Dias atrás, publicamos no GUIMAGUINHAS uma nota sobre o ESTÚDIO FAIXA PRETA, na qual dissemos tratar-se dos fundos do açougue do Acácio Barros, no centro da cidade de Lambari, que era todo forrado de azulejos brancos, com uma faixa de azulejos pretos, razão por que o local improvisado tomou o nome de Estúdio "Faixa Preta". (aqui).
Como também narramos, naquele local, nos anos 1960, reuniam-se seresteiros, compositores e amantes da música, entre eles: Aloisio Krauss, Acácio Barros, João (Vital) Ribeiro, Cauby Gorgulho, Fernando Dias. E acrescentamos ainda que nesse estúdio foram compostas algumas músicas, como Lambari em Serenata (A. Wildhagen/C. Gorgulho) e o bolero Por quê? (F. Dias).
E, por fim, dissemos ter recebido de Wilma Bacha Wildhagen, viúva de Augusto Wildhagen, uma fita K7, dos anos 1960, com a gravação de uma dessas reuniões. (aqui)
Pois bem, hoje vamos postar essa preciosa fita e acrescentar mais informações sobre o ESTUDIO MUSICAL FAIXA PRETA.
Vamos lá.
Neste local, na R. Dr. Garção Stockler, nos anos 1960, localizava-se o Estúdio Faixa Preta (Fonte: Google Maps)
Além dos seresteiros e músicos, pelo FAIXA PRETA circulavam também diversas outras pessoas — amigos, curiosos — para ouvir as músicas, conversar ou tomar uma traguinho. Meu pai, o Dé da Farmácia, e meu tio João eram alguns desses frequentadores habituais. Pois bem, naquela época lá trabalhava o Tide, que por muitos anos foi funcionário do açougue do Acácio. Como a turma não tinha horário para encerrar a cantoria, antes de sair o Tide preparava uma pratada de tira-gostos (carne e linguiça assadas), servia o pessoal e ia embora. Ocorreu que, certo dia, o Tide fechou o açougue, e, esquecendo-se da turma, passou o cadeado por fora do estabelecimento. E não houve jeito: os seresteiros só puderam sair às 6 da manhã, quando o Acácio abriu o açougue...
É longa a lista de frequentadores do FAIXA PRETA, como dissemos acima. Na galeria abaixo estão alguns deles. Pela ordem: Acácio Barros, Aloísio Krauss, João Vital, Fernando Dias e Augusto Wildhagen.
Tio João e Dé, meu pai, que também frequentavam o Faixa Preta
A gravação de uma das reuniões do grupo no ESTUDIO FAIXA PRETA data do final dos anos 1960, e tem a duração de 14 min e 23 seg. Foi feita em fita K7, copiada num gravador de celular e depois convertida em MP3. Assim, mesmo não possuindo grande qualidade de som, trata-se de um registro precioso da memória musical de nossa cidade.
Abaixo segue um resumo do conteúdo da fita:
ESTÚDIO FAIXA PRETA – Lambari, MG
• 00:00 – Trecho de “Lambari em Serenata”, na voz de Aloísio Krauss
• 01:00 - “Dama de Verde”, voz e violão de João (Vital) Ribeiro
• 03:22 – Voz de Aloísio Krauss anunciando pela “Rádio X – Caboclo” a próxima atração
• 03:39 - “Lambari em Serenata”, voz Aloísio Krauss
• 06:32 – Voz de Augusto Wildhagen anunciando a valsa “Vilma”, com João (Vital) Ribeiro
• 06:35 - “Vilma”, voz e violão de João (Vital) Ribeiro
• 10:12 – Voz de Augusto Wildhagen anunciando a nova música de Fernando Dias – “Por quê?”
• 10:16 - “Por quê?”, na voz e violão de João (Vital) Ribeiro
Letras das músicas da gravação
As letras de Lambari em Serenata, Dama de Verde e Vilma estão aqui
A letra do bolero Por quê? é a seguinte:
Por quê já não estás comigo agora? / Por quê teus olhos eu não posso ver?
Oh Deus, minhas penas continuam / E os meus sonhos estão ficando para trás
Senhor, as tuas marcas me perseguem / Por quê plantaste o amor dentro de mim?
E aí dores renascem com recordações / Numa vida pontilhada de ilusões
Uma vez mais, agradecemos a Wilma Bacha Wildhagen pelas informações e pela gravação histórica acima referida, e bem assim pela autorização que nos deu para sua divulgação.
Agradecemos também a Aloísio Krauss, Acácio Barros e João (Vital) Ribeiro pela colaboração que deram na feitura deste post.
Série Aguinhas Musical
(*) Se você, caro(a) visitante, tiver notícias, informações, fotos das pessoas ou famílias aqui mencionadas, ou quiser fazer alguma correção ou complementação ao texto aqui publicado, entre em contato conosco neste e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com
O GUIMAGUINHAS já teve alguns de seus posts comentados no blog A PELADA COMO ELA É, de Sérgio Pugliese, de O GLOBO, como foi o caso dos seguintes:
Pois bem, na edição de hoje, 1o. de julho de 2014, o jornalista Sérgio Pugliese, que se confessa fã do blog GUIMAGUINHAS, escreveu:
Olá, amigos!
Nosso amigo Antônio Carlos está de volta! Hoje, ele nos brinda com mais uma história que narra a estadia da seleção brasileira de 1966 na cidade de Lambari, e que está em seu blog, o “Guimaguinhas”, do qual somos muito fãs!
Agradecemos as palavras amáveis de Pugliese, e informamos que o texto de seu blog pode ser visto neste link: aqui.
A crônica A Seleção em Aguinhas faz parte do livro MENINO-SERELEPE (*) e foi publicada originalmente no GUIMAGUINHAS em 09/03/2013 (aqui)
(*) Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem, livro de memórias de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a coletânea HISTÓRIAS DE ÁGUINHAS. V. o tópico Livros à Venda.
Em tempos de Copa do Mundo, é bom relembrar alguns feitos de nossa Seleção Canarinho (que foi campeã do mundo em 1958 jogando de camisa azul...)
No Youtube há um rico acervo de jogos de nossa Seleção, dos quais selecionamos as finais das Copas de 1958 e 1962, em que o Brasil venceu, respectivamente, as Seleções da Suécia por 5 X 2, e a da Checoslováquia por 3 X 1.
Vejamos.
Final da Copa de 1958
Final da Copa de 1962
Algumas curiosidades:
Vale recordar que, jogando juntos, Pelé e Garrincha nunca perderam um jogo pela Seleção, e que Garrincha, com a camisa canarinho, só perdeu uma partida atuando com a camisa 7 que imortalizou...
Fontes: Youtube e CBN/Globo
Introdução
Sobre as Indústrias ABI já publicamos alguns posts:
Hoje voltamos ao tema para relembrar alguns eventos históricos ocorridos naquela que foi a mais importante das indústrias de Lambari. Vamos lá.
Prêmio Dedicação ao Trabalho
Em 1966, o funcionário Joaquim Domingos da Silva foi contemplado com o prêmio "Dedicação ao Trabalho", promovido pela Indústrias Guarany, então proprietária das Indústrias ABI.
O evento ocorreu no dia 16 de abril de 1966, ocasião em que houve a realização de uma missa nas instalações da fábrica e uma solenidade de entrega da premiação. O prêmio de Joaquim Domingos — representado por um cheque — foi entregue pelo jogador Pelé, que à época se encontrava em Lambari com a delegação da Seleção Brasileira de 1966, que aqui fazia sua pré-temporada para a Copa do Mundo.
Joaquim Domingos recebendo o prêmio das mãos de Pelé, em 1966
Operário Padrão
Geraldo Machado de Sousa, o maestro Geraldo Machado (aqui), trabalhou por toda uma vida na "fábrica do Biaso", como era conhecida popularmente as Indústrias ABI. Ainda muito jovem, ingressou na ABI em 1o. de novembro de 1944, como aprendiz na Seção de Estanhagem e Acabamento. Entre os anos de 1947 a 1953, exerceu as funções de soldador (solda com liga de chumbo, solda acetilênica e elétrica). A seguir, entre 1954 e 1960, passou às funções de ferreiro/prensista. Depois, tornou-se chefe da Seção de Aço Inoxidável (1961/62), e em 1963 foi promovido a Chefe de Almoxarifado, cargo em que permaneceu até 1970; nesse cargo acumulou as funções de Planejador de Materiais e Comprador Oficial. Em 1971, foi novamente promovido, dessa feita ao cargo de Supervisão de Produção da Seção de Aço Inoxidável, seção da qual foi também orçamentista e programador. Nessa época, participou ativamente da criação de 3 novos aparelhos para a indústria de laticínios: o Refrigerabi, o SOPABI e a Máquina de Homogeneizar Yogurt.
Em 1973, foi eleito pelos seus companheiros o Operário Padrão das Indústrias ABI, tendo concorrido ao prêmio Operário Padrão de Minas Gerais, em evento ocorrido no SESI/MG, em Belo Horizonte, que contou com 28 participantes.
Geraldo Machado (na 1a. fila, ao centro) entre os concorrentes do prêmio Operário Padrão de Minas Gerais (SESI/BH/1973)
Visita do Ministro Mario Andreazza
No início dos anos 1970, Mário Andreazza, então Ministro do Interior, visitou a Fábrica ABI. Na foto abaixo, ele examina um torno mecânico, desenvolvido por Vadinho Biaso.
Visita do Ministro Mário Andreazza à ABI. Na foto, à frente, entre outros: Dr. Toninho Ferreira, Jairo Ferreira (prefeito), Andreazza e Vadinho Biaso. Ao fundo, entre outros: Antônio Franco e Sebastião Arantes.
Fontes: Agradecemos à D. Aparecida da Silva, viúva de Joaquim Domingos da Silva, e a Geraldo Machado de Sousa, a cessão das fotos, a autorização para sua divulgação e as informações utilizadas neste post.
A foto da visita de Andreazza à ABI é do acervo do Museu Américo Werneck.
Ilustração de abertura: Reprodução de uma revista sobre a Copa de 1958, mostrando a Taça Jules Rimet
Por toda a cidade e de modo especial na turminha do futebol da Igreja Protestante, a notícia caiu como uma bomba: A seleção brasileira de futebol, como parte dos preparativos para a Copa do Mundo na Inglaterra, fará um período de treinamento em Aguinhas. E a notícia eletrizou a cidade. Em Aguinhas? Não é possível. Ninguém acreditava e todos correram ao jornal, ao rádio, à TV, à Prefeitura...
Treino da Seleção Brasileira em Teresópolis: um menino invade o campo para falar com os atletas. Ele é contido por um segurança, que o segura pelo braço e o vai conduzindo para fora do gramado. Neymar intervém e retorna com o garotinho. Vem tocando a bola com ele. Juntam-se diversos jogadores em torno do garoto. Posam para fotos. Neymar, o grande craque da Seleção — e depois Thiago Silva, o capitão —, batem as fotos. Uma cena fantástica para quem assiste. Uma emoção marcante para o menino de 8 anos que realizou um sonho de que jamais se esquecerá... |
Pois bem. Eu tinha 12 anos quando a Seleção Brasileira realizou aqui em Lambari, em 1966, os seus treinamentos. Logo, logo, meio século terá passado, mas ainda estão muito vivas em minha memória diversas imagens daquela época, algumas das quais registrei no livro Menino-Serelepe (*) e publiquei aqui no GUIMAGUINHAS: como consegui os autógrafos de Pelé e Garrincha, a foto oficial que a Seleção tirou ao lado do Cassino, o momento marcante em que diversos craques da Seleção deixaram mãos e pés na placa de cimento no Campo do Águas...
Tudo isso e muito mais está na Série "A Seleção em Aguinhas". Confiram abaixo.
Série: A SELEÇÃO EM AGUINHAS
Crônica: "A Seleção em Aguinhas" - Narra resumidamente a estada da Seleção Brasileira em Lambari, na visão do Menino-Serelepe (aqui)
Autógrafos de Pelé e Garrincha - Narra como o Menino-Serelepe conseguiu os autógrafos de Pelé e Garrincha (aqui)
Caderneta de autógrafos - Narra como o Menino-Serelepe perdeu sua caderneta de autógrafos dos jogadores da Seleção de 1966 (aqui)
Postal com autógrafos dos jogadores - Mostra um postal histórico do Hotel Itaici com diversos autógrafos de jogadores da Seleção de 1966. (aqui)
Treinos da Seleção (1) - Registros e fotos de treinos da Seleção em Lambari (aqui)
Treinos da Seleção (2) - Registros e fotos de treinos da Seleção em Lambari (aqui)
Visitantes ilustres - Mostra que o Campo do Águas foi construído para receber a Seleção Brasileira de 1966 (aqui)
Tostão: Uma crônica sobre o craque Tostão em sua passagem por Lambari (1966) (aqui)
Gilmar, Djalma Santos e De Sordi - Registro do falecimento dos craques, dois dos quais estiveram em Lambari em 1966 (aqui)
As Seleções de futebol de 1966 x Seleção da Copa América de 2024 - (aqui)
Filme sobre a concentração da Seleção de 66 em Caxambu
Depois de Lambari, a Seleção Brasileira seguiu para Caxambu, e sobre a temporada dos selecionados naquela cidade há um vídeo disponível no Youtube. Esse filme mostra cenas dos exercícios físicos, dos treinos, do dia a dia na concentração, e também os passeios pela cidade e o contato dos jogadores com a imprensa e a torcida. Tais cenas são semelhantes às atividades da Seleção quando esteve em Lambari, em abril daquele ano de 1966. Na parte final, o vídeo mostra a visita dos jogadores à igreja/casa de Nhá Chica, em Baependi. Confira tudo no link abaixo:
Concentração da Seleção Brasileira em Caxambu
Colaboração de André Gesualdi, Wagner Augusto e Berenice Lobo Maldonado
(*) Menino-Serelepe - Um antigo menino levado contando vantagem, livro de memórias de Antônio Lobo Guimarães, pseudônimo com que Antônio Carlos Guimarães (Guima, de Aguinhas) assina a coletânea HISTÓRIAS DE ÁGUINHAS. V. o tópico Livros à Venda.