Ilustração: Engarrafamento água de Lambari/Copasa. Reprodução. Fonte: Agência Minas
A exportação das águas desta estância (Lambari), durante o mês de junho próximo passado (de 1913), foi de 766 caixas, das quais 146 não pagaram o imposto de 1$000, por se destinarem ao próprio Estado de Minas.
O agente da estação declarou-me não estar cobrando imposto sobre as águas que se destinam ao próprio Estado por não lhe permitir a pauta da Secretaria de Finanças.
Essa declaração do agente da rede me foi repetida pelos demais agentes de São Lourenço, Baependi e Cambuquira. (Minas Gerais de 29 de agosto de 1913, fls. 782)
(Citação extraída do livro QUESTÃO MINAS X WERNECK, Obras Completas de Rui Barbosa)
Depois de longos anos, no bojo da reforma do Parque das Águas, a nossa água mineral passou a ser novamente engarrafada.
Nesse post, vamos comentar o relançamento da Água Mineral Lambari e recordar um pouco da história da comercialização de nossas águas.
As obras de reforma e revitalização do Parque das Águas Annunciato Gesualdi, iniciadas em maio de 2012, foram concluídas em outubro de 2013, exigindo investimento de quase R$ 2 milhões. Contemplaram ampla reforma dos quatro fontanários, coreto, prédio do Centro Cultural, infraestrutura de acessos e paisagismo. (1)
Reprodução. Luciana Sousa/g1.globo.com
Relançamento da Água Mineral Lambari
A Águas Minerais de Minas, subsidiária da Copasa, investiu mais de R$ 3 milhões para relançar a tradicional água mineral Lambari. Os recursos viabilizaram a aquisição e instalação de modernos equipamentos para a fábrica de envase. Inicialmente, a Lambari será comercializada em embalagens de 300 ml e 500 ml nos mercados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. (aqui)
Garrafa da Água de Lambari. Trevo Lambari/Jesuânia
Fonte: www.copasa.com.br
Na série de posts sobre o Parque das Águas, vimos como se deram os primeiros processos de canalização e engarrafamento de nossas águas. Agora vamos mostrar uma pequena história fotográfica da propaganda, envasamento e transporte das águas virtuosas de Lambari.
E-book gratuito disponível aqui: https://rl.art.br/arquivos/7457133.pdf
E-book gratuito disponível aqui: https://rl.art.br/arquivos/7457127.pdf
Cidade das águas: usos de rios, córregos, bicas e chafarizes em São Paulo (1822 - 1901)
No livro acima, de Denise Bernuzzi de Sant'Anna (Editora Senac, São Paulo, 2007), há a seguinte referência à água mineral de Lambari, da qual se deduz que nossas águas já eram conhecidas e comercializadas em São Paulo em 1892:
Propagandas: (1) Revista Fon-Fon (1907); (2) O Malho (1923)
Antigos rótulo e vasilhame da Água Mineral de Lambari
Rótulos e vasilhames da época das concessionárias (1) Hidrominas e da (2) Superágua
(1) Agência Minas
Colaboração: Museu Américo Werneck, Lambari em Fotos & Textos, Wagner Augusto e André Gesualdi.
Ilustração: Escudo do Águas Virtuosas, com a tarja de bicampeão da Liga de São Lourenço (1986/87)
Já anotamos aqui no site GUIMAGÜINHAS a história dos 2 primeiros campeonatos conquistados pelo time do Águas Virtuosas, ou seja:
Hoje veremos o bicampeonato do Águas Virtuosas, pela Liga de São Lourenço, ocorrido em 1987.
Vamos lá!
ÁGUAS BICAMPEÃO DA LIGA DE SÃO LOURENÇO - 1987
A decisão do Campeonato da Liga de São Lourenço, em 1987, se deu entre o time do Águas Virtuosas (Lambari) e o Cruzeiro (Pouso Alto), em quatro memoráveis partidas.
O primeiro jogo ocorreu em Pouso Alto, no dia 01 de dezembro de 1987, com o resultado de 2 x 2. Para o Águas marcaram Flavinho e Clóvis; para o Cruzeiro, Luiz Paulo e Coelho.
O segundo jogo foi realizado no dia 08 de dezembro de 1987, em Lambari. O jogo terminou com o placar de 1 x 1, gols marcados por Uié (Cruzeiro) e João Pretinho (Águas).
A terceira partida aconteceu em campo neutro, em São Lourenço, no Estádio Jayme Sotto Mayor, no dia 15 de dezembro de 1987. O resultado — um novo empate, também por 1 x 1, gols marcados por Zé Luiz (Águas) e Luiz Paulo (Cruzeiro).
O desempate, enfim, se deu no dia 10 de janeiro de 1988, na partida realizada no Estádio Jayme Sotto Mayor, que foi vencida pelo Águas Virtuosas, por 2 x 0, com gols de Edílson e Sansão.
Nesses jogos decisivos, o time do Águas era formado por:
Márcio Krauss, Gadiego, Zé Luiz, Márcio Sansão, Manezinho, Gabriel, Zé Mauri, Flavinho, Nilton, Heitor, Clóvis e Edílson (em todos os jogos).
Outros jogadores da campanha do Águas Virtuosas de 1987: João Pretinho, Luiz Cláudio, Pneu, Serginho Vasco, Chiquinho, Rildo, Roberto Soldado e Gerson Castro, Pedro Luiz.
Técnico: Guinho Gregatti
O time do Cruzeiro, por:
Abel, Beto, Quinca, Alaor, Benito, Ricardo, Adílson, Uié, Serginho, Coelho e Luiz Paulo (em todos os os jogos).
OUTRAS FORMAÇÕES DO ÁGUAS VIRTUOSAS - BICAMPEÃO 1986/87
Registramos nossas homenagens póstumas aos companheiros Chá, João Pretinho, Edílson, Luiz Cláudio e Cafuringa, presentes nas fotos acima.
E bem assim aos grandes torcedores do Águas - José Luiz Krauss e Olavo Gorgulho - que faleceram em acidente automobilístico, no dia dessa grande conquista do AVFC.
Informação de ELIOMAR CÂNDIDO DA SILVA, postada no Facebook do autor, em 17/02/2023
(*) Se você, caro(a) visitante, tiver notícias, informações, casos e fotos dessa época, ou quiser fazer alguma correção ou complementação ao texto aqui publicado, entre em contato conosco neste e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com
Após a reforma do Parque das Águas e do Cassino de Lambari (em andamento), está em curso um projeto visando à revitalização do Lago Guanabara (aqui).
Esperamos que tais obras venham a ocorrer brevemente, visto que o lago é de um nossos maiores patrimônios.
E como falamos do lago por que não recordar a origem e o passado de suas ilhas famosas? Vamos lá.
A inauguração do Lago Guanabara
Em outro post, lembramos a inauguração do Lago Guanabara e divulgamos fotos antigas do lago, de suas ilhas e das gôndulas que singraram aquelas águas. Confiram:
As Ilhas do Lago na Literatura
Do livro Águas Virtuosas de Lambary, de Roberto Capri, de 1918 (1), colhemos esta referência às ilhas do Lago Guanabara:
Maravilhoso é o Lago... (que) é semeado de 32 ilhotas, umas constituídas naturalmente por elevações do primitivo terreno, outras feitas artificialmente, servindo de abrigo para as aves aquáticas.
Neste romance, de autoria de C. Garden (2), de l943, há a seguinte descrição de um passeio de barco à Ilha dos Amores:
A Ilha dos Amores deveria antes ser denominada Ilha dos Sonhos. Este é o nome adequado à sua finalidade e aos seus peculiares atributos.
Não apenas os que se acham sob a encantadora fascinação da varinha mágica do amor que ali encontram o procurado asilo para os respousantes devaneios... O escritor, o pintor, o revoltado descobrem ideias, tintas, serenidade, nas manhãs de cristal e nas tardes translúcidas que enriquecem de misteriosas revelações o privilegiado refúgio.
Túneis verdejantes de esguios bambus, a debruçarem-se reverentes como frades em meditadas preces, dão o sombrio do mistério que atrai o espírito e pontua de interrogações o além, o infinito e a vida.
Jardins salpicados das sete cores que se misturam em mil e uma tonalidades prendem a vista em harmonioso deleite. Sítios preparados para o agradável das refeições ao ar livre multiplicam-se em variedade de feitios.
Em todo detalhe a nota do esteta que fantasiou, delineou e criou a ilha...
A foto abaixo, que ilustra o livro acima de Garden, mostra pessoas gozando da energia e da tranquilidade da Ilha dos Amores, nos idos de 1940:
Coletânea de fotos da Ilha dos Amores
Antiga foto de visitantes da Ilha dos Amores
Outra foto antiga de visitantes da Ilha dos Amores
Garças e biguás pernoitam nas ilhas
Diariamente, garças e biguás (conhecidos também por mergulhões), aos bandos, vêm pernoitar nas ilhas do nosso Lago Guanabara. Por que tão lindo espetáculo ainda não se tornou um evento turístico? Em São Lourenço, há algum tempo, no parque das águas, promove-se O Entardecer das Garças. Confiram aqui e aqui.
Especialmente numa das ilhas do nosso lago, garças e biguás se amontoam, e os galhos das árvores ficam enfeitados de preto e branco. De fato, biguás costumam viver entre colônias de garças, e essas duas espécies chegam a dividir o mesmo ninhal.
A propósito, vejam esta nota de Anselmo Gois, colunista do jornal O Globo (aqui)
Vejam também estes belíssimos vídeos disponíveis no Youtube:
Vídeo 1 (Belíssimas a poesia de Mário Benedetti e a música de fundo)
Vídeo 2 (Garças e biguás se aninham para pernoitar)
A ilha dos Amores - De Camões/Os Lusíadas ao Lago de Lambari
Veja este post aqui: https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=60602
(2) CAPRI, Roberto. Águas Virtuosas de Lambary. São Paulo : Pokay & Comp., 1918.
(2) JARDIM, Conceição [GARDEN, C.] Uma vilegiatura em Lambari: expressões da vida e de algumas vidas de 1943. Rio de Janeiro : A Noite, 1943.
Referências: wikiaves; anselmo.com; saolourenco.mg.gov.br; o popular.net.
Fotos: Museu Américo Werneck e coletânea do autor.
Já postei aqui alguns textos sobre a visita da seleção brasileira a Lambari, em Abril de 1966. (Veja os links abaixo, clicando aqui).
Como se recorda, a Seleção Brasileira de Futebol se hospedou no Hotel Itaici, durante a fase de preparação para a Copa de 1966, na Inglaterra. Por essa época, houve uma febre de procura de autógrafos por parte dos torcedores, principalmente das crianças, como já escrevi nos posts acima mencionados.
Pois bem, GUIMAGUINHAS conseguiu recuperar uma preciosidade: um postal do Hotel Itaici, em cujo verso foram colhidos autógrafos de diversos craques.
Confiram:
Fotos
Postal do Hotel Itaici, nos anos 1960
Autógrafos de diversos craques da Seleção, entre eles: Pelé, Garrincha (Manoel dos Santos), Gérson, Manga, Rildo, Tostão, Fidélis, Murilo, Fefeu, Ubirajara, Carlos Alberto.
Hotel Itaici, nos dias de hoje (fevereiro de 2014)
(*) Na foto de abertura, o escudo da CBF.
(1) Veja a crônica A Seleção em Aguinhas neste link (aqui)
(2) Sobre os treinos da seleção em Aguinhas, veja: http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37347
(3) Veja este texto/foto sobre os autógrafos de Pelé e Garrincha: http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37578
(4) Veja este texto sobre uma caderneta de autógrafos dos craques de 1966: http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37722
(5) Veja este texto sobre a passagem de Tostão por Lambari, em 1966: http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=39170
(6) Veja este texto sobre o Crisóstomo: http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37044
Caros(as),
Uma nova matéria do GUIMAGUINHAS foi objeto de divulgação no site A PELADA COMO ELA É, do jornalista Sérgio Pugliese, do jornal O GLOBO.
Trata-se do post sobre o ACERVO DE CAMISAS DO FUTEBOL AMADOR, de Minas Gerais, que vem sendo organizado pelo jornalista Domingos Sávio Baião.
Confiram neste link:
(") A matéria original encontra-se neste link:
http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=39177