversário de 80 anos Marluce Santoro Krauss Villani, João André dança com Marialva

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AS CAÇADAS

João André combinava bem com meu pai (Dé da Farmácia) e meu tio (Joãozinho Bode), não obstante as diferenças de gênio e estilo de caçadas desses dois.

De fato, meu pai tinha um gênio mais manso e mais brincalhão e preferia caçadas de mato e de pio (aqui). Meu tio, um grande coração num gênio mais severo, era dado a caçadas de campo, capivaras e pacas (aqui e aqui). 

Abaixo vai um pequeno registro fotográfico das caçadas de João André com meu pai (Dé da Farmácia) e meu tio (Joãozinho Bode)


Consciência ecológica

Essas são lembranças de um outro contexto histórico, de uma época em que a caça esportiva era legal no País. Atualmente, encontra-se proibida. Confira a Legislação de proteção à faúna. 

Com a extinção da caça e a conscientização ecológica, as últimas gerações de brasileiros já não praticaram a caça esportiva ou a apanha de espécies da fauna silvestre, passando a ter outra relação com aves e pássaros. Veja este belo exemplo (aqui)


Fotos

Caçada no Norte de Minas. Urucuia. Anos 1960. João André, Zé Maria (promotor) e João Bode

Caçada no Norte de Minas. Urucuia. Anos 1960. João André

Caçada no Norte de Minas. Urucuia. Anos 1960. João André


Caçada na Serra do Mar, em Caraguatatuba. Anos 1960. Na foto, em pé: Baianinho, Expedito, Josué, João André, Nezinho. Agachados: Dito Cozinheiro e Dorinho

 

Caçada na Serra do Mar, em Caraguatatuba. Anos 1960. Na foto, em pé: Dorinho, Josué, Nezinho. Agachados: Dé da Farmácia, João André e Expedito

Caçada na Serra do Mar, em Caraguatatuba. Anos 1960. João André

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UM GESTO DE AMIZADE

Ditoso o homem que se compadece e empresta.
 
(SALMOS, cap. 112, v. 5)


Num livro ainda inédito sobre minha juventude, recordo uma passagem dos meus 16 anos, um pouco antes de terminar o ginásio, quando — como a maioria dos meus colegas — eu "queria estudar fora". Apesar de ser filho único, as condições financeiras de meu pai, então um assalariado da Farmácia Santo Antônio, não permitiam me manter estudando longe de casa.

E ele então me fez aprender datilografia, tomar aulas de escrituração contábil com d. Zainha (aqui), e depois me levou a Varginha, na companhia de Armando, um viajante dos laboratórios Yatropan, para algumas entrevistas de emprego. Não conseguimos nada de imediato, e sim a promessa de que dentro de 3 a 4 meses eu seria empregado como auxiliar de escritório numa empresa do ramo de rações que estava expandindo suas atividades.

No dia em que embarquei no ônibus do seu Walter Junqueira (uma velha jardineira laranja, de que muitos vão se recordar), com destino a Varginha, meu pai me entregou um envelope com certa quantia, e me disse: 

— Filho, tem aqui dinheiro pra você se manter por 3 meses. Depois disso, se não conseguir emprego, vai ter que voltar...

Fui e voltei por outras razões, mas quero registrar que foi ao seu amigo João André que meu pai tomou emprestado, sem juros, esse dinheiro. Gesto de amizade por que serei eternamente grato. 

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REFERÊNCIAS

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Publicado por Guimaguinhas
em 15/03/2020 às 08h41
 
12/03/2020 06h44
MEMÓRIAS POLÍTICAS DE AGUINHAS - Visita do Governador Mílton Campos (1948)

Ilustração: Mílton Campos, Governador de MG (1947-1951), na porta do Hotel Imperial, em 24 de outubro de 1948. Ao fundo, de terno branco, José Maia da Silva


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

Milton Soares Campos (político, advogado, professor, escritor e acadêmico) nasceu em Ponte Nova em 16/08/1900 e faleceu em Belo Horizonte em 16/01/1972.

Era filho do desembargador Francisco de Castro Rodrigues Campos, ex-presidente do Tribunal de Apelação de Minas Gerais, e de Regina Martins Soares Campos. Foi casado com Déa Dantas Campos.

Formado nas tradições políticas mineiras, teve longa vida pública na qual soube manter reputação de espírito liberal na política e de honestidade pessoal na gestão dos bens públicos.

Como tantos outros liberais brasileiros, Milton Campos protestou e denunciou o golpe de Vargas, e mais à frente, eleito governador de Minas, soube democratizar o poder político no Estado.

Como governador de 1947 a 1951, visionário e criativo, desenvolveu uma administração baseada na austeridade e na recuperação econômica e financeira, priorizando áreas como educação, agricultura e energia elétrica. No seu governo, foram dados os primeiros passos para a criação da CEMIG, que seria concretizada no governo de Juscelino Kubitschek (1951-54)

Nos anos 1960, participou das articulações que resultaram na Revolução de 1964. Foi ministro da Justiça e Negócios Interiores de Castelo Branco, demitindo-se em 1965, por não concordar com a edição do Ato Institucional Nº. 2.

Em 1966, foi reeleito senador por Minas, para a sexta e a sétima legislaturas. Faleceu durante seu último mandato, em Belo Horizonte, em 16 de janeiro de 1972

Exerceu os seguintes cargos:

  • Deputado Estadual – 1935 a 1937
  • Deputado Federal – 1946 a 1947
  • Governador – 1947 a 1951
  • Deputado Federal – 1955 a 1959
  • Senador – 1959 a 1964; 1966 a 1972
  • Ministro da Justiça – 1964 a 1966 

Foi presidente da OAB (MG) de 1943/45; membro da Academia Mineira de Letras (1953), do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG) e do Instituto do Direito Civil Comparado, de Paris.

Como professor, deu aulas de Política da Faculdade de Filosofia da UMG e de Direito Constitucional na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica, da qual foi cofundador.

É patrono das Faculdades Milton Campos, de Nova Lima, MG (aqui) e da Fundação Mílton Campos (aqui)

Fontes: www.miltoncampos.org.br — www.ihgmg.org.br — www.fgv.br/cpdoc

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FOTOS

Em 24 de outubro de 1948, na gestão do prefeito Hélio Salles, Mílton Campos, então governador de Minas, visitou Lambari.

Confira esta sequência de fotos históricas:


Mílton Campos cumprimenta simpatizantes à porta do Hotel Imperial (1948)

Visita à piscina pública de Lambari (1948)

Mílton Campos visita o Parque das Águas (1948).

 

Mílton Campos (de chapéu) visita as fontes de águas minerais (1948). Ao lado, de terno branco, José Maia da Silva

Mílton Campos visita o Cassino de Lambari (1948). À direita, de terno branco, José Maia da Silva


Milton Campos transmite o cargo para Juscelino Kubitschek, que fora eleito governador (1951). Reprodução. Fonte: Wikipedia

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REFERÊNCIAS


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Publicado por Guimaguinhas
em 12/03/2020 às 06h44
 
01/03/2020 10h35
AGUINHAS JÁ TEVE (5) Laticínios Glória, de Alfeu Belloni

Ilustração: Alfeu Belloni, sempre elegante, e também famoso pé-de-valsa (aqui)


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

Lambari já teve... Já teve isso, já teve aquilo... Isso não vingou, aquiloutro se acabou...

Entre desalentadas e saudosas, gerações de lambarienses ouviram — e ouvem — frases como essas.

Para recordar um pouco disso, criamos a Série AGUINHAS JÁ TEVE, iniciada com o seguinte post:

E já comentamos também sobre o seguinte:

E hoje vamos recordar um dos mais tradicionais estabelecimentos de nossa cidade, destacado pela excelência de seus produtos: o Laticínios Glória, de Alfeu Belloni.

Entre eles, como já anotamos aqui, a

especial manteiga da família Beloni, de sabor incomparável, com clientes do Rio de Janeiro — entre eles Gustavo Barroso —  que a encomendavam e recebiam pelo serviço de entregas da rede ferroviária

Vamos lá!


O LATICÍNIOS GLÓRIA

Como já contei aqui, meu avô materno e dois irmãos de minha mãe trabalharam no Laticínios Silvestrini, sendo que meus tios (Rubens e Messias Lobo), anos mais tarde, trabalharam também no Laticínios Glória também.

Aliás, deixei registrado no livro MENINO-SERELEPE uma lembrança daquela época, tempos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945):

Tio Messias trazia do laticínio do seu Alfeu Belloni, onde trabalhava, os jornais e os lia para a família, compondo quadros de horrores, devastação, fome, morte, um pavor sem conta (...)

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ONDE FICAVA O LATICÍNIOS GLÓRIA

Situado próximo do Grupo João Bráulio, em alguns dias da semana, era comum ver uma pequena fila de alunos, na saída das aulas, passando pelos fundos do Laticínios Glória para receberem uma "raspadinha" do Creme Natália (o especial requeijão do Belloni).

Os funcionários levavam os tachos com a sobra do requeijão e, com uma colher, depositavam uma raspadinha na mão das crianças...


Neste prédio na Rua Garção Stockler ficava a entrada do Laticínios Glória. Reprodução. GoogleMaps

Esta entrada, na Rua Francisco de Castro Filho, dava acesso aos fundos do Laticínios Glória, onde eram servidas as "raspadinhas" de requeijão. Reprodução. GoogleMaps

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FOTOS

Interior do Laticínios Glória (anos 1950)

Cliente à porta do Laticínios Glória (anos 1950)

Alfeu Belloni, com casais de amigos: Manuela Gama/Ângelo Astério; Dulce Faria/José Astério e a filha

Marília Maria, filha de Alfeu Belloni (formatura)

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UMA GÍRIA TÍPICA DE AGUINHAS

Os meninos e meninas dos anos 1950/60 hão de se lembrar de ter comprado manteiga a granel no Laticínios Glória, e do "jeitão" do seu Belloni, que nos parecia sempre "brabo", falando alto naquele italianado típico...

Esse fato fez nascer em nossa cidade a expressão cara de belonicom este significado:

  • Cara de beloni: Desapontado; emburrado. [Gíria ocorrente em Lambari, MG.]

Coisas da linguagem, que é viva e está sempre se renovando...


Seu Toninho de Campos, que era muito amigo de Alfeu Belloni, foi quem me contou essa história da origem da expressão, isso nos anos 1970, ao tempo em que fui seu contador (aqui).

De fato, seu Toninho fez os primeiros registros escritos dessa gíria por ocasião das eleições presidenciais de 1960, no jornalzinho Sputinik, que editou nos anos 1950/60 (aqui).

Confira:

   

Reprodução. Sputnik n° 37, de 21 de agosto de 1960

Reprodução. Sputnik n° 44, de 9 de outubro de 1960


E nós também fizemos uso da expressão no livro Menino-Serelepe

Confira este trecho, retirado do capítulo XXVIII – Furtação de frutas:

(...) E eu caí, meio que me esborrachando pelo chão, mas rodopiei pelo passeio afora, me pus de pé, espanei a sujeira da roupa, mostrei a língua pro Cuím que ficou lá tiririca, afuazado e com cara de beloni. Eu rachei fora com o bolso carregado de pasta de goiaba, que goiaba inteira num sobrou unzinha nem pra remédio. (pág. 154)

[O destaque não é do original.]

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REFERÊNCIAS

  • GoogleMaps
  • Sputinik. Número 44, de 9 de outubro de 1960
  • MARTINS, Armindo. Lambari, cidade das Águas Virtuosas. 1970
  • Fotos: Acervo da família José Sgarbi Astério

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MENINO-SERELEPE

  

(*) Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem trata-se de uma ficção baseada em fatos reais da vida do autor, na Lambari dos anos 1960.

O livro é de autoria de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a série MEMÓRIAS DE ÁGUINHAS. Veja acima o tópico Livros à Venda.

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Publicado por Guimaguinhas
em 01/03/2020 às 10h35
Página 25 de 111

Espaço Francisco de Paula Vítor (Padre Vítor)

 

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