Guimagüinhas
Memórias familiares e de minha terra natal
Meu Diário
22/09/2013 08h07
MÁRIO DE CASTRO - Cadê o Mário???... Cadê o Mário???...

Ilustração: Mário de Castro, com a icônica camisa do Atlético Mineiro, único clube que defendeu


SUMÁRIO


Ele foi o maior ídolo do Atlético, em todos os tempos. Numa época em que jogador de futebol era mal visto pela sociedade, ele se destacava como um "bom partido". Estudava medicina, tinha porte de galã de cinema e os domingos ele reservava para fazer os gols do Clube Atlético Mineiro.

(Do livro FUTEBOL NO EMBALO DA NOSTALGIA, de Plínio Barreto)


APRESENTAÇÃO

Histórias não faltam à vida deste jogador sensacional, mais do que um jogador, um personagem fantástico, que os atleticanos, que os mineiros, que os brasileiros amantes do futebol não podem jamais esquecer. Sua curta carreira e seus recordes são conhecidos, mas é certo que lhe devemos mais, como uma biografia ou um documentário para contar sua vida extraordinária e inscrevê-lo definitivamente entre os maiores artilheiros da nossa história.

Abaixo, vamos relembrar algumas de suas façanhas com a bola nos pés.

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POR QUE ESTE CRAQUE GENIAL ABANDONOU O FUTEBOL PELA MEDICINA

A família de Dona Regina de Castro, mãe de Mário, passara por muitas dificuldades com a perda prematura de seu marido Linolfo de Castro. E dona Regina, viúva com 5 filhos para criar, entre eles Mário de Castro, então com 4 anos, sempre se preocupou muito com o futuro deles.

Esse um dos fatores por que ela queria que Mário se formasse e não se desviasse dos estudos para jogar futebol. E o jeito era, então, contar algumas mentiras para Dona Regina. Uma boa desculpa Mário conseguiu muitas vezes com a ajuda da imprensa, que, no noticiário sobre o Atlético, anotava que no domingo jogaria um tal de Orion. E Mário dizia pra mãe: Está vendo, colocaram outra pessoa em meu lugar. Só que Orion era o próprio Mário!

Mas a medicina acabou tomando ao futebol brasileiro o que poderia ter sido um de seus craques ainda mais geniais. E como ele próprio explica:

É que com a oficialização do profissionalismo no futebol recebi propostas tentadoras de clubes como Fluminense, Botafogo e até de um time de Portugal, que não me lembro o nome. Se eu aceitasse, seria o fim da minha carreira de médico. É lógico que eu teria um salário compensador, além do privilégio de ser o primeiro atleta profissional contratado do futebol brasileiro. Mas isso não era o mais importante na minha vida e, antes que eu me arrependesse, abandonei as quatro linhas dos gramados mineiros, que tantas glórias me proporcionaram.

Fonte: Jornal do Atlético, s/d

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Mas Mário nunca se arrependeu da escolha que fez, tendo exercido a medicina por mais de 40 anos. Foi um médico dedicado, um cidadão consciente, um homem de real valor, que anos atrás deu o seguinte conselho aos jovens atletas e ainda perfeitamente válido em nossos dias:

O importante é a gente ser acima de tudo, gente. Gente com sentimentos, com valores, com respeito pelo outro. Gente que saiba lutar, que saiba ganhar, mas que além de tudo saiba perder e reconhecer que perdeu, saindo depressa para "uma outra". Gente que saiba entender o valor do estudo, do conhecimento mais profundo à respeito dos homens, da natureza, da vida. É esse meu conselho. Quem discorda de mim, me enriquece.

Fonte: Jornal do Atlético, s/d

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PARTIDAS INESQUECÍVEIS

E olha que comigo não tinha esse negócio de canhotinha não. Eu fazia gol era com os dois pés, de cabeça, de qualquer jeito.

(MÁRIO DE CASTRO)


  • Num jogo contra o Bangu, no Rio de Janeiro, o Atlético terminou o primeiro tempo perdendo por 1 x 0. No segundo tempo, Mário de Castro fez história: Galo 7 x Bangu 1. Com sete gols de Mário de Castro!
  • Em 1927, ano do bicampeonato, o Cruzeiro (então o Palestra Itália) vencia o Atlético por 2 x 0. No segundo tempo, a virada histórica: Galo 9 x Palestra 2. Com um show do "Trio Maldito", entre eles, Mário de Castro, o maior goleador da memorável trinca.
  • No episódio da convocação para a Seleção Brasileiro, em que Mário recusou a convocação, a CBD promoveu, em Belo Horizonte, um jogo contra o Botafogo, time no qual jogava Carvalho Leite, então o jogador preferido para ser o atacante da Seleção. E Mário de Castro arrasou: fez 3 gols e deu a vitória para o Galo Mineiro. E depois disse: Eu não quero a Seleção...
  • "E diziam tanto dele, que, há até quem diga que, com a bola nos pés, ele escrevia seu próprio nome, formando as letras com o dribles."

Reportagem do ESTADO DE MINAS, do arquivo pessoal de Wander Mário Cavalcanti de Castro

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  • A maior goleada

Na página Futebol, Histórias & Curiosidades, no Facebook, encontramos este registro:


Acima, o Trio Maldito: Jairo, Said e Mário de Castro

 Reprodução. Fonte: Facebook/Futebol, Histórias & Curiosidades

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  • Cadê o Mário???... Cadê o Mário???...

Aí eu entrei, fiz um sinal para que esperassem e comecei a fazer gols. Foram cinco, mas o juiz anulou um, falou que eu estava impedido.

(MÁRIO DE CASTRO)


  Esta ótima história da carreira de Mário de Castro ocorreu em  20 de maio de 1931. Era um jogo da final do campeonato mineiro, no "Caldeirão do Bonfim" em Nova Lima e o Atlético precisava da vitória para ser campeão. Nesse dia, Mário fora arrancado da cama, depois de uma noite regada a bebida, e ficara no banco de reservas curando os efeitos da boêmia...

No primeiro tempo, o Vila fez 3 a 0, e a torcida do Vila, no intervalo, passou o tempo todo gritando: Cadê o Mário???... Cadê o Mário...??? 

Conta o ex-jogador Said [Said Paulo Arges], um dos componentes do "Trio Maldito", que, faltando 13 minutos para o final da partida, e tendo já o Mário espantado os efeitos da noitada, este lhe pediu: Toda a bola que você pegar, mande pra cima de mim! 

E o habilidoso Said recuou um pouco e foi metendo as bolas para o Mário de Castro. Resultado: o artilheiro fez 5 gols, dos quais 4 foram validados. Final: Galo 4 x Vila !!!

E Mário confessa:

Naquele dia, enrolei as meias, o calção e as chuteiras e disse: 

— Não jogo mais futebol. Estava no 4o. ano de medicina.

  • Revista Placar
  • Essa famosa história de Mário de Castro está na Revista Placar (Abril/1979), e pode ser lida aqui

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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao amigo Wander Mário Cavalcanti de Castro, com quem conversamos e que nos confiou seus preciosos recortes, lembranças de seu pai Mário de Castro, com esta recomendação: 

— Caro Guima, "Muito cuidado", são as únicas lembranças que guardo do meu pai. 

== Dr. Wander ==

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REFERÊNCIAS

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Veja o número 1 desta série

 Veja o número 1 desta série, clicando o link abaixo:

http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38810

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Publicado por Guimaguinhas
em 22/09/2013 às 08h07
 
22/09/2013 07h08
MÁRIO DE CASTRO - Doutor em Medicina e na Bola

Ilustração: Montagem. Escudo estilizado do Atlético Mineiro e Mário de Castro, um dos maiores artilheiros da história do Galo Mineiro.


SUMÁRIO


APRESENTAÇÃO

Já registrei aqui em posts anteriores (1) que

os médicos de Lambari  Ismael, José Benedito e Wander cuidaram atenciosamente de meu pai, quando da insidiosa doença que o levou muito cedo, aos 49 anos.

Pois bem, como todos os lambarienses sabem, o Wander mencionado acima é o Dr. Wander Mário Cavalcanti de Castro, excelente médico-cirurgião, há décadas radicado em Lambari.

O que poucos sabem é que o Dr. Wander também já andou brincando noutra profissão - a de jogador de futebol.

Prova? Olhem a foto:


Time de futebol de salão - Sindicato Rural de Lambari - anos 1980. Na foto: Sérgio, Fábio, Luiz e Broa. Agachados: Tucci, Betinho e Dr. Wander

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Mas o que muitas pessoas não sabem é que Mário de Castro pai de Wander Mário, e também médico como ele foi um fantástico craque de futebol, o maior atacante de sua época, um dos maiores artilheiros do Atlético Mineiro, o jogador que possui a maior média de gols por partida de todos os tempos, o primeiro jogador do futebol mineiro (e fora do eixo Rio-São Paulo) a ser convocado para a Seleção Brasileira (convite que recusou, como se verá). 

Esse é o resumo da história que vamos contar a seguir, em duas etapas. A primeira, neste post.

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MÁRIO DE CASTRO

 Meu futebol é apenas do Clube Atlético Mineiro e de ninguém mais!

(Mário de Castro, ao recusar o convite da CBF)


Filho de D. Regina Vilela Oliveira Castro e Linolfo Rodrigues de Castro, Mário nasceu em Formiga no estado de Minas Gerais, em 30 de junho de 1905 e morreu em 29 de abril de 1998. Casou-se com Maria de Lourdes Cavalcanti de Castro, uma das primeiras mulheres a se formar em odontologia no país, e que atuou profissionalmente até sua aposentadoria. O casal teve dois filhos, Wander Mário (médico ainda em exercício) e Vanda Maria (contabilista aposentada), e adotou Antônio Rosa (já falecido).

Fonte: Wikipedia

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Em que pese ter tido uma carreira curta no futebol, pois abandonou os gramados aos 26 anos para exercer a medicina, Mário de Castro foi um jogador fora de série, deixou números extraordinários e os que contam/contaram a história do Atlético Mineiro não economizam adjetivos para definir o craque: potente e certeiro chute (nos dois pés), exímio cabeceador, excelente domínio de bola, excepcional driblador ...

Ele foi primeiro jogador fora do eixo Rio-São Paulo a ser convocado para a seleção brasileira, mas recusou o convite, visto que não queria ser reserva do botafoguense Carvalho Leite. Mesmo tendo encerrado sua carreira em 1931, sua artilharia no Galo Mineiro (195 gols em 100 partidas, entre 1926/1931*) só foi superada em 1974, por Dario (211 gols em 290 partidas, entre 1968/1979). Reinaldo também o superou (255 gols em 475 partidas, entre 1973/1985), e, assim, Mário de Castro é o terceiro maior goleador da história do Atlético.

Eis alguns lances de sua gloriosa carreira:

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Mário de Castro (...) batia na pelota com a elegância de um Reinaldo, tinha o senso de colocação de um Dario e era voluntarioso como Ubaldo Miranda (isso para falar de outros artilheiros que marcaram época no Clube Atlético Mineiro). 

(Ricardo Galuppo. Atlético Mineiro - Raça e Amor)


  • Ficha do Craque

   

Nome  Mário de Castro
Posição      Atacante
Data de nascimento  30/06/1905
Nacionalidade  Brasileira
Local do nascimento  Formiga (MG)
Altura  1,90m
Peso  82 kg
Período em que jogou  1925 a 1931
Jogos pelo Atlético Mineiro  100
Gols marcados  195*
Média de gols  1,95*

 

O "Trio Maldito": Said, Jairo e Mário de Castro

De 1915 a 1925, o Galo só ganhou o campeonato de 1916. Os títulos só vieram com o surgimento do "Trio Maldito", que, de 1927 a 1932, marcou 467 gols. O Galo então conquistou os campeonatos mineiros de 1926, 1927, 1931 e 1932.

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O "Trio Maldito" na foto oficial do time do Atlético Mineiro, na década de 30. Os três estão indicados por círculos na foto. Pela ordem: Said, Jairo e Mário de Castro. Eles marcaram 459 gols, que representam quase 5% dos mais de 9 mil gols marcados pelo Galo em seus 97 anos de existência (isso até 2005).

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  • A maior média de gols

  Mário, nos registros oficiais, marcou 195 gols, em 100 partidas disputadas. Sua média de gols por partida, 1,95, é a maior conhecida entre atletas de futebol do Brasil em todos os tempos.

Há, no entanto, fontes que informam que Mário de Castro marcou 202 gols em 6 anos de carreira.

A comemoração dos gols

Comemorava os gols sempre de uma mesma maneira: buscava ele próprio a bola no fundo das redes, abaixava a cabeça, e dizia baixinho: Graças a Deus!

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  • Os 10 mais do Galo

 Mário de Castro foi incluído entre os 10 maiores jogadores da história do Galo Mineiro, no livro Os dez mais do Atlético Mineiro, do jornalista Eduardo Murta.

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REFERÊNCIAS

Fonte das fotos: Wander Mário; Wikipedia

Fontes do texto: Dr. Wander Mário Cavalcanti de Castro; Jornal do Atlético, s/d; Jornal Hoje em Dia, de 4/11/1997; Jornal Estado de Minas, de 25/03/1988.


  1) http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=4358801 -  http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=36383


  • O número 2 desta série

 Veja o número 2 desta série, clicando o link abaixo:

http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=39130.

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Publicado por Guimaguinhas
em 22/09/2013 às 07h08
 
17/09/2013 06h40
Águas Virtuosas Futebol Clube (42) - Amistoso Águas X Vasco da Gama (1991) - Novas fotos

Em post anterior (aqui), fizemos a resenha e divulgamos fotos do amistoso entre o Vasco da Gama (RJ) e o time do Águas Virtuosas, ocorrido no Estádio do AVFC em 28 de julho de 1991.

Hoje retornamos àquele jogo, postando mais algumas lembranças da partida.


O time do Vasco da Gama

Vasco da Gama. Em pé: Cássio, Ayupi, Missinho, Carlos Germano, Jorge Luiz e França. Agachados: Mauricinho, Luizinho, Bebeto, William e Bismarck. Técnico: Antônio Lopes.


Time do AVFC - Início anos 1990

Dos jogadores da foto acima, vários deles disputaram essa partida. Em pé; João, Márcio, Él, Pedro, Jorge André, Rildo, Gadjego e Luizinho. Agachados: Coxinha, Sansão, Joãozinho, Gabriel, Beto, Nambu, Zé Mauri e Sergio. Técnico: Guinho Gregatti.


Alguns flagrantes e poses da partida

Júnior, Beto, Bebeto, Flavinho, Doka, Rildo e [?]


Cássio, Júnior, Mauricinho e Beto

Beto e Bismarck

Beto, Bebeto e Júnior

Carlos Germano e Beto


Agradecemos a Beto Biaso pela cessão das fotos.


(**) Se você, caro(a) visitante, tiver notícias, informações, casos e fotos dessa época, ou quiser fazer alguma correção ou complementação ao texto aqui publicado, entre em contato conosco neste e-mail: historiasdeaguinhas@gmail.com

 
Publicado por Guimaguinhas
em 17/09/2013 às 06h40
 
28/08/2013 14h50
Memórias de Aguinhas (20) - Série "As obras de Werneck"

Aguinhas de antigamente

Como vimos escrevendo aqui neste espaço virtual, Américo Werneck foi o (re)fundador da Estância Hidromineral de Lambari, à vista do conjunto urbanístico por ele criado, que se mantém até nossos dias. Ou, como disse Armindo Martins, ele foi "o artífice de Lambari".

conjunto de obras que inaugurou em 24 de abril de 1911, com a presença dos Presidentes da República e do Estado de Minas, além de outras personalidades, constitui um dos principais fatos históricos de nossa cidade. 

Com base em relatos e descrições constantes do Anuário Minas Gerais de 1913elaboraramos a série de posts abaixo. E, desse modo, poderemos dar um pequeno mergulho em nosso passado - acompanhando e visualizando esse fato marcante de nossa história.


 1 - Festejos e discursos de inauguração das obras  Aqui
 2 - Melhoramentos gerais da cidade  Aqui
 3 - Leiteria, Usina de Força e Fábrica de Gelo  Aqui
 4 - Parque Novo, Energia Elétrica, Abastecimento de Água  Aqui
 5 - Lago de Lambari  Aqui
 6 - Cassino de Lambari  Aqui

 

Publicado por Guimaguinhas
em 28/08/2013 às 14h50
 
28/08/2013 14h49
Memorias de Aguinhas (20) - Obras de Werneck - O Cassino de Lambari (6)

Sumário


Introdução

Encerrando esta série, vejamos agora a descrição do Cassino de Lambari, constante do Anuário de Minas Gerais de 1913. 

Como complemento, registramos também a descrição do Cassino feita pelo memorialista Armindo Martins, em seu livro sobre a estância de Lambari, e uma outra, sobre os interiores do cassino, extraída de trabalho acadêmico de autoria de Francislei Lima da Silva.

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O Cassino de Lambari

 


Descrição feita por Armindo Martins (Lambari, a cidade das Águas Virtuosas, 1949, p. 103)

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Os interiores do Cassino

Os interiores do Cassino também provocariam deslumbre entre os aquáticos. As salas do Cassino encontravam-se distribuídas cada uma conforme a sua função: salão de honra, salão de visitas ou sala japonesa, salão para restaurante, salas de jogos e diversões para senhoras e sala de jogos para homens. Nelas, por sua vez, dispunham-se os mais variados aparelhos de jogos, obras de arte, móveis e objetos decorativos, ricos em sua liberdade estética. Mesclavam-se nos espaços cadeiras austríacas Thonet, cadeiras metálicas, mobília de assento e encosto estofados, cadeiras de braço e encosto de palhinha e bambu, cachê-pots ricos de metal e belas escarradeiras esmaltadas de ferro e louça policromadas. Para os bailes foram trazidos um piano pianola Schubert de Nova York, de armário e outro de cauda inteiro do fabricante Steinway. Dos aparelhos de ginástica e esportivos prescrevem raquetes, tacos, argolas, bastões, bolas e cordas, balanços comuns e em forma de cadeira, velocípedes para crianças e um guignol.  Capachos e tapetes finos ocupavam os salões. Máquinas caça-níquel, mesas para jogos de bacarat, roleta e boule entreteriam os homens enquanto suas esposas tomavam chá em louças finas. Cristais, aparelhos para jantar e café, talheres de prata e uma moderna máquina limpadora de facas compunham os bens reservados ao restaurante.

 (Fonte: SILVA, Francislei Lima da. Os monumentos da água no Brasil, 2011, p. 85, disponível aqui)


(Fonte: SILVA, Francislei Lima da. Das influências estéticas à idealização da "Europa Brasileira": o desenho urbano e os melhoramentos da cidade de Lambari no início do Século XIX). Apud p. 176, MARTINS DE OLIVEIRA, 2012 - aqui)

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Problemas no Cassino

Deterioração do Cassino

Ao penetrarem no magnífico pórtico, sentiram os corações confrangidos pelo incompreensível abandono daquela raríssima joia, cinzelada pelo agudo engenho de esmeradíssimos artífices. Há ali uma atordoante grandeza, uma absoluta harmonia de linhas, e um admirável senso de proporção que espantam, deixando-nos perplexos a estudar o conjunto da construção e cada detalhe de acabamento. (Fonte: Conceição Jardim [C. Garden]. Uma vilegiatura em Lambari. Rio de Janeiro : A noite, 1943, págs. 117/18)

......................................................

Os estragos estendem-se de contínuo, afistulando o prédio grandioso, mas desprovido de cuidados de conservação, como se não pertencesse a alguém, que tivesse interêsse em evitar-lhe a ruína crescente. (...) Ainda perduram, todavia, as pinturas nas paredes, e telas de artistas japonêses, especialmente no salão de honra, menos accessível às intempéries, que vão arruinando as secções mais expostas do imóvel, cuja aparência externa ainda maravilha os forasteiros. (Fonte: Virgilio Correia Filho – Artigo “Lambari” – Revista Brasileira de Geografia – out/dez/1947, p. 539)

Bens do Cassino

Embora suntuosamente preparado para intensa vida social, efêmera lhe foi a duração de aproveitamento [do Cassino]./ Ermaram em pouco as suas salas, após emudecimento das roletas e bancas de análogos objetivos./ Mas dos objetos que possuía, episódio ulterior evidenciou a escolha aprimorada./ Por ocasião da visita do rei ALBERTO a Belo Horizonte, decidira o govêrno prestar-lhe homenagem condigna./ A homenagem exigia decoração compatível com os egrégios visitantes./ E então, o Cassino abandonado forneceu dois jarrões, como iguais não possuía a capital mineira. (Fonte: Virgilio Correia Filho – Artigo “Lambari” – Revista Brasileira de Geografia – out/dez/1947, p. 539)

....................​......................................................

Em 10 de junho de 1975, [Jaime de Andrade] Peconick informou o estado em que se encontrava o acervo do Cassino devido ao abandono:

“Há muitos anos o patrimônio do cassino foi desfalcado de valiosas peças de arte, segundo testemunho que recolhemos na cidade de Lambari. O fato se deu antes de ser constituída a Hidrominas e quando o próprio era administrado diretamente pelo Governo do Estado. As peças receberam variada destinação, inclusive o Palácio da Liberdade, ainda segundo os mesmos informes que recebemos nas primeiras visitas realizadas no local. (COMIG. Processo SFSEG. Pasta 131. ... Ofício BHZ/DP/874/75 de 10 jun. 1975).

Fonte: Carlos Henrique Rangel, texto disponível aqui

Restaurações

Antônio C. Martins de Carvalho em seu livro “O Palácio Cassino de Lambari – sonho, segredo, realidade” deu o seguinte testemunho sobre as obras no Cassino:

“Eu mesmo presenciei alguns absurdos praticados por pseudorestauradores. À convite do Secretário de Turismo Haroldo Gonçalves, tive a oportunidade de participar de uma pequena restauração no salão principal. Para minha surpresa, as cabeças dos elefantes indianos, trabalhados em madeira, que apoiam os puleiros de gavião, onde correm as cortinas, foram pregadas nas madeiras das janelas e portas do salão principal com pregos enormes. Com os meus conhecimentos de carpintaria, retirei os pregos com muito cuidado, para não danificar as peças e as fixei com parafusos onde já existiam os furos apropriados. Além destes estragos, existem muitos outros, no que se refere à conservação de peças lustres e quadros.” (CARVALHO, 1991. p. 30.)

Fonte: Carlos Henrique Rangel, texto disponível aqui

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Ver também:


Projeto da fachada do Cassino

Blueprint da fachada do Cassino, (Projeto da firma Poley & Ferreira)

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Fotos

Interior do Cassino

Salão Nobre do Cassino

Quadros no interior do Cassino 

Antigo postal do Cassino

Cassino refletido no Lago

Lago, Cassino e, ao fundo, a Serra das Águas

 Em manhã nebulosa: Lago, Cassino e, ao fundo, a Serra das Águas

Vista aérea do Cassino

Vista recente do Cassino e Cais

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Fonte das fotos: Museu Américo Werneck; Prefeitura Municipal de Lambari; Acervo André Gesualdi


Veja também os números 1, 2, 3, 4 e 5 desta série:

1 - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38844

2 - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38842

3 - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38849

4- http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38851

5 - http://www.guimaguinhas.prosaeverso.net/blog.php?idb=38834

Publicado por Guimaguinhas
em 28/08/2013 às 14h49
Página 87 de 114

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