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Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
08/05/2024 20h03
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - Os caminhos e estradas para Águas Virtuosas de Lambary (1)

Ilustração: Série paisagem. Benedito Calixto. Fonte: Wikimedia


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

Durante milhares de anos, as fontes das águas virtuosas minaram solitárias em meio à selva bruta.

A certo tempo, indígenas locais as conheceram...


Imagem: Copilot/Microsoft


Décadas à frente, as águas foram descobertas — e passariam a ser conhecidas por águas santas ou virtuosas!

O achado das águas foi um “acontecimento de vulto”, “uma célebre descoberta”, que chamou a “atenção popular”, trazendo benefício para a região. [1]

A partir daí, caminhos de acesso a elas vão sendo abertos...

Vamos conhecer esta história.

Abaixo, o 1a. parte.

[1] LEFORT, Mons. José do Patrocínio. A Diocese da Campanha, 1993, págs. 206 e 207


A PRIMEIRA EXPEDIÇÃO OFICIAL

A região de Campanha do Rio Verde, descoberta pelos paulistas por volta de 1720, teve pouca divulgação até 1737, quando, em 2 de outubro, uma expedição militar sob o comando do ouvidor da Vila de São João Del Rei, Cipriano José da Rocha, veio com a incumbência de reconhecer a região, desbravar os sítios desconhecidos ao longo da bacia dos Rios Verde, Sapucaí e Palmela e tomar posse do território em nome do Rei. [2]

[2] FERREIRA DA SILVA, Edna Mara. Fronteiras ao Sul do Sertão das Minas:

Aspectos da formação da Vila da Campanha da Princesa.


  • Foi nessa oportunidade que ele conheceu e deu nome ao Rio Lambari (que nasce na atual Cristina e desce em direção a atual Jesuânia). 
  • E por Lambari ficariam por longos anos conhecidas as terras dessa região.
  • Cipriano, então, abriu uma estrada [provavelmente uma picada] ligando a Região do Lambari até São Cipriano, — arraial que fundou e deu origem à atual cidade de Campanha, um dos marcos oficiais mais relevantes da entrada e da ocupação da região. 

MAPA DE 1777 JÁ ASSINALA A REGIÃO DO LAMBARI

Em 1777, veio a lume o histórico Mappa da Capitania de Minas Geraes, de autoria de José Joaquim da Rocha, no qual aparecem já assinalados o Rio Lambari e a povoação de Lambari, que surgiu a margem da estrada aberta em 1737.

Esta povoação de Lambari começou a se formar a partir de 1747, muito antes da descoberta das águas virtuosas. Era composta de portugueses, baianos e paulistas, que se dedicavam ao cultivo de terras, mineração, comércio de animais, aluguel de pousos, etc. [3]

[3] LEFORT, José do Patrocínio. 8º. Anuário Eclesiástico da Diocese da Campanha. 1946


Mappa da Capitania de Minas Geraes. José Joaquim da Rocha. 1777. Reprodução. bn.digital.gov.br


  • Neste mapa, de 1777, assinalamos uma rota provável da estrada (uma picada) aberta por Cipriano José da Rocha, em 1737, no percurso Campanha ==► Lambari ==► Rio Lambari. (Linhas AZUL e VERMELHA)
  • Este Lambari refere-se certamente à atual Jesuânia, visto que o mapa é de 1777, e os historiadores dão a descoberta das águas minerais a partir dos anos 1780/90. 
  • O povoamento da Lambari de outrora (atual Jesuânia) se deu a partir dos anos 1743 [4]
  • De fato, diz LEFORT: [5]
  • É de justiça reconhecermos que a Lambari de hoje, antigamente Águas Virtuosas da Campanha, era um prolongamento da Lambari de outrora, a Jesuânia atual. (Grifamos.) 
  • E assinalamos também na mapa:
  • 1 - Campanha do Rio Verde (nome primitivo da cidade de Campanha, fundada em 1737 como Arraial de São Cipriano)
  • - Lambari (a Lambari de outrora, atual Jesuânia)
  • 3 - Rio Lambari (que nasce em Cristina, passa por Jesuânia, soma-se ao Mumbuca e deságua no Rio Verde)
  • 4 - Rio Verde
  • 5 - Rio Sapucaí
  • 6 - Baependi (Caminho da Estrada Geral)
  • 7 - Pouso Alto (Um trecho da Estrada Geral  vindo da Garganta do Embaú [divisa com São Paulo], Itamonte, Capivari, Pouso Alto  prolongava-se até Campanha e São Gonçalo)

[4] MILEO, José Nicolau. Subsídios para a história de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970. Pág. 12

[5] LEFORT, José do Patrocínio. 8º. Anuário Eclesiástico da Diocese da Campanha. 1946


  • O termo campanha, que deu nome à cidade de CAMPANHA (MG), aparece no ofício que o ouvidor Cipriano José da Rocha escreveu a D. Martinho de Mendonça de Pina, governador da Província, dando conta do andamento de sua missão:
  • As terras destas Minas é (sic) uma dilatada Campanha do Rio Lambari para dentro. Exceto uma serra que tem seu princípio no mesmo rio e se dilata por espaço de uma légua, toda coberta de matos, por onde vem a estrada que mandei abrir e achei muito capaz. (O grifo é nosso.) [6]   [7]
  • Campanha significa terreno amplo e mais ou menos plano, de grande extensão, geralmente sem relevos pronunciados.

[6] CARROZZO, João. História cronológica de Lambari. Piracicaba, SP, Ed. Shekinah, 1988

[7] MILEO, José Nicolau. Subsídios para a história de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970


MAPA EXTENSÃO CAMPANHA. Francisco Salles, 1800. Fonte: Cidade difusa. Cícero Ferraz Cruz, 2016

Aqui aparece o Rio Lambari, das nascentes até desembocar no Rio Verde


O CAMINHO DE CAMPANHA AO CAMINHO VELHO

Na expedição que comandou em 1737, o ouvidor Cipriano José da Rocha viera de São João Del Rey fazendo uso da Estrada Geral, que ligava a capital da província ao litoral fluminense, e era também conhecida por Caminho Velho.

E a estrada que Cipriano mandara abrir em 1737 fez a ligação entre esse Caminho Velho e o arraial de São Cipriano (nome primitivo de Campanha, MG), passando pela região do Lambari. [8] 

[8] LEFORT, José do Patrocínio. 8º. Anuário Eclesiástico da Diocese da Campanha. 1946


Linha azul ►  Provável caminho do ouvidor vindo de SJ Del Rey a Campanha

Linha vermelhaProvável caminho ligando Campanha ao Caminho Velho (Estrada Real para São Paulo e Rio de Janeiro)


A DESCOBERTA DAS ÁGUAS VIRTUOSAS

Por volta dos anos 1780, transitando pela estrada de Campanha ao Caminho Velholenhadores, escravizados e tropeiros deram conta da existência das fontes de águas minerais e assim surgiu uma picada na densa mata.

Com o movimento de pessoas a busca das águas santas, logo se formaram trilhas e caminhos.

E assim 4 décadas se passaram...


Série paisagem. Benedito Calixto. Fonte: Wikimedia


A MUDANÇA DA ROTA PARA O RIO DE JANEIRO

Somente em 1826, após a divulgação da Memória sobre as águas escrita pelo médico M. da S. R. (Manoel da Silveira Rodrigues), que referiu os benefícios da água virtuosa, interna ou externamente, em certas afecções do sistema digestório e dermatoses, é que a Câmara da Vila de Campanha do Rio Verde passou a tomar providências quanto à formação do patrimônio público e medidas sanitárias para uso das águas. [9]

Uma das providências tomada pela Câmara de Campanha foi a alteração da rota da estrada para o Rio de Janeiro, fazendo-a passar próxima ao manancial das águas.

E, em 24 de janeiro de 1827, oficiou ao Visconde de Caeté (vice-presidente da Província Mineira) sugerindo diversas medidas administrativas, higiênicas e de urbanização, e fazendo um pedido para a construção de uma ermida no povoado. [10] [11]

[9] MILEO, José Nicolau. Subsídios para a história de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970

[10]  CARROZZO, João. História Cronológica de Lambari - Nascida Águas Virtuosas da Campanha.

Piracicaba, SP, Ed. Shekinah, 1988, pág. 20

[11] LEFORT, Mons. José do Patrocínio. A Diocese da Campanha, 1993, págs. 206 e 207

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RESUMO HISTÓRICO DA ÁGUAS VIRTUOSAS DE OUTRORA  ATUAL JESUÂNIA

Lambari (que já foi Águas Virtuosas da Campanha, Águas Virtuosas de Lambary) e Jesuânia (que já foi Lambari, Bom Jesus de Lambari, Bias Fortes, Lambarizinho) e suas históricas ligações:


Fonte: Dicionário Histórico Geográfico de Minas Gerais.Waldemar De Almeida Barbosa,1971

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REFERÊNCIAS

  • FERREIRA DA SILVA, Edna Mara. Fronteiras ao Sul do Sertão das Minas: Aspectos da formação da Vila da Campanha da Princesa.

  • CRUZ, Cícero Ferraz. Cidade difusa: a construção do território na Vila de Campanha e seu termo, Séculos XVIII-XIX. São Paulo, 2016

  • LEFORT, José do Patrocínio. 8º. Anuário Eclesiástico da Diocese da Campanha. 1946
  • CARROZZO, João. História cronológica de Lambari. Piracicaba, SP, Ed. Shekinah, 1988

  • MILEO, José Nicolau. Subsídios para a história de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970

  • CARROZZO, João. História Cronológica de Lambari - Nascida Águas Virtuosas da Campanha.

    Piracicaba, SP, Ed. Shekinah, 1988, pág. 20

  • LEFORT, Mons. José do Patrocínio. A Diocese da Campanha, 1993, págs. 206 e 207

  • Mappa da Capitania de Minas Geraes. José Joaquim da Rocha. 1777. Reprodução. bn.digital.gov.br
  • Dicionário Histórico Geográfico de Minas Gerais.Waldemar De Almeida Barbosa,1971

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Publicado por Guimaguinhas
em 08/05/2024 às 20h03
 
30/04/2024 08h39
MEMÓRIAS DE AGUINHAS - OSCAR MACHADO DA COSTA - Um lambariense que se tornou ícone da engenharia brasileira

Ilustração: Oscar Machado da Costa. (Lambari, MG - 8/7/1894 - Rio de Janeiro, RJ - 1/11/1963) - Reprodução. Institutodeengenharia.org.br


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

Neste post vamos resgatar a história de um lambariense Oscar Machado da Costa — que se tornou ícone da engenharia brasileira.

Pelo que apuramos, não se sabia entre nós lambarienses da existência deste ilustre filho da nossa terra.

Vamos lá, conferir!


O resgate

Devo este resgate ao meu caro João Nogueira Motta, conhecido por Motinha.

Ele é filho de Manoel Nogueira Motta (Padaria Motta), um dos maiores incentivadores do futebol de Lambari e um torcedor símbolo do time do Águas Virtuosas.

João Nogueira Motta possui graduação em Engenharia Civil pela Escola de Engenharia da UFMG em 1971, Especialização em Estruturas de Aço, de 1973 a 1975, na THD – Escola Técnica Superior de Darmstadt – Alemanha, como bolsista do DAAD, MBA em Gestão Estratégica – FGV, MBA em TI pela Escola de Ciência da Informação – ECI – UFMG.

Iniciou em 1970 como estagiário na USIMINAS, no Grupo de Promoção do Uso do Aço na Construção Civil que em 1971 foi a primeira equipe técnica da Usiminas Mecânica S/A – USIMEC, até 2012. Desde 2013 trabalha na RMG Engenharia Ltda. na área de Supervisão Técnica. Nesse período trabalhou como calculista/projetista de estruturas, gerente de projetos e Superintendente da Unidade de Pontes e Estruturas da USIMEC.

Daí seu interesse pelo Engenheiro Oscar Machado da Costa, considerado o maior especialista brasileiro na construção de pontes.


Motinha foi um dos grandes craques do futebol de Lambari.

Em breve vamos publicar uma entrevista com ele, para que nos fale de suas passagens pelo Vasquinho e pelo Águas Virtuosas, no qual atuou como atleta profissional nos anos de 1968/69.

 

Motinha no time do Águas, anos 1960, e hoje posando com a camisa do AVFC, autografada por ele próprio e por outros ex-jogadores do clube


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 


Obra de consulta

Na redação deste texto, consultei especialmente o livro abaixo, uma síntese biográfica de Oscar Machado da Costa feita pelo engenheiro Carlos Celso Carnasciali, que trabalhou 10 anos com o biografado.

Admiráveis o carinho e o respeito pela memória de seu mestre Machado da Costa demonstrados por Carnasciali. E o mesmo se pode dizer do engenheiro Álvaro de Souza Lima, colega de faculdade e amigo de Oscar Machado, quando do discurso que proferiu no Instituto de Engenharia de São Paulo, ano em que, postumamente, foi conferido a Oscar Machado da Costa o título de Engenheiro do Ano de 1963. Esse discurso foi transcrito no livro de Carnasciali.

Outras fontes de consultas — sites, revistas, jornais — são mencionadas ao longo do texto e/ou no tópico Referências.


CARNASCIALI. Carlos Celso. Oscar Machado da Costa - Um expoente da engenharia brasileira.

Curitiba, Fundação Santos Lima, 2006

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A FAMÍLIA MACHADO DA COSTA EM LAMBARI

Manoel José Machado da Costa, engenheiro civil especializado em pontes e ferrovias, foi contratado em 1892 pela Estrada de Ferro Muzambinho, como Engenheiro Chefe, para trabalhar em sua construção, na zona nordeste de Minas, próximo à fronteira com São Paulo.

O trecho médio dessa ferrovia iria alcançar as estâncias hidrominerais do Sul de Minas: Cambuquira, Caxambu, São Lourenço e a nossa Lambari.

A Estrada de Ferro Muzambinho chegou a Jesuânia em 1894. Em 1o. de março, essa estação (chamada então Bias Fortes) foi inaugurada.

No dia 24 do mesmo mês a estrada de ferro chegava às Águas Virtuosas.

A primeira estação foi a Parada Melo, a estação ferroviária de Águas Virtuosas foi inaugurada alguns anos depois.


Fonte: http://vfco.brazilia.jor.br/ 


Fonte: http://vfco.brazilia.jor.br/ferrovias-historia/1907-CIB/EF-Muzambinho.shtml


Por aquele tempo (início anos 1890), quando a família provavelmente residia na Vila de Lambari e seu pai se empenhava na construção do trecho Ramal da Campanha, foi que veio à luz o menino Oscar, filho do casal Manoel e Vicentina.

E em Lambari foi ele registrado como Oscar Machado da Costa, nascido a 8 de julho de 1894.

Naquele ano de 1894, já haviam sido concluídos os trechos da ferrovia até Lambari (o nosso "pontilhão", inclusive) e Cambuquira, além da ponte sobre o Rio Verde, restando apenas o trecho de 17 km até Campanha.


Em 1895, a família Machado da Costa mudou-se para Três Corações, em razão da transferência de Manoel José, que lá assumiu o cargo de Engenheiro Chefe de Linha e de Locomoção da ferrovia.

Oscar passou a infância em Três Corações, a qual deixaria depois para estudar no Rio de Janeiro e, em seguida, nos Estados Unidos. Quando se formou engenheiro, pela Universidade Cornell, tinha 22 anos incompletos. Por essa época, 1916, seus pais ainda residiam em Três Corações.


Ponte férrea sobre o Rio Mumbuca, concluída em 1894, provavelmente pelo engenheiro Manoel José Machado da Costa

Ponte férrea sobre o Rio Verde, concluída em 1894, provavelmente pelo engenheiro Manoel José Machado da Costa

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ESTUDOS

Desde menino, Oscar Machado da Costa foi incentivado a seguir a carreira do pai na área de engenharia. Para tanto, Manoel José procurou encaminhar o jovem a bons colégios. Assim, Oscar fez seus estudos secundários no Colégio Militar do Rio de Janeiro e cursou a seguir a Escola de Engenharia da Universidade de Cornell, então considerada das melhores e mais exigentes dos Estados Unidos.

Nos EUA, conheceu Plínio de Lima, compatriota que se tornou amigo de uma vida e com o qual, anos depois, iria realizar duas expedições científicas pelo interior do Brasil.

Diplomou-se em engenharia civil em 1916, tendo-se dedicado principalmente ao estudo de pontes e fundações, concreto armado, estradas e obras hidráulicas.

Aplicado, estudioso e criativo, Oscar Machado foi pioneiro em diversas áreas de sua atividade profissional, como no uso intensivo do concreto armado em pontes e estruturas de grande porte e no campo das grandes pontes metálicas e de instrumentos e técnicas de montagem de pontes.

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Nascimento

Fonte: Oscar Machado da Costa - Um expoente da engenharia brasileira.

Carlos Celso Carnasciali. Curitiba, Fundação Santos Lima, 2006

Fonte: Colatina e a E. F. Vitória a Minas (A PONTE FLORENTINO AVIDOS)

https://comunidadecolatinense.blogspot.com/2013/11/colatina-e-e-f-vitoria-minas-ponte.html


Vicentina Machado da Costa, mãe de Oscar Machado da Costa, faleceu em 1960. Reprodução. Diário do Paraná, 02/12/1960

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Vida profissional

A partir de sua formatura em 1916, ainda jovem, iniciou sua vida profissional na Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, na qual exerceu funções de Engenheiro Residente, Ajudante do Chefe de Construção e do Chefe de Linha. Encarregado da Seção de Pontes, foi um dos pioneiros do cálculo e projeto de pontes metálicas no Brasil.

Em 1919, foi para a E. F. Central do Brasil, onde chefiou a Seção Técnica de estudos e projetos de pontes e sua construção ou reforço. Nesse mesmo ano, casa-se com Amália Caminha.

Em 1921, foi trabalhar com seu pai Manoel José Machado da Costa, então Diretor de Diques e Oficinas do Lóide Brasileiro.

Após isso, durante quatro anos (1922/1926), ocupou funções comerciais na Sociedade Anônima Marvin, mas manteve-se atento à área técnica, publicando diversos artigos sobre engenharia civil.

A seguir, de finais de 1926 até 1930, ocupou o cargo de Engenheiro Chefe de um grande empresa de engenharia e importações da época: Soares de Sampaio & Cia. Ltda. Lá elaborou projetos de grandes pontes, entre elas a famosa ponte Florentino Avidos, sobre o Rio Doce, em Colatina, ES — uma ponte metálica de 800m, para cuja montagem idealizou um equipamento denominado dinossauro, do qual falamos em tópico abaixo.

Após a Revolução de 1930 a empresa acima foi dissolvida, e ele realizou expedições de exploração mineral pelo interior do Brasil (veja aqui:)

Quando retornou de suas expedições, por cinco anos esteve associado à firma E. Kemnitz & Cia., especializada em concreto armado, tendo projetado e construído pontes, silos, piers, muros de cais, barragens e estruturas de edifícios, além de publicar artigos e emitir pareceres técnicos.

Em 1936, assinou com a Ferrovia São Paulo-Rio (depois, Rede de Viação Paraná-Santa Catarina) um contrato para realizar reforço e substituição de pontes, serviços esses baseado nos Estudos para remodelação da E. F. Central do Brasil, que fizera em 1927 e 1928.

Por essa época, fundou sua própria empresa, a Machado da Costa S/A, sediada em Porto Amazonas, PR, com o que iniciou notável e brilhante fase em sua carreira.


  • Nota: Este resumo foi extraído do discurso proferido pelo Eng. Álvaro de Souza Lima, na homenagem prestada a Oscar Machado da Costa, quando a este último foi outorgado, postumamente, o diploma de Engenheiro do Ano de 1963, pelo Instituto de Engenharia de São Paulo (v. abaixo) [In Carnasciali, 2006]

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Falecimento

O engenheiro construtor da ponte Florentino Avidos, Oscar Machado da Costa, faleceu no dia 1º de novembro de 1963, na cidade do Rio de janeiro, e sua morte foi anunciada pelo Jornal do Brasil:

Morreu aos 69 anos de idade na Casa de Saúde São Sebastião, onde se encontrava internado há alguns dias, o engenheiro Oscar Machado da Costa, considerado o maior especialista brasileiro na construção de pontes, e que ultimamente estava empenhado na projeção e execução de cinco viadutos, entre os quais se destaca o que será o mais alto da América Latina, com 132 metros corresponde a um edifício de mais de 40 andares.

Autor do livro "Vigas Armadas' e de várias monografias técnicas, o Dr. Oscar Machado da Costa, como fiscal do Brasil nas obras da ponte internacional Brasil-Argentina, entre Uruguaiana e Paso de Los Libres, descobriu que a parte brasileira estava sendo construída errada (não se encontraria com a da Argentina) e não só a consertou como ainda conseguiu a etapa do Brasil antes da Argentina.


Fonte. Reprodução. Diário do Paraná - 01/nov/1963

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EXPEDIÇÕES CIENTÍFICAS

Após a Revolução de 1930, a economia do País declinou, o campo de negócios e obras sofreu grave abalo e a empresa Soares de Sampaio encerrou suas atividades.

Nesse contexto, sem vislumbrar imediato campo de trabalho, Oscar Machado decidiu realizar expedições científicas pelo interior de Goiás e Paraná, sonho há tempos acalentado.

A primeira expedição foi feita em 1935, pelo interior de Goiás, na companhia do amigo Plínio de Lima, que era geólogo do Instituto Geográfico e Geológico de São Paulo, para pesquisar ouro num trecho entre os rios Araguaia e Tocantins.

A segunda deu-se em 1947, quando exploraram o Sertão Paranaense, entre os rios Iguaçu e Ivaí, a busca de cobre.


 

Reprodução. Fonte: Carnasciali, 2006


Reproduçao. Tribuna do Comércio, Curitiba. 28, junho, 1938


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PROJETOS E OBRAS

Dentre seus inúmeros projetos e/ou obras que realizou, podemos mencionar:

  • Ponte sobre o Rio Paraná (1024 m de extensão), encomenda da E. F. Noroeste/Ministério de Viação e Obras Públicas
  • 1920 - Projeto de Ponte pênsil (800 m de extensão) ligando Florianópolis ao continente (futura Ponte Hercílio Luz). Esse admirável projeto, no entanto, não foi o vencedor
  • 1921 - Projetos e execução de pontes de atracação, piers e ampliação do dique seco na Ilha de Mocanguê (Baía de Guanabara), em parceria com seu pai Manoel José.
  • 1928 - Projeto e execução da Ponte sobre o Rio Doce (Ponte Florentino Avidos), em Colatina, ES, em que fez uso do sistema de montagem denominado por dinossauro, por ele inventado
  • 1926 - Estudo sobre a resistência e a estabilidade da Ponte Hercílio Luz, desenvolvido em parceria com Mário de Faria Bello apresentado ao Governo de Santa Catarina
  • 1927/1928 - Estudos para remodelação da E. F. Central do Brasil - Relatório circunstanciado, com pré-projetos de reforço, consolidação ou substituição de pontes. Esse plano viria a ser desenvolvido por ele, a partir do ano de 1936.

Oscar Machado da Costa manteve bom relacionamento com governantes e órgãos de governo, civis e militares, em razão de suas atividades comerciais e profissionais.


      

 Correio da Manhã - 13/07/1945                                                      Correio da Manhã - 2/2/1952               


Algumas consultorias técnicas prestadas por Machado da Costa:


   

Correio da Manhã - Edições de 29/5/1952 e 1/7/1953

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A EMPRESA MACHADO DA COSTA S/A

Em 1936, a E. F. Central do Brasil foi assumida pela Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (R.V.P.S.C.) e a direção dessa empresa incluiu no programa de remodelação da ferrovia a ação de reforço e consolidação das pontes, inspirada pelo relatório Estudos para remodelação da E. F. Central do Brasil, produzido por Oscar Machado em 1927/28.

Desse modo, Oscar Machado foi contratado para atualizar aquele plano e realizar as obras de reforço de pontes, abrangendo as linhas desde Paranaguá até o interior do Paraná, inclusive os trechos que serviam Santa Catarina até o Porto de São Francisco. Com isso, na estrutura organizacional da empresa, foi criado o Serviço de Reforço de Pontes.

Para a realização desse formidável plano — tratava-se de cerca de 230 pontes , Oscar Machado escolheu a vila de Porto Amazonas, situada à margem direita do Rio Iguaçu e distante cerca de 100 km de Curitiba, como o local das instalações do Serviço de Pontes da Viação Paraná-Santa Catarina.

Essa escolha da localização da empresa levou em consideração vários fatores:

  • localização estratégica para recebimento de matéria prima/insumos e envio de peças acabadas, à vista de sua distância do Porto de Paranaguá (o transporte de material era, nos anos 1930, preferencialmente feito por via marítima)
  • Porto Amazonas figurava quase ao centro da malha viária da ferrovia, em seus troncos centrais
  • proximidade dos centros urbanos

Reprodução. Fonte: Carnasciali, 2006


Oscar Machado da Costa ao centro, ao lado de seus funcionários, na fábrica de Porto Amazonas. Reprodução. Fonte: Gazeta do Povo, PR, 03/05/24


Visita Ministro à empresa Machado da Costa - Correio da Manhã, 20/05/1940


Nos anos 1980, a empresa já se encontrava desativada. Reprodução. Diário do Paraná, 20/05/1981


Pontes e viadutos - Obras públicas - Fundações. Obras típicas realisadas parcial ou integralmente pela empresa Oscar Machado da Costa

Livro raro, à venda no site: www.abebooks.com


  • A localização e as atividades da Machado da Costa S/A muito favoreceram a cidade, o entorno e a população de Porto Amazonas. Além disso, Oscar e sua família davam assistência a pessoas necessitadas do lugar.
  • E registre-se também a contribuição dada ao desenvolvimento daquela Região do Paraná
  • A implantação dessa oficina de fabricação de estruturas foi uma realização pioneira de Machado da Costa, visto que pontes metálicas eram importadas prontas pelas companhias ferroviárias.
  • Até as décadas de 1920/30, o concreto não era muito difundido no Brasil e Machado da Costa foi pioneiro na utilização do concreto armado em nosso País. Em 1943, vai lançar seu livro Vigas Armadas, com 220 páginas, como veremos mais à frente.
  • Em seus projetos e obras, muitos deles nascidos na empresa que montou, fez uso do concreto estrutural em obras, nas fundações e nos pilares das pontes.

Ponte dos Arcos, Porto Amazonas, PR. Projetada e construída pela empresa Machado da Costa. Reprodução. Fonte: camposgeraisdoparana.com


  • Na realização desse contrato com a R.V.P.S.C. a empresa de Oscar Machado reforçou mais de 100 pontes e substituiu mais de 300, entre grandes e pequenas, sem interrupção do tráfego. Esse trabalho resultou na extensão da vida útil das pontes metálicas e fez que composições mais pesadas pudessem, ao longo do tempo, utilizar as vias férreas.
  • A notoriedade e os resultados alcançados pela empresa Machado da Costa S/A fez que estruturas novas e reforços de pontes fossem contratadas por outras ferrovias: E. F. Dona Tereza Cristina - E. F. Santa Catarina - E. F. Central do Brasil - E. F. Leopoldina - Rede Mineira de Viação - E. F. Leste Brasileiro - Rede Ferroviária do Nordeste - E. F. São Luiz a Terezina - E. F. Mogiana e E. F. Sorocabana.

Machado da Costa mantinha boas relações técnicas, comerciais e de amizade com autoridades militares.

Diversos projetos de pontes de campanha foram por ele estudados e doados ao Exército Nacional.

Essas relações o fizeram merecedor da Medalha da Ordem do Mérito Militar.


 

Reprodução. Fonte: Correio da Manhã, 12/03/1950 - bn.digital.gov.br

No texto acima há a seguinte referência a Oscar Machadouma das maiores autoridades mundiais no assunto (serviço de pontes ferroviárias)


Visita de Juarez Távora, quando das obras na ponte ferroviária de Porto União, em 1954.

No texto acima, vê-se que a substituição das velhas vigas em treliça se deu sem que houvesse a interrupção do tráfego de trens.


Diário da Tarde, 06/05/1955

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OBRAS DESTACADAS

Merecem especial referência as seguintes obras e processos realizados por Machado da Costa e/ou por sua empresa:


Ponte Engenheiro Machado da Costa

  • Ponte de 425 m de extensão sobre o Rio Iguaçu em União da Vitória (1951), situada na divisa dos Estados do Paraná e de Santa Catarina
  • Anos depois, deram a essa ponte o nome de Machado da Costa.

Ref: Ponte sobre o rio Iguaçu em União da Vitória -- Pontes ferroviárias do Paraná (estacoesferroviarias.com.br)


Ponte Preta

  • Icônica ponte próxima da antiga Estação Ferroviária de Curitiba.
  • Considerada uma obra de arte da engenharia ferroviária, a Ponte Preta é única no mundo. Sua arquitetura foi especialmente desenvolvida, já que naquela época não existia o conceito de protensão (tensões prévias no concreto). 

  • A Ponte Preta foi desativada nos anos 70, devido à inauguração da nova estação rodoferroviária, e tombada como patrimônio histórico estadual em 1976.

  • Foi inaugurada em 1944, com estrutura metálica, importada dos Estados Unidos, e montada sob a supervisão do seu projetista, o engenheiro Oscar Machado da Costa. Conhecida como “Ponte Preta”, devido à cor com que por muitos anos foi pintada, a ponte foi desativada nos anos 70 devido à inauguração da nova estação rodoferroviária.

Ref: https://www.patrimoniocultural.pr.gov.br/sites/patrimonio-cultural/arquivos_restritos/files/documento/2022-01/ctb1.pdf

https://blogdomaizeh.wordpress.com/2012/01/24/ponte-preta/


Ponte Internacional Brasil-Argentina

  • Em 1944, Machado da Costa assumiu a Chefia da Comissão Brasileira Construtora da Ponte Internacional Brasil-Argentina, sobre o Rio Uruguai, entre as cidades de Uruguaiana e Paso de los Libres, convidado pelo Presidente Getúlio Vargas.
  • Havia prazo para conclusão do projeto e Acordo Internacional previa que cada País executaria metade da ponte. A ponte tinha 1.415 m de extensão, com 38 vãos em pórtico, cabendo ao Brasil 19 desses pórticos. No entanto, a execução do lado brasileiro estava atrasada.
  • Machado da Costa aceitou o desafio e recebeu do Presidente amplos recursos e poderes para agir.
  • Assim, recrutou pessoal especializado, analisou a situação da obra, aparelhou a obra com máquinas, materiais e pessoas, acelerou processos de concretagem, gerenciou a mão de obra, corrigiu desvio na locação da obra e conseguiu concluir o lado brasileiro à frente dos argentinos.

LIVROS, MONOGRAFIAS E ARTIGOS PUBLICADOS

Estudioso, Oscar Machado da Costa publicou livros, monografias, pareceres e artigos da sua área de atuação profissional.

Em jornais e revistas técnicas publicou mais de 25 artigos.

Escreveu, por exemplo, parecer sobre a antiga estrutura metálica do Viaduto do Chá (SP).

Proferiu a palestra A evolução da teoria das construções, no Instituto de Engenharia do Paraná, com profunda e extensa análise histórica e apreciação crítica de várias teorias então vigentes. (Essa palestra foi transcrita por Carnasciali, 2006, págs. 82 a 102).

E traduziu, também, junto com sua filha Amália, artigo sobre a Grande Ponte de Mackinak, de autoria do engenheiro D. B. Steinman.

Eis alguns de seus estudos:

  • Estudo de um arco engastado de concreto armado
  • Generalidades sobre a tração Diesel-hidráulica (monografia)
  • Estudos de remodelação da E. F. Central do Brasil
  • Estudos de remodelação da Rede de Viação Paraná-Santa Catarina

Livros e monografias de Oscar Machado da Costa. Fonte: Carnasciali, 2006


     

Livros e estudos publicados por Oscar Machado da Costa


Conferência na Universidade do Paraná. Dário da Tarde, 1950, edição 17018


Citação de Oscar Machado da Costa. In Introdução à História Ferroviária do Brasil, Benévolo, 1953 

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A INVENÇÃO DO "DINOSSAURO"

Em 1926, quando da construção ponte sobre o Rio Doce, em Colatina, ES, foi que Oscar Machado idealizou um equipamento a que chamou de dinossauro — pelo seu aspecto robusto e desempenho pesado —, com o qual conseguiu montar 22 vãos metálicos completos, de 26 m cada um, em 32 dias de trabalho, recorde na América Latina, então.


Em 29/06/1928, o pr. Florentino Avidos inaugurou a ponte sobre o rio Doce em Colatina. Reprodução. diariodigitalcapixaba.com.br


Dinossauro. Reprodução. Fonte: Carnasciali, 2006

Reprodução. Fonte: Colatina e a E. F. Vitória a Minas (A PONTE FLORENTINO AVIDOS)

https://comunidadecolatinense.blogspot.com/2013/11/colatina-e-e-f-vitoria-minas-ponte.html

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INAUGURAÇÃO DA PONTE SOBRE O RIO VERDE (1959)

Em 5 de maio de 1959, foi inaugurada ponte ferroviária sobre o Rio Verde, em Três Corações. Essa ponte, veio substituir a primitiva, construída em 1894 pelo engenheiro Manoel José Machado da Costa, pai de Oscar Machado.

Para essa solenidade, Dermeval José Pimenta, Diretor-Geral da Rede Mineira de Viação, convidou Oscar Machado da Costa.

Oscar Machado discursou lembrando a passagem da família pelo Sul de Minas e o papel de seu pai na construção daqueles trechos de ferrovia.

Há um simbolismo histórico e familiar nesta cerimônia: O filho inaugura em 1959 nova ponte que foi construída por ele, para substituir a ponte anterior, que fora feita pelo pai, em 1894!

Confira:

Oscar Machado da Costa discursando em 1959, durante a solenidade de inauguração da ponte sobre o Rio Verde.

Abaixo, Dermeval José Pimenta, Diretor-Geral da Rede Mineira de Viação. Reprodução. Fonte: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/ 


Antiga ponte sobre o Rio Verde, em Três Corações. Reprodução. Vasco de Castro Lima, 1884-1934

1.959. Inauguração da Ponte sobre o Rio Verde, ao lado da antiga ponte construída em 1894.

Reprodução. Fonte: http://www.siaapm.cultura.mg.gov.br/ 


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ENGENHEIRO DO ANO - INSTITUTO DE ENGENHARIA (1963)

 O Instituto de Engenharia é uma sociedade civil sem fins lucrativos com mais de 100 anos de tradição, credibilidade e comprometimento com o desenvolvimento do Brasil.

Reúne profissionais, engenheiros e não-engenheiros, que atuam no mercado da Engenharia, firmando-se como a  principal organização que representa o setor com isenção.


Prêmio Engenheiro do Ano

Criado em 1963 pelo Conselho Deliberativo, o prêmio de Engenheiro do Ano foi promovido para estimular e valorizar a profissão, além de contribuir com a Engenharia. O profissional escolhido deve ser uma pessoa que viveu para a Engenharia, seja na técnica, ensino ou administração.

O primeiro homenageado foi Oscar Machado da Costa. 

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Prêmio Engenheiro Oscar Machado da Costa

Em 1977, a ABCEM - Associação Brasileira dos Construtores de Estruturas Metálicas (https://www.abcem.org.br/) instituiu um prêmio para diversas categorias das construções metálicas: 

  • EDIFICAÇÕES – estruturas verticais e ou horizontais que se destinam à utilização residencial, comercial, escolar, esportivo, etc., de médio e grande porte; 
  • OBRAS DE PEQUENO PORTE – estruturas de residências, pequenos edifícios, esculturas, monumentos, novas ou ampliações/modificações; 
  • OBRAS ESPECIAIS – estruturas como galpões, indústrias, hangares, obras de arte, antenas de telecomunicações, etc. 
  • OBRAS UTILIZANDO STEEL FRAME (esta é mais recente)

A categoria OBRAS ESPECIAIS leva o nome do Engenheiro OSCAR MACHADO DA COSTA.

Esse prêmio é conferido para a construção total da obra: projeto de arquitetura se houver, projeto executivo estrutural, fabricação, montagem da estrutura e execução das obras de concreto.

Essas etapas podem ser executadas por empresas distintas, com seus respectivos profissionais.


Reprodução. Fonte: paulaoantiguidades.com.br


No primeiro ano — 1977 — o prêmio Engenheiro OSCAR MACHADO DA COSTA foi conferido à Usiminas Mecânica S/A pelo projeto, fabricação, montagem da estrutura metálica e execução das obras em concreto da Ponte dos Macuxis com 1.200m de extensão sobre o Rio Branco, acesso rodoviário à capital Boa Vista no Território Federal de Roraima, hoje Estado de Roraima.

Trata- se uma ponte mista (aço + concreto), cujo cálculo e projeto foram feitos pelo Engenheiro João Nogueira Motta, quando funcionário da Usiminas Mecânica S. A.


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Associações de que participou

Confira esta lista:

Fonte: Carnasciali, 2006


Homenagens recebidas

Oscar Machado da Costa recebeu os títulos de cidadão honorário de Curitiba e de Porto Amazonas, cidade que sediava sua empresa. Recebeu também Medalha de Bronze da R.V.P.S.C.

A Lei Municipal n. 110/63 de Porto Amazonas decretou feriado o dia 1º de novembro, em homenagem a ele (data do seu falecimento).

A Estação Ferroviária de Porto Amazonas leva o seu nome.


  

Cidadão honorário de Curitib


Agraciado com a Medalha de Bronze, da RVPSC. Reprodução. Diário do Paraná, 28/05/1961



Estação Machado da Costa. Porto Amazonas. Reprodução.

Fonte: estacoesferroviarias.com.br/pr-variantes/machadodacosta.htm/Daniel Trevisan

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REFERÊNCIAS

CARNASCIALI. Carlos Celso. Oscar Machado da Costa - Um expoente da engenharia brasileira. Curitiba, Fundação Santos Lima, 2006


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E-BOOK- UM ENGENHEIRO QUE AMAVA FERROVIAS

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Publicado por Guimaguinhas
em 30/04/2024 às 08h39
 
27/04/2024 14h08
EM LAMBARI, CONHEÇA O "ROTEIRO DE FÉ NOSSA SENHORA DA SAÚDE"

Ilustração: Capa do e-book Nossa Senhora da Saúde: Roteiro de Fé em Lambari, a cidade das Águas Virtuosas, disponível gratuitamente aqui: https://rl.art.br/arquivos/8050956.pdf?1714237098


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

Em razão das pesquisas, dos textos e dos e-books que venho publicando sobre as ligações históricas e lendárias das águas virtuosas de Lambari e o culto católico a Nossa Senhora da Saúde, leitores e amigos de toda a parte — nativos, moradores e visitantes — me perguntam sobre a existência de um roteiro para conhecer esses aspectos da história e da religiosidade de nossa cidade.

Pois bem, foi para atender esta demanda que publicamos os materiais abaixo.

Nosso objetivo é divulgar Águas Virtuosas de Lambari e suas tradições culturais e de religiosidade.

De tornar conhecida uma história de mais de dois séculos — que se tornou lendária — acerca da formação da Vila de Águas Virtuosas e das origens do culto a nossa Padroeira.

De fato, Águas Virtuosas de Lambari é das poucas cidades que têm uma lenda a secundar-lhe a história.

Venha, pois, conhecer, baixar os materiais e divulgá-los a pessoas interessadas, especialmente aos mais jovens.

É interessante imprimir e distribuir para parentes, amigos, clientes, parceiros comerciais.

Os materiais são gratuitos e podem circular livremente e ser reproduzidos, mantidos os formatos originais, para divulgação da memória, religiosidade, tradições e cultura de Águas Virtuosas de Lambari, MG.

Ajude a divulgar nossa história!

Compartilhe os links em suas redes sociais.

Vamos lá!

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E-BOOK NOSSA SENHORA DA SAÚDE - ROTEIRO DE FÉ EM LAMBARI, A CIDADE DAS ÁGUAS VIRTUOSAS

 

Sinopse:
Neste e-book NOSSA SENHORA DA SAÚDE - ROTEIRO DE FÉ EM LAMBARI, A CIDADE DAS ÁGUAS VIRTUOSAS, mostra-se:

  • (1) como a fé e a crença populares nos efeitos miraculosos das águas virtuosas fez surgir a devoção a Nossa Senhora da Saúde;
  • (2) as igrejas, a imagem, hinos e orações em louvor a Nossa Senhora da Saúde, a Senhora das Águas;
  • (3) aproximações históricas entre Aparecida do Norte e a Senhora das Águas;
  • (4) a criação da Lenda de Águas Virtuosas e a devoção a Nossa Senhora da Saúde;
  • (5) um breve roteiro de visita aos locais de devoção a Nossa Senhora da Saúde — padroeira de Águas Virtuosas de Lambari;
  • (6) notícias da beatificação de Francisco de Paula Vítor, Nhá Chica e Irmã Benigna, ligados à devoção católica da Região das Águas;
  • (7) informações sobre comunidades ligadas à Paróquia Senhora da Saúde.

Além disso, anota um Roteiro de Fé, a ser eventualmente cumprido pelos que querem

  • conhecer a história primitiva de Águas Virtuosas de Lambari e
  • as ligações históricas e lendárias entre a descoberta das águas virtuosas e o culto a Nossa Senhora da Saúde, a Senhora das Águas.

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FOLHETO ROTEIRO DE FÉ NOSSA SENHORA DA SAÚDE

Sinopse:
Este ROTEIRO DE FÉ NOSSA SENHORA DA SAÚDE, PADROEIRA DE LAMBARI poderá ser eventualmente cumprido por nativos, moradores e visitantes de nossa cidade que querem conhecer a história primitiva de Águas Virtuosas de Lambari e as ligações históricas e lendárias entre a descoberta das águas virtuosas e o culto a Nossa Senhora da Saúde, a Senhora das Águas.

Mediante este ROTEIRO, em paralelo à devoção a Maria Santíssima, pode-se

  • (1) orar perante as imagens dos beatos Padre Vítor e Nhá Chica, na Igreja Matriz;
  • (2) visitar o Hospital São Vicente de Paulo, onde viveu e trabalhou por 5 anos a venerável Irmã Benigna; e
  • (3)visitar algumas das comunidades ligadas à Paróquia Senhora da Saúde.

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REFERÊNCIAS

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Publicado por Guimaguinhas
em 27/04/2024 às 14h08
 
22/04/2024 11h17
NOSSA SENHORA DA SAÚDE - ROTEIRO DE FÉ EM LAMBARI, A CIDADE DAS ÁGUAS VIRTUOSAS

Ilustração: Imagem de Nossa Senhora da Saúde existente no altar-mor da Igreja Matriz de Lambari: Escultura em madeira policromada, acredita-se que seja de procedência portuguesa, provavelmente confeccionada na segunda metade do século XVIII.


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

 No livreto AS ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARI E A DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DA SAÚDE - (Vol. 5 da Coletânea Pequena História de Águas Virtuosas de Lambari -  https://rl.art.br/arquivos/7457114.pdf), contamos como surgiu a devoção a Nossa Senhora da Saúde, a padroeira de Águas Virtuosas de Lambari.

Sua finalidade foi divulgar a história de nossa cidade, criada em torno dos mananciais das Águas Virtuosas, cujas propriedades medicamentosas e curativas estão cultural e religiosamente associadas à devoção a Nossa Senhora da Saúde – a Senhora das
Águas.

Pois bem, neste post, vamos mostrar

  • como a fé e a crença populares nos efeitos miraculosos das águas virtuosas fez surgir a devoção a Nossa Senhora da Saúde;
  • as igrejas, a imagem, hinos e orações em louvor a Nossa Senhora da Saúde, a Senhora das Águas;
  • aproximações históricas entre Aparecida do Norte e a Senhora das Águas
  • a criação da Lenda de Águas Virtuosas e a devoção a Nossa Senhora da Saúde;
  • um breve roteiro de visita aos locais de devoção a Nossa Senhora da Saúde  padroeira de Águas Virtuosas de Lambari;
  • notícias da beatificação de Francisco de Paula Vítor, Nhá Chica e Irmã Benigna, ligados à devoção católica da Região das Águas;
  • informações sobre comunidades ligadas à Paróquia Senhora da Saúde.

E após isso, deixar um Roteiro de Fé, a ser eventualmente cumprido pelos que querem

  • conhecer a história primitiva de Águas Virtuosas de Lambari e
  • as ligações históricas e lendárias entre a descoberta das águas virtuosas e o culto a Nossa Senhora da Saúde, a Senhora das Águas.

Vamos lá!

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A DEVOÇÃO A MARIA DE NAZARÉ

Como examinamos no livreto acima, a devoção mariana dos Reis de Espanha e Portugal manifestou-se desde logo nas conquistas das Américas.

No Brasil, o fato mais marcante ocorreu quando da

(...) passagem de D. Pedro de Almeida Portugal, então Governador das Províncias de São Paulo e Minas do Ouro e futuro Conde de Assumar, pela Vila de Guaratinguetá rumo a Vila Rica, em 1717 6, que, segundo a tradição, se deu o achado por pescadores da imagem de Nossa Senhora da Conceição, posteriormente nomeada Nossa Senhora Aparecida. 

Inicialmente famílias se reuniam aos sábados em torno da imagem para rezarem o terço e cantarem em louvor da santa; depois, eram os que passavam pelo caminho e visitavam a capelinha à beira da estrada para pedir ou agradecer sua intercessão; mais à frente, o culto passou a ser feito em ritos domésticos, em pequenos altares e oratórios, prática essa que, já na metade do Século XVIII, se estendeu por diversos lugares, com fama da Senhora Aparecida levada por tropeiros, sertanistas e mineradores. [1]

E com Nossa Senhora da Conceição Aparecida, a devoção mariana introduzida pelos portugueses adquiriu nacionalidade brasileira, e a veneração à santa assume um caráter de identidade nacional. [2]

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A DESCOBERTA DAS ÁGUAS VIRTUOSAS

Assim, a disseminação das capelas dedicadas a Nossa Senhora Aparecida vai coincidir, décadas depois, com a notícia do achado das águas minerais na região de Lambari, [2] visto que de 1780 a 1790 situa-se a década provável da descoberta das águas. [3]

Conforme narramos, 

A descoberta das águas foi um “acontecimento de vulto”, “uma célebre descoberta”, que chamou a “atenção popular”, trazendo benefício para a região. [3] E deve ter “repercutido em toda a Comarca do Rio das Mortes [que tinha sede em São João Del Rey e jurisdicionava então o termo de Campanha] e em toda a Capitania de Minas Gerais, como um acontecimento de grande significação.” [4]

Desse modo, logo após a descoberta das fontes, as virtudes miraculosas da água medicinal [3] passaram a ser apregoadas por todos, e elas começaram a ser designadas, já a partir de 1801, por águas santas. [4] A expressão águas virtuosas começa a ser utilizada a partir de 1805, e acabou por nomear toda a região detrás da serra da Campanha por aquele nome: Águas Virtuosas. [4] E bem assim a serra divisória entre Campanha e Lambari passou a ser conhecida, desde 1805, como Serra da Água Virtuosa ou Água Santa da Campanha. [3]

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A FÉ NA INTERCESSÃO DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE

Mais tarde, passava pelo lugar uma estrada, e o boiadeiro ou tropeiro, parava, chegava reverente até a nascente da ÁGUA SANTA, bebia, punha um pouco sobre a cabeça nua, banhando os cabelos e a testa, e enchia uma botija, que levava com escrupuloso cuidado para operar a uma, a 50, 80 e cem léguas de distância.

 

Extraído de A LENDA DE ÁGUAS VIRTUOSAS, texto atribuído a Américo Werneck

(*) Algum tempo após a descoberta das águas, a estradinha que ligava Campanha à Estrada Geral (caminho para o Rio de Janeiro) foi desviada para passar defronte às nascentes, com o objetivo de facilitar o conhecimento e o uso das águas pelos que circulavam por aquele caminho.


Nesse contexto, as expressões águas santas ou águas virtuosas nasceram provavelmente da crença e da fé populares, por associação dos efeitos medicinais e curadores da água à “tradição católica dos milagres da Virgem Santíssima” [2], como ficou assentado nos costumes devocionais da Região das Águas Virtuosas.


Desse modo foi que

Circulando pela Estrada Velha, ou Caminho Velho, tropeiros, sertanistas, mineradores, boiadeiros e outros viajantes trouxeram à Região do Lambari o achado da Senhora Aparecida, e possivelmente foram esses mesmos que levaram às localidades por onde passavam as notícias, fixadas pela devoção religiosa, das “curas milagrosas” produzidas pela “água santa”, por intercessão de Nossa Senhora da Saúde. [2]


Fontes: [1] SOUZA, Juliana Beatriz Almeida de. Virgem mestiça: devoção à Nossa Senhora na colonização do Novo
Mundo. Tempo, v. 6, n. 11, 2001. p. 77-92

[2] CARVALHO, Roberto Junho. A lenda de Lambari por uma perspectiva semiótica: construção de sentido,
origens e ideologia. Dissertação (Mestrado) – Universidade Vale do Rio Verde (UninCor), Três Corações,
2015

[3] LEFORT, Mons. José do Patrocínio. A Diocese da Campanha, 1993, págs. 206 e 207

[4] MILEO, José N. Subsídios para a história de Lambari. Guaratinguetá, SP : Graficávila, 1970, págs.12, 14, 16
e 56.

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A HISTÓRIA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE, PADROEIRA DE LAMBARI


Referências:

(J) LIMA, Pe. Antônio Lúcio da Silva. Um mês em companhia de Nossa Senhora. São Paulo, Editora Paulus –
Disponível em: goo.gl/RgMTjP
(K) ADUCCI, Edésia. Maria e seus títulos gloriosos. São Paulo, Editora Loyola – 3ª. edição, 2003. Disponível em:
goo.gl/rz5iJ6

[12] http://www.cruzterrasanta.com.br/historia-de-nossa-senhora-da-saude/29/102/  e ADUCCI, Edésia, 2003, p. 235.

[13] Imagem estilizada de N. S. da Saúde – Disponível em: www.elo7.com.br

[14] Sagração da Igreja Matriz - Paroquia Nossa Senhora da Saúde (paroquiasenhoradasaude.com.br)

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IMAGEM, ORAÇÃO E HINO DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE

 

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APARECIDA DO NORTE E SENHORA DAS ÁGUAS: APROXIMAÇÕES HISTÓRICAS

Como já contamos aqui, há duas curiosidades históricas que aproximam a devoção a Nossa Senhora da Aparecida, iniciada no ano de 1717, na antiga Vila de Guaratinguetá, na Província de São Paulo, e a Nossa Senhora da Saúde, iniciada a partir dos anos 1780, na Província das Minas, quando se deu a descoberta das Águas Virtuosas de Campanha do Rio Verde, futura cidade de Lambari, MG.


Viajantes e tropeiros aproximaram as duas histórias

Como se viu acima, viajantes e tropeiros aproximaram as duas histórias:

Circulando pela Estrada Velha, ou Caminho Velho, tropeiros, sertanistas, mineradores, boiadeiros e outros viajantes trouxeram à Região do Lambari o achado da Senhora Aparecida, e possivelmente foram esses mesmos que levaram às localidades por onde passavam as notícias, semeadas pela devoção religiosa, das “curas milagrosas” produzidas pela “água santa”, por intercessão de Nossa Senhora da Saúde.


Fontes: Aparecida do Norte e a Senhora das Águas - Coincidências históricas

https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=51405

CARVALHO, Roberto Junho. A lenda de Lambari por uma perspectiva semiótica:

construção de sentido, origens e ideologia. Dissertação (Mestrado) – Universidade Vale do Rio Verde (UninCor), Três Corações, 2015. 


Quase dois séculos depois, um mesmo arquiteto para as duas igrejas

Além da aproximação histórica supracitada, entre Aparecida do Norte e Águas Virtuosas de Lambari, há uma outra curiosidade, ocorrida em meados do Século XX: tanto o Santuário de Aparecida como a Igreja Matriz de Lambari foram projetados pelo mesmo arquiteto: Calixto de Jesus Neto. 

De fato, dos projetos da nova Matriz de Nossa Senhora da Saúde em Lambari, adotou-se o elaborado pelo Dr. Benedito Calixto de Jesus Neto, formado no Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, que fora também responsável pelo projeto do Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.


Fonte: MEMÓRIAS DE AGUINHAS (25) - O Santuário de Aparecida e a Igreja de Lambari

https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=39880


 

 

Ilustração: Imagem original de Nossa Senhora Aparecida [Século XVI] e a imagem de Nossa Senhora da Saúde [provavelmente da segunda metade do século XVIII] existentes, respectivamente, no Santuário de Aparecida do Norte e na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde, em Lambari, MG

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A LENDA DE ÁGUAS VIRTUOSAS E A DEVOÇÃO A NOSSA SENHORA DA SAÚDE

Como se sabe, em A lenda de Águas Virtuosas narra-se que

(...) uma linda moça de nome Cecília estava noiva de um jovem chamado Tancredo
Ela adoecera muito e seu pai, Antônio Alves Trancoso, que morava na cidade de Passos, a trouxe para Campanha, a fim de tratar-se. 
Passaram-se meses e Cecília não se curava.

Até que um belo dia, Tancredo conheceu um escravizado de nome Antônio de Araújo Dantas, e esse lhe falou de umas águas ditas santas, existentes numa grota, perto de um ribeirão, do outro lado da Serra da Campanha.

Tancredo contou ao futuro sogro o que ouvira do africano e insistiu para que a trouxessem até as fontes das águas, que jorravam
borbulhantes em meio a pedras.

E Cecília, tendo feito uso da água virtuosa por vinte dias, curou-se de seus males. Em agradecimento, pediu, então, ao pai que erguesse uma capelinha em homenagem à Nossa Senhora da Saúde, e nessa igrejinha se casou com Tancredo.

E, como se dá sem toda lenda, foram felizes para sempre!


Estória e fato histórico

Mas isso é uma estória e não um fato histórico.

A estória é inventada, muitas vezes se apropriando de fatos conhecidos.

Por exemplo: a cidade de Campanha, a serra, as fontes de água e seus efeitos curativos, o culto à Nossa Senhora da Saúde, o nome Antônio de Araújo Dantas (era o proprietário das terras onde foram descobertas as fontes) são fatos sociais e históricos que foram incorporados à lenda.

Já nos estudos da História, os historiadores contam o que aconteceu, com base em documentos, estudos e sua visão de mundo.

Segundo o monsenhor e historiador José Lefort, o criador da lenda teria sido Américo Werneck, que o fez para efeito de propaganda das águas minerais.

Mas há também as versões de Armindo MartinsJoão Carrozzo, memorialistas de Águas Virtuosas do Lambari, derivadas da lenda de Werneck.


Como se vê, A lenda de Águas Virtuosas bem apanha a associação dos efeitos medicinais e curadores da água à “tradição católica dos milagres da Virgem Santíssima”.

Com efeito, a cura de Cecília associa-se à devoção da Virgem Maria e à fundação de uma igrejinha em louvor da Santíssima.

Essa lenda foi inspirada provavelmente em tradição oral tecida nas décadas iniciais do Século XIX, quando muitas histórias se contavam acerca dos poderes milagrosos da água santa.


A lenda de Águas Virtuosas, versão Armindo Martins


Fontes: (1) Memórias de Aguinhas - As versões de A LENDA DE ÁGUAS 
VIRTUOSAS: https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=50766 

(2) E-book A lenda de Águas Virtuosas: https://rl.art.br/arquivos/7457117.pdf?1645450903 

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AS IGREJAS DEDICADAS À SENHORA DA SAÚDE

Referências históricas

A primeira referência histórica acerca de igrejas dedicadas a Nossa Senhora da Saúde em Águas Virtuosas de Campanha (depois chamada Águas Virtuosas de Lambari) deu-se quando a Câmara de Campanha em 24 de janeiro de 1827 oficiou ao Visconde de Caeté, então presidente da Província de Minas Gerais, sobre a necessidade da "criação de uma pequena ermida para se dizer Missa ao Povo".

E, em 1832, a mesma Câmara propôs que se marcasse "o lugar próprio para a fundação do Templo que deverá fazer para a Povoação".

De fato, em 1830, separa-se uma área patrimonial, dentro da qual, em 1832, foi escolhido um trecho para a construção de um templo dedicado a Nossa Senhora da Saúde.

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Local de construção das igrejas

O trecho de terreno mencionado acima corresponde a um leve outeiro, próximo das fontes, onde se ergueram as três igrejas dedicadas a Nossa Senhora da Saúde, conforme comentamos a seguir.


Outeiro: palavra ao sabor dos Séculos XVII e XVIII para significar pequena elevação em um terreno; morro; colina.

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Confira abaixo foto da Antiga Matriz de Nossa Senhora da Saúde, construída em terreno levemente elevado:


A atual Igreja Matriz viria a ser construída neste mesmo outeiro, um pouco à frente da Antiga Matriz:


 A ermida

Antes de construção das igrejas, houve uma pequena ermida dedicada a Nossa Senhora da Saúde?

Não há referências históricas quanto a isso, mas é possível imaginar pequena ermida onde os usuários e moradores da vila primitiva oravam em louvor da Virgem Santíssima, pois ali já concorria "muitos eclesiásticos, tendo-se chegado a ajuntar
quatro Vigários de diferentes Freguesias sem terem onde possam celebrar"
.

                Recriação artística

Ermida dedicada a Nossa Senhora da Saúde,

na então vila de Águas Virtuosas da Campanha.


Fontes: MARTINS, Armindo. Lambari, a cidade das águas virtuosas. 1949, p. 25

8o. ANUÁRIO ECLESIÁSTICO - Diocese da Campanha - 1946 - págs. 15 e 16

CARROZO, João. Lambari (Outrora Cidade de Águas Virtuosas de Campanha) - 1985, p. 21

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Igreja primitiva de Nossa Senhora da Saúde

Nas décadas de 1820/30, foi construída — e depois ampliada — esta igrejinha primitiva:

Igreja primitiva de N. S. Saúde


Na foto abaixo, de meados do Século XIX, vê-se, no alto, à esquerda, essa igrejinha primitiva de N. S. da Saúde:

Reprodução. Colorizada. Fonte: ALMEIDA, Dr. Pires de. Lambary e Cambuquira - Hydro-estações ao Sul do

Estado de Minas Gerais - Brazil. Typ. Leuzinger, Rio de Janeiro, 1896

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Antiga Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde

As obras da Antiga Matriz de Nossa Senhora da Saúde foram iniciadas em 1853 e concluídas em 1870.

Antiga Igreja Matriz de N. S. da Saúde

A Igreja Matriz, em cartão postal dos anos 1920

Saída da missa na Antiga Igreja Matriz de N. S. da Saúde - anos 1930

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Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde

A atual Igreja Matriz foi inaugurada em 1955

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Evolução histórica das igrejas dedicadas a N. S. da Saúde

Resumo da evolução histórica das igrejas dedicadas a N. S. da Saúde, em Águas Virtuosas de Lambari:

Evolução das igrejas dedicadas a N. S. da Saúde, em Lambari, MG

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GRUTA DE NOSSA SENHORA DA SAÚDE NO PARQUE DAS ÁGUAS

No Parque das Águas em Lambari, há uma gruta dedicada a Nossa Senhora da Saúde, fruto da devoção, da crença e do fervor popular, que a história, a cultura e a religião estabeleceram, ao longo do tempo, entre as propriedades terapêuticas das águas virtuosas e a ação protetora dos que se socorrem à Senhora da Saúde.


 


Fonte: AS ÁGUAS VIRTUOSAS DE LAMBARY (4) A gruta de Nossa Senhora da Saúde

https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=51009

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O OLHO D’ÁGUA SOB A IGREJA MATRIZ

Na encosta esquerda do outeiro onde se ergueram as três igrejas dedicadas a Nossa Senhora da Saúde, em Lambari, há um olho d’água – uma nascente – que dá origem a um pequeno fio d’água.


  


Uma capelinha para Nossa Senhora da Saúde

Há muito se pensa na captação dessa água – que ali simbolicamente brota aos pés da sua Igreja – e a construção de uma pequena gruta ou ermida dedicada à Senhora das Águas.


(*) Foi o sr. Nascime Bacha, fundador do Museu Américo Werneck, quem, há décadas passadas, me falou dessa hipótese.

Consultei meus tios Messias e Rubens Gentil Lobo, experientes construtores de nossa cidade, sobre a possibilidade de se captar essa água. Ambos não viram dificuldade em fazer isso, naquela época.

Ver: Os construtores e pedreiros da família Gentil Lobo - https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=44767#lobo


Poderia ser algo simples, como esta gruta dedicada a Nossa Senhora de Lourdes, que havia na entrada do Hospital S. Vicente de Paulo, em Lambari, MG:

Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, que havia na entrada do Hospital S. Vicente de Paulo, em Lambari, MG

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OS BEATOS DA REGIÃO DAS ÁGUAS

No Sul de Minas, na Região das Águas, viveram e trabalharam três servos de Deus, assim reconhecidos porque tiveram uma vida cristã de virtude e santidade: foram piedosos, caridosos e exemplos de virtude para as pessoas.

Foram eles:

  • Francisco de Paula Vítor, o Padre Vítor, nascido em Campanha, MG (1827) e falecido em Três Pontas, MG (1905), cidade em que exerceu seu iluminado sacerdócio.

Foi considerado beato pela Igreja Católica em 14 novembro de 2015.

  • Francisca de Paula de Jesus, a Nhá Chica, nascida São João Del Rey, MG (1808) e falecida em Baependi, MG (1895).

Foi considerada beata pela Igreja Católica em 4 de maio de 2013.

  • Maria da Conceição Santos, a Irmã Benigna Victima de Jesus, nascida em Diamantina, MG (1907) e falecida em Belo Horizonte, MG (1981).

Trabalhou em Lambari, no Asilo e Hospital São Vicente de Paulo, nos anos de 1950/55, como parteira e enfermeira, além de assistir doentes internados no hospital e os idosos do asilo lá existente.

Foi considerada venerável pela Igreja Católica em 18 de fevereiro de 2022, com o que tornou-se oficialmente modelo de virtudes a ser seguido, passando a ser chamada VENERÁVEL BENIGNA VICTIMA DE JESUS.


Notas:

Como se recorda, segundo o Código Canônico, é declarado beato aquele que está passando pelo processo de canonização. São assim declarados porque tiveram uma vida cristã de virtude e santidade e também porque foi comprovado que, por sua intercessão, ocorreu um milagreNão são ainda considerados santos, mas podem ser cultuados em sua região de origem e no local em que viveram.

Já o título canônico de venerável é concedido àqueles a quem postumamente seja reconhecida a prática de virtudes heroicas em processo formal de canonização.


Fontes: MEMÓRIAS DE AGUINHAS - Irmã Benigna em Lambari (MG)

https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=53614 

https://www.irmabenigna.org.br/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Benigna_Victima_de_Jesus

https://pt.wikipedia.org/wiki/Nh%C3%A1_Chica

https://pt.wikipedia.org/wiki/Padre_Victor

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Padre Vítor

Na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde, há esta imagem de Padre Vítor, cultuada pelos católicos locais e visitantes, à vista de graças alcançadas através de sua intercessão.


 

Memorial Padre Víctor, em Tres Pontas.

Reprodução. Prefeitura Municipal de Três Pontas


Memorial de Nossa Senhora da Ajuda, em Três Pontas.

Reprodução. Diocese da Campanha


Na vizinha cidade de Três Pontas (110 km de Lambari), onde trabalhou e faleceu Padre Vítor, pode-se visitar o Santuário Nossa Senhora D'Ajuda, cuja edificação foi realizada por ele.

Defronte ao Santuário, pode-se visitar o Memorial Padre Vítor, que guarda fotos, roupas e outras relíquias de Padre Vítor.

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Nhá Chica

Na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde, há esta imagem de Nhá Chica, cultuada pelos católicos locais e visitantes, à vista de graças alcançadas através de sua intercessão.


  

Memorial e Casa de Nhá Chica. Bapendi. Reprodução. nhachica.org.br - santuarionhachica.com.br


Santuário Nossa Senhora da Conceião de Nhá Chica. Baependi.

Reprodução.  Facebook.com/santuarionhachica. 


Na vizinha cidade de Baependi (60 km de Lambari), onde morou e faleceu Nhá Chica, pode-se visitar o Santuário de Nossa Senhora da Conceição, que nasceu de reformas procedidas na Igrejinha Nhá Chica, edificada por ela.

Ao lado do Santuário, pode-se visitar Memorial Nhá Chica, onde se encontra um acervo que remonta a história de vida e santidade de Nhá Chica, e assim também a Casa de Nhá Chica, antiga e humilde casa em que a Serva de Deus morou, hoje restaurada e decorada com objetos que pertenceram a ela.

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Irmã Benigna

No Asilo e Hospital São Vicente de Paulo, em Lambari, onde serviu de 1950/55, não se encontra nenhuma memória de sua passagem.

Irmã Benigna. Reprodução. irmabenigna.org.br


Imã Benigna, em oração, nas dependências do Hospital São Vicente de Paulo

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COMUNIDADES LIGADAS À PARÓQUIA SENHORA DA SAÚDE

Há no âmbito da Paróquia Senhora da Saúde 11 Comunidades Rurais e 10 Comunidades Urbanas, segundo o site da Diocese da Campanha (aqui).

No site da Paróquia Senhora da Saúde, há referências às seguintes comunidades:

Geralmente, as igrejas dessas comunidades permanecem fechadas durante certos dias da semana. Para ver horários de funcionamento, atividades e outras informações sobre cada uma delas, acesse aqui: www.paroquiasenhoradasaude.com.br/comunidades

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ROTEIRO DE FÉ NOSSA SENHORA DA SAÚDE, PADROEIRA DE LAMBARI

À vista do exposto, pode-se propor — para nativos, moradores e visitantes de nossa cidade — um Roteiro de Fé Nossa Senhora da Saúde, padroeira de Lambari, a ser eventualmente cumprido pelos  que querem conhecer a história primitiva de Águas Virtuosas de Lambari e as ligações históricas e lendárias entre a descoberta das águas virtuosas e o culto a Nossa Senhora da Saúde, a Senhora das Águas.

Mediante este Roteiro, em paralelo à devoção a Maria Santíssima, pode-se

  • orar perante as imagens dos beatos Padre Vítor e Nhá Chica, na Igreja Matriz;
  • visitar o Hospital São Vicente de Paulo, onde viveu e trabalhou por 5 anos a venerável Irmã Benigna; e
  • visitar algumas das comunidades ligadas à Paróquia Senhora da Saúde.

  • NOTA: É preciso observar, em cada caso, horários de funcionamento e regras de acesso aos locais acima mencionados.

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Circuito a percorrer

Para cumprir os objetivos acima, podemos percorrer o seguinte circuito:


  • 1 - Parque das Águas
  • As fontes das águas minerais de Lambari, ditas águas virtuosas (ou santas), descobertas em 1780/90, foram as primeiras a serem encontradas no Estado de Minas Gerais.
  • Em pouco tempo, suas propriedades medicamentosas e curativas atraíram milhares de pessoas e suas virtudes miraculosas passaram a ser apregoadas por todos.
  • Numa época absolutamente carente de recursos médicos e de remédios de toda espécie, as águas minerais tinham largo uso interno e externo para tratamento de inúmeras doenças.
  • Em 1864, o famoso Formulário ou Guia Médico do Brasilde Pedro Luiz Napoleão Chernoviz, apontava nossa água como a principal água gazosa (sic) do Brasil.
  • fama da água espalhou-se por toda a Província, atraindo visitantes de lugares longíquos, inclusive a Princesa Isabel e o Conde D'Eu, que aqui estiveram em 1868 (Veja: A visita da Princesa Isabel e Conde D'Eu - https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38644#visita).
  • Nesse contexto, num país majoritariamente católico, deu-se que a crença e a fé populares associaram os efeitos medicinais e curadores da água à “tradição católica dos milagres da Virgem Santíssima” dando origem ao culto a Nossa Senhora da Saúde, alçada à condição de padroeira da localidade.
  • Foi em torno dessas fontes que a vila primitiva se desenvolveu.
  • Além das fontes, no Parque das Águas está a Exposição Imagens de Lambari — um breve passeio pela história da cidade — e a Gruta de Nossa Senhora da Saúde — fruto da devoção, da crença e do fervor popular, daqueles que se socorrem da ação protetora da Virgem Santíssima.

  • Aqui, sugere-se os seguintes passos:

    • Conhecer/visitar o Parque das Águas de Lambari
      • as Fontes das Águas Virtuosas
      • a Exposição Imagens de Lambari
      • Gruta de Nossa Senhora da Saúde

  

Fontes das Águas Virtuosas - Exposição Imagens de Lambari - Gruta de Nossa Senhora da Saúde

  • NOTA: Em cada caso, é preciso observar horários de funcionamento e regras de acesso aos locais acima mencionados.

  • 2 - Painel Lenda de Águas Virtuosas
  • Uma lenda — A lenda de Águas Virtuosas — inspirada provavelmente em tradição oral tecida nas décadas iniciais do Século XIX, quando muitas histórias se contavam acerca dos poderes milagrosos da água santa — apropriou-se de fatos sociais e históricos para explicar a formação da Vila de Águas Virtuosas e o culto à Senhora da Saúde.
  • Conheça uma versão da lenda aqui: https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=50766#martins
  • No Supermercado BH, num painel lá existente, pode-se ver uma versão dessa lenda.

  • Aqui, sugere-se os seguintes passos:
    • Ler o texto de A lenda das Águas Virtuosas
      • A lenda de Cecília e Tancredo pode ser lida no link a seguir. Como visto nos tópicos acima, esta lenda bem apanha este aspecto: a cura de Cecília associa-se à devoção da Virgem Maria.
      • Se houver interesse, há um painel exposto no Supermercado BH que contém o texto da lenda. 

 

A lenda de Águas Virtuosas, versão Armindo Martins - Painel A lenda da cidade das águas virtuosas de Lambary

  • NOTA: Em cada caso, é preciso observar horários de funcionamento e regras de acesso aos locais acima mencionados.

  • 3 - Igreja Matriz
  • Inaugurada em 1955, a Matriz de N. S. da Saúde foi projetada por Calixto de Jesus Neto, o mesmo arquiteto do Santuário de Aparecida.
  • Na Matriz, encontra-se a histórica imagem de N. S. da Saúde: uma escultura em madeira policromada, que, acredita-se, seja de procedência portuguesa, provavelmente confeccionada na segunda metade do século XVIII.
  • Lá também, ao sopé do outeiro, no lado esquerdo do terreno, existe um olho d'água — uma pequena nascente que brota sugestivamente aos pés da Matriz de N. S. da Saúde. Há muito se pensa na canalização deste fio d'água, que verteria numa gruta dedicada à Padroeira.
  • Encontra-se também na Matriz as imagens dos beatos Padre Vítor e Nhá Chica, ambos bastante cultuados pelos católicos da região.

  • Aqui, sugere-se os seguintes passos:
    • Conhecer/visitar a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Saúde
      • a imponente Igreja Matriz de Lambari
      • a imagem de Nossa Senhora da Saúde, exposta no altar-mor
      • o olho d'água (eventualmente, seu fluxo d’água pode estar diminuído)
      • as imagens dos beatos Padre Vítor e Nhá Chica

   

Imagem de N. S. de Saúde - Olho d'água - Imagens dos beatos Padre Vítor e Nhá Chica

  • NOTA: Em cada caso, é preciso observar horários de funcionamento e regras de acesso aos locais acima mencionados.

  • 4 - Hospital São Vicente de Paulo
  • Pode-se recordar a passagem da Venerável Irmã Benigna, visitando o Hospital São Vicente de Paulo, onde viveu e trabalhou (de 1950/55).
  • No saguão de entrada do hospital há uma imagem de São Vicente de Paulo, diante da qual pacientes, médicos, enfermeiros e visitantes eventualmente fazem suas preces.

  • Aqui, sugere-se os seguintes passos:
    • Conhecer/visitar o Hospital São Vicente Paulo
      • conhecer o local onde viveu e trabalhou por 5 anos a Venerável Irmã Benigna.
      • visitar o saguão de entrada do hospital, onde se pode, eventualmente, orar diante da imagem de São Vicente de Paulo.

   

Hospital São Vicente de Paulo - Imagem Irmã Benigna - Imagem São Vicente de Paulo

(Reprodução. Facebook/Hospital São Vicente de Paulo)

  • NOTA: Em cada caso, é preciso observar horários de funcionamento e regras de acesso aos locais acima mencionados.

  • 5 - Comunidades
  • Completando o ciclo, pode-se visitar igrejas próximas ao centro da cidade, como estas: Igreja Sagrada Família (Vista Verde), Nossa Senhora Aparecida (Volta do Ó), São Benedito (Vila Nova), Santa Terezinha (Pinhão Roxo) e São Judas Tadeu (Silvestrini).

  • Aqui, sugere-se os seguintes passos:
    • Conhecer comunidades ligadas à Paróquia Senhora da Saúde
      • conhecer comunidades próximas ao centro da cidade: Sagrada Família (Vista Verde); Nossa Senhora Aparecida (Volta do Ó); São Benedito (Vila Nova); Santa Terezinha (Pinhão Roxo), São Judas Tadeu (Silvestrini), entre outras.

 

    

Igreja de N. S. Aparecida - Igreja Sagrada Família - Igreja de São Benedito - Igreja Santa Terezinha - Igreja São Judas Tadeu. Reprodução. Fontes: GoogleMaps - Joseane Astério

  • NOTA: Em cada caso, é preciso observar horários de funcionamento e regras de acesso aos locais acima mencionados.

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Mapa dos locais a serem visitados

Este mapa facilita a localização e as atividades a serem realizadas para cumprir o circuito mencionado acima:

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FOLHETO ROTEIRO DE FÉ NOSSA SENHORA DA SAÚDE

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REFERÊNCIAS

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Publicado por Guimaguinhas
em 22/04/2024 às 11h17
 
27/02/2024 10h30
RECANTO DOS NETOS (16) - A CASA GORDA (1) Recanto dos netos

Ilustração: Capa do livro A CASA GORDA - Recanto dos netos, de autoria de Celeste Krauss/Antônio Carlos Guimarães, em preparo. A figura da capa do livro foi elaborada por Canva/Gerador de imagem por IA/Copilot/Microsoft


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

Esta Série A CASA GORDA - RECANTO DOS NETOS é uma memória da família para RAFA, LEO, MARIA, ISABELA, PAULO, RAFAELA, CECÍLIA e GUGA.

Que, como nós, eles um dia tenham histórias pra contar para os seus netos.

Celeste & Guima


 Aqui no SITE GUIMAGÜINHAS, numa série de posts intitulada A CASA GORDA - Recanto dos netos, vamos contar histórias e acontecidos da FAMÍLIA GUIMARÃES, como a construção da nossa casa nos anos 1980, a origem do nome Casa Gorda apelido dado pelos netos à nossa residência em Lambari —, lances da vida em família, brincadeiras e travessuras dos netos, etc.


Como moramos fora de Lambari por mais de 30 anos, a Casa Gorda se transformou na casa de férias da família — na qual frequentemente reunimos filhos, noras e netos. 

Nesse compasso, a Casa Gorda ficou sendo, na prática, a casa dos netos — na qual tem muita comida, guloseimas, brincadeiras, histórias, carinho — e muita, muita diversão!

Com o passar do tempo, os netos foram chegando, crescendo e passando férias na Casa Gorda — e nela deixando suas histórias/memórias: vida em família, atividades, brincadeiras, passeios, aventuras...

Pois bem, hoje estamos aqui — Celeste e Guima — recordando, tomando notas, selecionando fotos e escrevendo sobre os anos maravilhosos que passamos ao lado de filhos, noras e netos.

E assim nasceram estas HISTÓRIAS DA CASA GORDA - O RECANTO DOS NETOS, que vão escritas numa linguagem simples, leve, brincalhona — como somos nós os Guimarães: brincalhões, leves e simples...

Abaixo vai o número 1 da Série: A Casa Gorda - Recanto dos netos.

Vamos lá!



  • Esta série de posts sobre a Casa Gorda vai fazer parte da Coletânea A CASA GORDA - Recanto dos netos, que eu e minha mulher — Celeste Krauss — estamos preparando. 
  • A capa desse livro pode ser vista na abertura deste post.

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O SOBRADÃO DOS MEUS AVÓS

No livro MENINO-SERELEPE (aqui), escrevi sobre o sobradão do Pai Véio e Mãe Véia — meus avós paternos Zé Batista e Margarida, assim chamados pelos netos — e as diversas brincadeiras, aventuras e contação de histórias que seus netos ali viveram.

Me recordo também que lá pelos 12 anos, brincando de pique na rua em frente ao sobradão, tive uma espécie de visão do futuro:  olhando para o alto da Paradinha Mello (ante)vi, por alguns segundos, um sobrado branco com janelas azuis.

Hoje tenho certeza de que vi o que seria, duas décadas depois, a Casa Gorda...

E assim como tive em minha infância as delícias do Casarão do Pai Véio — histórias, memórias, aventuras, primos, família — meus netos tiveram o mesmo na Casa Gorda...


Trecho do livro Menino-Serelepe.

Veja também este texto, que descreve brincadeiras e aventuras que vivi no Sobradão do Pai Véio


Sobradão do Pai Véio, em frente ao Hotel Imperial. Na foto, pode-se ver o alpendre do casarão e a descida da Parada Melo (passeio do centro), onde brincávamos de trolinhos de cabos de vassoura.


RECORDANDO MEU PAI

No livro MENINO-SERELEPE, meu livro de memórias, no Cap. XXII – Mudança para o centro de Aguinhas, eu anotei:

Pai recebeu proposta de se mudar pra cidade, a fim de que pudesse atender o plantão noturno da Farmácia Santo Antônio, onde trabalhava. Por conta disso, teria um pequeno aumento no salário e passaria a morar em local próximo de seu trabalho, na parte de baixo da casa da dona Catarina Bacha, a sua patroa. E sem pagar aluguel, que essa encrenca sempre foi a camisa de onze varas do meu pai, que morreu sem ter conseguido uma casa própria. (O destaque não é do original.)

Quando me casei, morei 2 anos com meu pai nessa casa da Dona Catarina Bacha, depois aluguei ao seu Zito Santoro um apartamento para a família.

No início dos anos 1980, meu pai ficou muito doente e eu prometi a ele que íamos, enfim, construir "nossa casa" — a casa que ele sempre quis ter e nunca tivera!

Peguei nossas poupanças, vendi dois fuscas que ele tinha e comprei terrenos no Alto Boa Vista e comecei a cavar o espaço que seria a garagem. Eu o levei algumas vezes para "ver o início das obras da casa que seria nossa". 

Mas, infelizmente, ele faleceu em agosto de 1980 — e não chegou a ver nem o assentamento do primeiro tijolo da obra. Depois de sua morte, minha mãe foi morar comigo.

Meu pai não chegou a conhecer a Casa Gorda, mas do outro lado da vida tem cuidado dos seus netos e bisnetos.

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A CONSTRUÇÃO

Com financiamento da Caixa Federal, eu e Celeste — ambos trabalhávamos com contabilidade, na HASTA - Assuntos Contábeis — iniciamos a construção da nossa casa em Lambari no início dos anos 1980 e nela fomos residir em dezembro de 1982.


Memórias de Aguinhas (5) - Hotel Rezende - https://guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=37645#MUN


A partir de 1983, em razão de nossa vida funcional (ambos ingressamos no serviço público), moramos fora de Lambari — em Cascavel, Varginha, Juiz de Fora, Brasília, Belo Horizonte — durante anos e anos.

Assim foi que nossa casa em Lambari se tornou o lugar em que a família — filhos, noras, netos — passava fins de semana, feriados e férias!

Mas de fato tornou-se a casa dos nossos netos — ou a Casa Gorda — como a apelidaram os gêmeos Rafa e Leo.


UMA RENCA DE NETOS


                                            

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A CASA GORDA

Como surgiu a expressão Casa Gorda

Morando em Brasília, Leo e Rafa sempre passavam as férias de julho em Lambari, alternando a estadia entre as casas dos avós maternos — Alencar e Beatriz — e paternos — eu e Celeste.


Rafa e Leo na casa da vó Bia


Pois bem, eles deviam ter pouco mais de 3 anos, e estavam na casa dos avós maternos há alguns dias, quando disseram pra sua mãe, Flávia:

— Mããeee, a gente quer ir pra outra casa!

— Outra casa? Que casa, meninos?

— A outra...

— Que outra?...

— Aquela outra...

— A casa da vó Celeste? — Flávia perguntou.

— É... a casa... a casa... a casa gorda! Eles disseram.

No caso, a casa era "gorda", porque era maior do que a da vó Bia (Beatriz).

E assim foi que batizamos a nossa casa, que é mais dos netos do que nossa, de


Vó Celeste, café da tarde, na varanda da Casa Gorda

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Os espaços da Casa Gorda

Situada no Alto Boa Vista, num terreno bastante inclinado, tem uma entrada pela rua da frente e outra pela rua dos fundos.

A parte dos fundos — a mais elevada — oferece uma visão panorâmica das belezas da cidade — Igreja Matriz, Lago Guanabara, Cassino, Parque Novo, Volta da Mata e as serras que rodeiam Lambari.


  

Frente da Casa Gorda: entrada da frente (Google/Maps)


Placa decorativa da Casa Gorda

Da varanda, tem-se uma vista ampla do centro da cidade e das serras que a circundam

Vista do gramado e, ao fundo, Cassino, Lago Guanabra, Volta da Mata...


A Casa Gorda tem ainda muitas árvores e plantas em seus jardins internos e uma natureza rica em seu entorno, a qual recebe duas dezenas de diferentes espécies de pássaros — de jacus a socós, de tucanos a gralhas, de maritacas a pombas-trocais e diversos outros passarinhos.


Jacus por vezes passeiam pelos telhados da Casa Gorda


Outros animais, como gambás, pequenas cobras, ratos silvestres, pererecas ocorrem com frequência aqui nas redondezas.

Certa feita apareceu um raro e estranho animal... um furão!

Confira:

Veja esta história aqui: Um "estranho animal" visita a Casa Gorda

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REFERÊNCIAS

  • Fotos: Acervo da família Salles Krauss/Lobo Guimarães
  • Textos de Celeste Krauss e Antônio Carlos Guimarães

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SÉRIE RECANTO DOS NETOS

Confira os posts já publicados:

  1. Netos e livros
  2. Netos musicais
  3. Coitado do Lobo Mau
  4. Vovô peludo
  5. A Casa Gorda
  6. O monstro da antena
  7. As profissões de Maria
  8. Cecília chegou!
  9. Os gols do Paulinho
  10. O vocabulário da Rafa
  11. Desenhos, leituras e contação de histórias
  12. Histórias assustadoras da Vó Celeste
  13. Ano Novo na Casa Gorda/Shangrilá
  14. Chuva feia na Casa Gorda
  15. Um "estranho animal" visita a Casa Gorda
  16. Vai morar com os "arrenígenas"...
  17. A casa de bonecas
  18. Coletânea Histórias da Casa Gorda
  19. Celeste, eu vou me casar com você!

Confira os áudios vinculados aos posts:

  1. (12) Chuva feia na Casa Gorda (1)
  2. (12) Chuva feia na Casa Gorda (2)
  3. (12) Chuva feia na Casa Gorda (3)
  4. (13) Um "estranho animal" (1)
  5. (13) Um "estranho animal" (2)

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Publicado por Guimaguinhas
em 27/02/2024 às 10h30
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Espaço Francisco de Paula Vítor (Padre Vítor)

 

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